terça-feira, 10 de abril de 2012

AGX mostra seus aviões-robôs na LAAD 2012

Empresa que mais revolucionou o mercado brasileiro de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) nos últimos anos, a AGX Tecnologia, sediada no pólo tecnológico e aeronáutico de São Carlos (230 Km de São Paulo), estará mostrando um de seus aviões-robôs na Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa (LAAD), que será realizada de 10 a 12 de abril no Riocentro (Rio de Janeiro).

Com grande foco no mercado civil e mais especificamente no setor agropecuário, a AGX irá expor o modelo Tiriba e apresentar o Vant Arara por meio de vídeos na LAAD. Com características distintas, mas com várias possibilidades de adaptação para missões de segurança, ambos os Vants possuem tecnologia embarcada 100% nacional, o que os torna muito competitivos no mercado de aeronaves não tripuladas, sendo bastante acessíveis em termos de custo.

Para segurança, por exemplo, as câmeras convencionais de alta definição, os sensores e as câmeras termais e multiespectrais embarcadas nos Vants permitem a realização de levantamentos aereofotográficos detalhados. “Essa tecnologia é capaz de ser empregada com eficácia na fiscalização de fronteiras, combate ao tráfico de drogas e até mesmo na entrada de gado ilegal no país”, explica o diretor-presidente da AGX, Adriano Kancelkis.

Com preço básico estimado em R$ 60 mil, o modelo Tiriba pesa 4 kg, possui motor elétrico com uma hora de autonomia, sua velocidade média de operação é 80 km/h e não necessita de pista de decolagem, pois o voo se inicia com lançamento manual. Já o Arara II, (segunda versão da aeronave, com sistema de controle e piloto automático completamente novos), tem seu valor iniciando em torno de R$ 250 mil, possui motor a combustão e capacidade de até quatro horas de autonomia, voando em média a 100 km/h.

O modelo Arara realizou o primeiro voo autônomo em solo nacional de uma aeronave de asa fixa, em 2005. Ambos as aeronaves foram desenvolvidas em parceria com a USP São Carlos. O Tiriba teve seu desenvolvimento realizado em conjunto com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC).

“Nossa presença na Feira se dá também pela importância da participação no crescente mercado de aeronaves para os setores de segurança pública e privada. Vants são empregados cada vez mais em todo o mundo neste segmento. São mais viáveis que aviões tripulados em muitos tipos de missões, onde há grande risco para pilotos, sem falar do estresse humano, que um avião-robô não está sujeito”, analisa Odair Ribeiro, diretor-administrativo da AGX.

A empresa já atua no setor de segurança através de uma parceria bem sucedida que está em operação desde julho do ano passado com a Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo. Nesse caso, os aviões-robôs são empregados para o monitoramento, detecção e documentação de crimes ambientais, em regiões de difícil acesso às patrulhas terrestres da corporação. A AGX também já fabricou e comercializou alvos aéreos para a Marinha do Brasil, além de ter doado em outubro de 2011 um Vant Tiriba para o Centro Tecnológico do Exército (Cetex).segurança nacional

