segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Documentos revelam que Petrobras foi alvo de espionagem dos EUA

Denúncias que envolvem a sétima maior empresa de petróleo e gás do mundo mostram supostas práticas de espionagem a serviço de interesses comerciais dos EUA, segundo reportagem do “Fantástico”, da Rede Globo

O governo dos Estados Unidos, por meio do programa de monitoramento da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), espionou a Petrobras, segundo documentos repassados ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald pelo ex-funcionário de uma prestadora de serviço do órgão, Edward Snowden.
Apesar de negar fazer espionagem econônima, a NSA usou a empresa brasileira, a sétima maior do mundo de petróleo e gás, como exemplo em uma apresentação de treinamento ensinando novos agentes a monitorar redes privadas de grandes empresas, governos e instituições financeiras. As informações foram divulgadas este domingo (8) pelo “Fantástico”, da Rede Globo.Uma semana: Dilma dá prazo para EUA explicarem espionagem
O documento, de caráter ultrassecreto, aponta que o serviço tem como clientes a própria Casa Branca além da diplomacia americana e os serviços secretos. 
De acordo com a reportagem, a apresentação mostra o passo a passo de como espionar redes privadas e a Petrobras aparece em vários slides. O Google, a diplomacia francesa e a Swift (cooperativa que monitora transações de mais de dez mil bancos) também foram alvo das investigações.
Não se sabe ainda se a NSA teve acesso a algumas informações sigilosas da Petrobras como, por exemplo, detalhes do leilão marcado para outubro, da exploração do Campo de Libra, pertencente ao pré-sal da Bacia de Santos.
A denúncia acontece uma semana depois que outros documentos indicaram que as comunicações da presidente Dilma Rousseff e de seus principais assessorestambém foram monitoradas pela NSA .
Interesse gera polêmica
A espionagem à Petrobras pelo governo dos EUA deve gerar polêmica em todo o mundo, uma vez que a empresa descobriu algumas das maiores reservas de petróleo nos últimos anos. O pré-sal brasileiro pode conter até 100 bilhões de barris de petróleo, de acordo com a Univeridade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Se a espionagem de fato ocorreu e o espião for competente, acho que ele deveria estar muito mais preocupado em espionar tecnologia, porque o pré-sal é monopólio do Brasil e a Petrobras sempre foi reconhecida por ser a segunda maior conhecedora de exploração de petróleo no mar”, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE).
Uma das reservas, localizada no campo de Libra, pode conter mais de 12 bilhões de barris de petróleo. De acordo com a Reuters, trata-se da quantia necessária para suprir as necessidades dos EUA por petróleo por um período de quase dois anos.
A estatal deve dobrar de tamanho até 2020, de acordo com estimativa de Graça Foster, presidente da Petrobras, divulgada em maio deste ano. A produção da empresa deve saltar dos atuais 2,2 milhões de barris equivalentes (petróleo e gás natural) por dia para 5,7 milhões em 2020. O número considera a produção da própria Petrobras e de empresas a ela conveniadas.
"Fizemos 53 descobertas no Brasil nos últimos 14 meses. Só no pré-sal, foram 15", disse Graça, durante o anúncio, em maio. "As reservas da Petrobras têm potencial para dobrar de tamanho e atingir 31,5 bilhões de barris de óleo equivalente nos próximos anos (…) Não há dúvida de que os resultados são fruto dos investimentos da companhia, que cresceram 21,5% ao ano desde 2000 e atingiram US$ 42,9 bilhões em 2012”.
A Petrobras ficou em 20º lugar no ranking das 100 maiores companhias do mundo elaborado pela revista Forbes em maio deste ano. A estatal, segundo a revista, tem valor de mercado de cerca de R$ 270 milhões (US$ 120,7 bilhões) e fica em 7º lugar entre as maiores companhias do setor de petróleo e gás do mundo.
Recentemente, Graça Foster, presidente da Petrobras, foi indicada como a 18ª mulher mais poderosa do mundo também pela Forbes. Entre as mulheres de negócios, ela ficou atrás apenas de Indra Nooyi, CEO da Pepsico. Graça assumiu a presidência da companhia em fevereiro de 2012, substituindo Sergio Gabrielli, que deixou o cargo para seguir carreira política na Bahia.
De acordo com o último balanço trimestral divulgado, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 6,201 bilhões no segundo trimestre de 2013, revertendo prejuízo registrado no mesmo período do ano passado. O resultado superou as expectativas dos analistas, que esperam lucro próximo aos R$ 5 bilhões. Na comparação com o trimestre anterior, no entanto, o lucro foi 19% menor, devido à depreciação cambial sobre a dívida líquida.
Tensão diplomática
A espionagem sobre a Petrobras deve complicar ainda mais um impasse diplomático tenso entre os EUA e o Brasil, a maior economia da América Latina, provocada pela suposta espionagem da NSA às chamadas telefônicas privadas e e-mails da presidente Dilma Rousseff. O Brasil exigiu um pedido formal de desculpas e Dilma pode cancelar sua visita aos EUA, a única oferecida pelo governo dos EUA a um líder estrangeiro, em outubro deste ano.
As tensões na semana passada levaram a uma reunião improvisada entre Dilma e Barack Obama, presidente dos EUA, durante a reunião do G20, dos líderes das principais economias, na Rússia. Após a reunião, Obama disse que iria investigar as alegações.
Autoridades norte-americanas, incluindo Obama em uma viagem ao Brasil em 2011, e uma visita em junho do vice-presidente Joe Biden, citaram a importância de novas grandes descobertas de petróleo no País e assinalaram intenções de trabalhar em estreita colaboração com o país para as necessidades energéticas do futuro.
*Com informações da Reuters.SNB

