segunda-feira, 25 de março de 2013

Coreia do Sul e EUA assinam novo plano militar


Agência Estado
SEUL - A Coreia do Sul e os Estados Unidos assinaram um novo plano militar que estabelece como os aliados vão se comunicar um com ou outro, assim como reagirão no caso de uma futura agressão da Coreia do Norte.A assinatura ocorre em meio a ameaças da Coreia do Norte de atacar os aliados por causa dos exercícios militares conjuntos e da recente intensificação das sanções aplicadas a Pyongyang pela Organização das Nações Unidas (ONU) em razão do último teste nuclear norte-coreano.
O Chefe do Estado-Maior Conjunto de Seul disse nesta segunda-feira que o projeto foi planejado para conter futuros ataques norte-coreanos, mas não foram divulgados detalhes. Os trabalhos de planejamento tiveram início depois que a Coreia do Norte ter realizado um ataque de artilharia contra uma ilha sul-coreana em 2010, matando quatro pessoas.
Coreia do Sul e Estados Unidos também têm planos separados para o caso de uma guerra total na península coreana. Atualmente, 25.500 militares norte-americanos estão estacionados na Coreia do Sul.
As informações são da Associated Press
SNB

A tristeza de ver o Líbano virar uma ilha


O Líbano virou uma ilha. Verdade, se olharmos no mapa, o território libanês está no continente asiático. Mas, na prática, seria como se os libaneses estivessem cercados por mar por todos os lados sem ter para onde fugir. Nunca na história libanesa a situação foi tão dramática.
Se a guerra civil da Síria se expandir para Beirute e o aeroporto fechar, ou se Israel entrar em conflito armado contra o Hezbollah, como apostam muitos analistas, os libaneses não terão para onde fugir, diferentemente do que ocorria em cenários similares no passado.
Nos anos 1970 e 80, durante a guerra civil do Líbano, ou no conflito de 2006 entre Israel e Hezbollah, mesmo quando o aeroporto de Beirute fechava, os libaneses possuíam a chance de se refugiar na Síria, usar o aeroporto de Damasco ou cruzar o território sírio por terra até a Jordânia e a Turquia. Outra opção era pegar um barco e ir para o Chipre, não muito distante, no Mediterrâneo.
Agora não existe mais a opção cipriota, que diante de sua crise não teria como receber refugiados libaneses, e tampouco a síria, em guerra. A israelense continua fechada. Os libaneses não tem para onde fugir se a frágil estabilidade do país entrar em colapso. Literalmente, o Líbano virou uma ilha entre o Mediterrâneo e a Ásia.
Por mais que a administração de Barack Obama tente mostrar o inverso, a oposição síria está extremamente insatisfeita com os Estados Unidos. O desgaste é tanto que levou até à renúncia do presidente da Coalizão de Oposição da Síria, Moaz al-Khatib pela insatisfação com a falta de apoio americano e a influência negativa do Qatar e da Arábia Saudita que querem apenas amparar as facções mais radicais dos opositores.
O New York Times pode trazer a reportagem com a operação da CIA em coordenação com os governos árabes e a Turquia para levar armamentos para os opositores. Mas todos sabem que estes continuam indo para as mãos de rebeldes mais radicais e os próprios líderes das alas mais laicas falam isso abertamente.
A saída de Khatib é uma perda enorme porque ele era um dos poucos capazes de estabelecer canais de negociação com o regime de Damasco. Obama estava certo ao não se envolver na Síria. Mas já que, nas últimas semanas, decidiu entrar na bagunça, ele não pode continuar dando aval para turcos, sauditas e qatarianos apoiarem radicais.
