sábado, 30 de novembro de 2013

BATALHAS NA INTERNET”, A VERDADEIRA GUERRA TEM LUGAR NA REDE GLOBAL

Andrei Smirnov, Igor Siletsky
A cimeira Parceria Oriental não justificou as expectativas dos seus organizadores. Kiev não assinou o Acordo de Associação com a EU. Não obstante, o Ocidente continua a exercer uma pressão sem precedentes na Ucrânia. E, nesta guerra, as declarações dos políticos são apenas a parte visível do iceberg, pois a verdadeira guerra tem lugar na rede global.
Como é que as tecnologias modernas são empregues na manipulação das disposições da sociedade, quais são os métodos psicológicos com que estão equipados os serviços secretos virtuais? As respostas são dadas por peritos do Laboratório de Projetos Promissores da Rússia numa entrevista exclusiva à Voz da Rússia.
O barulho em torno do Acordo de Associação com a União Europeia na Ucrânia é simplesmente o exemplo de “batalhas na Rede” mais próximo em termos temporais. As tecnologias da luta virtual pelas disposições da sociedade são experimentadas talvez há tanto tempo quanto existe a Internet.
Da sua eficácia, nos últimos tempos, podemos julgar pelos acontecimentos da “primavera árabe”. Com alguns cliques de um "mouse" faz-se o que, na era antes do aparecimento da Net, exigiria meses de trabalho árduo e conspiração. Um apelo corretamente lançado nas redes sociais pode aumentar como uma bola de neve e trazer para a rua milhares de manifestantes, o que aconteceu há dois anos atrás na Tunísia, Egito e em outros países.
A Internet é um instrumento que permite levar a informação até ao consumidor final. E a sua principal vantagem é a velocidade, assinala Igor Nezhdanov, dirigente do departamento de guerras de informação no Laboratório de Projetos Promissores:
“A informação difunde-se momentaneamente: uma enorme quantidade de pessoas pode lê-la logo após a sua publicação. A segunda propriedade é a ausência de fronteiras. Não é importante onde você se encontra e publica, porque ela pode ser lida por qualquer habitante do planeta. Terceira, a simplicidade da consciência das chamadas personalidades virtuais. Ou seja, você pode atuar na Internet escondendo-se por detrás de uma ilimitada quantidade de máscaras. Você pode criar a ilusão que com o seu adversário conversam milhares de pessoas, enquanto, na realidade, você está sozinho”.
Todas essas particularidades da Internet ajudam a levar de forma eficaz, rápida e massiva, a informação até todo um auditório. E para que seja assimilada da forma que deseja a pessoa que encomenda, são utilizados métodos já verificados no tempo, continua Igor Nezhdanov:
“Os métodos são os mesmos que antes se utilizavam nos meios de informação, na propaganda, na publicidade. Por exemplo, a socialização da informação. Isso significa que as pessoas se inclinam mais para acreditar nas palavras de outras. E as redes sociais são aquilo que realmente é necessário. Ao entrar nelas, o utilizador supõe que as pessoas comunicam entre si, manifestam a sua opinião. E, por isso, você confia mais nessa opinião do que na opinião de fontes oficiais. Funciona também o efeito do rebanho.
Quanto mais utilizadores falam da mesma coisa (na realidade, podem ser personagens virtuais dirigidas por uma só pessoa), mais rápido você acredita nisso. Existe ainda o chamado efeito do primeiro amor: as pessoas acreditam na opinião que ouvem pela primeira vez. Em conjunto, esses efeitos permitem abranger praticamente todas as pessoas que lhe interessam, pois o principal é que elas estejam na Internet”.
Resumindo, quem utiliza com maior eficácia estas particularidades da rede global, em conjugação com as particularidades da psicologia humana, vence na guerra da informação. É para ele mais fácil manipular todo o seu auditório, empurrando-o para algumas ações ou para não atuarem.
Em geral, estas tecnologias são bem conhecidas e estão bem estudadas, há muito que são empregues no Ocidente. É verdade que, no fundamental, são do conhecimento de especialistas. Mas, infelizmente, a maioria dos usuários da Internet nem desconfia que um vídeo, à primeira vista inocente, forma neles uma determinada disposição, afirma Igor Nezhdanov, um homónimo do nosso perito anterior, especialista em diagnóstico psíquico:
“O lançamento de vírus é um dos métodos mais simples. Podem ser vídeos curiosos, anedotas, pequenos textos, que, por si sós, são interessantes, originais e emocionais. Mas, ao mesmo tempo, podem conter uma informação que se pretende levar a um ou outro “emitente”. Na maior parte das vezes, claro que é o interesse comercial de empresas que utilizam isso.
Em alguns casos, trata-se de jogos políticos, uma tentativa de criar uma predefinição política na sociedade. Há tecnologias baseadas em algumas figuras influentes na Internet. Pode ser um blogger com milhares de seguidores que influi realmente na disposição as pessoas. Há formas quando acontece o lançamento massivo com a participação de contas “mortas”. Por exemplo, para cobrir de comentários uma qualquer figura”.
É difícil encontrar no mundo uma pessoa que se sinta bem ao tomar consciência do seguinte: a sua forma de pensar é um conjunto de chavões impostos por alguém. Para não nos vermos perante essa desagradável revelação, devemos seguir recomendações simples.
Não se deixar levar pelo “efeito do primeiro amor”, procurar confirmações de qualquer informação que mereçam confiança. A análise sensata da situação nunca, até hoje, fez mal a alguém. E não vale a pena responder ao primeiro apelo e correr para barricadas virtuais, porque há sempre como reserva mais um minuto para pensar.
VOZ DA RUSSIA ,,SEGURANÇA NACIONAL BLOG ,,SNB