domingo, 8 de setembro de 2013

Exército precisa de R$ 58 bilhões até 2030

ROBERTO GODOY - O Estado de S.Paulo
O Exército brasileiro tem sete projetos estratégicos e precisa investir neles cerca de R$ 58,2 bilhões ao longo dos próximos 16 anos - até 2030, se tudo correr bem. É um problema. O governo, que até junho havia liberado apenas 50% do valor previsto para as aplicações deste ano, reteve, ainda, todas as dotações incluídas em emendas parlamentares.
Em maio, a equipe econômica cortou R$ 3,67 bilhões dos recursos destinados ao Ministério da Defesa e de novo em julho aparou mais R$ 919,4 milhões. O ministro Celso Amorim alertou a presidente Dilma Rousseff para o risco de uma paralisação nos programas prioritários das três Forças - Exército, Marinha e Aeronáutica. Na saída, levava na pasta a promessa da liberação de R$ 400 milhões. Compromisso sem data.
Uma saída seria a inclusão do pacote de projetos no PAC, onde duas iniciativas da Defesa já estão abrigadas, o desenvolvimento do cargueiro militar da Embraer, o KC-390 e a produção, em todas as fases, de quatro submarinos avançados - de propulsão diesel-elétrica - mais o primeiro modelo nuclear. Consultado pelo Estado, o Ministério do Planejamento e Gestão informou que também o sistema Astros 2020 e o blindado Guarani (veja o infográfico) estavam fora do contingenciamento. Não é verdade, garante fonte do Exército. Os dois programas não foram incluídos no PAC em 2013.
O projeto mais ambicioso do conjunto da Força Terrestre é o Sisfron, muralha eletrônica de 17 mil km integrando estações digitais, radares terrestres e unidades militares dotadas de recursos avançados. O Sisfron começou sólido. A etapa piloto da primeira fase vai ser feita depressa, fica pronta já em 2015 e cobre 650 quilômetros na divisa do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, em Mato Grosso do Sul. "Vai custar R$ 839 milhões e isso significa apenas 6,99% do total do plano. É muito", diz Luiz Aguiar, presidente da empresa Embraer Defesa e Segurança, contratada para executar o plano. A faixa total controlada pelo projeto tem 150,5 km de largura e se estende como um corredor. "É o maior empreendimento do gênero em execução no planeta", diz o ministro da Defesa, Celso Amorim.
De fato. Visto em conjunto com o Sipam, escudo de vigilância da Amazônia, inaugurado em 2002, o Sisfron abrange o equivalente à porção ocidental da Europa - e mais um pouco. O pacote pretende controlar 30% do território nacional, no espaço que separa o Brasil de 11 de seus vizinhos.
Segundo Marcus Tollendal, o presidente da Savis (empresa da Embraer responsável pelo projeto), em dez anos, o Sisfron vai se expandir e atingir a Amazônia e o cone Sul. Segundo ele, há nessas áreas uma "mancha criminal" associada a um "vazio populacional" e à menor presença do Estado.
Mas no momento há certa apreensão. Em audiência pública da Comissão das Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado em 22 de agosto, o general Antonino Guerra Neto, do Centro de Guerra Eletrônica, afirmou que, mantidos os recursos no patamar previsto para 2014, o programa só vai ficar pronto em 2074, "quando será, a rigor, quase inócuo".
Megaeventos. Em outra ponta da lista de programas da primeira fila, os sistemas de defesa antiaérea, uma exigência da equipe mundial da organização dos eventos como a Copa e a Olimpíada, avançaram. Na semana passada, Amorim autorizou a abertura do processo de negociação para a compra de três baterias do Pantsir S1, moderno sistema russo de artilharia antiaérea, e duas outras do Igla-S.9K38, a versão mais recente do míssil leve disparado do ombro de um soldado. O negócio pode chegar a 800 milhões. O 9K38 tem alcance de 6 km, é mais pesado que as séries anteriores, usa sensor de localização de alvos de eficiência expandida e é mais resistente à interferência eletrônica de despistamento.
A operação é conduzida pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi. O processo montado pelo oficial prevê a aquisição de três baterias do Pantsir S1, combinação de mísseis terra-ar com alcance de 20 km e 15 km de altitude, mais dois canhões duplos, de 30 mm. As baterias transportam 12 mísseis 57E6. O radar de detecção atua em um raio de 36,5 km e pode localizar dez alvos por minuto. Cada uma das Forças receberá uma bateria Pantsir. "A melhor parte de todo o processo é que os russos aceitaram a demanda brasileira de que haja irrestrita transferência de tecnologia", diz De Nardi. Há três empresas nacionais envolvidas no esquema: Avibrás Aeroespacial, Mectron e Orbisat.
SNB