Note que o coronel Riad al Asaad, um dos primeiros comandantes militares da oposição, foi ferido ontem em um carro-bomba e precisou amputar o pé. Alguns líderes opositores acusam uma agência de inteligência estrangeira ligada ao Ocidente.
Vejam o comunicado de Khatib sobre o ataque a Asaad – “A tentativa de assassinar o coronel al-Asaad em Deir al-Zor é parte de uma tentativa de assassinar os líderes livres da Síria”. E estes, segundo ele disse em declarações nas últimas 24 horas, são aqueles que estão contra o regime de Assad e ao mesmo tempo contra a influência negativa de governos árabes, da Turquia e dos EUA.O premiê do Líbano, Najib Mikati, renunciou nesta noite em Beirute. Houve, para a sua renúncia, alguns fatores externos ligados à Síria. Mas outras questões domésticas do Líbano independentemente do conflito no país vizinho foram determinantes para a saída do primeiro-ministro.
Primeiro, vou mais uma vez didaticamente explicar o sistema político libanês. O presidente precisa ser cristão maronita; o premiê, muçulmano sunita; e o presidente do Parlamento, xiita. O gabinete ministerial também é distribuído de acordo com as religiões, incluindo algumas minoritárias, como os cristãos ortodoxos e os armênios.
Metade do Parlamento é destinado aos muçulmanos, com subdivisões para sunitas, xiitas, alauítas e drusos (contam como muçulmanos). A outra metade é para os cristãos, com predomínio dos maronitas, embora com cadeiras para ortodoxos, melquitas, armênios e outras minorias cristãs.
Hoje, no país, existem duas correntes políticas. A governista se chama 8 de Março, composta pelos xiitas do Hezbollah e da Amal, cristãos seguidores de Michel Aoun e alguns sunitas como o próprio Mikati. Embora não seja tão próximo do Hezbollah, ele era o primeiro-ministro. Esta facção é politicamente próxima do regime de Assad e, em menor escala, do Irã.
Os opositores são da 14 de Março, majoritariamente composta por sunitas seguidores do ex-premiê Saad Hariri e cristãos ligados a Samir Gaegea, líder da milícia cristã maronita Forças Libanesas. Praticamente não há xiitas. Eles são próximos dos EUA e da Arábia Saudita.
Existem, além destes dois grupos, alguns neutros, como Walid Jumblat, líder druzo, que navega entre as duas coalizões de acordo com os ventos do Oriente Médio. O presidente, Michel Suleiman, um general cristão, busca manter a neutralidade. A França, como força externa, também tem aliados nos dois lados.
Nos últimos anos, passaram a surgir algumas facções sunitas extremistas, conhecidas como salafistas, com um perfil anti-Hezbollah e anti-Israel (isso mesmo que está escrito).
Desde a saída da retirada das tropas sírias, em 2005, há instabilidade política no Líbano e mesmo atentados terroristas ocasionais. Neste momento, existe um impasse sobre a lei eleitoral e a prorrogação do mandato de um líder das forças de segurança. Algo que ocorreria mesmo sem a guerra civil na Síria.
No caso da lei eleitoral, os cristãos dos dois lados mais os xiitas querem mudanças. Os sunitas, incluindo Mikati e os opositores, assim como druzo Jumblatt, não. Houve um rompimento nas linhas existentes anteriormente.
O problema é que, agora, não dá para fechar os olhos para o conflito no país vizinho que pode se expandir para o Líbano. Há confrontos quase diários em Trípoli, no norte do país, envolvendo alauítas e sunitas que são, respectivamente, a favor e contra Bashar al Assad. Xiitas (não é a mesma coisa que alauítas) também atacaram sunitas e vice-versa. Este temor pesou, sem dúvida, na decisão de Mikati.
 O Estado de S. Paulo..SNB

Democracia ou dragões?


/ TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK, É COLUNISTA, THOMAS L., FRIEDMAN, THE NEW YORK TIMES, / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK, É COLUNISTA, THOMAS L., FRIEDMAN, THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo
Neste décimo aniversário da invasão americana do Iraque, três coisas estão claras. Primeiro, haja o que houver no Iraque, nós pagamos demais por isso em vidas, dinheiro e enfoque. Segundo, pode-se pagar demais por alguma coisa decente e pode-se pagar demais por um lixo absoluto.
Pelo que exatamente nós pagamos demais no Iraque ainda não está claro e será decidido pelos iraquianos. Terceiro, por mais que queiramos esquecer do Iraque, o que se passa nesse país tem uma importância maior do que nunca para o Oriente Médio.
Dada sua história de ditadura brutal, o Iraque poderia parecer o último lugar do Oriente Médio onde deveríamos ter tentado ajudar a criar uma democracia autônoma. Aliás, era o mais importante. Basta olhar a Síria para compreender por quê.
O Iraque era constituído por todas as seitas que povoam os diferentes países árabes e foram mantidas unidas nos últimos 50 anos por ditadores com pulsos de ferro. Se os iraquianos pudessem demonstrar que, uma vez removido seu ditador, as comunidades constituintes do Iraque (xiitas, sunitas, curdos, turcomanos, cristãos) poderiam forjar seu próprio contrato social para viverem juntas em paz - em vez de ser governadas brutalmente de cima para baixo -, então algum tipo de futuro democrático seria possível para todo o mundo árabe.
Essa possibilidade ainda não foi preenchida. Derrubamos o ditador do Iraque. As pessoas fizeram o mesmo na Tunísia, Egito, Iêmen, Líbia e, em breve, Síria, mas as mesmas perguntas persistem sobre: conseguirão produzir governos representativos, decentes, estáveis? Poderão xiitas, sunitas, curdos, cristãos - ou secularistas e islamistas - viverem juntos como cidadãos e dividirem o poder? Se puderem, a política democrática terá um futuro na região. Se não, o futuro será um pesadelo hobbesiano onde ditadores com pulso de ferro são removidos, mas são substituídos por seitas, gangues e tribos rivais, tornando impossível a governança decente necessária para o desenvolvimento humano de milhões de árabes.
Hoje, não há ninguém de fora - otomanos, europeus, americanos, a Liga Árabe ou a ONU - que queira governar no lugar de ditadores e não há ditadores que possam manter seus punhos de ferro. Portanto, ou as comunidades desses Estados árabes encontram um jeito de dividir o poder, ou todo o mundo árabe vai ficar como uma daquelas regiões em mapas medievais rotulada: "Cuidado, Aqui Há Dragões".
É por essa razão que o processo de paz mais importante no Oriente Médio hoje é o necessário entre sunitas, xiitas, cristãos, curdos, bem como islamistas e secularistas. Apesar de nossos dispendiosos erros - e de todos os vizinhos do Iraque e jihadistas sunitas que tentam fazer o Iraque fracassar (veja-se a mortandade de terça-feira) -, acabamos ajudando os iraquianos a escreverem sua própria Constituição democrática para resolver politicamente suas diferenças, se assim eles quiserem. Nenhum dos outros Estados árabes em transição tem uma parteira externa ou um Nelson Mandela interno para fazer isso. Todos estão num início de lutas duras e prolongadas.
Os interessados no que está realmente ocorrendo hoje no Iraque deveriam ler o extenso artigo sobre o décimo aniversário de Roula Khalaf no Financial Times de sábado, 16 de março, que mostra um país progredindo e regredindo ao mesmo tempo. "Saindo da Universidade de Bagdá", ela escreveu, "eu sentei num miniônibus e conversei com estudantes. Alia, um moça de 24 anos que está fazendo mestrado em biologia, diz que os jovens estão tendo acesso à internet, a dezenas de canais via satélite que foram estabelecidos no Iraque, e acrescenta que, apesar da luta política entre a elite, não há nenhum sentimento de divisão entre sunitas e xiitas na universidade. Mas ela também está descontente, sua família está permanentemente preocupada com seu paradeiro. "Liberdade é importante, mas não me dá o suficiente", diz ela. "Liberdade é fazer o que você quer, e não apenas falar." Essa estudante representa a esperança do Iraque. Acredito que o verdadeiro agente da mudança em sociedades pós autoritárias é algo que leva anos para se desenvolver. Chama-se "nova geração", uma que pense e aja de maneira diferente da geração de seus pais.
Os primeiros protestos democráticos de massa contra Vladimir Putin começaram quase 21 anos após o fim do comunismo. Poderá o Iraque conhecer uma estabilidade política e sectária suficiente para que uma geração possa crescer lendo o que quiser, viajando para onde quiser - e, no processo, produzir iraquianos suficientes que pensem em si mesmos como cidadãos dispostos e capazes de viver em paz com outros grupos. A Europa não construiu a democracia da noite para o dia; o Iraque seguramente não poderá fazê-lo.
"A sociedade iraquiana sob Saddam ficou traumatizada, e o impacto de 35 anos de regime autoritário não se dissipará rapidamente", diz Joseph Sassoon, professor nascido em Bagdá, hoje na Universidade de Georgetown e autor de "Saddam Hussein's Ba'th Party: Inside an Authoritarian Regime".
Talvez leve duas gerações para essas vozes jovens da Universidade de Bagdá prevalecerem. Ou mais tempo ainda. Ou poderá não ocorrer jamais.
Qualquer olhar honesto ao Iraque de hoje revela sementes de sociedade civil brotando e o sectarismo venenoso se espalhando. Pelo seu bem, pelo bem da estabilidade do mundo árabe e pelo bem de todos que se sacrificaram para que os iraquianos pudessem ter uma oportunidade de governança decente, espero que o vigésimo aniversário seja ocasião de um julgamento mais positivo.
SNB

