sábado, 18 de maio de 2013

ÁGATA 7 - Forças Armadas iniciam operação em 16,8 mil km de fronteira



As Forças Armadas iniciaram na manhã deste sábado a Operação Ágata 7 em toda extensão da fronteira brasileira com os dez países sul-americanos. Com o emprego de 25 mil militares e a participação de agentes das polícias federal, rodoviária federal, militar e de agências governamentais, esta edição é a maior mobilização realizada pelo governo brasileiro no combate aos ilícitos entre Oiapoque (AP) e Chuí (RS). 
Antes de a operação ser deflagrada, o governo manteve contatos com os países vizinhos para o repasse de informações sobre o emprego do aparato militar. A Ágata integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF) sob a coordenação do Ministério da Defesa e comando do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). A execução cabe à Marinha, ao Exército e à Força Aérea Brasileira (FAB).
A Ágata 7 acontece às vésperas da Copa das Confederações, competição esportiva que será realizada em seis cidades-sede – Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Em função deste evento, o Ministério da Defesa optou por uma mobilização que envolvesse os 16,886 quilômetros de fronteira. Nas edições anteriores, as ações ocorreram em trechos da divisa do Brasil com os países sul-americanos.
Durante a mobilização, militares estarão atentos aos principais crimes transfronteiriços como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais, contrabando de veículos, imigração ilegal, problemas indígenas e garimpo.
A operação foi instruída por meio do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), criado por decreto da presidenta Dilma Rousseff, em junho de 2011. Atualmente, a Ágata conta com a participação de 12 ministérios e 20 agências governamentais, além de aglutinar instituições dos 11 estados da região de fronteira.
Forças Armadas
Como a operação se desenvolve ao longo de toda a fronteira terrestre, as tropas contarão com os centros montados nos Comandos Militares da Amazônia (CMA), em Manaus (AM); do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS); e do Sul (CMS), em Porto Alegre (RS). Nesses locais atuarão militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. No entanto, as três Forças utilizarão homens e equipamentos das Organizações Militares, além de poderem contar com reforço de outras regiões.
A Marinha fará uso de navios patrulha fluvial, helicópteros UH-12, navios de assistência hospitalar e lanchas. Participam da operação destacamentos operacionais dos fuzileiros navais do Batalhão de Operações ribeirinhas, capitanias, agências e destacamentos fluviais.
O Exército fará o emprego de aeronaves, além de blindados e veículos leves para o transporte das tropas. A Força terrestre desenvolverá ações de bloqueios de rodovias montados em pontos estratégicos da fronteira brasileira.
No caso específico da Força Aérea Brasileira (FAB), o centro de operação ficará no Comando Geral de Operações Aéreas (COMGAR), com sede em Brasília. Para tanto, a Aeronáutica tem à disposição os aviões Super Tucano (A-29), os caças F5EM, os aviões radares, os VANTs e os helicópteros.
Os agentes governamentais, como as Polícias Federal e Rodoviária Federal, Receita Federal, bem como Anatel, Aneel, ANP, DNPM, ICMBio, Funai e Ibama, atuarão em conjunto em suas respectivas áreas.
Operação Ágata
Em quase dois anos, o Ministério da Defesa, por meio do EMCFA, já realizou seis edições da Operação Ágata. A faixa de fronteira situa-se 150 quilômetros a partir da divisa. Esse território compreende 27% do território nacional onde estão 710 municípios, sendo 122 cidades limítrofes e 588 não limítrofes.
A fronteira tem 16.886 quilômetros de extensão, sendo 7.363 quilômetros de linha seca e 9.523 quilômetros de rio, lagos e canais. São 23.415 quilômetros de rodovias federais. Os estados de fronteira são: Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os países vizinhos são: Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Além do combate aos ilícitos, a Ágata contempla também Ações Cívico-Sociais (Acisos), que consistem em levar o atendimento médico, odontológico e hospitalar aos locais onde concentram famílias carentes. De acordo com o balanço integrado, as seis edições da Ágata resultaram em 59.717 procedimentos, 18.304 atendimentos médicos e 29.482 odontológicos. Cerca de 9 mil pessoas foram vacinadas e distribuídos 195.241 medicamentos.
Fonte: MD...SNB

