sexta-feira, 4 de setembro de 2015

AEL entrega protótipos WAD e HUD ‘Modelo A’ como parte do programa brasileiro para o Gripen NG

A AEL Sistemas (AEL) entregou ontem, dia 2, à Saab, com sucesso e dentro do cronograma, os primeiros protótipos “Modelo A” das unidades WAD e HUD para o Gripen NG brasileiro. Em fevereiro de 2015, a Saab anunciou a seleção da AEL como nova fornecedora no Brasil. Saab e AEL também assinaram um contrato para a transferência de tecnologia. A AEL foi selecionada para fornecer o Wide Area Display (WAD), o Head-Up Display (HUD) e o Helmet Mounted Display (HMD), que serão integrados ao Gripen NG para o Brasil como parte do contrato F-X2.
O programa de desenvolvimento do WAD e do HUD começou em janeiro de 2015. Já o do HMD teve início em maio deste ano. O novo programa de sistemas aviônicos para a aeronave será executado ao longo de quatro anos e inclui o desenvolvimento, a integração e o trabalho de produção, que serão realizados em Porto Alegre (RS). O trabalho de integração do sistema será feito pela Saab e pela Embraer.
O WAD para a aeronave brasileira Gripen NG é um sistema único e inteligente de exibição de tela grande (19 x 8 in), redundante e multiuso, em cores e de alta resolução, com apresentação contínua de imagem, capaz de receber entradas de teclas multifuncionais, touchscreen ou interfaces externas. É a principal fonte de todas as informações de voo e missão na cabine de piloto.
A AEL também vai desenvolver um novo HUD para a aeronave brasileira. O HUD fornece informações essenciais de voo e missão para o piloto ao olhar a frente através da cabine. Já o HMD Targo é a próxima geração do equipamento, que permite que o piloto veja dados e imagens de alvos reais e virtuais, adicionando funcionalidades que aumentam a consciência situacional e a capacidade de julgamento e decisão do piloto.
Os protótipos permitirão à Saab antecipar as atividades de engenharia de software e sistemas, reduzindo assim o risco de integração na aeronave. Uma extensa campanha de testes em voo será ainda realizada em estreita cooperação entre a AEL e a Saab, em Linköping, Suécia.
“Estamos orgulhosos de entregar esses protótipos em tempo, dentro do cronograma, e com qualidade, permitindo que os engenheiros da Saab possam continuar o trabalho de integração para a aeronave. Acreditamos que este fato destaca e evidencia o compromisso da AEL com a Saab e a Força Aérea Brasileira (FAB) para fornecer a próxima geração de cockpit para a próxima geração de caças”, afirma Sérgio Horta, presidente da AEL.
“Este é um passo muito importante no desenvolvimento do Gripen NG para o Brasil. Demonstra uma cooperação muito eficaz entre a AEL e a Saab e é um passo de sucesso na cooperação industrial entre a indústria brasileira e a Saab no programa Gripen NG”, diz Mikael Franzén, Diretor do Programa para o Gripen no Brasil.
O processo brasileiro de aquisição para o 36 Gripen NG está em curso e o contrato está previsto para entrar em vigor durante este ano. A transferência de tecnologia do WAD, do HUD e do HMD para a AEL também está em curso. O escopo adicional focará no desenvolvimento da interface Homem-Máquina (HMI) para os caças avançados, juntamente com oficinas de manutenção de aviônicos. Atividades no âmbito do presente contrato terão início no segundo semestre de 2015, na Saab, em Linköping. Isto incluirá cursos teóricos e treinamento no ambiente de trabalho.
Sobre a AEL Sistemas
A AEL trabalha nos setores de defesa e espaço desde 1983. A AEL é brasileira – sucessora da Aeroeletrônica – e está localizada em Porto Alegre (RS). A companhia desenvolve programas de modernização de plataformas militares e atualmente é uma das principais parceiras das Forças Armadas do Brasil. Embraer, Helibras e INPE são alguns dos clientes da empresa.
DIVULGAÇÃO: AEL Sistemas/ FSB Comunicação
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Corte no orçamento não afeta segurança de redes do governo, diz Serpro

O presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Vinícius Mazoni, afirmou que o corte no orçamento deste ano do órgão não comprometeu a segurança das redes do governo federal.