domingo, 24 de março de 2013

Ativos da Petrobrás à venda superam US$ 12 bi


SABRINA VALLE / RIO, WELLINGTON BAHNEMANN , SÃO PAULO - O Estado de S.Paulo
A Petrobrás tem mais de US$ 12 bilhões em ativos à venda no Brasil e no exterior, mas só divulgou planos de desinvestir US$ 9,9 bilhões por considerar o número mais factível, segundo fonte da empresa. Dificuldade nas negociações no exterior e avaliação de que ativos seriam vendidos por preço abaixo do potencial fizeram a estatal revisar a lista de patrimônio a ser desfeita.
O número de ativos à venda no Brasil aumentou e inclui agora termoelétricas, usinas eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e campos de petróleo. O plano de negócios 2013-2017 só reconhece vendas de US$ 9,9 bilhões, a serem realizadas "principalmente" em 2013.
A estatal já informou a outras petroleiras que colocará campos de petróleo à venda no Brasil e recebeu de algumas delas indicações de interesse em avaliar o portfólio. A presidente da Petrobrás, Graça Foster, reconheceu nesta semana que alguns ativos deixaram a lista de desinvestimento, como a refinaria de Pasadena, no Texas. Outros estão na iminência de sair, informou, durante entrevista para detalhamento do Plano de Negócios 2013-2017 da companhia.
A executiva, porém, preferiu não revelar a mudança de estratégia. "Não devo nem sequer falar se aumentou mais no Brasil ou no exterior", disse Graça, reconhecendo apenas que faltou experiência com venda no exterior. "Temos experiência na compra de ativos e não tínhamos experiência na venda."
Segundo fontes, a empresa teve dificuldades para se desfazer do portfólio de 175 blocos no Golfo do México. A estatal esperava levantar até US$ 6 bilhões com a venda de participação a um parceiro único. A urgência da Petrobrás por caixa foi um dos itens que atrapalharam a negociação.
Ativos no Golfo continuam à venda e têm a Shell entre os candidatos. No dia 7, o presidente da Shell no Brasil, André Araújo, confirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, interesse na área, sem comentar as negociações. "O Golfo do México é uma área estratégica da Shell e olhamos sempre oportunidades."
Setor elétrico. Fontes indicam que a Petrobrás reduzirá gradativamente sua presença no setor elétrico. O desinvestimento da estatal na área deve começar pela venda dos ativos de fontes alternativas de energia, que estão completamente fora do seu foco de negócio. Posteriormente, a companhia iniciaria o processo de alienação dos seus ativos na área de geração termoelétrica.
Segundo fonte do mercado, o processo de venda mais adiantado no momento entre as usinas seria o da participação acionária na Brasil PCH, geradora que opera 13 pequenas centrais hidrelétricas com capacidade total de 291,52 megawatts (MW). A Petrobrás detém 49% dessa empresa, cujo lucro em 2012 foi de R$ 59,2 milhões, o que demonstra a baixa representatividade do negócio para a estatal.
Além das pequenas centrais, a companhia também pretende se desfazer dos seus projetos na área de energia eólica. Atualmente, a Petrobrás detém participação acionária em quatro usinas eólicas do Parque Eólico Mangue Seco (RN), com capacidade instalada total de 104 MW.
Segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o parque gerador da Petrobrás soma 8,4 mil MW de capacidade instalada, considerando a participação direta e indireta em pequenas hidrelétricas, termoelétricas a gás natural, usinas a biomassa, térmicas a óleo combustível, parques eólicos e térmicas bicombustível.
SNB