ÁGATA 7 (Vídeo) - Veja como será a atuação das Forças Armadas

As Forças Armadas iniciaram na manhã deste sábado a Operação Ágata 7 em toda extensão da fronteira brasileira com os dez países sul-americanos. Com o emprego de 25 mil militares e a participação de agentes das polícias federal, rodoviária federal, militar e de agências governamentais, esta edição é a maior mobilização realizada pelo governo brasileiro no combate aos ilícitos entre Oiapoque (AP) e Chuí (RS). Veja no vídeo:

Fonte: Agência Força Aérea ..SNB

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Por que a Rússia continua vendendo armas à Síria?

Em uma feira de armas nos arredores de Moscou, cinco tanques russos movimentam-se graciosamente para frente e para trás, com seus canhões subindo e descendo com marcações típicas de uma valsa. Esse atípico “balé dos tanques” foi criado por um coreógrafo do prestigiado Balé Bolsho
Mas essas armas não foram concebidas para dançar.

De uma hora para outra, os mesmos tanques começam a performance esperada por todos os presentes: milhares de balas são lançadas em uma fração de segundos e o local de demonstração praticamente desaparece em uma grande nuvem de fumaça.
Observando das arquibandas estão potenciais clientes: delegações da África, Ásia, Oriente Médio e Golfo.
A Rússia é hoje o segundo maior exportador de armas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Um dos clientes é especialmente polêmico. Nesse ano, a Síria deve encomendar as baterias antiaéreas russas Buk-M2E, sistemas de defesa antiárea Pansir-S1, segundo alguns relatos, caças Mig-29.
Os negócios foram fechados antes do pico de violência na Síria, mas, apesar do conflito que se arrasta por mais de dois anos, a Rússia nunca demonstrou a intenção de cancelar esses contratos.
"Se o contrato foi assinado antes, precisamos cumpri-lo", argumenta Igor Sevastyanov, vice-presidente da Rosoboronexport, a exportadora de armas estatal do país. "Nós cumprimos nosas obrigações internacionais de acordo com as regras internacionais".

Dois pesos, duas medidas?

A Rússia recorre ao mesmo argumento para os helicópteros militares que está tentando enviar para a Síria.
São helicópteros de ataque da era soviética que os russos estão reformando. Na semana passada, um navio cargueiro do país que estava transportando as aeronaves foi impedido de entrar em águas britânicas e teve de retornar a Moscou, embora a Rússia esteja determinada a realizar a entrega.
Países como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos vêm acusando a Rússia de apoiar o presidente da Síria, Bashar al-Assad, com carregamentos de armas. Já a Rússia rebate a acusação dizendo que o Ocidente trabalha com "dois pesos e duas medidas"
"Por que os Estados Unidos estão determinados em vender armas para o Bahrain depois que as autoridades bahrenitas, com a ajuda dos sauditas, sufocaram a Primavera Árabe no país?", questiona Ruslan Pukhov, analista de comércio de armas do centro de estudos russo CAST.
"A Rússia não vê nenhum problema em vender armas para a Síria uma vez que a CIA (agência de inteligência americana) e os serviços secretos da França e da Inglaterra suprem os rebeldes com armas via Turquia".
Os contratos de armas entre a Rússia e a Síria são avaliados em bilhões de dólares. Mas Moscou nega que o dinheiro seja a principal razão para continuar enviando carregamentos militares às autoridades sírias.
Autoridades russas temem que se os rebeldes tirarem Assad do poder, radicais islâmicos podem tomar seu lugar e representar uma ameaça à segurança nacional da Rússia.
"Não se trata de kalashnikovs ou helicópteros. Trata-se de coisas muito perigosas batendo à nossa porta", argumenta Andrei Klimov, vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento russo. “Essa área é muito próxima ao nosso país e queremos evitar qualquer agressão vinda do exterior. Do contrário, podemos ter um problema sério perto das nossas fronteiras".