Ele participou de audiência pública, nesta quinta-feira (3), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos. Mazoni informou que o orçamento anual do Serpro girava em torno de R$ 300 milhões, e caiu neste ano para R$ 180 milhões.
A declaração foi feita em resposta a questionamento do deputado Sandro Alex (PPS-PR), sub-relator da CPI. “Com a redução de orçamento, é claro que existem deficiências e que se compromete a proteção dos dados do País”, disse o parlamentar. “O corte nos tira da área de conforto e cria algum nível de dificuldade, mas não comprometeu a ponto de termos alguma instabilidade. Escolhemos investir na área de segurança”, declarou Mazoni. Segundo ele, o débito com fornecedores gira hoje em torno de R$ 60 milhões.
O deputado João Arruda (PMDB-PR), que pediu a audiência, considera o Serpro confiável e acredita que seu escopo de atuação tem de ser ampliado. Vinculada ao Ministério da Fazenda, a empresa pública é responsável hoje pela segurança das redes do governo federal, com exceção do Dataprev (dados da Previdência Social) e do DataSUS (dados do Sistema Único de Saúde). “O Executivo tem de investir mais no Serpro, em novas estruturas. Quem sabe inserir outros sistemas do governo envolver até estados e municípios”, opinou Arruda.
Vulnerabilidades
De acordo com o presidente do Serpro, algumas das vulnerabilidades atuais das redes brasileiras são a predominância de armazenamento de dados em outros países, sob a legislação estrangeira, e concentração da governança mundial da internet nos Estados Unidos. Porém, conforme Mazoni, o Brasil tem sido protagonista na discussão sobre a mudança na governança da internet, por meio do Comitê Gestor da Internet (CGI.br). Ele informou ainda que o governo criou uma “nuvem” própria, em território nacional, para armazenar dados do Estado nacional.
Já o presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Renato Martini, acredita que o sistema de identificação civil do Brasil traz uma série de vulnerabilidades. “A nossa identificação civil é do século passado e não dá conta dos novos desafios”, apontou. Ele destacou que o País só começa agora a adotar a identificação biométrica, “que é a forma mais segura de identificação civil”.
Além disso, Martini salientou a importância da aprovação do Projeto de Lei 7316/02, do Poder Executivo, que disciplina o uso de assinaturas digitais e a prestação de serviços de certificação digital. O texto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Incidentes
A gerente-geral do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br), Cristine Hoepers, informou que o número de notificações de incidentes de segurança no País aumentou entre 1999 e 2014. O Cert.br recebe, responde e trata as notificações voluntárias de incidentes de segurança, feitas por administradores de redes e usuários, sejam eles do Brasil ou do exterior. “A internet no Brasil cresce e a tendência é que os incidentes cresçam mesmo, porque têm mais gente usando”, explicou.
Dos incidentes relatados, 44% são tentativas de fraudes; 29% varreduras em redes de computadores; e 21% são ataques de negação de serviço (tentativas de tirar sites do ar, por exemplo). Segundo Cristine, a cooperação nacional e internacional é essencial para tratar os incidentes. Ela ressaltou que, no caso de crimes de pedofilia, a orientação é que sejam denunciados diretamente à Polícia Federal, e não ao Cert.br.
Solicitações judiciais