Rússia prorroga acordo espacial com Estados Unidos

O Primeiro-Ministro Dmitri Medvedev assinou um decreto para estender o acordo de cooperação entre a Rússia e os Estados Unidos para a utilização e a exploração do espaço sideral até 2020, segundo informou o Governo russo no sábado, 23.A prorrogação da validade do acordo corresponde aos interesses da Rússia e vai ajudar a promover a implementação eficaz de seus programas espaciais, bem como os projetos comuns russo-americanos no espaço, incluindo a exploração da Lua e de Marte" – informou o comunicado no site oficial do Governo.
Outro alvo do acordo é a Estação Espacial Internacional, para onde os astronautas americanos viajam a bordo de naves e foguetes russos.
Originalmente assinado em 17 de junho de 1992, o acordo de cooperação espacial russo-americano entre a NASA e a Agência Espacial Russa (Roscosmos) foi prorrogado em 1997, 2002 e 2007.
A cooperação espacial russo-americana é vista como um dos aspectos mais bem-sucedidos nas relações bilaterais.
DÍARÍO DA RÚSSIA...SNB

Gasoduto iraniano: Paquistão desafia os EUA


Embora a ONU jamais tenha imposto sanções contra o setor de energia do Irã, o governo dos EUA opôs-se à decisão do Paquistão, de iniciar afinal a construção de um óleo-gasoduto que o unirá ao Irã. Para os EUA, o negócio implicaria "violação das sanções impostas pela ONU contra o programa nuclear do Irã".[Ler (em inglês): "Saving the Peace Pipeline"]. Ao que parece, os EUA mais uma vez confundem suas próprias leis e as leis da comunidade internacional.
Por Kaveh L Afrasiabi, no Asia Times Online
Na segunda-feira (11) passada, o Presidente Mahmoud Ahmadinejad do Irã e o Presidente do Paquistão, Asif Zardari, deram início oficial à construção da porção paquistanesa do óleo-gasoduto, que percorrerá 1.600 quilômetros. Batizado de "óleo-gasoduto da paz", o projeto começou a ser traçado em 1994, como projeto trilateral Irã-Paquistão-Índia (IPI). (Em 2009, apesar de suas graves carências de energia, mas pressionada pelos EUA, a Índia abandonou o projeto).Como seria de esperar-se, a grande imprensa-empresa ocidental já adotou ativa posição contra o gasoduto Irã-Paquistão. Foi chamado de "delírio", "sonho fantasioso", com repetidos comentário sobre a impossibilidade de o Paquistão conseguir arcar com gastos da ordem de US$1,5 bilhão, para completar uma linha de transmissão de gás pela qual passarão, por dia, 750 milhões de pés cúbicos de gás natural, diretamente bombeados para o coração da economia paquistanesa sequiosa de energia.
Nada justifica o pessimismo "jornalístico". Com o Paquistão atormentado por racionamentos de energia, numa economia que precisa crescer, esse gasoduto é "assunto de interesse nacional do Paquistão", como disse a Ministra de Relações Exteriores", Hina Rabbani.
Os dois países também assinaram acordo para construir uma refinaria em Gwadar, província do Baloquistão, no sudoeste do Paquistão, com capacidade para refinar 400 mil barris de petróleo. Especialistas estrangeiros, como Dan Millison do Banco de Desenvolvimento Asiático [orig. Asian Development Bank (ADB)], é otimista. Millison defendeu uma avaliação feita pelo ADB, sobre o "óleo-gasoduto da paz" baseada exclusivamente em aspectos econômicos e considerando a crescente demanda por energia no subcontinente.
