quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Governo deve adiar decisão sobre caças da FAB para 2015

Daniel Rittner e Leandra Peres

A não ser que haja uma reviravolta no escândalo de espionagem eletrônica protagonizado pelos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff está praticamente convencida a adiar para 2015 a compra de novos caças à Força Aérea Brasileira (FAB), deixando o capítulo final da novela em torno do projeto FX-2 para um eventual segundo mandato.
Segundo auxiliares diretos da presidente, a decisão já estava muito perto de ser tomada, a favor da americana Boeing. Mesmo com as manifestações de junho e com as dificuldades orçamentárias, Dilma ainda estava disposta a fechar negócio para adquirir um lote inicial de 36 caças F-18 Super Hornet, avaliado em pelo menos US$ 5 bilhões. A revelação de que ela teria sido alvo direto de espionagem pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos mudou completamente o humor de Dilma, que já confidenciou a assessores sua intenção de não assinar nenhum contrato nos próximos meses.
Nas palavras de um auxiliar, se o presidente Barack Obama "tivesse entregado uma pasta com todas as escutas e emails interceptados" de Dilma e da Petrobras, teria sido mantida a visita de Estado a Washington e ainda havia possibilidades reais de levar adiante o negócio. Apenas uma mudança radical de postura da Casa Branca seria capaz de reabrir imediatamente a última fresta para um acordo com a Boeing, mas a chance de avanços em 2014 é "zero" porque "não se anuncia compra de caças em ano eleitoral", segundo fontes do Palácio do Planalto. Com isso, a decisão fica automaticamente para 2015, em um segundo mandato da petista ou cabendo a quem lhe suceder.
O novo cenário do FX-2, no entanto, não inverte a balança para o lado dos franceses. No governo Lula, a escolha dos caças Rafale chegou a ser cantada pelo ex-presidente brasileiro, quando recebeu o colega francês Nicolas Sarkozy no país, em 2009. De lá para cá, o favoritismo da Dassault - fabricante do jato - se esvaiu, diante da proximidade cada vez maior entre Boeing e Embraer.
O Palácio do Planalto recebeu relatos de que já houve um mal-estar entre a francesa DCNS e a Marinha envolvendo a transferência de tecnologia no contrato para a construção de quatro submarinos de propulsão convencional. O contrato abrange também a parte não nuclear - como o casco - do primeiro submarino nuclear brasileiro. A percepção de problemas recentes desestimula a equipe presidencial a apostar em uma nova parceria de longo prazo com a França, com os caças, numa encomenda inicial de 36 jatos, mas que pode chegar a 124 unidades no longo prazo.
Dilma também recebeu a informação de que o governo indiano, após um acordo para adquirir até 126 caças em um período de dez anos, enfrenta dificuldades na absorção de tecnologia pela Dassault. Essa foi a primeira venda dos caças Rafale a um país estrangeiro e a experiência da Índia é acompanhada com atenção pelos assessores presidenciais.
Os caças suecos Gripen, terceira opção entre os finalistas do FX-2, são vistos no Planalto como um "projeto" e ainda não convenceram o entorno político de Dilma. Até agora, a ofensiva da fabricante Saab não foi capaz de desfazer a percepção de que sua escolha seria uma espécie de tiro no escuro, embora o próprio governo da Suécia já tenha encomendado 60 unidades do Gripen NG (New Generation) - a Suíça adquiriu outros 22 jatos. Os caças têm entrega a partir de 2018.