Respondendo a questionamento do deputado Sandro Alex, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, declarou que as operadoras recebem mais de 10 mil solicitações da Justiça por mês, incluindo solicitações de fornecimento de dados dos usuários, de bloqueio de endereços IP e URLs, e de interceptação telemática (desvio do pacote de dados para a autoridade policial). De acordo com ele, as empresas respondem às solicitações imediatamente.
Conforme Levy, as operadoras têm data centers, onde guardam os dados de acesso do usuário (como endereço IP e hora do acesso, mas não o conteúdo da navegação) e garantem a disponibilidade dessas informações, caso sejam solicitadas pela Justiça. O Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14) exige a guarda dos registros de conexão à internet por um período de um ano.
Levy observou que as empresas de telecomunicações apenas transportam dados, não sendo provedores de aplicação – logo, não acessam o conteúdo que é transportado. “Nenhuma operadora de telecomunicações fornece ou facilita informações que podem quebrar o sigilo dos usuários”, reiterou.
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REALIZADO O PRIMEIRO TESTE DE INTERFACE ENTRE SUBSISTEMAS DO CBERS-4A

O primeiro teste de interface entre subsistemas da carga útil do satélite sino-brasileiro Cbers-4A, que levará a bordo três câmeras, foi realizado na China à semana passada pelos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast).
De 24 a 27 de agosto, nos laboratórios da Cast, foram bem-sucedidos os testes de interface entre os simuladores das câmeras WPM (Câmera Multiespectral e Pancromática de Ampla Varredura), MUX (câmera multiespectral) e WFI (Câmera Imageadora de Campo Largo) e o Subsistema Transmissor de Dados (DTS) do satélite.
O Subsistema Transmissor de Dados (DTS) tem a função de receber, gerenciar e transmitir em tempo real os dados de imagens das três câmeras. Estes dados também podem ser gravados pelo Subsistema DDR (Gravador de Dados Digitais) e transmitidos para a estação terrena.
“É muito importante a validação das interfaces entre os subsistemas, pois os dados de imagem são transmitidos para as estações terrenas em alta taxa (900 Mbps), com tecnologia de compressão e codificação, sendo necessário verificar a compatibilidade entre as câmeras e o transmissor de dados”, informa o engenheiro Carlos Alberto Bento Gonçalves, arquiteto de comunicações do Programa Cbers no Inpe.
Câmeras – A câmera chinesa WPM é a nova carga útil desenvolvida para o Cbers-4A e pode obter imagens com resolução espacial de dois mestros na banda pancromática e de oito metros nas bandas multiespectrais, com largura de faixa imageadora de 90 km.
A câmera MUX, fabricada no Brasil pela Optoeletrônica, opera em quatro bandas multiespectrais e tem capacidade de prover imagens com resolução espacial de 16m, com largura de faixa imageadora de 95 km.
A câmera WFI, também de fabricação nacional pela Equatorial, tem resolução espacial de 55m, com largura de faixa imageadora de 684 km.
Fonte: Inpe,,SEGURANÇA NACIONAL BLOG.SNB