Carro voador deve ter versão comercial em 2014


Efe
A empresa holandesa PAL-V quebrou a famosa frase de Calderón de la Barca que diz "os sonhos, sonhos são" ao tornar realidade a fantasia de criar um carro voador, cuja versão comercial poderia sair à venda em 2014."Estamos buscando investidores em todo mundo para conseguir os 10 ou 15 milhões de euros que faltam para lançar a versão comercial do carro voador, e esperamos que isso ocorra em 2014", disse à Agência Efe, Robert Dingemanse, um dos cofundadores da firma.
O diretor disse estar "orgulhoso de demonstrar que é possível fazer um carro voador". Nesta semana, após o período de provas, o veículo realizou um voo inaugural bem-sucedido, com o qual fechou a fase experimental e abriu a preparação para saída ao mercado.
Na etapa inicial, a empresa contou com um orçamento de 8,5 milhões de euros, 6 deles fornecidos pelo setor privado e 2,5 provenientes dos cofres públicos, oriundos dos orçamentos de três ministérios.
O automóvel de ar e terra (PAL-V, em sua sigla em inglês) funciona em solo como um veículo esportivo, capaz de alcançar 180 km/h e com um desenho aerodinâmico de três rodas que "combina a comodidade de um carro com a agilidade de uma motocicleta".
No ar, o PAL-V voa como um girocóptero graças ao movimento gerado por lâminas situadas na parte superior e ao empurrão de uma hélice dobrável. A velocidade máxima no ar é também de 180 km/h e a autonomia de voo é de 350 a 500 quilômetros.
"O projeto começou graças ao financiamento do nosso sócio John Bakker, com o qual pensamos em mudar a forma de voar para poder deslocar de porta a porta", explicou Dingemanse.
Para pôr em prática a iniciativa, os inventores contaram com profissionais de alto nível vinculados ao Laboratório Aeroespacial Holandês e a Universidade de Delft, que se encarregaram de desenvolver a tecnologia.
A empresa planeja agora poder lançar em 2014 os 30 primeiros modelos ao mercado e aumentar o fornecimento no primeiro ano a até cem unidades. "Em um primeiro momento pensamos como possíveis clientes cidadãos comuns, mas também em profissionais como policiais, médicos e até empresas de transportes", indicou o diretor.
Para poder dirigir o PAL-V não serão necessárias infraestruturas especiais, pois o automóvel cumpre com as regulações existentes nos principais mercados e não requer outro combustível diferente da gasolina.
Os motoristas interessados deverão tirar não somente a permissão de dirigir, mas também uma licença privada de vôo. No entanto, há um complicador maior: o preço. Estima-se que o veículo custará entre 250 mil e 500 mil euros.
segurança nacional

Governo institui sistema para integrar pesquisas com nanotecnologia


Agência Brasil
Para aumentar a interação entre os pesquisadores brasileiros que desenvolvem pesquisa básica e avançada com matérias de tamanho atômico, o governo criou o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano). Portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicada nesta última segunda, 9, no Diário Oficial da União, institui o novo sistema.
A nanotecnologia é considerada uma área estratégica para o desenvolvimento industrial e para o fornecimento de soluções que vão desde a produção de medicamentos até vestuários. O mercado internacional de nanotecnologia deverá atingir US$ 693 bilhões até o final deste ano e US$ 2,95 trilhões em 2015 (dado da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
A portaria associa o desenvolvimento da nanotecnologia ao Plano Brasil Maior criado pelo governo federal para aumentar o peso da atividade industrial no Produto Interno Bruto.
De acordo com o documento, o SisNano deve “estruturar a governabilidade” para as nanotecnologias; desenvolver um programa de mobilização de empresas instaladas no Brasil e de apoio às suas atividades; e otimizar a infraestrutura de pesquisa de 16 institutos nacionais de ciência e tecnologia (INCTs) dedicados a estudos na área. A maior parte dos estudos está concentrada em São Paulo, especialmente na Universidade de São Paulo (USP). segurança nacional