A Saab busca usar a seu favor o fato de que o caça ainda está em desenvolvimento. Caso Dilma se decida pelo Gripen NG, a fabricante sueca promete a produção de 80% da estrutura do avião no país. Também oferece o financiamento integral para os equipamentos, de forma a aliviar o orçamento da FAB, com o início do pagamento seis meses após a entrega da última das 36 unidades - ou seja, daqui a cerca de 15 anos.
Um dos fatores citados no governo contra uma decisão imediata é a falta de espaço fiscal para encomenda desse porte. O financiamento a longo prazo resolve uma parte do problema, ao evitar desembolso da Aeronáutica nos próximos anos, mas pode ter efeito no cálculo da dívida.
As manifestações populares de junho são apontadas por alguns observadores como mais um complicador, que ajudaram no adiamento do leilão do trem de alta velocidade Rio-São Paulo-Campinas. O Planalto, entretanto, não aponta os protestos de rua como elemento-chave na decisão de Dilma sobre os caças.
O novo adiamento cria um problema concreto para a proteção do espaço aéreo: a FAB conseguiu prolongar a vida útil dos caças Mirage 2000 C/D usados que comprou da França, em 2005, mas o ciclo operacional dos jatos termina inevitavelmente no fim deste ano. Eles serão desativados, em definitivo, e não há mais nenhum caça de interceptação disponível na frota da Aeronáutica.
Para remediar o problema, a Embraer está modernizando e adaptando caças F-5, usados tradicionalmente para defesa aérea e ataque ao solo. Eles complementam, mas não eliminam a necessidade de compra dos novos aviões, que são de múltiplo emprego e de geração superior.
Em 2005, após sepultar a primeira versão do projeto FX, o governo Lula decidiu comprar um lote de 12 Mirage usados para não ficar unicamente na dependência dos caças F-5. É esse o dilema que reaparece agora, fazendo surgir novamente especulações em torno da compra de outro lote de aviões usado, como solução "tampão" até o desfecho da concorrência.
A compra dos novos caças se transformou numa novela que já dura mais de 13 anos e atravessou governos de três presidentes diferentes. Alegando que sua prioridade de gastos era com o Fome Zero, Lula extinguiu o primeiro processo de disputa, batizado como FX. Na época, a Dassault era favorita, oferecendo os caças Mirage 2000/BR. Corriam por fora os russos da Sukhoi.
O sepultamento da primeira concorrência foi até bem vista pelos militares, diante da constatação de que surgia uma nova geração de caças. Isso permitiu, na reabertura da disputa em 2008, quando passou a ser chamada de FX-2, a apresentação de propostas com aviões mais modernos.
Dilma, assim que assumiu, desacelerou o processo de decisão e evitou dar um desfecho nos dois primeiros anos de mandato. Nos últimos anos, havia grande expectativa de que finalmente o martelo fosse batido. Em agosto, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, o comandante da FAB, tenente-brigadeiro Juniti Saito, havia declarado que a decisão da presidente seria tomada "em curto prazo".
O ministro da Defesa, Celso Amorim, também vinha dando indicações de que a escolha final estava prestes a ser feita. Depois do anúncio, ainda há negociações até a assinatura do contrato.
VALOR ..SNB