Darknet: como funciona o lado obscuro da internet

Foi na darknet que um grupo de hackers que se autodenomina "Impact Team" publicou recentemente dados de 37 milhões de integrantes dos sites de encontros Ashley Madison e Established Men.
Se você está curioso para ver se conhece algum dos nomes na lista, não pense que será tão fácil assim. A darknet é inacessível para a maioria dos usuários da internet, e recorrer ao Google não basta para encontrá-la, porque a ferramenta de busca não indexa sites da rede obscura.
Geralmente, transações "obscuras" tendem a acontecer nessa rede, envolvendo venda online de drogas, pornografia infantil, informações sobre cartões de crédito e armas, por exemplo. Originalmente desenvolvida pelo governo dos EUA, a darknet também serve hoje de plataforma para lavagem de dinheiro e compra e venda de bens e atividades ilegais com relativa impunidade.
Anônima e descentralizada
Se a internet em geral é uma "superestrada de informação", a darknet é uma pequena rua que não aparece no GPS. A busca do Google não é capaz de acessar informações da darknet, porque essas são escritas em linguagem diferente da usada na World Wide Web.
Para acessar a darknet, você precisa de uma unidade diferente de GPS – neste caso, um browser chamado Tor. Ele é gratuito e tão fácil de instalar quanto o Firefox ou qualquer outro navegador, mas funciona de maneira diferente.
O Tor faz com que suas informações "pulem" diversas vezes pelo mundo antes do seu alvo as receber, o que faz com que seja praticamente impossível rastrear quem as enviou.
No Facebook, por exemplo, o servidor da companhia envia dados diretamente para o seu computador quando você clica na foto nova de um amigo. Na darknet, essa informação seria fragmentada e espalhada pelo mundo, enviada e reenviada várias vezes, até chegar ao seu computador como pacotes de dados, individuais e anônimos, cuja origem não é clara. Compilados, os pacotes criariam um todo – a foto, nesse caso. Esse processo de distribuição de dados faz com que a darknet opere de maneira mais lenta que a tradicional World Wide Web.
Combate em sigilo
Quando o FBI, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e a Europol conduziram a operação Onymous, em novembro de 2014, eles tiraram do ar 27 sites da darknet. O mais conhecido era o Silk Road 2.0, cujo operador foi preso.
A forma com a qual a Onymous foi conduzida continua desconhecida. Numa entrevista concedida à revista Wired, o chefe da Europol, Troels Oerting, disse que os agentes preferiam manter a metodologia em segredo.
"Não podemos compartilhar com todo mundo a forma como fizemos isso, porque queremos fazê-lo de novo, de novo e de novo", afirmou.
Desde então, a darknet tem estado relativamente tranquila, mas não foi desativada. Não é aconselhável visitar sites da darknet, pois, além da ilegalidade de muitos produtos oferecidos, não é possível verificar que informações do usuário serão recolhidas ou roubadas durante a visita.
Páginas da darknet podem ser reconhecidas pela terminação ".onion" – uma referência à estrutura cheia de camadas da cebola (onion, em inglês). Usuários do Tor costumam ir diretamente para os sites, usando seus endereços, exatamente como na internet. Bitcoin é a moeda comum, trocada de forma anônima, mas que pode ser convertida em dinheiro real uma vez acessada a conta de um indivíduo.
Para chegar a criminosos que utilizam a darknet, policiais, autoridades federais, agentes secretos e redes internacionais de combate ao crime usam algumas táticas surpreendentemente antigas.
Uma delas é a aquisição de algum produto ilegal disponível no mercado da rede e analisar o pacote e seu conteúdo quando chegar pelo correio. Assim, a polícia pode apurar pistas sobre a origem da encomenda. Outra tática é fazer contato com os proprietários dos sites e solicitar um encontro real para trocar informações e bens.
Liberdade de expressão
Existe, entretanto, o lado bom da darknet: a liberdade de expressão. A rede permite que os usuários se comuniquem de forma anônima, exigindo que os governos tenham que adotar esforços extremos para tentar localizá-los e identificá-los.
Para usuários que vivem em regimes opressores, que monitoram ativamente, bloqueiam conteúdo na internet ou adotam ações punitivas contra dissidentes, a darknet oferece maneiras alternativas de se expressar livremente.
Vale o mesmo para whistleblowers. A darknet é um lugar seguro para publicar informações de crucial importância para a opinião pública, mas que pode colocar a pessoa responsável pelo seu vazamento em perigo.
A darknet tem, portanto, seu lado mau e, ocasionalmente, um lado bom. Se ao invés de publicarem nomes de usuários, os hackers do caso Ashley Madison tivessem feito vazamentos de emails provando corrupção em governos, a opinião do público sobre os sites anônimos poderia ser agora bem diferente.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