Embraer reenviará proposta de venda de caças aos EUA


A Embraer deve reenviar a sua proposta de vender 20 aviões Super Tucanos para a Força Aérea americana, uma vez que for reaberta a concorrência suspensa no fim de fevereiro pelas autoridades americanas.
O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse a jornalistas em Washington que ficou "desapontado" com a reversão do processo - a empresa foi anunciada como vencedora em janeiro-, mas disse confiar que a companhia tenha "não o melhor, mas o único" produto adequado às necessidades da licitação.
"Ficamos muito desapontados (com o cancelamento da licitação), e esperamos, quando o processo for reaberto, que as mesmas razões que nos levaram a vencer pela primeira vez nos levem a vencer pela segunda", disse Curado.
Não há previsão para a retomada da concorrência - possivelmente em questão de semanas- nem se sabe se haverá mudança nos critérios de escolha.
A licitação no valor de US$ 355 milhões foi aberta para adquirir aeronaves de monitoramento para a Guerra no Afeganistão. A Embraer afirma que os versáteis Super Tucanos, concebidos para combater o tráfico de drogas na Amazônia, têm o perfil adequado para combater a contrainsurgência afegã.
Entretanto, a concorrência foi cancelada depois que a empresa perdedora na disputa, a Hawker Beechcraft, questionou o processo na Justiça.
Embora as autoridades tenham alegado um suposto problema na sua própria documentação, muitos observadores levantaram fatores políticos - sobretudo em relação à criação de empregos - que, crêem, podem ter influenciado na disputa.
O presidente da Embraer evitou endossar essas interpretações. "Nós temos em princípio confiar no que nos dizem", disse Curado. "Temos de crer que vamos ser selecionados novamente, o que provaria que não houve influência política na decisão."
Guerra do emprego
Um dos pontos levantados pela Hawker-Beechcraft em defesa de seu AT-6 foi o de que o avião é fabricado nos Estados Unidos.
A companhia alegou que a escolha de uma empresa estrangeira na disputa colocaria em risco 800 postos de trabalho em Kansas e Arkansas, e mais 600 em outros Estados.
A Embraer e sua parcera americana, Sierra Nevada, refutam o argumento. As empresas ressaltam que a construção das 20 aeronaves implicaria um investimento industrial em Jacksonville, na Flórida (a Embraer já tem uma fábrica em Melbourne, no mesmo Estado), a contratação de 50 trabalhadores qualificados e, por causa do alto conteúdo local do avião, a manutenção de outros 1,2 mil empregos no país.
"Nós temos um grande compromisso com o conteúdo local", disse Curado, acrescentando que o contrato também inclui a prestação de serviços e manutenção, que também exigiriam empregados locais. "O argumento de que esta é a razão para tirar o contrato da Embraer/Sierra Nevada é impreciso."
A Embraer, líder no mercado de aeronaves executivas, vê a licitação como um "nicho de mercado". Curado ressaltou que o mais importante, neste processo, é a "parceria estratégica" que a empresa travaria com o governo americano.
O Super Tucano é uma geração além do Tucano, uma aeronave usada por cerca de 15 Forças Armadas de diversos países. No caso americano, a demanda após a entrega dos 20 primeiros poderia até dobrar, segundo Curado.
O executivo, que fez parte da comitiva que acompanhou a presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, disse que o governo brasileiro mencionou o tema para o governo americano durante a visita, "com delicadeza, para não ferir questões de soberania nacional".
Na sua declaração final do encontro, os governos de ambos os países anunciaram a criação de um canal de diálogo bilateral no setor de defesa. Para o presidente da Embraer, a prestação de serviços para o Departamento de Estado americano "se encaxaria perfeitamente nesse contexto". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. segurança nacional

Coreia do Norte planeja concluir montagem de foguete nesta terça-feira


Cláudia Trevisan e Lisandra Paraguassu , Enviadas Especiais, Tongchang-Ri, Coreia do Norte, O Estado de S.Paulo
TONGCHANG-RI, COREIA DO NORTE - A Coreia do Norte planeja concluir nesta terça-feira, 10, a montagem do foguete e do satélite que pretende lançar em algum momento entre os dias 12 e 16, desafiando oposição quase unânime da comunidade internacional.
Críticos dizem que lançamento contraria ONU - Efe
Efe
Críticos dizem que lançamento contraria ONU
O governo de Pyongyang insistiu ontem que o projeto tem caráter pacífico e é um presente do povo coreano para Kim Il-sung, o presidente que morreu em 1994 e cujo centenário será celebrado domingo.

Mas os críticos do lançamento sustentam que ele contraria resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que proíbe o país de realizar lançamentos de foguetes que usem tecnologia de mísseis balísticos _ os dois primeiros estágios do Unha-3 que colocará o satélite em órbita têm origem no míssil Taepodong-2, testado em 2006.
"Nós não aceitamos resoluções do Conselho de Segurança que violam nossa soberania", declarou ontem o vice-diretor do Comitê de Tecnologia Espacial da Coreia do Norte, Ryu Kum Chol, em uma rara entrevista coletiva para a imprensa estrangeira. Segundo Ryu, o país tem direito à exploração pacífica do espaço, nos termos do Tratado do Espaço.
O lançamento do satélite ocorre em uma semana decisiva para a consolidação do poder de Kim Jong-un, o jovem de 29 anos que assumiu o comando da potência nuclear em dezembro, depois da morte de seu pai, Kim Jong-il.
Nesta quarta-feira, Kim Jong-un poderá ser eleito secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, o mais alto posto dentro da organização fundada por seu avô, Kim Il-sung, cujo centenário de nascimento será celebrado no domingo.
Outro passo poderá ser dado na sexta-feira, quando a Assembleia Suprema do Povo provavelmente nomeará Kim Jong-un para o comando da Comissão Nacional de Defesa, o posto de maior poder de fato dentro do país.
As celebrações do centenário têm enorme significado político para Kim Jong-un, que tenta reproduzir a aparência, os gestos e o estilo de seu avô, venerado como um pai pelos norte-coreanos. A identificação é uma forma de legitimar sua escolha aos olhos da população e fortalecer seu poder dentro da elite dirigente.
Se for bem sucedido, o lançamento do satélite será apresentado à população como uma conquista tecnológica da Coreia do Norte e um passo na construção da nação "forte e próspera" que havia sido prometida para 2012. O Estado de S.Paulo..SEGURANÇA NACIONAL