CHINA USA CAÇAS E AUMENTA TENSÃO EM ÁREA EM DISPUTA

A China afirmou ter enviado nesta sexta-feira aviões de caça para monitorar aeronaves dos Estados Unidos e do Japão que entraram em sua nova zona de defesa aérea no mar da China Oriental.
O Japão e os Estados Unidos se opõem à decisão da China de alterar unilateralmente, no sábado, seu espaço aéreo e acusam o país de querer escalar as tensões regionais, além de ampliar o risco de confrontos e acidentes.

Blefe?
A China afirmou na semana passada que todas as aeronaves que cruzassem essa área deveriam enviar planos de voo e se identificar. Caso contrário, teriam de lidar com "medidas emergenciais de defesa".
De acordo com o jornalista da BBC News, Charles Scanlon, os Estados Unidos e seus aliados estão, aparentemente, tentando expor o blefe da China em relação ao seu novo perímetro aéreo de defesa.
"Japão, Coreia do Sul e EUA enviaram para a região o que eles chamam de patrulhas, desafiando as ordens chinesas para que as aeronaves se identificassem e mantivessem contato por rádio", afirma Scanlon.
"A China diz agora que enviou seus caças pela primeira vez para identificar e monitorar intrusos – a primeira indicação de que o país pode estar preparado para arriscar um encontro no ar (com forças estrangeiras)."
A disputa está ameaçando a se transformar, de acordo com Scanlon, em uma guerra de nervos entre os Estados Unidos e seus aliados, para testar as verdadeiras intenções da China e ver até onde o país está disposto a ir para fazer valer essa nova zona aérea.
"A intenção de Pequim com essa medida talvez fosse pressionar o Japão, em relação às ilhas disputadas. Mas acabou arriscando um confronto muito mais amplo com Washington, que permanece sendo a principal potência naval do oeste do Pacífico."
A China já havia anunciado, na quinta-feira, que iria enviar caças à região para fazer a vigilância e a defesa do local.
Então, nesta sexta-feira, o porta-voz da Força Aérea chinesa, Shen Jinke, anunciou o envio dos aviões de guerra para monitorar dois aviões dos EUA e 10 aeronaves japonesas. Ele afirmou que os jatos acompanharam os voos e identificaram os aviões.