OPERACIONAL - Militares treinam resgate na água

Se alguém um dia estiver no meio do mar precisando de socorro, certamente, a pessoa que mais vai querer encontrar é este homem da foto. Ele é o Sargento Gilson de Araújo, da Força Aérea Brasileira, e tirar gente da água é uma de suas especialidades. Nesta semana, o Sargento e mais de 200 outros militares participam do exercício Carranca 2, em Florianópolis (SC), onde treinam missões de busca e salvamento. 

"Não basta ter coragem. É preciso ter treinamento e muita técnica", diz o Sargento De Araújo. Além de saber saltar do helicóptero, nadar, conhecer os primeiros socorros e os métodos para remoção das vítimas, ele conta que também é necessário cuidar do aspecto psicológico. "Precisamos acalmar a pessoa, que muitas vezes está desesperada. Temos que conversar, saber passar tranquilidade", explica. 

No exercício Carranca 2, o treinamento ocorreu na Baía Sul, uma área de mar próxima à Base Aérea de Florianópolis. Uma equipe de avaliadores acompanhou tudo de perto, em um barco, para analisar os procedimentos e sugerir melhorias para a técnica utilizada pelos Esquadrões da Força Aérea equipados com helicópteros. A “vítima” também era um militar da FAB. Mas o treinamento não foi fácil. Antes das 8 horas da manhã, a temperatura era de 18ºC em terra. Durante o resgate, com o vento do helicóptero, o Sargento De Araújo enfrentou uma água bem mais fria.
Para fazer parte dessa equipe de "resgateiros", como são chamados, os militares precisam concluir o curso de Busca e Salvamento, ou curso SAR, da sigla em inglês Search and Rescue. Há ainda várias formações complementares, como mergulho, paraquedismo e operações especiais. Um primeiro passo para muitos dos resgateiros é a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), onde se formam como Sargentos da Força Aérea.

Mas além do resgateiro, outro profissional também encara o salvamento como um desafio: o piloto do helicóptero. Fazer a aeronave permanecer estável a uma pequena altitude da água não é tarefa fácil. "Tudo o que passa na nossa cabeça é o nosso treinamento, que foi feito de forma intensa.", conta o Tenente Marcel Garcia. A técnica utilizada é o chamado método Kapoff, que utiliza o guincho da aeronave para fazer o resgate. 

Os dois fazem parte do Esquadrão Pelicano, baseado em Campo Grande (MS). A unidade é a única da FAB focada apenas em missões de busca e resgate.
 Fonte: Agência Força Aérea

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

OPERACIONAL - FAB treina busca de aeronave desaparecida

Um caça F-5FM com dois Oficiais da FAB cai em uma área montanhosa próxima ao litoral de Santa Catarina. Como o avião tem uma camuflagem em tons esverdeados e o próprio uniforme dos pilotos também é verde, a missão vira um desafio para os tripulantes do avião SC-105 Amazonas, acionado para a busca. Mas em menos de duas horas de voo, eles avistam um paraquedas e cumprem mais uma tarefa no exercício Carranca 2, que acontece a partir da Base Aérea de Florianópolis (SC). 

Na missão de hoje, o centro de coordenação informou como área de buscas uma região com mar, montanhas, fazendas e praia. O avião SC-105 passou a voar baixo, em um turbulento voo a aproximadamente 300 metros de altitude. A todo instante, curvas fechadas para um perfil de voo que é um verdadeiro "pente fino" na área. As montanhas também eram um desafio, com subidas e descidas a cada obstáculo no terreno.No SC-105 que cumpriu essa missão, duas poltronas se destacam na parte de trás. Nelas ficam sentados os dois observadores, militares que têm a missão de tentar avistar qualquer indício do objetivo buscado. "O segredo é muito treinamento. O Esquadrão Pelicano tem uma equipe de observadores muito boa, muito bem treinados", conta o Suboficial Eliézer Alves, um dos observadores nesta missão. Eles se revezam: o SC-105 leva duas duplas que trocam de lugar a cada 30 minutos. 

Com fones de ouvido e microfone, eles conversam a todo instante com os pilotos, que precisam manter o avião em uma altitude e velocidade adequadas para o trabalho dos observadores. É preciso ainda se preocupar com o relevo, nuvens e o clima. "É uma missão que exige muito da tripulação porque o pessoal tem que estar constantemente atento e tem o compromisso de estar observando tudo o que acontece. Ou seja, a gente não tem o privilégio de deixar que o sobrevivente passe e não seja observado", lembra o Tenente Francis Guilherme Pereira, um dos pilotos do SC-105 nessa missão de treinamento.No treinamento de hoje, o Tenente Guilherme também teve uma surpresa: foi ele quem avistou primeiro o paraquedas colocado ali pela direção do exercício. "A responsabilidade de localizar é dos observadores. Os aviadores vão tentar colocá-los na melhor posição. Mas a gente pode ajudar sim", conta. "A própria aeronave nos ajuda muito na pilotagem. É uma aeronave nova, com todos os recursos disponíveis hoje na aviação. Tudo para facilitar o trabalho da tripulação", completa.

