segunda-feira, 10 de março de 2014

FAB presente na vida dos brasileiros - Indústria Aeroespacial


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Brasileiros criam microturbina para míssei

Polaris, empresa de São José dos Campos (SP), desenvolveu uma microturbina para mísseis que vem despertando interesse de fabricantes internacionais de armamentos graças às inovações presentes nela.
“O grande problema das turbinas desse tamanho é o consumo de combustível”, diz Luís Klein, diretor comercial da Polaris. A empresa criou um novo desenho de compressor -- um dos componentes da turbina -- que é compacto e eficiente.Segundo Klein, seu uso permitiu baixar o consumo significativamente. A consequência disso é que o míssil pode ter alcance maior. Ou pode levar menos combustível, o que deixa espaço para uma carga explosiva mais poderosa.
A turbina, chamada TJ200, pesa menos de 10 kg e tem apenas 16 cm de diâmetro. É capaz de impulsionar um míssil de 500 kg. Num voo de 250 km, gastaria apenas 50 litros de querosene de aviação, afirma Klein. 
A TJ200 foi exposta em fevereiro num evento do exército americano no Alabama. Segundo Klein, ela despertou interesse de diversos fabricantes de armamentos. Mas, por enquanto, há apenas protótipos do equipamento.
A Polaris existe desde 1999. Até hoje, ela tem se dedicado basicamente a pesquisa e desenvolvimento. De seu escritório em São José dos Campos já saíram projetos e protótipos de turbinas de vários tipos, incluindo uma para geradores de energia.
Agora, o desafio é passar de uma empresa de desenvolvimento para uma de fabricação. “Tivemos financiamento da Finep para desenvolver a turbina. Mas ainda não conseguimos capital suficiente para montar uma fábrica e produzi-la”, diz Klein.
Ele conta que a empresa estuda diversas opções para a fabricação, incluindo uma eventual parceria com uma empresa no exterior. Neste mês, a TJ200 vai ser exposta na maior feira de armamentos da América Latina, a Fidae, que começa no dia 25 em Santiago, no Chile.
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sexta-feira, 7 de março de 2014

Rússia e Ucrânia travam 'duelo cibernético'

Forças de segurança da Ucrânia acusaram o Exército da Rússia de ter bloqueado comunicações de telefone celular do país. Hackers ucranianos, por sua vez, disseram ter "vandalizado" o site de uma emissora internacional de TV russa.Na terça-feira, autoridades ucranianas disseram que celulares de deputados do Parlamento ucraniano haviam sofrido "ataques" na Crimeia.
"Na entrada da (empresa de telecomunicações) Ukrtelecom, na Crimeia, de forma ilegal e em violação de todos contratos comerciais, foi instalado um equipamento que bloqueia o meu telefone, bem como o telefone de outros políticos, independentemente de sua filiação política", disse um chefe do setor de segurança da Ucrânia, Valentyn Nalivaichenko,
A companhia ucraniana Ukrtelecom disse que suas instalações tinham sido invadidas por homens armados e que cabos de fibra ótica foram adulterados, prejudicando os serviços oferecidos a alguns usuários.
Autoridades da Rússia não comentaram se o país estaria ou não por trás dos incidentes. Mas especialistas internacionais acreditam que a Rússia estaria usando sua capacidade de impor ciberataques com parcimônia.
Marty Martin, ex-funcionário sênior da CIA, a agência de espionagem americana, diz esperar ataques cibernéticos mais extremos apenas se houver uma escalada acentuada no conflito entre os dois países.
De acordo com Martin, um ataque que interrompesse as redes de comunicação da Ucrânia poderiam ameaçar os próprios interesses russos porque ''se você fizer isso, você perde seu fluxo de inteligência. O melhor a fazer é monitorar''.