SAAB - Muito além do Gripen NG

A escolha da Saab pelo Governo brasileiro na concorrência do projeto FX-2, que visa o reequipamento da Força Aérea Brasileira (FAB), possibilita uma parceria que vai muito além do fornecimento de 36 caças Gripen E/F. Para atender ao pedido, a companhia comprometeu-se em desenvolver uma ampla cooperação industrial.
“O Brasil escolheu a Saab porque queria ter o que há de mais avançado em tecnologia, com a possibilidade de ainda impulsionar sua própria indústria”, destaca Mikael Franzén, gerente do programa Gripen no Brasil.
Além das 28 aeronaves Gripen E/F monoposto e do desenvolvimento de oito aeronaves biposto, com entrega prevista entre 2019 e 2024, o contrato envolve a compra de um sistema de armamento pronto para uso, treinamentos, peças de reposição, suporte, planejamento e manutenção.
“Assumimos um compromisso tecnológico com relação aos caças, que prevê desenvolvimento, produção e manutenção”, diz Göran Almquist, vice-gerente do programa Gripen no Brasil. “O principal objetivo é qualificar a indústria brasileira até que esta possa não só manter a frota de caças Gripen, mas também desenvolver sua própria tecnologia”.
Em breve, a Saab e seus parceiros brasileiros, liderados pela Embraer, darão início ao programa de transferência de tecnologia. Um dos primeiros passos será a chegada de mais de 350 brasileiros, entre engenheiros, mecânicos e pilotos, além de suas famílias, à Suécia, para qualificação e treinamento prático, onde estarão envolvidos simultaneamente em diversos projetos.
Esta fase terá início no segundo semestre de 2015 e seguirá durante alguns anos, até o retorno gradual da equipe ao Brasil, com seu conhecimento adquirido. Nesta fase, os funcionários da Saab irão acompanhá-los na instalação das operações no país.
“Aprendemos muito ao trabalhar com outras empresas e culturas, e incorporamos seus melhores métodos de trabalho”, explica Almquist. “Temos um bom ponto de partida. Por exemplo, nossa parceira, a Embraer, é a terceira maior companhia de aviação do mundo, com quem temos muito a aprender”.
“Temos um período muito inspirador à nossa frente”, destaca Franzén.  “Gostaríamos de dar as boas-vindas aos nossos futuros colegas, que escolheram se mudar do Brasil para a Suécia.”
 

Brasil Olha para o Futuro

Ao escolher o caça Gripen, a Força Aérea Brasileira sinalizou que está levando seus recursos para o próximo nível.
O Brasil é a nação dominante na América do Sul. De longe o maior país do continente, só não faz fronteira com dois países. Comumente conhecido como um dos países que fazem parte dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil normalmente se classifica entre as economias com crescimento mais rápido do mundo em desenvolvimento. Com o seu crescente perfil internacional, o Brasil começou a modernizar seus recursos de defesa e a fomentar seu setor aeroespacial.
Em dezembro de 2013, após muitos anos de avaliação detalhada, o governo brasileiro selecionou a Saab para fornecer 36 caças Gripen para o projeto de caças F-X2 da força aérea.
O ministro da defesa do Brasil enfatizou que umas combinações de diversas vantagens revelaram ser decisivas para a Saab. Ele observou que a proposta oferecia o melhor equilíbrio entre o alto desempenho operacional e custos de aquisição e manutenção favoráveis do Gripen e a oferta de transferência e parceria industrial da Saab.
O Chefe de Mercado da Região da América Latina da Saab, Bo Torrestedt, vem trabalhando no Brasil e regiões vizinhas nos últimos 25 anos. “O custo de administração de nosso sistema é substancialmente menor que a dos outros concorrentes”, disse Torrestedt.
Um estudo realizado pelos analistas militares IHS Jane´s descobriu que o Gripen tem o menor custo operacional de qualquer caça ocidental atualmente no mercado, a $4.700 por hora, em comparação com $11.000 do Super Hornet F/A-18E/F da Boeing e $16.500 do Rafale da Dassault, as outras duas aeronaves em análise.
A Saab compartilhará a tecnologia com os contratados e diversas peças da aeronave serão feitas no Brasil.
“O Gripen E/F está dando um grande passo para a próxima geração de caças”, disse Torrestedt. “Junto com isso vêm também muitas melhorias que fazem dele uma nova aeronave. Determinados trabalhos de engenharia e desenvolvimento serão feitos no Brasil, enquanto outros serão realizados na Suécia e na Suíça. Esse acordo está condicionado à Suíça manter sua decisão de também comprar o Gripen”.
A empresa aeroespacial brasileira Embraer desempenhará um papel importante na fabricação dos caças. “A Saab também prometeu desenvolver um unidade de produção de aeroestruturas na cidade de São Bernardo do Campo no estado de São Paulo", disse Torrestedt.
A Saab já tem presença significativa no Brasil, pois nos últimos 13 anos, o país já coloca em voo aeronaves de vigilância equipadas com o sistema aéreo de alerta antecipado e controle ERIEYE desenvolvido pela Saab.