Em um voo deste tipo, o SC-105 leva até dez militares: três pilotos, dois mecânicos, um rádio-operador e quatro observadores. A aeronave conta com poltronas e até macas para descanso daqueles que estiverem nos momentos de descanso. A autonomia máxima é de 7 horas na missão de busca.
Recebidos a partir de 2009 pelo Esquadrão Pelicano, os turbohélices SC-105 Amazonas são aviões especialmente preparados para a missão de busca. Vistos de fora, se destacam pelas duas imensas bolhas de onde os observadores conseguem enxergar todo o terreno à sua frente. Também há sistemas de comunicação por satélite fundamentais para o contato com o centro de coordenação das buscas e com helicópteros envolvidos no resgate. Para missões no mar, o SC-105 também pode lançar botes e kits de sobrevivência. 

Responsabilidade sobre 22 milhões de Km²

Baseado em Campo Grande (MS), o Esquadrão Pelicano mantêm suas aeronaves de alerta 24 horas por dia, todos os dias. E, quando a sirene toca, um avião precisa estar no ar em menos de uma hora. "A gentedecola de Campo Grande sem hora, sem data pra voltar. Então depois de horas e A missão de busca visual acontece a baixa altitudehoras de busca, depois de dias e dias de busca, às vezes Carnaval, Natal, Ano Novo... A gente encontrar um sobrevivente é motivo de muita satisfação e a certeza do dever cumprido", lembra o Suboficial Eliézer, com 32 anos de serviço na FAB, sendo 13 somente no Esquadrão Pelicano.

Para missões deste tipo, a FAB também conta com aviões P-3AM do Esquadrão Orungan, de Salvador (BA); P-95 dos Esquadrões Phoenix e Netuno, de Florianópolis (SC) e Belém (PA); e SC-130 Hércules, do 1º Grupo de Transporte de Tropa, do Rio de Janeiro (RJ). No entanto, o Pelicano é a única unidade especializada nessa missão e também conta com helicópteros H-1H.

Por força de tratados internacionais, o Brasil tem a responsabilidade de realizar missões de busca e salvamento não só sobre seu território, mas também em uma ampla região do Oceano Atlântico. Somando-se tudo, a área total é superior a 22 milhões de Km², maior que a área somada de todos os países da América Latina.

 Fonte: Agência Força Aérea...SNB

Embraer compra a Atech, empresa de inteligência e estratégia em defesa

Companhia de tecnologias em segurança faturou R$ 50 milhões no ano passado e é uma das desenvolvedoras do reator para o submarino nuclear brasileiro

Nesta terça-feira (24), a Embraer deu mais um passo em direção à consolidação no mercado de defesa e segurança. Agora, a tradicional empresa de aviação nacional é a única dona da Atech, empresa de consultoria especializada, estratégia e inteligência de segurança nacional. O valor do negócio não foi divulgado.
A empresa é uma das principais fornecedoras de tecnologia para proteção de fronteiras na região amazônica, pelo Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam). Em novembro de 2012, a empresa venceu uma licitação da Marinha para participar do desenvolvimento do reator do submarino nuclear brasileiro. O contrato estava avaliado em R$ 231 milhões.
A Embraer já era dona de 50% da Atech Negócios em Tecnologias desde 2011, quando comprou metade do negócio por R$ 36 milhões. Para este ano, a empresa espera um incremento de até 60% no faturamento. Em 2012, a empresa faturou R$ 50 milhões.
IG...SNB

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Embraer aposta em cargueiro para FAB voar da Amazônia à Antártica