Estônia e Geórgia

Em 2008, durante uma escalada de tensão entre Rússia e Geórgia, hackers promoveram ataques distribuídos de negação de serviço (também conhecidos como DDoS Attack, a abreviação em inglês para Distributed Denial of Service) para sobrecarregar sites e servidores da Geórgia nas semanas que antecederam a invasão militar russa.
Na época, o governo da Geórgia afirmou que a Rússia estava por trás dos ataques DDoS, mas o Kremlin negou a acusação, alegando que os ataques poderiam ter sido realizados por qualquer pessoa, dentro ou de fora da Rússia.
Em 2007, houve ataques parecidos contra os serviços de internet na Estônia, causando distúrbios no seu sistema financeiro. Estes ataques coincidiram com divergências entre Estônia e Rússia sobre a realocação de um memorial soviético de guerra.
Ao passo que uma ação militar é visível e sujeita ao escrutínio da comunidade internacional, ciberataques são considerados mais difíceis de rastrear e de atribuir a uma única fonte.
Para especialistas, tanto a Rússia como a Ucrânia poderiam se aproveitar dos chamados hackers "patrióticos" para promover ataques do tipo.
"Se os russos forem capazes de fazer com que seus hackers patrióticos efetivamente participem da guerra em prol deles, isso poderia ser muito eficaz'', comenta Paul Rosenzweig, um ex-funcionário do setor de segurança nacional e fundador da empresa Red Branch Consulting, especializada no setor, que aponta também para vantagens da Ucrânia no campo das batalhas cibernéticas.
"Muitas vezes confundimos grupos ucranianos por grupos russos já que eles contam com endereços de IP (Internet Protocol) semelhantes e coisas assim. Mas os ucranianos, por serem um pouco mais ocidentalizados, contam com especialistas em outros países. É um grupo muito eficaz com bases fora. Uma diáspora, por asim dizer. Mas ainda não sabemos se eles estarão motivados a lutar ou não'', diz o especialista.
Um grupo de hackers ucraniano, Cyber-Berkut, postou uma lista de 40 sites que eles vandalizaram desde o início do conflito.
Entre eles está o da página da emissora estatal russa Russia Today, que, por um breve período teve a palavra "russos" alterada para "nazistas".
Mas Rosenzweig frisa que "não se deve superestimar a importância de ciberataques", dizendo que seria como comparar a ação de tanques com a de balas.
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Rússia inicia maciças Treinos de Defesa Aérea Em meio Crimea Standoff

RIA Novosti) - Western Distrito Militar da Rússia iniciou exercícios de defesa aérea de grande porte em sua área de testes do sul de Kapustin Yar no contexto de uma nova escalada das tensões com o Ocidente sobre a Ucrânia.
Kapustin Yar, localizado cerca de 450 quilômetros (280 milhas) a leste da fronteira com a Ucrânia, vai acolher cerca de 3.500 soldados e mais de 1.000 unidades de equipamentos militares por cerca de um mês. O exercício culminará com brocas live-disparo, envolvendo S-300, Buk-M1 e outros sistemas de defesa aérea.
"É pela primeira vez que todas as unidades de defesa aérea da zona, incluindo as defesas costeiras da Frota do Norte, se reuniram em um só lugar", disse o porta-voz do distrito, o coronel Oleg Kochetkov.
"É o maior de sempre exercício realizado pelas unidades de defesa aérea do Distrito Militar Ocidental," Kochetkov disse, acrescentando que os exercícios eram parte de um ciclo de treinamento de combate regular.
O exercício, no entanto, coincide com uma nova escalada de uma crise política na Ucrânia que levou ao impasse atual entre a Rússia eo Ocidente sobre o destino da Criméia, uma região autônoma da Ucrânia com uma população russa maioria étnica.
Autoridades da Criméia se recusaram a reconhecer como legítimo o novo governo central em Kiev, que depôs o presidente Viktor Yanukovych, no mês passado, e na quinta-feira, eles anunciaram a decisão de tornar-se parte da Rússia.
Um voto popular para aprovar a decisão será realizada na Criméia, em 16 de março.
O Parlamento da Rússia aprovou recentemente uma intervenção militar na Ucrânia, enquanto milhares de "milícia local" supostamente sob o comando russo ter tomado o controle sobre bases militares ucranianos em todo Crimea na semana passada.
Na sequência destes desenvolvimentos, o Ocidente tomou banho Moscou com acusações de agressão e ameaças de sanções, enquanto cortando intercâmbio militar com a Rússia e lutando para fortalecer a cooperação militar no seio da NATO.
O Pentágono anunciou na quarta-feira planos para expandir o treinamento de pilotos de combate na Polônia e para enviar seis jatos adicionais caças F-15C para a missão da OTAN realizando patrulhas aéreas sobre a Estónia, Letónia e Lituânia.
Patrulhas foram realizados em uma base de rotação de três a quatro meses por 14 membros da OTAN de base aérea da Lituânia em Zokniai, perto da cidade do norte de Siauliai, desde 2004, quando as ex-repúblicas soviéticas se juntou à aliança.
O militar da Estónia disse quinta-feira que os seis aviões de combate norte-americanas, bem como dois KC-135 navios de reabastecimento aéreo aterrissou no Zokniai, juntando quatro norte-americanos F-15 implantados lá desde janeiro.
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quinta-feira, 6 de março de 2014

