quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Síria aumenta intensidade de bombardeios sobre rebeldes em Homs


ALERTA: ESTE VÍDEO CONTÉM IMAGENS QUE PODEM SER CONSIDERADAS PERTUBADORAS.
A cidade de Homs, na Síria, sofreu o quinto dia consecutivo de fortes bombardeios, os mais intensos já realizados contra a cidade que se converteu em um bastião da luta contra o regime do presidente Bashar al Assad.
A onda mais recente de pesados ataques teriam deixado, segundo relatos de ativistas, ao menos 40 mortos.
Os bombardeios mais recentes ocorrem um dia após o encontro de Assad com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em que o presidente sírio havia assegurado que poria fim à violência e buscaria um diálogo com forças da oposição.
Na semana passada, a Rússia e a Síria bloquearam uma resolução da ONU condenando a Síria. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 

Hackers divulgam supostos documentos sírios


GUSTAVO CHACRA , CORRESPONDENTE / NOVA YORK - O Estado de S.Paulo
Hackers do grupo Anonymous publicaram ontem e-mails que afirmam ter roubado da missão da Síria na ONU. Entre os documentos, há orientações que o ditador Bashar Assad teria recebido antes de conceder uma entrevista à veterana jornalista americana Barbara Walters, da rede de TV ABC. Parte dos documentos apareceu no jornal israelense Haaretz.
Na entrevista à ABC, que foi ao ar em 7 de dezembro, Assad negou ter comandado as ações das forças de segurança, responsáveis pela morte de cerca de 6 mil pessoas, segundo as Nações Unidas. Nas instruções supostamente obtidas pelo Anonymous, assessores de comunicação da diplomacia síria pedem a Assad mencionar temas e ideias que tornassem suas ações mais palatáveis "à psique da sociedade americana".
"É extremamente importante mencionar que 'erros' foram cometidos no começo da crise porque não tínhamos uma força policial muito organizada. As mentes americanas podem ser facilmente manipuladas quando eles escutam que erros são cometidos e estamos 'consertando' esses equívocos", diz trecho de um e-mail escrito por Sheherazad Jaafari, adida de imprensa da Síria em Nova York e filha do embaixador Bashar Jaafari, para a assessora de Assad, Luna Chebel. "Vale a pena mencionar também o que vem ocorrendo em Wall Street (ocupação por ativistas) e a forma como as manifestações têm sido reprimidas pelos policiais."
A integrante da missão síria na ONU, em outro trecho, acrescenta que "a audiência americana não liga para reformas. Eles não entendem isso e tampouco estão interessados".
Sheherazad Jaafari também recomenda dizer que a Síria, "diferentemente dos Estados Unidos, não tortura seus cidadãos". "Vale citar o caso de Abu Ghraib, no Iraque, como exemplo", acrescenta, referindo-se ao escândalo de abuso, humilhação e tortura de presos iraquianos por parte de soldados americanos que se tornou público em 2004.
Na entrevista, Assad usou o mote americano da guerra ao terror para argumentar que estava combatendo grupos terroristas. Disse ainda que a maior parte dos mortos nos confrontos era de soldados sírios atacados por grupos insurgentes armados.
Assad afirmou ainda que "só um líder louco seria capaz de massacrar seu próprio povo" e criticou a entrevistadora quando ela perguntou a ele sobre a morte de um garoto, supostamente nas mãos dos militares.

Argentina denunciará na ONU 'militarização' das Malvinas


REUTERS
A Argentina denunciará perante a ONU o que considera ser uma militarização do sul do Atlântico por parte da Grã-Bretanha, afirmou na terça-feira a presidente Cristina Fernández de Kirchner, em meio a uma escalada diplomática entre os dois países.
O anúncio foi feito pela presidente diante de veteranos da guerra em que a Argentina e a Grã-Bretanha se enfrentaram em 1982 pela posse das Ilhas Malvinas e vem depois da decisão do governo britânico de enviar um de seus barcos de guerra mais avançados, o destroier HMS Dauntless, para o sul do Atlântico.
As tensões por causa das disputadas ilhas aumentaram nas últimas semanas, com a aproximação do aniversário de 30 anos da guerra de 1982 e empresas britânicas buscando petróleo nas águas ao redor do arquipélago.
"Estão militarizando o Atlântico Sul mais uma vez", disse Cristina, em um ato ao qual comparecem políticos de todos os partidos, empresários e sindicalistas.
"Eu instruí nosso chanceler (ministro de Relações Exteriores) para que apresente formalmente ao Conselho de Segurança da ONU e também à Assembleia Geral a militarização do Atlântico Sul, que implica um grave risco para a segurança internacional", afirmou a presidente.
O governo britânico, que recusa a reclamação argentina de soberania sobre as ilhas, afirmou recentemente que a decisão de enviar o destroier HMS Dauntless para a região, para substituir outro navio, era uma medida que estava planejada desde antes e "totalmente de rotina".
O príncipe William, segundo na linha de sucessão do trono britânico, está no arquipélago, situado a uns 500 quilômetros da costa argentina, realizando uma atividade temporária como piloto de busca e resgate.
(Por Guido Nejamkis e Magdalena Morales) 