Por décadas a fabricante brasileira de aeronaves Embraer manteve sua cabeça baixa, longe de aviões maiores e da competição com gigantes da indústria que seus executivos chamavam de "cachorros grandes". Um avião cargueiro militar descendo a pista está prestes a mudar isso.
Em um desafio direto para o avião cargueiro Hércules, da Lockheed Martin, a Embraer promete o KC-390, um jato que voa mais alto, mais cheio e mais rápido --a um preço menor.
O Ministério da Defesa do Brasil está investindo US$ 2 bilhões no desenvolvimento da aeronave, que servirá para transporte de tropas, materiais e também como avião reabastecedor em voo. O Brasil deverá comprar 28 aviões, em um contrato que deve ser assinado nos próximos seis meses. Executivos da Embraer projetam que o avião de carga será usado pela Força Aérea Brasileira para pousar em pistas improvisadas da Amazônia à Antártida.Se o avião estiver voando até o fim de 2014, como planejado, o Brasil irá ser bem sucedido em um segmento no qual os concorrentes tropeçam, ultrapassando programas lançados por Rússia, Índia e China na última década. Será o maior avião já feito na América Latina, com um corpo grande o suficiente para transportar um helicóptero Blackhawk.
O movimento ousado é parte da campanha do Brasil por credibilidade como um competidor importante no cenário mundial. Após anos focando em equipamentos militares de segunda-mão, o país está fortalecendo sua indústria de defesa nacional e visando as exportações em um momento de encolhimento do mercado global.

Não acredito que o Hércules alguma vez tenha enfrentado uma concorrência tão séria --e é a aeronave mais antiga em produção, disse Richard Aboulafia, consultor de aviação do Teal Group.
A Embraer está apostando que pode não apenas alcançar o Hércules como superá-lo em várias frentes ao usar motores a jato em vez das robustas turboélices que alimentam a aeronave da Lockheed desde os anos 1950. Ao perturbar o senso comum em transporte tático, a Embraer está colocando suas esperanças na mesma família de motores que alimentam o Airbus A320, e prometendo uma vantagem quando se trata de carga útil máxima, velocidade e altitude de cruzeiro. Mas a Lockheed argumenta que nada pode igualar a durabilidade das turboélices.
Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Portugal e República Tcheca, em conjunto, solicitaram 60 novos aviões de carga. Nos próximos dez anos, a Embraer vê um mercado de mais de 700 aviões no valor de 50 bilhões de dólares.
Elas nos dão uma tremenda vantagem ao entrar na terra, em cascalho e em pistas de pouso despreparadas, disse Larry Gallogly, ex-piloto C130J para a Força Aérea dos EUA que agora trabalha para a Lockheed. Se você vai para essas pistas de pouso com um motor a jato, esse motor pode ser destruído.
Se você tivesse me perguntado isso há 30 anos, eu teria dito que um turboélice é melhor em terrenos acidentados. Hoje eu tenho certeza de que não é, disse Paulo Gastão, diretor do programa KC-390 da Embraer e ex-engenheiro de vôo da Força Aérea Brasileira.
Ainda assim, analistas dizem que essa será uma venda difícil para o punhado de países que implementam regularmente unidades de operações especiais em território hostil. Ao optar por um motor que já voou 1 milhão de horas, a Embraer está evitando os riscos associados às últimas tecnologias de turboélices. Hélices enormes feitas de materiais compostos contribuíram para atrasos onerosos no avião de carga Airbus A400M, por exemplo.
Mesmo assim, o afastamento das turboélices significa sacrificar a eficiência de combustível e autonomia --dois pontos em que o Hércules sairá ganhando.
Demanda reprimida
O motor a jato pode ajudar a definir o KC-390, em um mercado que tem mostrado sinais de estagnação sob o domínio da Lockheed. A fabricante de aviões norte-americana vendeu mais de 2 mil aviões Hércules em suas primeiras quatro décadas, mas as vendas do atualizado C130J Super Hércules quase não superaram 300 unidades desde a virada do século.
A demanda inicial para o Super Hércules foi morna, mas as vendas já aceleraram nos últimos cinco anos e a Lockheed espera fechar negócios para outras 300 aeronaves nos próximos anos. A enorme base de usuários e a infraestrutura de suporte global vão ajudar nas campanhas de vendas.
Os brasileiros estão prometendo agitar o mercado superando o Super Hércules no preço.
Um preço competitivo será chave para a Embraer, que não pode contar com um enorme mercado interno como muitas outras fabricantes de produtos militares. Em vez disso, o Brasil tem se aproximado de nações parceiras que manifestaram interesse no novo avião em troca de um papel no seu desenvolvimento industrial --uma versão latino-americana das coligações que deram apoio a grandes produtos de defesa europeus.
"Estamos olhando para uma parcela razoável disso", disse Gastão, acrescentando que 15 por cento do mercado seria uma fatia saudável. "Não precisa ser muito para ser muito interessante."
As entregas estão programadas para começar em 2016 e a empresa deve levar cerca de quatro anos para atender a demanda inicial, disse ele. A Embraer também estudou versões civis do jato de carga, incluindo uma versão mais longa para o serviço postal brasileiro.
Foco na fronteira
A Embraer escolheu um momento complicado para lançar seu maior programa militar, quando cortes no orçamento das maiores forças armadas do mundo estão sacudindo a indústria de defesa.
O destino do KC-390 vai provar se o foco da Embraer em mercados de fronteira na América Latina, África, Sul da Ásia e no Oriente Médio pode salvar sua divisão de defesa da crise mais ampla. Quase 90 por cento do mercado estimado de aviões de carga está fora de Estados Unidos, Europa, China e Rússia.
Um acordo com a Boeing para vendas conjuntas para os Estados Unidos, Grã-Bretanha e partes do Oriente Médio poderia expandir o mercado de aviões em cerca de 400 aeronaves, de acordo com uma fonte da indústria que não quis se identificar, dada a natureza preliminar dos estudos.
Se o KC-390 tivesse chegado uma década atrás, teria sido um excelente candidato para o programa Joint Cargo Aircraft dos EUA, mas o excesso de aviões de carga e cortes no orçamento diminuíram suas chances no país, de acordo com uma fonte em Washington. A maior abertura do mercado dos EUA pode vir depois de 2020, quando o Pentágono começará a substituir centenas de seus C-130s antigos.
SNB