EXÉRCITO DO PERU SE MODERNIZA PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS ASSIMÉTRICAS E O NARCOTRÁFICO

Marcos Ommati
O próprio presidente do Peru, Ollanta Humala, reconhece que nos últimos anos uma velha ameaça – que muitos consideravam extinta – voltou: o Sendero Luminoso, grupo terrorista cujo objetivo original na década de 80 era substituir o governo com o uso da violência. Segundo relatos do governo peruano, há centenas – talvez milhares – de rebeldes senderistas centralizados na região do Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro (VRAEM) para dar proteção aos narcotraficantes locais e fabricar cocaína na região.
Para falar sobre esse desafio, sobre o combate aos narcoterroristas do Sendero Luminoso e outros temas, Diálogo visitou o comandante geral do Exército do Peru, em Lima, o General-de-Exército Ricardo Moncada Novoa, que até 2010 foi comandante geral do Exército para a região do VRAEM, além de comandante geral do Comando de Inteligência de Operações Especiais Conjuntas e inspetor-geral do Exército.
Diálogo: Houve alguma mudança no preparo dos futuros oficiais do Exército do Peru em consequência do novo papel das Forças Armadas na luta contra as ameaças assimétricas e o narcotráfico?
General Ricardo Moncada: Como fruto das mudanças que vêm ocorrendo no mundo, o cenário da guerra, os conflitos e as lutas sofreram drásticas transformações que implicaram, para nossas Forças Armadas, a urgência em introduzir em sua organização doutrina, estratégias, cultura e as mudanças necessárias para que a instituição pudesse atuar de acordo com as demandas dessas novas situações.

É certo que a tecnologia desempenha um papel importante no novo contexto da guerra, mas este papel não é o único. Têm também funções importantes a informação, a inteligência, o conhecimento, o cognitivo, a competência; tudo aquilo que, para efeitos de preparo e formação dos futuros oficiais do Exército, significa que há a necessidade de se empreender uma reforma educativa para plantar nos militares as reestruturações necessárias em relação à tecnologia, à cultura, à logística e à doutrina, de acordo com as novas maneiras de se conduzir a guerra, os conflitos e as lutas.

Tal reforma significou uma mudança necessária nos currículos das escolas de formação e aperfeiçoamento do Exército; na EMCH [Escola Militar de Chorrillos do Exército do Peru], por exemplo, foi necessário reorientar a formação de um oficial no comando tipo ordem para o comando tipo missão pois, de acordo com o que vem ocorrendo atualmente e com as hipóteses sobre o que ocorrerá, necessitamos de um oficial que não apenas cumpra ordens, mas que tenha também potencial crítico, pensamento resolutivo e analítico, e que seja também formado nos ambientes reais de atuação, como cursos de selva, de montanha, etc.: futuros oficiais não apenas com capacidade de analisar estratégias preestabelecidas, mas que saiba também criar doutrina para as situações dissimilares e mutantes.

As guerras assimétricas, o combate às novas ameaças e os riscos emergentes implicam implantar no oficial que se forma na EMCH as bases para a utilização das novas tecnologias, o conhecimento para prever o que se executará a médio e longo prazo, além da capacidade de investigar e criar soluções para os diferentes problemas que ele deverá enfrentar. [Isto significa] que os militares deverão ser preparados para lidar com a nova tecnologia, com o planejamento estratégico e da organização por processos; a internalização crítica da legislação constitucional e sobre os direitos humanos.

Portanto, a interação permanente com grupos humanos requer o manejo analítico e crítico do direito constitucional e dos direitos humanos. Por outro lado, deve haver uma formação para tornar mais técnicas as operações especiais, para construir unidades operacionais menores e mais eficientes. Quanto às novas formas de organização, estas devem ser menos verticais e ter uma horizontalidade maior e mais flexível, onde o recebimento de uma ordem inclui a responsabilidade de decidir sobre as estratégias mais convenientes para sua execução.