Grã-Bretanha descarta negociar sobre soberania das Malvinas


Efe
LONDRES - o governo da Grã-Bretanha voltou a descartar nesta quarta-feira, 8, qualquer negociação com a Argentina sobre a soberania das Ilhas Malvinas, depois de a presidente argentina, Cristina Kirchner, ter anunciado que levará o conflito à Organização das Nações Unidas (ONU).Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico indicou que os moradores das Malvinas, cerca de 3 mil pessoas, são "britânicos por opção e livres para decidir seu futuro". "Não haverá negociações com a Argentina sobre a soberania das ilhas, a menos que seus habitantes desejem", apontou o porta-voz do ministério, em linha com o que já havia expressado em Nova York horas antes um porta-voz da missão britânica na ONU.
Cristina Kirchner anunciou na terça-feira em Buenos Aires que apresentará um protesto na ONU pela "militarização" das Malvinas pela Grã-Bretanha, que tem a soberania dessas ilhas desde 1833. A presidente disse que fará a reivindicação ao Conselho de Segurança da ONU, do qual fazem parte os britânicos como membros permanentes, e a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
A Grã-Bretanha anunciou dias atrás o envio de uma moderna embarcação de guerra, o destroier HMS Dauntless, equipado com mísseis antiaéreos, ao Atlântico Sul. Além disso, o príncipe William chegou às ilhas na semana passada para uma instrução militar de seis semanas.
As tensões entre Argentina e Grã-Bretanha se acirram conforme se aproxima o aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas. Em 1982, os dois países entraram em conflito pela posse das ilhas, que começou depois da ocupação por militares argentinos e chegou ao fim dois meses depois, em 14 de junho, com a rendição argentina.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

GPS europeu terá super foguete para levar quatro satélites


A ESA (agência espacial europeia) assinou o contrato para a construção de mais oito satélites Galileo, cuja constelação criará a versão europeia do GPS norte-americano.
Para adiantar a instalação do GPS europeu, a ESA também firmou um acordo para modificar o foguete Ariane 5, para que ele possa transportar até quatro satélites de uma só vez.
O contrato para a construção e teste dos satélites Galileo foi entregue a um consórcio liderado pela OHB System AG, em Bremen, na Alemanha, que tem como parceira a Surrey Satellite Technology Ltd (SSTL), em Guilford, Reino Unido.
A OHB é responsável pela plataforma dos satélites e pela integração, enquanto a SSTL constrói o equipamento de navegação.
Em Janeiro de 2010, este mesmo consórcio já tinha conseguido o contrato para a construção dos 14 satélites anteriores.
Super foguete
A ESA também assinou dois contratos com a Astrium, em França, para a modificação do Ariane 5 modelo ES, criando numa variante mais potente, de forma que o foguete seja capaz de lançar até quatro satélites Galileo de uma só vez, em uma órbita considerada média.
O Ariane 5 ES está sendo usado atualmente no lançamento do Veículo de Transferência Automatizado para a Estação Espacial Internacional, a cerca de 380 km de altitude, mas exige mudanças e requalificações para colocar satélites a uma altitude de mais de 23.000 km, como é o caso do Galileo.
Será necessário também desenvolver um equipamento para transportar e liberar o conjunto de quatro satélites nas suas órbitas.
O lançador requalificado, chamado de Ariane 5 ES Galileo, deverá estar disponível na segunda metade de 2014, ao lado do atual Soyuz, na Guiana Francesa.
Relógios atômicos
Os satélites do sistema europeu Galileo combinam os melhores relógios atômicos já lançados ao espaço - o erro é de apenas um segundo em três milhões de anos - com um potente transmissor capaz de transmitir sinais de navegação muito precisos.
A constelação Galileo começou a tomar forma em 21 de Outubro de 2011, quando os primeiros dois dos quatro satélites de Validação em órbita (IOV) foram lançados. Os dois estão funcionando de acordo com o esperado. Os dois que faltam serão lançados até Março. Seguir-se-á o lançamento dos satélites de Capacidade Operacional Plena (FOC), que já estão sendo construídos pela OHB e pela SSTL

Paraquedista prepara salto da 'beira do espaço'