TRÁFEGO AÉREO - Seminário aborda benefícios e inovações do Programa SIRIUS

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) realiza entre 14 e 17 de outubro, no Rio de Janeiro (RJ), o Seminário ATM Sirius Brasil – Impulsionando o Desenvolvimento do ATM Nacional. Gratuito e aberto ao público, o evento vai apresentar os temas relacionados ao desenvolvimento do gerenciamento de tráfego aéreo no país, com uma visão prospectiva para o ano de 2023. As inscrições estão abertas até o dia 1°.nformações e inscrições: 
O foco será o programa Sírius Brasil, que propicia maior eficiência ao gerenciamento do tráfego aéreo no Brasil, com redução no tempo de voo, consumo de combustível, poluição do meio ambiente e ruído em torno dos aeroportos. A chamada Navegação Baseada em Performance (PBN, da sigla em inglês Performance Based Navigation), já operação nas áreas terminais de Brasília e do Recife.
A expectativa do DECEA é reunir empresas aéreas, associações de classe envolvidas no transporte aéreo e aviação geral, controladores de tráfego aéreo, pilotos, profissionais ligados à infraestrutura de tráfego aéreo, gerentes ATM, empresas de infraestrutura aeroportuária e instituições de ensino superior ligadas à aérea. A ideia é debater temas como o uso de satélites na gestão do tráfego aéreo, comunicação digital e gestão estratégica da navegação aérea.

Veja no vídeo abaixo como funciona o programa Sírius.
Fonte: DECEA SNB

Operação Laçador 2013


SNB