sábado, 7 de setembro de 2013

China para obter jatos russos Su-35 em 2014 - Rosoboronexport

RIA Novosti) - Moscovo e Pequim esperam selar o acordo sobre a venda de caças Su-35 da Rússia para a China em 2014, um oficial sênior do monopólio das exportações de armas da Rússia, disse neste sábado.
"As negociações estão em andamento, mas o negócio é improvável que seja selado antes do final do ano. A assinatura provavelmente irá ter lugar no próximo ano ", disse Viktor Komardin, vice-chefe da Rosoboronexport estatal.
"Os negociadores chineses estão discutindo a perspectiva técnica do avião", disse Komardin RIA Novosti.
Ele não disse quantos caças multifunção China quer comprar, mas acrescentou que Pequim também está interessada na compra de material bélico para eles.
"Não será certamente armas integrais, mas nós vamos estar discutindo armas externas", disse Komardin.
"Eles querem novos tipos de armas que temos, inclusive do [Moscow Region baseado] Tactical Missiles Corporation. Mas isso vai ser um negócio separado ", disse ele.
As negociações sobre a compra do russo Su-35 da China - uma modernização profunda do Su-27M, o grampo atual da Força Aérea da Rússia - foi inaugurado em 2010, mas congelado no ano passado.
No entanto, a Rosoboronexport cabeça Anatoly Isaikin disse a um grupo de pilotos chineses durante o show aéreo MAKS na Rússia na semana passada que vai "em breve" têm a oportunidade de voar o Su-35.
SNB