Jogo de poder

A geopolítica também é um ponto crucial. A Rússia teme que se Assad renunciar ou for deposto, a influência do país no Oriente Médio desaparecerá com ele.
"Síria é o único país no Oriente Médio que segue os nossos conselhos, esse é um país onde nós podemos exercer certa influência tangível", disse Pukhov.
"Claro, a perda da Síria significará uma perda completa da influência na região. Isso terá um valor simbólico para as autoridades russas e o estabelecimento da política externa como um sinal da Rússia como uma grande potência".
A Rússia ainda se vê como uma superpotência, como um país que possui tantos direitos como os Estados Unidos para vender armas para quem quer que seja, e ainda ganhar a influência onde puder.
Mas o Kremlin é pragmático. Se Moscou começar a sentir que há mais perdas do que ganhos em apoiar o presidente Presidente Assad, o líder sírio poderá sofrer pressão tanto do Ocidente quanto do Oriente.
"Nós na Rússia não temos ilusão sobre esse regime", afirmou o parlamentar russo Andrei Klimov, "A única coisa que nós queremos é ter uma saída pacífica para esse problema. Não queremos prolongar o regime por décadas ou por séculos. Nosso objetivo é achar uma solução pacífica para isso o mais breve possível."
BBC BRASIL ..SNB

Os Riscos Para Lançamento do CBERS em 2013


A detecção de falhas em alguns conversores de energia do satélite CBERS-3 durante sua campanha de integração na China, levou à suspensão das atividades de montagem e teste do satélite no início do ano.

Desde o mês de março, o INPE vem realizando testes térmicos com os equipamentos e componentes sobressalentes do lote de conversores DC/DC que apresentou problemas.

Os resultados obtidos, entretanto, não foram nada animadores. Enquanto as normas técnicas aplicáveis exigem que nenhum componente de um determinado lote deixe de funcionar quando submetido a testes ambientais, vários componentes (incluindo um equipamento) não resistiram e falharam.

Apesar destes resultados, setores do governo (incluindo a AEB e o próprio MCTI) continuaram pressionando nos bastidores para que o lançamento do satélite não fosse mais adiado.

No início de abril, uma delegação brasileira, composta por representantes do INPE e da AEB, esteve na China para apresentar os resultados dos testes realizados no Brasil, bem como discutir com os parceiros chineses como proceder diante desta situação.

Na ocasião, duas possibilidades foram consideradas: 1ª) adiar por tempo indeterminado (no mínimo dois anos) o lançamento do CBERS-3, até que todos os componentes que vêm apresentando problemas fossem substituídos por outros fornecidos por outro fabricante, ou 2ª) implementar apenas as correções estritamente necessárias nos equipamentos considerados “vitais” para a missão do satélite, de forma a viabilizar o lançamento do mesmo até o final de 2013.

Ao final, acabou-se optando pela segunda alternativa, mas, na verdade, ambas apresentavam seus riscos.

Caso se optasse por um adiamento muito longo do lançamento, de forma a viabilizar a substituição completa dos componentes que vêm apresentando falhas, poderia haver à necessidade de substituição ou retrabalho de outros equipamentos do satélite, que teriam suas vidas-úteis atingidas, tornando o prejuízo ainda maior.

Por outro lado, a opção de se substituir ou reparar apenas os equipamentos “vitais” do satélite, além de não reduzir significativamente os riscos de falha, poderá levar o satélite a cumprir apenas “parte” de sua missão. Ou seja, a opção parece ter se baseado na teoria do “mal menor”.

Sabe-se que a AEB já assinou contratos complementares com as empresas que fornecem equipamentos para o CBERS para que implementem o retrabalho e testes necessários. Também se sabe que o acordo firmado entre o Brasil e a China para se lançar o CBERS-3 este ano pressupõe uma total revisão do projeto do satélite CBERS-4, de forma a não se transferir também para este satélite os riscos detectados no CBERS-3.

Fato é que até o momento o futuro da parceria entre Brasil e China na área espacial, que já dura mais de duas décadas, continua incerta e dependerá fundamentalmente do sucesso, ainda que parcial, da missão do CBERS-3.

Caberá ao INPE, por sua vez, fazer uma profunda avaliação deste programa, de forma a evitar que problemas como estes voltem a se repetir.
SNB

O MELHOR BLOG DE DEFESA DO BRASIL


Crise de espionagem: falta de agentes faz dobrar o preço

Nikita Sorokin

Na história da captura em Moscou do agente da CIA Ryan Fogle o que mais intriga não é o equipamento arcaico do espião norte-americano, mas o montante do contrato por traição.