A grande questão é: quando o óleo-gasoduto Irã-Paquistão estiver completado, como a Índia conseguirá resistir à tentação de renovar o pedido para conectar-se a ele, questão que permanece adormecida? Em 2005, o Primeiro-Ministro da Índia, Manmohan Singh disse que "estamos desesperadamente carentes de energia e de novas fontes de energia".
Do ponto de vista dos EUA, o anúncio feito por Ahmadinejad-Zardari na fronteira entre Irã e Paquistão, significa várias coisas, de várias faces: em primeiro lugar, o negócio é o primeiro grande desafio importante, em palco internacional, contra as sanções unilaterias que os EUA impuseram ao setor de energia do Irã. A significação do desafio vai bem além das relações bilaterais entre os dois vizinhos na Ásia e bem pode servir como exemplo a ser seguido por outras nações.
[Depois do evento, a porta-voz do Departamento de Estado Victoria Nuland disse: "Estamos gravemente preocupados, se esse projeto realmente avançar, que tenhamos de disparar a Lei das Sanções contra o Irã" - segundo matéria da Agência France-Presse. - "Temos jogado limpo com os paquistaneses sobre essas preocupações. Já vimos esse gasoduto ser anunciado 10, 15 vezes antes, no passado. Temos de ver, portanto, o que realmente acontece"].
Em segundo lugar, o óleo-gasoduto é uma oportuna brecha, para Teerã, que padece sob pressões econômicas do ocidente. Enfraquece a política de alavancagem dos EUA nas negociações nucleares, que estão em ponto crucial.
A terceira razão pela qual o óleo-gasoduto é má notícia para os EUA é que ele põe Washington em rota de confrontação com o Paquistão, seu importante parceiro na "guerra ao terror", destinado a desempenhar papel chave no Afeganistão depois da retirada dos EUA, planejada para 2014. O dilema dos EUA é como esperar que o Paquistão desempenhe papel de maior estabilizador, se, simultaneamente, os EUA o ameaçam com sanções (colaterais), nos termos da Lei das Sanções norte-americana?
Em quarto lugar, os EUA preocupam-se, em silêncio, sobre alguma futura virada na Índia, que estimule uma atitude de desafio pelo Paquistão. Qualquer movimento dos paquistaneses para contornar as pressões norte-americanas, pode levar Nova Delhi a voltar a pensar em se conectar ao óleo-gasoduto iraniano.
Se isso acontecer, os EUA comerão o pão que o diabo amassou para evitar grandes torvelinhos em sua política para a Índia, ou enfrentar novas e graves dores de cabeça em sua política externa em todo o mundo. Teste limite para a hegemonia dos EUA no pós-Guerra Fria, o sucesso ou o fracasso da política de sanções dos EUA contra o Irã afeta todo o quadro da política global dos e da liderança global dos EUA.
Para impedir que a questão entre em espiral incontrolável, é indispensável que os EUA produzam política mais realista para o Irã - política que considere a viabilidade de um acordo para "suspender a suspensão", pelo qual o Irã poria fim ao enriquecimento de urânio a 20%, em troca do fim das principais sanções.
O acordo para a construção do óleo-gasoduto Irã-Paquistão evidencia que os EUA estão cada da mais isolados na batalha pelo Irã. As sanções dos EUA contra o Irã não passam de violência sem qualquer plano de jogo. Quanto mais depressa os políticos dos EUA entenderem isso, melhor.
Fonte Redecastorphoto. Traduzido pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu
SNB