A empresa também forneceu equipamento de treinamento e simulação, mísseis superfície-ar, sistemas de radar para rastreamento de mísseis, além de armas eletrônicas e equipamentos marítimos.
Esta história, combinada com o longo processo de seleção para o contrato do caça, deu à Saab alta visibilidade no Brasil, podendo influenciar as decisões de países vizinhos, como o Chile, México, Peru e Colômbia.
Torrestedt disse que, por um longo tempo, o interesse da Europa na América Latina foi ofuscado pelo seu envolvimento na Ásia e em outras regiões, mas o interesse aumentou acentuadamente nos últimos anos. “Atualmente a América Latina tem uma economia muito mais estável, está mais estável em termos políticos e vem aumentando seus gastos em defesa e segurança, pois muitos dos países possuem materiais velhos e obsoletos”.


Um passo a frente

O Brasil enfrenta desafios exclusivos para manter controle sobre a atividade em suas fronteiras.
Imagine uma vasta faixa de território, aproximadamente do tamanho da Europa, coberta pela maior floresta tropical do mundo. Uma área com população esparsa e virtualmente inacessível, um lugar onde os traficantes de droga operam de forma rotineira e a mineração e o desmatamento ilegais são constantes. Bem-vindo à Bacia Amazônica do Brasil.
A área carece de infraestrutura e é impossível policiá-la por terra. Em 2002, o Brasil equipou um grupo de aeronaves com um sistema de vigilância eletrônica, a fim de monitorar as atividades.
Erik Winberg, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Saab, foi um player-chave para vencer um contrato em março de 2013 para a modernização do Sistema Aéreo de Alerta Antecipado e Controle na aeronave E-99 da Força Aérea Brasileira, fabricado pela empresa aeroespacial brasileira, Embraer.
“Os traficantes de drogas cortam árvores e fazem pistas de pouso na selva para pequenas aeronaves", disse Winberg. “Agora esse sistema é capaz de detectar essas aeronaves e ver onde eles aterrissaram. Os brasileiros explodem as pistas de pouso e um mês depois há novas pistas, portanto, existe um conflito contínuo".
Antes de o Brasil ter lançado o sistema de vigilância, disse Winberg, os traficantes podiam operar com impunidade. Mas, o lançamento do sistema em 2002 mudou essa equação e, dois anos mais tarde, o Brasil alterou a sua lei para permitir que os militares abatessem aeronaves suspeitas de tráfico de drogas. Os traficantes respondiam tentando parecer aeronaves civis, e, assim sendo, o conflito permanece.
“A Força Aérea Brasileira é muito silenciosa sobre suas operações, mas eles não estão brincando”, disse Winberg. Com o Brasil sediando os Jogos Olímpicos em 2016, o sistema de vigilância provavelmente será usado para proteger esses locais.
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