Ryan Fogle prometeu à pessoa que pretendia recrutar 100 mil dólares adiantados pela vontade de colaborar, mais um pagamento anual de um milhão de dólares. A potencial “toupeira” era um oficial do FSB com um excelente histórico de operações antiterroristas no Cáucaso do Norte.
O conjunto antiquado de objetos de espionagem que Fogle tinha consigo (um mapa em papel, uma peruca, uma bússola) e o alto montante da remuneração prevista causaram uma reação mista na mídia. Muitos dos meios de comunicação mundiais viram inicialmente no caso um escândalo de espionagem artificialmente inflado.
A experiência mostra que não se deve exagerar nem minimizar a eficácia dos métodos de obtenção de informações utilizados pelas agências de inteligência, diz o cientista político Vladimir Slatinov, perito do Instituto de Estudos Humanitários e Políticos. Ele lembrou uma história bastante recente, quando o canal de televisão Rossiya, uns anos atrás, transmitiu uma reportagem sobre as “pedras de espionagem”, colocadas num jardim e recheadas com dispositivos eletrônicos. Grande parte do público também encarou o caso de forma irônica. Mas depois, foram obtidas provas claras de que “pedras de espionagem” existiram, e de que eram realmente utilizadas pela inteligência britânica para transmitir e receber informações.
Na recente história de Ryan Fogle, as piadas e comparações com uma simples comédia de espionagem terminaram quando o FSB revelou que a situação atual repetiu, quase que seguindo o mesmo padrão, outra história que teve lugar apenas quatro meses atrás. No início do ano, a contraespionagem russa apanhou o agente da CIA Benjamin Dillon, que também trabalhava sob a cobertura de terceiro secretário da embaixada dos EUA e que também tentou recrutar um oficial do FSB. Ou seja, os agentes da CIA em Moscou tiveram a imensa “sorte” de “dar um tiro no pé” duas vezes em poucos meses.
Quanto ao montante do adiantamento e do “subsídio” anual que Fogle propôs ao oficial russo, os números são realmente bastante altos, notou Vladimir Slatinov em entrevista à Voz da Rússia:
"Isso pode ser explicado, por um lado, pelo fato de os serviços (dos agentes) estarem realmente ficando mais caros, e o dólar dos EUA se estar desvalorizando. Por outro lado, isso pode ser explicado pelo fato de as agências de inteligência dos Estados Unidos não pouparem dinheiro para obter informação muito importante para elas."
O fabuloso pagamento prometido pelo agente da CIA ao oficial do FSB não é razão para piadas, diz o diretor do Centro de Análise Geopolítica Valeri Korovin, especialmente quando se trata de estabilidade no Cáucaso do Norte e da obtenção de informações da parte de pessoas que trabalham no principal serviço secreto da Federação Russa:
"Os americanos não poupam meios, não poupam dinheiro, e tenho certeza de que o processo de recrutamento de membros de nossos serviços especiais envolve todos os funcionários da embaixada começando por McFaul e terminando no terceiro secretário, que é a figura menor na hierarquia diplomática da embaixada americana em Moscou."
Os serviços de inteligência das grandes potências nunca tiveram tarifas rígidas para os serviços dos agentes recrutados. Provavelmente, agora também não existem, disse à Voz da Rússia um coronel aposentado, um ex-oficial de inteligência da KGB da União Soviética, e atualmente famoso escritor, Mikhail Lyubimov. Muitos agentes estrangeiros trabalhavam para a inteligência soviética por convicção ideológica. Mas, mesmo aos agentes pagos, o KGB nunca pagou verbas tão exorbitantes. Tudo dependia da situação particular.
No entanto, de acordo com Mikhail Lyubimov, as agências de inteligência ocidentais tão pouco demonstravam grande generosidade aos traidores da URSS. Continua desconhecido por que montante a inteligência britânica “comprou” o famoso desertor da KGB Oleg Gordievsky. Mas a pensão anual de 40.000 libras esterlinas que lhe foi atribuída pelo governo britânico chegou a ser discutida quase no parlamento. Na altura, e, mais ainda, nos tempos de hoje, esta não é uma soma muito significativa.
O agente mais bem pago do serviço de inteligência da Rússia (SVR, na sigla russa) é um ex-agente sênior da CIA, o “super-espião” Aldrich Ames que foi descoberto nos Estados Unidos em 1994. Durante nove anos de trabalho para a SVR, as contas bancárias de Ames acumularam um milhão e meio de dólares, de acordo com relatos da mídia norte-americana.
Mas, em geral, um dos espiões mais “económicos” ainda é considerado o cidadão do Líbano, um ex-membro do conselho da cidade de Baalbek, Ali Taufiq Yari. Preso pelos serviços secretos libaneses por trabalhar para a Mossad, este espião teria recebido de Israel um total de 600 mil dólares.
Talvez, na Rússia os traidores estejam a esgotar-se e, por isso oferecem-lhes o dobro do preço...
VOZ DA RU....SNB