Escalada

Para Alexander Neill, do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (IISS), a demarcação de uma zona de defesa área representa uma tomada de posição por parte da China que pode trazer riscos para a região.
Ainda segundo Neill, a medida demonstra a determinação do presidente Xi Jinping em defender a integridade territorial do país.
Este é o maior sinal de escalada militar envolvendo a China desde que ele chegou ao poder, há um ano.
Líderes chineses devem se abster de críticas à sua decisão, argumentando que o espaço de defesa aérea japonês se estende sobre o território reivindicado pela China.
A imposição da zona de identificação de defesa aérea da China ecoa um episódio ocorrido em 1996, quando o então presidente chinês Jiang Zemin ordernou uma zona de exclusão aérea e marítima durante uma série de testes com mísseis no norte e no sul de Taiwan.
A declaração de sábado confirma que as ilhas Senkaku (Diaoyu para os chineses) passam para o centro de preocupações da China, sendo incluídas na mesma categoria do Mar do Sul da China e de Taiwan.
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Brasil corta impostos para 26 fabricantes de equipamento militar

Por: EFE
O Ministério da Defesa incluiu hoje 26 fabricantes de equipamento militar para uma lista de empresas "estratégicas" que recebem de impostos para vender equipamento militar para o Brasil e outros países descontos.
Empresas certificadas recebem impostos e benefícios fiscais que lhes permitem reduzir os seus preços entre 13% e 18%, aumentando assim a sua competitividade em relação aos concorrentes estrangeiros, de acordo com um comunicado do ministério.
Os incentivos estão condicionados a empresas permanecem capital brasileira, por isso seria retirado se uma empresa estrangeira comprou.
Entre as empresas já estabelecidas é a fabricante de aviões Embraer, que está desenvolvendo cargueiro militar KC360 e também possui caças Super Tucano.
Também foram incluídos a partir de fabricantes de balística em pó, para empresas químicas e desenvolvedores de sistemas tecnológicos.
As empresas incluídas no plano são: AEQ, Akaer, ARMTEC, Atech, Avibras, Axur, BCA, bradar, Condor, Dígitro, Embraer, EMGEPRON, Flight Technologies.
Também estão incluídos Touro Forges Grupo Inbra, IACIT, IAS, Imbel, Mectron, nitrochemicals, Nuclep, Orbital Engenharia, Opto, Rustcon, Spectra Tecnologia e Ponto Vertical fazer.
O governo brasileiro estima que o aumento das vendas derivados deste plano vai criar 60.000 empregos diretos e 240.000 empregos indiretos.
Estas 26 empresas serão adicionados no futuro 81 outras empresas que se inscreveram no programa e estão aguardando aprovação do Ministério para obter o reconhecimento de "estratégica".
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Aviação do Exército busca sistema de aquisição e transmissão de imagens Optrônicos da Sagem Optovac apresentados em Caçapava

