sábado, 24 de dezembro de 2016

Pilotos brasileiros lideram combate aéreo pela 1ª vez com Gripen

Os capitães da Força Aérea Brasileira (FAB) Gustavo de Oliveira Pascotto, de 35 anos, e Ramon Santos Fórneas, de 34 anos, os únicos brasileiros treinados para pilotar o caça supersônico Gripen, o novo caça do Brasil, comandaram pela primeira vez pilotos de quatro outros países em um treinamento de combate aéreo simulado para desenvolver novas táticas na Suécia.
Durante os combates virtuais, Fórneas e Pascotto chegaram a chefiar outros 7 pilotos contra 40 aeronaves inimigas, simulando ataques e contra-ataques vituais e abatendo inimigos com voos além da velocidade do som (1,2 mil km/h). Uma das qualidades diferenciais do Gripen é combate muito além ao campo de visão do piloto: nos combates, os brasileiros derrubaram inimigos a mais de 80 km de distância do alvo.
O Brasil comprou 36 caças Gripen de nova geração (NG), que ainda está sendo reformulado e produzido, da construtora sueca Saab, por 39,3 bilhões de coroas suecas (US$ 4,2 bilhões). A previsão é de que eles devem chegar ao país entre 2018 e 2019.
Ambos os pilotos já haviam passado por testes em uma centrífuga em que aguentaram até 9 vezes a força da gravidade sobre seu corpo para poderem pilotar o Gripen (veja vídeo aqui) e ficaram um ano na Suécia, em 2014, fazendo um curso real para comandar a aeronave. O G1 divulgou com exclusividade o primeiro voo solo sozinhos de ambos em janeiro de 2015.
Durante o novo curso, realizado agora em outubro e novembro deste ano na Suécia, os pilotos participaram pela primeira vez do treinamento tático de liderança da aeronave, trabalhando e comandando colegas pilotos que já empregam o Gripen na Suécia, Hungria, República Tcheca e Tailândia. Entre eles, pilotos que já participaram de operações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), como ações em conflitos no Oriente Médio e África.
“O grau de realismo dos combates foi o ponto alto da missão. A imersão dos pilotos, ou seja, o quanto o piloto se sentia realmente voando, era total, uma vez que, quando sua aeronave era abatida, ela era retirada do combate, situação impraticável durante os treinamentos reais com as aeronaves”, disse Fórneas. Ele e Pascotto serão, no Brasil, os instrutores dos novos colegas que irão pilotar o Gripen na Aeronáutica.
“Por envolver cenários complexos e pilotos de diferentes nacionalidades e experiências, foi excelente oportunidade para se aferir nosso grau de adestramento em relação ao combate além do alcance visual atual e, acima de tudo, para verificar quais os melhores modos de emprego do Gripen. Vai gerar, no futuro, consideráveis ganhos para cumprirmos a missão de maneira mais eficiente”, disse o capitão Pascotto.
Os combates são travados a altitudes bem superiores às que voam os aviões comerciais – cerca de 40 mil pés (12,2 km de altitude). Nos cenários de treinamento virtual, eles comandaram equipes mistas com pilotos de diferentes países em times de 8 pilotos contra 40 aeronaves inimigas, controladas por computadores de alta tecnologia.
Questionado pelo G1 sobre como se sentia ao abater um inimigo e não ser abatido, Fórneas desabafou: “Não acredito que este sentimento seja só meu, mas e todo piloto de caça quando consegue cumprir sua missão, se sente bem por ter feito aquilo que a nação espera dele e que é missão da FAB: manter a soberania do espaço aéreo para defesa da pátria. O sentimento de ter tido cumprido sua missão”.
O treinamento de combate antecede uma competição que ocorre a cada três anos entre os pilotos de países que usam o Gripen, chamado, devido à sigla em inglês, de GuG (Grupo de Usuários do Gripen), para o qual ainda estão feitas tratativas para a inclusão do Brasil, pois o país ainda não recebeu nenhuma aeronave.
“Para a aviação de caça brasileira, a participação deste treinamento foi um ganho substancial, pois a avaliação das táticas empregadas e a doutrina do combate além do alcance visual foram colocadas em prática em alto nível”, afirmou Fórneas.
FONTE: G1

militar para militares dos EUA

O Sistema de Combate do Submarino Nuclear Brasileiro

A Fundação Ezute firmou em novembro um contrato com a Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa) em continuidade ao apoio no projeto preliminar do Sistema de Combate do Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro (SN-BR), dentro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). O contrato contempla também o apoio às atividades técnicas de preparação para a fase de detalhamento de tal projeto.
Este é o terceiro contrato firmado dentro do Programa PROSUB e terá duração de dois anos, período que a equipe da Ezute dará suporte ao corpo técnico da COGESN (Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear) para a Amazul.
Durante o primeiro contrato, que se iniciou em 2011, a Fundação Ezute foi responsável pela absorção de tecnologia do Sistema de Combate dos submarinos convencionais. Uma equipe de engenheiros da Ezute foi para Toulon, na França, receber treinamento na empresa DCNS (Directions de Construction Navales et Services). Com a absorção dessa tecnologia, o país será capaz de realizar a manutenção e até mesmo a evolução do Sistema de Combate dos submarinos do PROSUB.
“Após as atividades na França, acompanhada da nacionalização da tecnologia, o treinamento terá continuidade no Brasil, com a montagem do laboratório de integração local e do primeiro submarino”, explicou a diretora de Defesa da Fundação Ezute, Andrea Hemerly.
Com o novo contrato, a Fundação Ezute atuará aplicando o conhecimento adquirido na França para apoiar a finalização do projeto preliminar do submarino de propulsão nuclear e realizará atividades de suporte e consultoria para o início do desenvolvimento do submarino.
Essa nova etapa reforça o compromisso da Fundação Ezute em ser a organização brasileira parceira da Marinha do Brasil na manutenção e evolução dos Sistemas de Combate de Submarinos com Propulsão Nuclear, do PROSUB.
“Somos uma organização de alta tecnologia, parceira do governo, que busca desenvolver e acelerar soluções que beneficiem toda a sociedade. Com a participação no PROSUB, a Fundação Ezute reforça essa parceria em prol da soberania nacional”, enfatizou Eduardo Marson, presidente da Fundação.
Ivan Plavetz