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CryEngine Licensee Trailer

SNB

Brasil deve lançar três novos satélites até 2026

O governo brasileiro está com planos bem avançados de colocar três novos satélites geoestacionários no espaço. Esses equipamentos teriam funções voltadas às comunicações governamentais estratégicas e militares, o que permitiria que as forças armadas deixassem de utilizar satélites da Embratel — o que ocorre atualmente com dois equipamentos. E eles seriam colocados em órbita até 2026.
Segundo a Agência Brasil, Caio Bonilha (presidente de Telebras) e Edwin da Costa (assessor do Ministério da Defesa) informaram que a meta do governo brasileiro é de lançar um novo satélite a cada cinco anos, já que a vida útil deles é de apenas 15 anos. O primeiro seria colocado em funcionamento em 2016 e ficaria ativo até 2031, quando um novo equipamento o substituiria.
Este primeiro satélite não será construído por empresas brasileiras e também não será lançado por aqui. A participação brasileira estaria apenas no gerenciamento, que será feito pela Visiona (uma parceria entre Embraer e Teleras). Quando estiver ativo no espaço, o satélite terá as comunicações civis controladas pela Telebras e as militares pelo Ministério da Defesa. Vale dizer que os dois postos de operação ficarão em bases militares.
A Agência Brasil ainda informa que os equipamentos vão trabalhar em três faixas diferentes. Uma delas é nacional (abrangendo todo o país), outra é regional (cobrindo América do Sul, Central e parte dos oceanos Atlântico e Pacífico) e a terceira é móvel (podendo variar a área de suporte de acordo com a demanda do governo brasileiro). Não foram informados maiores detalhes sobre os outros satélites  que devem ser lançados até 2026.
Fonte: Agência Brasil...SNB

Autorizada negociação para compra do sistema Pantsir-S1

Portaria assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, divulgada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (5), autoriza abertura dos processos de negociação para compra do sistema russo de artilharia antiaérea de médio alcance Pantsir-S1, capaz de abater alvos aéreos voando entre 200 metros e 20 km de distância e entre 5 km e 15 km de altitude. Esse equipamento pode atuar contra até 24 alvos simultâneos, sejam eles aviões, veículos aéreos não tripulados (VANT) e helicópteros, entre outros.
O negócio entre Brasil e Rússia esta sendo finalizado após um acordo de intenção assinado em fevereiro último em Brasília pelo primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, e o vice-presidente da República, Michel Temer. O objetivo inicial é adquirir cinco baterias antiaéreas, sendo duas delas de mísseis portáteis tipo MANPADS (Man-Portable Air-Defense System) Igla, de alcance máximo de 5 km e orientados por radiação infravermelha, e três do modelo Pantsir-S1, de médio alcance. As negociações envolvendo o Pantsir-S1 ficarão a cargo do Comando da Aeronáutica enquanto os Igla serão negociados pelo Exército Brasileiro. Um grupo de trabalho irá para a Rússia conhecer os sistemas, negociar valores e apresentar uma proposta de contrato.
Segundo a portaria do Ministério da Defesa, a compra envolve “transferência irrestrita de tecnologia”. Além disso, o texto admin/publicado no DOU menciona a dispensa de licitação referentes ao sistema de médio alcance por força da Lei que permite compras sem concorrência quando a segurança nacional esta acima de interesses menores. Com relação aos Igla a dispensa baseia-se na padronização requerida pelas estruturas logísticas das Forças. O conteúdo da portaria menciona também que será adquirido também um sistema de controle e alerta para artilharia de médio alcance, que ainda está em fase de desenvolvimento em conjunto com a Rússia, bem como três sensores e três centros de operações para o Pantsir-S1, além de itens logísticos, de simulação, de capacitação operacional e operação das armas. Cada bateria Pantsir-S1 russa engloba seis carros 8x8 equipados com radares, mísseis e canhões, e veículos de apoio e  Remunisiamento /manutenção.Além de preencher uma lacuna há muito tempo existente na capacidade militar do País, a chegada desse material de defesa antiaérea vem atender ao requisitos de segurança das instituições internacionais que estão coordenando os preparativos para os grandes eventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos três anos, como por exemplo, a Copa do Mundo de 2014 gerenciada pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
Por Ivan Plavetz
SNB..

Satélite brasileiro não está totalmente livre de restrições militares norte-americanas. Segundo satélite (SGDC-2) deverá operar em 2022

Um detalhe até então desconhecido da escolha do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Brasileiro, o SGDC-1, cujo fornecedor (Thales Alenia) foi anunciado há poucas semanas, é que ele não é um satélite imune à regulamentação militar norte-americana. Não é, portanto, um satélite ITAR-free. ITAR é a sigla para International Traffic in Arms Regulations, que é a regulação dos EUA que limita o compartilhamento de informações e a venda de equipamentos que possam ter relevância militar para o governo norte-americano. Na prática, qualquer tecnologia desenvolvida nos EUA que seja classificada como ITAR está sujeita a essas restrições, mesmo quando comercializadas por uma empresa estrangeira.