Durante reunião de alto comando que marcou o encerramento da Operação Paraibuna II, grande exercício realizado no interior do estado de São Paulo pela 2ª Divisão de Exército, oficiais da Aviação do Exército apresentaram suas demandas por novas capacidades destinadas a incrementar a versatilidade de emprego dos helicópteros baseados em Taubaté. Foi demonstrado o sistema de comunicação e transmissão de imagens ar-solo Falcon C2 View (Harris), que amplia e muito a capacidade de comando e controle (C2) da Aviação do Exército, operando em conjunto com optrônicos componentes do sistema FELIN (Fantassin à Equipements et Liaisons INtégrés). O binocular multifuncional de longo alcance JIM LR, a interface de operação remota portátil ROS, miras termais e antenas repetidoras conectadas a rádios digitais Falcon (Harris) foram apresentados na ocasião por executivos da Sagem Optovac, subsidiária brasileira controlada pelo Grupo Safran. Esses recursos foram utilizados em caráter de teste durante o referido exercício por frações de tropas em terra e por aeronaves da AvEx.Capaz de produzir imagens termais noturnas de alta resolução a grandes distâncias, o JIM LR é estabilizado, anulando assim a vibração do helicóptero, e possui telêmetro laser para determinação da distância do alvo. Operado a mão por um tripulante, o optrônico traz significativo incremento nas operações de reconhecimento aéreo realizadas pela AvEx de dia ou a noite. Segundo informações colhidas por T&D no local, o Jim LR, o sistema ROS, as miras termais e demais componentes podem ser fabricados no Brasil na linha de montagem da Optovac instalada no Parque Tecnológico da UNIVAP em São José dos Campos. Esse mesmo set de equipamentos é cotado para possível adoção e emprego no SISFRON e PROTEGER, projetos estratégicos do Exército Brasileiro, e na Brigada de Operações Especiais A aquisição desses recursos se daria dentro do contexto da implantação da Companhia de Comunicações de Aviação do Exército, unidade atualmente em fase de planejamento e estudos para ser instalada em Taubaté, sede do Comando de Aviação do Exército (CAvEx), do Centro de Instrução da Aviação do Exército (CIAvEx) e dos 1º e 2º Batalhões de Aviação (BAvEx).
Por Roberto Valadares Caiafa
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Contrato para construção do satélite brasileiro é assinado entre Telebras e Visiona

Sabrina Craide

A Telebras e a Visiona Tecnologia Espacial assinaram hoje (28) o contrato para executar o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O acordo, no valor de R$ 1,3 bilhão, prevê a entrega do sistema no final de 2016. A Visiona é uma joint-venture da Embraer e da Telebras.
A Visiona, que teve sua criação aprovada pelo Cade em 31 de outubro de 2012, tem 51% de seu capital contrado pela Embraer e 49% pela Telebras.  A empresa tem o objetivo inicial de atuar na integração do sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do governo brasileiro, que visa a atender às necessidades de comunicação por satelite do governo federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
Segundo o governo, a aquisição de um satélite próprio para as comunicações civis e militares brasileiras é uma decisão estratégica para garantir a soberania nacional. Atualmente, os satélites que prestam serviço no Brasil são controlados por estações que estão fora do país ou tem o controle de empresas de capital estrangeiro. “Em qualquer dos casos há riscos de acontecer interrupções dos serviços em uma situação de conflito internacional ou decorrente de outros interesses políticos ou econômicos”, explica nota divulgada pelo Ministério das Comunicações.
A construção do satélite brasileiro também é considerada estratégica para assegurar o fornecimento de internet banda larga aos municípios distantes e isolados, onde não chega a rede terrestre de fibra ótica. Atualmente, existem mais de 2 mil municípios brasileiros com condições de difícil acesso para a chegada de uma rede de fibra ótica terrestre
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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PREPARAÇÃO DE EQUIPES DE ALTA PERFORMANCE SOB ESTRESSE