Serão Rússia e EUA amigos no ciberespaço?


Os EUA não estão em condições de enfrentar sozinhos as ameaças cibernéticas. Em função disso, Moscou e Washington estão concluindo a preparação de um acordo visando a segurança no ciberespaço.

O documento poderá ser assinado ao mais alto nível já em junho, no âmbito da cúpula do G8, a realizar na Irlanda do Norte. A questão da elaboração e da introdução de regras gerais referentes à conduta na Internet, incluindo as normas viradas contra ameaças cibernéticas, foi colocada pela Rússia reiteradas vezes. A iniciativa foi posta à discussão da ONU, tendo-se, porém, deparado com a resistência dos EUA. Agora, a Casa Branca está disposta a firmar um acordo bilateral com a Rússia, encarada, até há pouco tempo, como uma segunda fonte de ataques cibernéticos. Segundo revelou à Voz da Rússia o dirigente da companhia DialogNauka, Andrei Masalovich, os EUA têm vindo a assumir um posicionamento diametralmente oposto para se defender:
“A administração norte-americana se enganava muito ao considerar que a Rússia não estava pronta a dar passos significativos no ciberespaço. Todavia, desde o verão passado, a situação se alterou e, por iniciativa de Dmitri Rogozin e Serguei Shoigu, o está sendo criado na Rússia um cibercomando, o que quer dizer que a Rússia se tornará um jogador autônomo a merecer respeito. Por isso, é melhor chegar a acordo do que defrontar-se com surpresas.”
A Rússia poderá tirar proveito deste novo acordo. Antes de mais, tal poderá consolidar as posições políticas da Rússia na arena mundial. Além disso, o acordo nessa área poderá estreitar a cooperação russo-norte-americana no domínio de combate ao terrorismo, afirma Andrei Masalovich.
“Hoje só se pode falar de vantagens políticas. A Rússia já é encarada como um jogador, pelo que tais convênios, incluindo os acordos-quadro, serão aperfeiçoados. Importa o fato de sermos respeitados, sendo útil qualquer interação ou colaboração nessa esfera. Em segundo lugar, através dos acordos como esse se vai formando um sistema de ações coordenadas. Existem inimigos comuns, a começar pelo terrorismo, dispostos a desestabilizar a situação em vários países. Os serviços secretos não estão prontos para fazer frente a toda e qualquer ameaça terrorista. Por isso, quaisquer regras novas serão úteis."
Mas tal enfoque não é partilhado por todos os peritos na matéria. Segundo disse Alexander Panov, da companhia Hosting Community, os benefícios que a Rússia pode vir a obter nos marcos desse acordo são vagos, sem ter ainda qualquer projeção política.
“Creio que tais acordos estão fora da política e serão cumpridos de uma ou outra maneira. É difícil prever que vantagens terá a Rússia. No entanto, as tecnologias de combate ao cibercrime nos EUA estão mais desenvolvidas, podendo, através do acordo, chegar ao nosso país."
Em geral, seria prematuro fazer previsões nessa área importante, frisam peritos. A assinatura do acordo por Washington não garante, de forma alguma, que este seja observado na íntegra. A experiência dos últimos anos demonstra que os EUA, nos quadros de qualquer interação, costumam respeitar aquelas cláusulas que lhes são convenientes. Quando não o são, Washington ignora todas as normas, inclusive resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
SNB