No caso do satélite brasileiro, a Thales é uma empresa francesa, que em tese teria condições de fornecer um satélite sem essas restrições do ITAR. Mas na prática, chegar aos custos, escala e prazos necessários sem passar por nenhuma tecnologia norte-americana é quase impossível. Segundo fontes que acompanharam o processo de contratação do satélite, isso significa que algumas partes da tecnologia do satélite não poderão ser compartilhadas com brasileiros, mas não se sabe exatamente o quê. Ainda segundo essas fontes, a limitação do ITAR não deve se aplicar à capacidade em banda X do satélite, que será usada para fins militares.

VLS

Nesse caso, os fornecedores escolhidos dos componentes e subsistemas do satélite seriam ITAR-Free. Também existe a expectativa de que parte da tecnologia a ser utilizada pelo lançador (cujo fornecedor é a Arianespace) poderá ser absorvida pela equipe envolvida no projeto do Veículo Lançador de Satélite (VLS), trabalho há anos sendo desenvolvido no Brasil para lançamento de pequenos satélites e que teve significativa perda de material humano e atraso quando ocorreu o acidente na base de Alcântara, em 2003, matando mais de 20 pessoas envolvidas no projeto.

Originalmente, o projeto do SGDC previa que ele fosse totalmente livre dessas restrições inerentes ao ITAR, até para que o governo pudesse maximizar a transferência tecnológica, mas isso não foi possível nas condições de preço e prazo disponíveis. Ainda assim, a avaliação é de que o acordo firmado com a Thales permitirá a incorporação de uma quantidade razoável de conhecimento ao processo.

A expectativa é de que até abril ou maio de 2014, quando o satélite passará a ser efetivamente construído, a Agência Espacial Brasileira (AEB) anuncie como será a participação de empresas brasileiras ligadas a esse segmento no processo de transferência tecnológica.

Not made in Brazil

Um outro detalhe sobre o SGDC-1: ele não tem, pelo menos até esse momento, nenhum componente fabricado no Brasil, mas isso ainda pode mudar. Existe a possibilidade de que alguns sistemas secundários possam contar com fornecedores brasileiros. Mas isso será avaliado posteriormente, dentro do projeto final do satélite, e de modo a assegurar a performance e a segurança do equipamento nas condições contratadas, segundo fontes ouvidas por este noticiário.
SGDC-2  só deve operar em 2022
O projeto original do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Brasileiro (SGDC) prevê um total de três satélites para uso civil e militar. Desde a sua origem, o projeto já sofreu inúmeras mudanças de escopo, prazo e orçamento. Uma mudança recente, em função até do atraso para a escolha do SGDC-1, foi a data prevista para operação (agora oficialmente meados de 2016) e a previsão do cronograma para o SGDC-2. Originalmente, o segundo satélite seria contratado em 2016. Agora, a expectativa do governo é que ele comece a ser contratado em 2019 para entrar em operação até 2022. O terceiro satélite só viria depois disso, caso não se opte por fazer dois de uma vez.

O SGDC-1, que ficará na posição 75°W (a dispensa de licitação foi, aliás, aprovada nesta quinta, 5, pela Anatel), deve começar a ser construído em cerca de nove meses, a partir do momento em que a Visiona (prime-contractor) tiver o mandato da Telebras para assinar o contrato com a Thales, o que deve acontecer no próximo mês.

A construção das instalações que abrigarão o centro de controle deve começar ainda este ano, e será coordenada pela Telebras e pelos órgãos de defesa. A única restrição, nesse caso, é que os dois centros de controle ficarão em áreas militares, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Outra variação nos planos originais se deu no orçamento. O primeiro satélite deveria ter custado R$ 700 milhões, mas com a variação cambial, o custo está estimado entre R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão. Segundo apurou este noticiário, com a preocupação crescente do governo com a soberania de suas informações, a tendência é que não haja dificuldades para fazer esse ajuste orçamentário, mas é algo que ainda precisará ser discutido com o governo.
SNB..