Coronel (r) do EB Fernando de Galvão e Albuquerque Montenegro

O Cérebro humano é o dispositivo mais complicado que se tem notícia. Aprendeu-se mais sobre ele nos últimos 5 anos do que em toda existência da civilização.
Ele gerencia todos nossas atividades vitais. Ao longo da evolução da raça humana esse órgão duplicou de tamanho. Apesar de pesar menos de 1,5 Kg, consome 1/5 da energia do corpo. Alo longo dos milhões de anos, o cérebro evoluiu recebendo outros anexos e conexões sobre sua estrutura inicial.
A parte mais primitiva é o tronco encefálico, também presente nos répteis e outros animais. Nos mantém vivos e controla funções vitais como batimento cardíaco, digestão, pressão sanguínea e outras coisas que fazemos automaticamente sem pensar.
Centenas de milhares de anos depois foi acrescido o sistema límbico, onde ficam as amigdalas, pequenas como duas amêndoas. Elas transmitem nossas reações emocionais ao cérebro. Uma das emoções mais simples, primitivas e fortes é o medo.
Tive oportunidade de participar e conduzir por um bom tempo a formação dos Comandos, Forças Especiais e Guerreiros de Selva do Exército, onde os alunos são preparados para modificar a forma como o cérebro reage ao medo. Desde o início os alunos são submetidos a uma situação de pressão psicológica intensa visando a provocar o caos em suas mentes. O objetivo é submetê-los a uma situação de simulação de estresse de combate.
Foi observado que a maioria dos erros em combate está associada ao medo e ao pânico. Assim sendo, deduz-se que a capacidade de controlar esses impulsos seja extremamente importante. Como os militares que frequentam esses cursos estão sendo formados para as missões mais difíceis, perigosas e de altíssimo risco, os cursos são extremamente rigorosos. Em consequência, é muito grande o número de candidatos eliminados ou desistentes ao longo do processo de seleção e de formação.
Normalmente os alunos concludentes demonstram maior capacidade em ajustar a forma de pensar às exigências das atividades e respectivas pressões. Nem sempre são os alunos com melhor preparo físico que chegam ao final. Recordistas de natação, pentatlo, atletismo e medalhistas em outros esportes muitas vezes desistem durante algumas atividades extenuantes enquanto pessoas com performance física mais mediana mantêm a determinação de prosseguir no treinamento que envolve situações extremas de frio, dor, fome, sede, sono e o acabam concluindo.
As amígdalas tendem a levar instintivamente a um estado de pânico face às situações de medo. Elas enviam sinais ao tronco encefálico usando suas conexões. Sempre que o medo estiver presente, a ansiedade se manifestará em sua plenitude, seja em sinais físicos, seja em sinais psíquicos. A partir daí, várias reações podem ser manifestadas no organismo: taquicardia, respiração acelerada, sudorese, calafrios, tremedeira, boca seca, tontura, formigamento nos pés e mãos dentre outros sintomas.
O treinamento de contra terror das Forças Especiais é realizado sob pressão. Os alunos são treinados para identificar os alvos com precisão e realizar o disparo quando necessário, controlando os impulsos de estresse enviados pela amígdala.
O treinamento é gradativo. Na fase final, pode ocorrer o incremento de outras variantes como gás lacrimogêneo no recinto, treino com máscara e pouca visibilidade. Alguns treinadores ou integrantes da equipe ficam misturados aos alvos, e a execução é aleatória, exigindo maior atenção e os erros não podem ser tolerados. Às vezes, a reação correta é rápida e letal, outras vezes é apenas identificação do refém e controle do impulso de atirar.
A preparação de combate corpo-a-corpo é outro evento em que os alunos aprendem a controlar suas reações e testar sua rusticidade, resistência e agressividade sob estresse extremo. Na fase final dessa atividade, os alunos são levados a uma situação de exaustão e precisam identificar instantaneamente a qual ameaça estão sendo submetidos para aplicar vigorosamente a técnica adequada na defesa. Faz parte da avaliação o controle de agressividade, do cansaço e correção de movimentos.
Outra atividade em que o aluno é submetido intensamente a treinamentos exaustivos é o paraquedismo, pois necessita contrariar o instinto de preservação e se atirar no vazio. A sistemática busca automatizar procedimentos e reações possíveis para as diferentes emergências a que o paraquedista possa ser exposto. Nesses casos, o tempo que o militar tem para salvar sua vida é mínimo. Qualquer hesitação devido ao medo na tomada de decisão pode ser fatal.