FELIZ NATAL

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Delegação da China visita Quartel General do Exército

Uma delegação da China, pertencente à Corporação de Indústria e Ciência Aeroespacial (CASIC – Aerospace Science and Industry Corporation), visitou, na última semana, o Quartel General do Exército (QGEx) em Brasília (DF), com o objetivo de trocar experiências na área de defesa e conhecer aspectos socioculturais e históricos do Brasil.
Durante a visita, a delegação conheceu o salão histórico (Salão Guararapes), onde assistiu a uma breve apresentação da evolução do Exército Brasileiro. Logo após, os visitantes assistiram duas palestras. A primeira foi proferida pelo coronel Ary Pelegrino Filho, que apresentou os Projetos Estratégicos do Exército. A segunda foi ministrada pelo coronel Newton Raulino de Souza Fillho, diretor de mercado da IMBEL, que falou sobre os produtos de defesa do Exército Brasileiro produzidos pela empresa.
Após as palestras, os representantes da realizaram uma pequena apresentação em foram abordados aspectos de estrutura empresarial e funcionamento da indústria estratégica de segurança nacional na China.
Ao final, a comitiva visitou uma exposição com armamentos da Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL), viaturas do Projeto Guarani e o radar de vigilância aérea Saber M 60.

Ivan Plavetz

FAB realiza inédito treinamento de combate




Pela primeira vez na Força Aérea Brasileira (FAB) foi realizado um treinamento conjunto de combate dissimilar entre aeronaves de baixo e alto desempenho. O exercício envolveu aeronaves A-29 Super Tucano do Esquadrão Escorpião (1°/3° GAv) e aviões de combate F-5 EM do Esquadrão Pacau (1°/4° GAv), e treinou ações de defesa e ataque de vetores  dotados de capacidades operacionais diferentes.
Realizado a partir de Manaus (AM) e Boa Vista (RR), teve objetivos distintos para os dois esquadrões participantes. Para o Esquadrão Escorpião, que empregou os A-29 (considerados de baixa performance), a meta foi desenvolver táticas e técnicas defensivas frente a aeronaves de alta performance F-5 EM equipadas com mísseis de orientação infravermelha. Foi também uma oportunidade para treinar o emprego de armamentos ar-ar, além de adestrar os pilotos nos equipamentos embarcados utilizados nesse tipo de situação.
De acordo com o oficial de operações do Esquadrão Escorpião, major-aviador Fabrício Picolli Portela, a principal função do A-29 é o ataque ar-solo, mais precisamente, o apoio aéreo aproximado. Mas em uma situação real, durante uma dessas missões, há uma grande possibilidade de interceptação por aeronaves de alta performance. “Ou seja, por aeronaves de defesa aérea (como os F-5 EM). Nesse momento o piloto deve estar preparado para se defender garantindo sua sobrevivência e, se possível, garantindo, também, o cumprimento do objetivo da missão”, concluiu o major Picolli.
Segundo o oficial, é nesse contexto que surge a importância do desenvolvimento e treinamento das manobras defensivas contra aeronaves de alto desempenho. “O combate visual é treinado, geralmente, com aeronaves do mesmo tipo. Em algumas poucas oportunidades, é possível treinar o combate com aeronaves diferentes”, destacou.
Já para o Esquadrão Pacau, que opera os F-5 EM, o objetivo foi desenvolver táticas e técnicas ofensivas contra aeronaves de baixa performance, que possuam capacidade ar-ar, além de verificar os parâmetros de efetividade do míssil Python 4, armamento utilizado pelo F-5.
Para o comandante do Esquadrão Pacau, tenente-coronel aviador Luciano Pietrani, a utilização de um míssil Infravermelho (IR) de quarta geração se opondo a uma aeronave turboélice é válido. “Num contexto de combate visual, o treinamento consolida as táticas aplicadas pelos pilotos do F-5EM na utilização do Visor Montado no Capacete (HMD-Helmet Mounted Display), associado ao míssil IR contra uma aeronave de menor performance”, ressaltou.
Para o tenente-coronel Pietrani, a experiência adquirida nesse exercício foi positiva. “O que foi treinado vai agregar uma gama de conhecimentos para a cultura operacional dos pilotos de caça da Força Aérea Brasileira”, complementou.
O comandante do Esquadrão Escorpião, tenente-coronel aviador Leonardo Venancio Mangrich, destacou o ineditismo desse treinamento para as unidades aéreas da FAB que operam o F-5M e o A-29.
De acordo com ele, a concepção dos voos de treinamento só foi possível devido basicamente a dois fatores: nível de maturidade operacional atingido pelo 1°/3° GAv no emprego da aeronave A-29 ao longo dos anos e a proximidade geográfica entre os esquadrões participantes. O primeiro fator, permitiu facear voos com os pilotos mais experientes de F-5 M. O segundo, eliminou os custos logísticos de um possível deslocamento de parte do efetivo e material de apoio.

Ivan Plavetz