Marinha enviará nova fragata para o Líbano nesta terça-feira


SÃO PAULO - A Marinha do Brasil enviará nesta terça-feira, 10, uma nova fragata, com tripulação de 251 militares, para substituir a embarcação brasileira que integra a esquadra da Unifil, a missão de paz da ONU no Líbano desde 2011.
Nova fragata deve chegar a Beirute em 11 de maio - Reprodução
Reprodução
Nova fragata deve chegar a Beirute em 11 de maio
A fragata Liberal partirá às 15h da Base Naval do Rio de Janeiro e deve chegar a Beirute em 11 de maio. Ela substituirá a fragata União, que voltará ao Brasil em junho.
A participação militar brasileira na Unifil resulta de um esforço do Itamaraty - iniciado no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva - para tornar o Brasil um ator relevante no cenário do Oriente Médio.
A negociação entre a ONU e o Brasil para o envio de tropas à região começou no primeiro semestre de 2010, quando o governo italiano iniciou um movimento de retirada de suas tropas da missão de paz no Líbano para enviá-las ao Afeganistão.
A ONU passou então a buscar uma nação que pudesse assumir o papel de fornecedora de tropas para a Unifil - despertando o interesse do Itamaraty.
Em fevereiro de 2011 o Brasil assumiu o comando da força tarefa naval da ONU e nomeou o então contra-almirante Luis Henrique Caroli para chefiar um grupo de nove navios internacionais.
Contudo, ele comandou essa esquadra a partir de um escritório em terra por cerca de oito meses, devido à demora do Ministério da Defesa em enviar uma embarcação militar brasileira ao país.
A fragata União só foi enviada ao Líbano em outubro de 2011, após o governo brasileiro receber forte pressão da ONU.
Missão 
A missão da frota da ONU no país é patrulhar o litoral libanês e impedir a entrada de armas ilegais para grupos extremistas.
Outro ramo da missão, que opera na fronteira terrestre do Líbano com Israel e não conta ainda com participação brasileira, tem o objetivo de evitar confrontos armados entre israelenses e a milícia xiita Hizbollah.
Segundo a Marinha, será feito um revezamento de navios e militares engajados na força tarefa naval a cada seis meses. A fragata Liberal e sua tripulação devem ser substituídas somente em dezembro.
Após disponibilizar navios de guerra para a missão, o Brasil obteve no último mês de fevereiro autorização da ONU para apontar um novo comandante da esquadra e assim garantir a chefia da força tarefa naval por mais um ano.
O atual comandante da unidade militar é o contra-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith, que já está no Líbano.
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segunda-feira, 9 de abril de 2012