Todo esse processo descrito e atualmente em execução é o que o Exército vem realizando para enfrentar as ameaças assimétricas, as novas ameaças e os riscos emergentes.
Diálogo: Além da luta contra os narcoterroristas do Sendero Luminoso, quais são as metas e prioridades atuais para o Exército do Peru na questão da segurança e do preparo das Forças Militares?
General Moncada: Ao assumir o comando da Instituição, eu tracei dois pilares fundamentais com o compromisso de alcançar os objetivos e metas estabelecidos em nosso Plano de Desenvolvimento Institucional, o “Plan Bolognesi”, que vem a ser a pedra filosofal de nossas ações.

O primeiro pilar é o treinamento: para isto se exige o mais detalhado planejamento para o treinamento cabal, profissional e estrito de todo o nosso pessoal militar, da ativa e da reserva, como a base necessária para fortalecer a capacidade que a força operacional deve ter para atuar adequadamente nas situações das quais tivermos que participar, o que significa que o pessoal deve estar em ótimas condições físicas, técnicas e táticas, e estar capacitado para enfrentar as missões impostas ao componente terrestre nos diferentes comandos operacionais.
O segundo pilar é o sustento administrativo das operações, o que demanda o mais detalhado planejamento do Estado-Maior, bem como a execução pormenorizada dos planos de abastecimento e manutenção, que requer comprometimento, entrega e eficiência para que isto seja bem-sucedido. Devemos entender que, devido às dificuldades de nossa natureza, é preciso que se estabeleçam sistemas que permitam ao combatente manter sua logística de forma adequada.

Diálogo: O Peru é um exemplo para outros países em termos de participação em missões de paz; existem cursos de preparação para oficiais do Exército nesse tipo de tarefa?
General Moncada: O Ministério da Defesa, através do Centro de Treinamento e Capacitação para Operações de Paz (CECOPAZ), programa cursos para os Observadores Militares, bem como para o pessoal militar integrante da Companhia de Infantaria “PERU”, antes de seus membros serem enviados à República do Haiti.

Além disto, o Exército vem participando, desde 2011, de exercícios conjuntos combinados regionais de operações de manutenção da paz UNASUL (I, II, III), realizados na República Argentina (o exercício se baseia na atuação de uma força de paz em apoio e assistência à população de um país fictício).
Diálogo: Em quais missões de paz está envolvido atualmente?
General Moncada: Atualmente, o Exército do Peru participa com seus militares das diversas Missões de Paz das Nações Unidas, que são as seguintes: MINUSTAH (Missão de Estabilização das Nações Unidas na República do Haiti), com a participação de quatro oficiais no STAFF e a Companhia de Infantaria “PERU”; MONUSCO (Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo), com a participação de seis oficiais; UNAMID (Missão de Paz das Nações Unidas na República do Sudão – Darfur), com a participação de três oficiais; UNISFA (Missão de Paz das Nações Unidas na República do Sudão – Abyei), com a participação de um oficial; UNMIL (Missão de Paz das Nações Unidas na República da Libéria), com a participação de dois oficiais; MINURSO (Missão de Paz das Nações Unidas no Saara Ocidental), com a participação de um oficial.
Diálogo: Como o Exército do Peru está contribuindo para os objetivos de inclusão social que o governo do país vem aplicando?
General Moncada: A participação do Exército é principalmente dirigida à execução de projetos de infraestrutura terrestre, além do desenvolvimento de obras de apoio à comunidade, de assentamento rural na fronteira, de ação cívica e proteção ambiental. Para isto, emprega todos os componentes de sua estrutura organizacional, sendo as Unidades de Engenharia as que têm a maior participação na execução de tais projetos.

Durante o ano de 2012 foram assinados sete convênios e durante 2013, nove convênios de colaboração interinstitucional entre o Ministério da Defesa – Exército com o Ministério de Habitação, Construção e Saneamento, com os governos regionais de Junín, Pasco e Ayacucho, além das cidades de Ica, Pisco, Túpac Amaru Inca, San Clemente e Chincha.
Diálogo: Quais são as projeções do Exército quanto à modernização e preparação de seu pessoal?
General Moncada: Sob meu comando, continuamos com o Plano Institucional, que tem em princípio um horizonte de médio prazo. Com esse objetivo, buscamos efetivamente a ampliação do potencial existente em nosso Exército, dentro de Plano de Modernização. Facultamos o acesso de nosso pessoal aos cursos de formação e capacitação, bem como aos cursos universitários e carreiras liberais.