Um aventureiro austríaco anunciou que pretende bater o recorde de skydiving, modalidade de esporte em que uma pessoa salta de grandes altitudes e faz manobras no ar, antes de abrir um pára-quedas.
Felix pretende saltar de um balão por 36,5 km; ninguém conseguiu completar essa tarefa até hoje - BBC
BBC
Felix pretende saltar de um balão por 36,5 km; ninguém conseguiu completar essa tarefa até hoje
Felix Baumgartner pretende saltar de um balão a 36,5 quilômetros de altitude. O salto não tem data marcada, mas será feito ainda neste ano.
Qualquer falha na sua roupa, que mantém uma pressão especial, pode fazer com que seu sangue se vaporize, provocando risco de morte.
Ele cairá tão rapidamente que se tornará a primeira pessoa a viajar mais rápido do que a velocidade do som sem a ajuda de uma máquina.
Outras pessoas já tentaram esse tipo de salto no passado, mas ninguém conseguiu completar até hoje.
Baumgartner divulgou recentemente um vídeo no qual afirma que o último teste antes do salto foi bem-sucedido.
Roupa especial
A peça mais importante do salto é a roupa que cobre toda a superfície do seu corpo. Isso é fundamental para manter seu corpo na pressão atmosférica correta e fornecer oxigênio.
A roupa tem características semelhantes à dos astronautas da Nasa, mas ela precisa ser ainda mais resistente e flexível.
Para testar a roupa, Baumgartner vestiu a peça dentro de uma cápsula que simulava as condições de pressão que ele enfrentará no salto.
Ele também terá de enfrentar temperaturas que podem chegar a -70º C e a força de um estrondo sônico.
O capitão David Gradwell, que é diretor de medicina aeroespacial da Aeronáutica britânica (RAF), comentou o desafio de Baumgartner a pedido da BBC.
"Ele cairá muito rapidamente, por isso ele terá que garantir que conseguirá ficar estável, para não rodopiar sem controle", disse Gradwell.
"Ele precisa conseguir enxergar pelo visor do seu capacete para perceber o que se passa ao seu redor, e para conseguir manusear o pára-quedas da forma correta."
Se a tentativa for bem-sucedida, Baumgartner conseguirá bater um recorde estabelecido em 1960 pelo aventureiro Joe Kittinger, que pulou de um balão a 31 quilômetros de altura. Kittinger faz parte hoje da equipe de Baumgartner, e acredita que todo o esforço do austríaco dará certo.
Equipes da BBC e da National Geographic estão fazendo um documentário sobre a tentativa de Baumgartner.
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Violência de Assad faz famílias mudarem de lado, diz brasileiro


JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE / GENEBRA - O Estado de S.Paulo
"Façam alguma coisa para nos salvar." O apelo é do sírio-brasileiro Karim, que nasceu em Belo Horizonte e vive há mais de 20 anos em Homs, na Síria. Ele relatou ontem ao Estado por telefone o que chama de "inferno" em sua cidade desde o fim de semana. Temendo represálias, pediu que seu sobrenome seja mantido em sigilo. Segundo ele, muitas famílias mudaram de lado com a nova ofensiva do governo.
"Há poucas semanas, muita gente de fato apoiava Assad. Não porque gostavam dele. Mas porque o regime representava certa estabilidade. Agora, com filhos de amigos morrendo, não há mais como apoiar um assassino", disse o brasileiro, que tem um comércio na Síria. "É uma nova guerra. Basta olhar para fora para ver fumaça e bombas. A população está cada vez mais contra o governo", disse Karim. "O som das armas mudou. Dá para notar que são pesadas, mísseis, não mais apenas metralhadoras."
"O governo sírio busca todos que falem algo negativo sobre o regime. Ninguém mais se arrisca a ver seu nome ligado à oposição", disse o sírio-brasileiro.
Karim relata que há pelo menos cinco dias não deixa sua mulher e duas filhas saírem de casa. Ele mesmo apenas se arriscou a sair para buscar comida no sábado. "Logo faltará comida, sem contar o dinheiro. Já há cortes de luz e o telefone nem sempre funciona", disse. "Os bancos estão operando apenas em meio turno e muitos nem recebem mais clientes", disse. "Sorte que tinha um pouco de dinheiro guardado em casa", afirmou.
O brasileiro diz que a versão da TV síria é a de que a luta é contra terroristas e grupos financiados por estrangeiros. "Tive de ligar para um primo meu em Minas Gerais para perguntar o que estão falando da Síria", contou. "Se não temos nem como sair de casa, como é que vamos até Damasco, pegar um voo? O que terá de ocorrer é uma retirada organizada pelo governo do Brasil dos brasileiros que estão por aqui", disse.