SGB e o fratricídio francês


Desde setembro de 2011, o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) se tornou o principal tema de interesse do Programa Espacial Brasileiro pela indústria espacial estrangeira. E com frequência, surgem notícias sobre os preparativos e as movimentações para a viabilização do projeto, a ser executado pela BR1SATjoint-venture a ser constituída pela Embraer Defesa e Segurança e a estatal Telebrás, sob os auspícios e interesses dos ministérios das Comunicações e Defesa.
À medida que o projeto vai se viabilizando, também acontecem as movimentações de empresas e indústrias interessadas, e o blog passará a abordar algumas dessas movimentações de bastidores.
De acordo com informações que chegaram ao conhecimento do blog Panorama Espacial, houve uma tentativa francesa para uma proposta conjunta para o governo brasileiro, envolvendo a Thales Alenia Space e a Astrium, num solução turn-key, com a entrega do satélite em órbita. Seria umaproposta similar a que está sendo feita pela Astrium e Thales Alenia Space para a empresa espanhola Hisdesat envolvendo o satélite militar Hisnorsat. A Thales, no entanto, teria recusado a proposta.
Na opinião de quem observa atentamente as movimentações empresariais relacionadas ao SGB, a decisão da Thales demonstra a importância que o eventual contrato brasileiro representa para a empresa. Em 2011, o único contrato para a construção de um satélite geoestacionário de comunicações conquistado pela companhia foi com governo do Turcomenistão. Não houve encomendas comerciais. Oficialmente, as dificuldades em conquistar novos negócios teriam um motivo principal: a desvalorização do euro frente ao dólar, o que estaria minando a competitividade da indústria espacial europeia. Mas, mesmo com a desvalorização do dólar, a também europeia Astrium fechou em 2011 cinco novas encomendas de satélites geoestacionários, inclusive de clientes comerciais, como a DirectTV e Eutelsat.
A Thales Alenia Space é a contratante principal do Syracuse, o sistema francês de comunicações militares por satélite, e tem esperanças de que seu expertise na área, aliado ao acordo de parceria estratégica entre o Brasil e a França, sejam determinantes para a sua escolha como fornecedora principal do satélite do SGB.
A competição vai se desenhando
Em declarações públicas feitas há algumas semanas, Marco Antônio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação não perdeu a oportunidade para falar sobre a aguardada abertura de concorrência internacional para a seleção do fornecedor do SGB, o que tem causado certa aflição em setores industriais e mesmo no governo.
Primeiro, Raupp falou da possibilidade da participação norte-americana, e embora não tenha citado nomes, fato é que a Space Systems Loral (selecionada pela brasileira Star One para a construção do Star One C4) já esteve em Brasília para contatos relacionados a uma possível participação no SGB, conforme já revelado pelo blog. Além da Loral, cogita-se também sobre o possível interesse da Boeing, que, em mais de uma ocasião, demonstrou estar atenta a oportunidades espaciais no Brasil.
Diz a lenda, a Loral, que é bastante conhecida por suas propostas competitivas, muitas vezes com valores percentuais até dois dígitos mais baratos, já conta com experiência (e habilidade) em suportar “desaforos” sul-americanos. A Boeing, por sua vez, apesar de ter sistemas de comunicações considerados caros, há alguns anos decidiu voltar com força ao mercado, e colocou o Brasil como um dos seus mercados de atenção, particularmente pelo Programa F-X2, que prevê a aquisição de novos caças pela Força Aérea Brasileira.
Raupp também esteve na Índia, integrando a comitiva que viajou ao país asiático no final de março. Nesta ocasião, o ministro convidou os indianos a analisarem o projeto SGB e eventualmente participarem da concorrência. A Índia conta com uma tecnologia recentemente madura em satélites geoestacionários, principalmente em plataformas de médio porte, mas ainda depende de fornecedores estrangeiros para componentes e cargas úteis, como os transpônderes de comunicações, usualmente fornecidos pela europeia Astrium. A empresa do grupo EADS e a Antrix Corporation (braço comercial da agência espacial indiana, a ISRO), aliás, mantêm vários acordos de cooperação, como em lançamentos de cargas úteis, satélites, entre outros.
Fratricídio?
Para muitos observadores, a indústria espacial francesa sempre foi vista como uma das mais bem posicionadas para o SGB, posicionamento este que ganhou reforço com o acordo de parceria estratégica celebrado em dezembro de 2008. Uma falha da indústria da França em unir esforços para uma oferta conjunta para o SGB poderia resultar num movimento fratricida, que só traria prejuízos a sua própria indústria. Falhas estas, aliás, que muitas vezes levaram a indústria francesa a ser surpreendida e perder negócios em que já era entendida como vitoriosa, mesmo no Brasil (uma pessoa ouvida pelo blog citou o caso, pouco conhecido em detalhes, da tentativa francesa em vender e transferir tecnologia de pequenos satélites de observação).
Fonte: Panorama Espacial ...SEGURANÇA NACIONAL