A ideia é formar uma massa crítica sobre a qual cimentar o desenvolvimento de nossa instituição em um sentido de união e integrado ao país e seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que incrementamos a educação militar de nossos oficiais e soldados, também enfatizamos seu preparo para quando deixarem o Serviço Militar Voluntário e se reintegrarem à sociedade, com um desenvolvimento técnico que lhes possibilitará serem úteis e encontrar rapidamente uma vaga no mercado de trabalho.

Em alguns casos, graças a convênios firmados com instituições do Estado, nossos soldados se incorporam, desde as fileiras, a outras tarefas de segurança, como ocorre no caso do Instituto Nacional Penitenciário (INPE), ou continuam seus estudos universitários ou técnicos superiores, graças ao programa Beca 18, totalmente gratuito.
Através do programa de bolsas “Presidente da República”, nossos oficiais têm acesso a estudos integrais de mestrado e doutorado, que trazem benefício a nossa instituição, nas melhores universidades do mundo.

No entanto, apesar dos notáveis avanços que tivemos na tentativa de modernizar o Exército, tanto em seu material, apoio administrativo ou Força Operacional, como produto de uma contínua avaliação, somos conscientes de que devemos ir além, de que o segundo passo estratégico mais importante é a transformação da Força Terrestre.

Isto implica romper com muitos paradigmas, transformar nossa visão e nossa missão, acrescentar novas missões táticas e, consequentemente, novas funções no campo de batalha. Daí a importância da profissionalização de nossa força com altos padrões de qualidade e eficiência, para que ela se torne parte integral desse novo contexto do Século XXI.
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quarta-feira, 5 de março de 2014

- Forças Armadas da Rússia


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Entenda as razões da Rússia para a crise na Ucrânia

O presidente americano, Barack Obama, fez uma proposta dar fim à crise, segundo informações de oficiais da Casa Branca. Ele pediu aos russos para que suas tropas na Crimeia retornem às bases no mar Negro.Em troca, seria criada uma missão internacional de monitoramento para proteger os direitos de grupos étnicos russos na região.
A proposta foi discutida por Obama com a chanceler Angela Merkel em um telefonema na terça-feira. Até o momento, o Kremlin não comentou publicamente a oferta de Obama.
A proposta foi feita em antecipação ao encontro em Paris, na França, entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Kerry já havia descrito a intervenção russa como "um ato descarado de agressão em violação da lei internacional, em violação da Carta das Nações Unidas".
Em coletiva na terça-feira, ele acusou Moscou de esconder suas verdadeiras intenções na Ucrânia por meio de "intimidação e falsidade".
A Rússia, por sua vez, afirma que quer proteger os direitos humanos dos cidadãos russos na Ucrânia.
Mas, qual a justificativa para enviar tropas para a região da Crimeia? Entenda:

Qual o interesse russo na Crimeia?

A Rússia tem uma ligação histórica com a península desde a época de Catarina a Grande, no século 18, quando os russos conquistaram o sul da Ucrânia e a Crimeia, tomando a região do Império Otomano. Em 1954, a Crimeia foi presenteada à Ucrânia pelo líder soviético Nikita Khrushchev, de origem ucraniana.
Apenas dez anos antes, Joseph Stálin tinha deportado toda a população tártara da Crimeia, cerca de 300 mil pessoas, sob a acusação de cooperação com a Alemanha de Hitler.
Quando a Ucrânia conquistou a independência, em 1991, o presidente russo Boris Yéltsin aceitou que a Crimeia continuasse parte da Ucrânia, com a frota russa do Mar Negro permanecendo em Sevastopol, alugando instalações do governo ucraniano.

Há base legal para as ações da Rússia?