Essa lapidação da reação dos combatentes só é possível porque o córtex frontal, outra parte do cérebro humano, também processa o medo. O córtex caracteriza uma maior evolução humana e surgiu após as amígdalas. Ele é a camada externa do cérebro, fina e enrugada, que pode chegar a ser quatro vezes maior que o dos outros primatas.
Foi descoberto que as informações dos nossos sentidos chegam às amígdalas com o dobro da velocidade que demoram para chegar aos lobos frontais. A diferença de velocidade dos sinais significa que sabemos reagir instintivamente a uma ameaça, caso contrário, ficaríamos paralisados de medo esperando os lobos frontais decidirem a reação correta.
Por trás do medo e do pânico está o desconhecido, não saber o que fazer. O cérebro paralisa, como um jacaré paralisa ao ver um facho de lanterna. A amígdala pode enviar sinais de medo muito velozes, mas nem sempre são corretos. Tão logo você percebe que a situação não corresponde a uma ameaça a volta à calma ocorre naturalmente.
O objetivo desse tipo de treinamento consiste em controlar os sinais emitidos pela amígdala através do lobo frontal, ou seja, de forma racional. Aprende-se a minimizar o retardo nas reações à situação de estresse, gerando movimentos/comportamentos instantâneos.
O Século XXI já vem sendo caracterizado pelo grande crescimento do emprego de Forças de Operações Especiais, assim sendo, os três principais centros de formação desses recursos humanos no Brasil (Centro de Instrução de Operações Especiais, Centro de Instrução Paraquedista e Centro de Instrução de Guerra na Selva) estão em constante busca da excelência na instrução e aperfeiçoamento dos processos de ensino.
Nos módulos de mergulho de treinamento das Forças Especiais aprende-se a controlar o medo da falta da respiração. O ser humano, ao longo de sua evolução, foi programado para temer situações sob a lâmina d´água. Por isso, é necessário muito autocontrole para conter o impulso de emergir e respirar.
Os alunos são preparados gradativamente para realizar tarefas subaquáticas complexas. Inicialmente realizam-nas fora d´água sem tempo, depois com tempo e então passam a enfrentar situações críticas totalmente imersos. Eles são submetidos a atividades planejadas que são conduzidas por um instrutor interrompendo seu fluxo de ar de diversas formas, escondendo as válvulas reguladoras, promovendo cambalhotas, arrancando a máscara e dando nós no seu equipamento em ataques contínuos que podem levar mais de quinze minutos enquanto são avaliados e observados em suas reações.
O aluno ansioso aumenta rapidamente o seu consumo de oxigênio, reduzindo sua capacidade de raciocínio e o tempo disponível para solucionar os problemas. Dependendo do desempenho do aluno, ele pode chegar a passar metade do tempo sem ar. Por mais que tenham aprendido e treinado a fazer isso fora d´água, praticar sob essas condições é extremamente difícil e reprova os alunos que não aprendem a lidar com o estresse sob essas condições.
Quando o aluno começa a ficar sem ar, suas amígdalas acionam o “botão” de pânico, que o impele a emergir. O córtex cerebral precisa controlar esse impulso para que o combatente continue autocontrolado. Nesse processo, o estudante tem que segurar a respiração muito além do normal enquanto a equipe de instrução avalia seus comportamentos.
Os impulsos nervosos emitidos pelo cérebro se deslocam a mais de 400Km/h e sob estresse as amígdalas liberam adrenalina e cortisol na corrente sanguínea, preparando o organismo para agir emergencialmente. Esses hormônios aceleram a respiração e o batimento cardíaco, elevam a pressão sanguínea, deixam os sentidos mais alerta, a memória mais aguçada e o corpo menos sensível à dor, mas mesmo assim, esse teste de competências subaquáticas é muito difícil. O maior inimigo do aluno nesse exercício é o pânico, que o leva a perder o controle debaixo d´água.
Em todas as situações citadas acima, o controle do medo é fundamental para o êxito no treinamento.
Verificando entre os concludentes desse tipo de treinamento, observou-se que quase todos eles balizam seu comportamento usando quatro ferramentas mentais que os ajudam a controlar o estresse mesmo nas situações mais extremas:
1. Estabelecimento de objetivos intermediários
2. Mentalização
3. Desenvolvimento da autoestima
4. Controle de respiração
O estabelecimento de objetivos auxilia os lobos frontais, que são os supervisores do cérebro. Com isso, é facilitado o raciocínio e o planejamento. Concentrar-se em metas específicas permite que o córtex mantenha as amígdalas sob controle. Os alunos costumam estabelecer prazos simples como: “vou chegar até a próxima refeição”, ou “até a próxima liberação”, e assim por diante. O importante é ele focar nesses objetivos intermediários e se manter firme nas convicções.
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