Os estranhos" da Antártida

Elena Kovachich 

Um antigo lago foi encontrado na zona de atividade sísmica. Na conseqüência de um terremoto formou-se uma brecha no fundo lago. Das entranhas da Terra chegaram à superfície seres antes desconhecidos. Eles cresceram rapidamente e transformaram-se em enormes monstros. Agora a humanidade está à beira da catástrofe. Poucos conseguirão salvar-se dos “estranhos”.

É um enredo típico de blockbuster ou realidade assustadora? Cientistas peterburguenses encontraram vida extraterrestre. Genéticos do Instituto de física nuclear afirmam que micro-organismos do lago Vostok, debaixo do gelo na Antártida, não correspondem a nenhuma das classes conhecidas. Seu DNA coincide em menos de 86% com espécies conhecidas de bactérias. E isto significa que temos “estranhos”. Como é impossível identificar o achado, vale a pena falar não de descoberta de bactéria, mas apenas de descoberta de DNA desconhecido- explicou à Voz da Rússia o chefe da expedição Ártica e Antártica Valery Lukin:
“Por enquanto nós descobrimos apenas o DNA dessa bactéria. Pesquisas preliminares não deram ainda qualquer informação sobre a fisiologia desse organismo, sobre as condições de sua habitação. Não temos ainda essas informações. Nós descobrimos que certo modelo simplesmente existe. É parte integrante do meio ambiente. Mas, nós não sabemos mais nada sobre este organismo.”
Para obter informação mais completa os cientistas necessitam continuar as pesquisas. Trata-se, sobretudo, do uso de métodos de microbiologia clássica, de modos de cultivo de amostras em caldo de cultura para estudo ulterior dos “desconhecidos”. Mas já se pode agora afirmar que eles não nos oferecem nenhum  risco – salienta o especialista.
“Este microorganismo vive em condições ímpares, que não se encontra mais em nenhum lugar, com exceção do lago Vostok. Elas não existem na Terra. E quando ele for trazido para a superfície ele simplesmente morrerá. Porque ele não está adaptado para viver nas condições existentes na superfície. Por isso ele não pode representar qualquer ameaça à humanidade.”
Então este enredo de filme de terror não ameaça a humanidade na vida real. É verdade que não se exclui a possibilidade de existirem outros seres desconhecidos debaixo da couraça de gelo do lago. O Vostok é um ecossistema fechado ímpar, totalmente isolado da atmosfera da Terra. É o único análogo de oceanos debaixo do gelo, encontrados em outros planetas – nos satélites de Júpiter e Saturno. A descoberta de novas espécies de bactérias nos ajudaria a saber mais sobre as formas de vida na Terra, sobre a evolução e mudança do clima.
Há cerca de 30 anos prossegue a escavação do gelo que cobre o lago antártico. Entretanto apenas no ano passado os exploradores polares consequiram chegar à sua superfície. Na academia de ciências este acontecimento foi comparado à descida em Marte. Durante milhões de anos o lago esteve totalmente isolado da superfície terrestre. Ninguém sabe quem vive lá e de onde surgiu esta vida. Mesmo se são apenas bactérias, seu estudo pode se tornar um avanço na ciência. Mais do que isto, com a ajuda dos métodos usados para classificação destes organismos – dizem os cientistas – pode-se criar métodos de busca de formas de vida extraterrestres.
VOZ DA RUSSIA ...SNB