De acordo com o Memorando de Budapeste, de 1994, EUA, Rússia, Ucrânia e a Grã-Bretanha concordaram em não ameaçar ou usar força contra a integridade territorial ou independência política da Ucrânia, ou pressionar o país economicamente.
A Rússia, no entanto, afirma que o envio de soldados à Ucrânia visa a proteção dos cidadãos russos.
Existe uma maioria étnica russa na república autônoma da Crimeia. A frota russa no Mar Negro está em Sevastopol, cidade onde a maior parte da população tem passaporte russo.
Mas os Estados Unidos insistem que não há base legal para o envio de soldados e acusa o governo russo de violar seu compromisso com a soberania ucraniana. O resto do G7, grupo formado pelas maiores economias do mundo, concorda com os EUA.
Segundo os termos do acordo com a Ucrânia, a Rússia pode manter 25 mil soldados na península. Atualmente o país conta com 16 mil na região.

Qual é a resposta da Rússia às acusações?

Inicialmente, a Rússia negou desrespeito ao Memorando de Budapeste. Mas o governo agora afirma que a situação na Ucrânia está piorando depois que o que eles chamam de "extremistas radicais" tomaram o poder no país. Segundo os russos, isso ameaça as vidas e a segurança dos moradores da Crimeia e de outras regiões no sudeste do país.
Os russos também afirmam que o novo governo ucraniano está "pisoteando" o acordo de 21 de fevereiro assinado pelo presidente deposto Viktor Yanukovych.
Quando Yanukovych fugiu de Kiev, a oposição tomou o poder. Mas, no começo daquela semana, para tentar diminuir a tensão durante a crise, os dois lados haviam chegado a um acordo para restaurar a Constituição aprovada em 2004 e reduzir os poderes do presidente.
O acordo foi assinado por Yanukovych, líderes de oposição e três chanceleres da União Europeia.
Mas os desdobramentos em Kiev fizeram com que o acordo ficasse rapidamente obsoleto. E ele não foi assinado pela autoridade russa presente naquele momento.Para os nacionalistas, Stepan Bandera é um herói da independência mas, para os russos, ele é um fascista

Moscou afirma com frequência que os protestos na Praça da Independência, em Kiev, foram tomados pela extrema direita do país, que desde então aproveitou para tomar o poder em um novo governo que inclui "nazistas mal disfarçados".
Dois grupos, o Setor Direito e o Svoboda (Liberdade), são citados frequentemente e há referências regulares ao nacionalista dos tempos da Segunda Guerra Stepan Bandera, visto como um herói para alguns mas acusado por outros de ser um colaborador nazista.
A extrema direita era minoria nos protestos, que conseguiram apoio em vários setores da sociedade. No entanto, direitistas se envolveram em confrontos violentos e símbolos nacionalistas eram vistos com frequência na praça.
O partido nacionalista Svoboda tem quatro cargos no governo. Oleksandr Sych é o vice-primeiro-ministro e Oleh Makhnitsky é o procurador-geral interino. O partido também lidera as pastas da agricultura e ecologia, mas o líder, que foi acusado de antissemitismo, não faz parte do governo.

O novo governo é contra a Rússia?

Parte do problema é que o governo que assumiu na semana passada tem pouca ligação com o leste da Ucrânia, onde os russos predominam.
Uma de suas primeiras ações foi revogar uma lei de 2012 que reconhecia o russo como uma língua regional oficial. A decisão foi criticada em toda a Ucrânia.

Cidadãos russos correm perigo na Crimeia?

Na semana passada, ocorreram distúrbios na capital da Crimeia, Simferopol, quando manifestantes pró-Rússia e grupos que apoiam os novos líderes ucranianos entraram em confronto diante do Parlamento.
Depois de virem à tona informações de que soldados russos estavam ocupando a Crimeia, Moscou acusou o governo ucraniano que enviar homens armados para desestabilizar a península. Mas a península da Crimeia já estava nas mãos dos russos.

A situação da Crimeia abre precedente para outras cidades ucranianas?

As circunstâncias nas cidades do leste, como Donetsk e Kharkiv, podem ser comparadas à situação na Crimeia. Houve protestos a favor dos russos nas duas cidades, onde o idioma predominante é o russo.
Correspondentes descreveram como os manifestantes de Donetsk gritavam "Putin, venha".

Existe uma 'crise humanitária'?

Há informações não confirmadas na imprensa russa de que 675 mil ucranianos já cruzaram a fronteira e entraram na Rússia desde o começo do ano.
Mas um canal de televisão russo fez uma reportagem mostrando o que chamou de "catástrofe humanitária" usando imagens de poloneses cruzando a fronteira, algo não relacionado com a crise.
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