quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

F-22 e F-35 devem encerrar a longa era dos caças tripulados


O Estado de S.Paulo
Análise: Roberto Godoy
O supercaça F-22 Raptor pode muito. Faz coisas que nenhum outro é capaz de fazer, como voar longamente em velocidade supersônica e virtualmente desaparecer das telas dos sensores eletrônicos de defesa aérea. Mas é um problema que voa, com deficiências de tecnologia avançada que não têm permitido o emprego em combate do avião de US$ 400 milhões - cada um. Isso reforça a tese aceita por um número crescente de especialistas de que o F-22 e seu parceiro mais simples, o F-35, podem ser os últimos caças americanos tripulados. A próxima geração dessa classe de aeronaves só deve sair da tela dos engenheiros por volta de 2030 - e s0b risco. Sintomaticamente, os EUA mantêm 47 programas de desenvolvimento de aviões militares não tripulados e reconhecem "o movimento preliminar" de apenas dois projetos prevendo pilotos a bordo. Os robôs custam apenas uma parcela dos tipos convencionais. Talvez 80% do grande pacote dos modelos guiados à distância estão sob sigilo.
Há modelos destinados a permanecer no ar por muitos dias, realizando o trabalho de vigilância armada. Outros, feitos para cumprir missões de ataque, ainda seriam comandados por alguém eventualmente sentado no cockpit do que será, então, um "velho" Raptor.

Drones são 40% da frota aérea dos EUA


GUSTAVO CHACRA , CORRESPONDENTE / NOVA YORK - O Estado de S.Paulo
Mais de um em cada três aviões militares dos EUA não é tripulado. O crescimento na utilização desses aparelhos controlados remotamente - mais conhecidos como "drones" e usados principalmente no Iraque, Iêmen, Paquistão e Afeganistão - cresceu nos últimos anos e alterou o conceito de operações aéreas das forças americanas.
De acordo com relatório do Serviço de Pesquisas do Congresso dos EUA, divulgado nesta semana, o porcentual de drones nas forças americanas cresceu seis vezes desde 2005. Atualmente, são 7.494 aviões não tripulados e 10.767 que exigem a presença de pilotos no comando. Isso representa mais de 40% do total.
Desde 2001, as forças militares americanas já gastaram US$ 26 bilhões com os drones. Apesar disso, as despesas com aviões tripulados ainda representam 92% do total de destinado para o setor no Exército e demais ramos das Forças Armadas.
Na avaliação do estudo do Congresso, existe uma série de vantagens no uso dos drones. "Eles eliminam os riscos para a vida dos pilotos e não sofrem restrições na duração de operações causadas por limitações humanas. Além disso, podem ser envolvidos em ações mais arriscadas e os custos são bem menores", afirma o relatório.
Em memorando recente, o Pentágono concluiu que os aviões não tripulados "são fundamentais na guerra ao terror por sua precisão nos alvos, por detectar minas e por fazer reconhecimento de armas químicas, biológicas e nucleares". A segurança nesses voos também aumentou. Sete anos atrás, eram 20 acidentes a cada 100 mil horas de voo. Hoje o número é de 7,5. Recentemente, um deles, em uma possível missão de espionagem, foi capturado pelo Irã.
Atualmente, existem drones com tamanhos que variam entre o de um inseto e o de um avião comercial. Os mais comuns são os Ravens. Os Predators e sua versão mais potente - os Reapers - têm mais poder de fogo.
A publicação do relatório ocorre no momento em que a CIA suspendeu os ataques com drones contra bases da Al-Qaeda e do Taleban em áreas tribais do Paquistão. A última ação dos aviões comandados pelo serviço secreto dos EUA ocorreu em 17 de novembro, matando sete inocentes e irritando o governo paquistanês.
No ano passado, foram realizados 75 bombardeios com drones naquela região paquistanesa. Entre 470 e 655 pessoas morreram, incluindo mais de 100 civis. Também foram intensificadas as ações contra militantes da Al-Qaeda na Península Arábica, no território iemenita.
Além da função militar, os drones podem também passar a ter uso doméstico. No domingo, durante a feira do Consumer Eletronics Show, foram apresentados protótipos de helicópteros e aviões com grande autonomia de voo operados por meio de iPhone e celulares com o sistema operacional Android.

Irã pede novamente aos EUA que deixem o Golfo Pérsico


O subchefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Irã, o general Massoud Jazayeri, pediu novamente nesta terça-feira aos Estados Unidos que abandonem o Golfo Pérsico, informou a agência oficial de notícias iraniana Irna.
"A República Islâmica do Irã recomenda que os estrangeiros, incluindo os americanos, abandonem a região do Golfo Pérsico", disse Yazayeri.
O general Massoud Jazayeri, do Corpo de Guardiães da Revolução iraniana, afirmou que a presença das forças armadas transregionais na zona, incluindo os EUA, não é justificável por nenhum motivo.
Em 3 de janeiro, o comandante do Exército iraniano, Ataolah Salehi, já havia advertido aos EUA que não voltassem a enviar sua frota ao Golfo Pérsico.
"A República Islâmica iraniana não deseja ter de repetir sua advertência", garantiu o comandante.
Neste mesmo dia, o porta-voz do Pentágono, George Little, afirmou em comunicado em Washington que o trânsito pelo Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, é necessário para o abastecimento das missões americanas na região.
O alto funcionário acrescentou que Washington continuará mobilizando suas unidades militares no Golfo de acordo com suas necessidades, mesmo com as ameaças iranianas.
O Irã está protagonizando uma polêmica envolvendo seu programa nuclear, pois parte da comunidade internacional, encabeçada pelos EUA, acredita que o país possa estar fabricando bombas atômicas, o que Teerã nega, afirmando ter somente fins pacíficos.
Neste contexto, os EUA e Israel ameaçaram o Irã com ataques para evitar o desenvolvimento de seu programa nuclear e Teerã respondeu que a réplica seria "arrasadora".
Além de eventuais ataques contra o território de Israel e as bases e navios dos EUA na região, o Irã disse que, caso sofra uma agressão ou sinta-se em perigo iminente, fecharia o Estreito de Ormuz, o que poderia causar um desabastecimento de petróleo no mundo com consequências imprevisíveis.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

'Ausência do Brasil em giro latino de Ahmadinejad indica afastamento'


BRASÍLIA - A ausência do Brasil no roteiro do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pela América Latina indica que a relação entre os dois países esfriou sob o governo Dilma Rousseff, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.
Governo brasileiro não foi procurado por Teerã para agendar a visita de Ahmadinejad - Ariana Cubillos/AP
Ariana Cubillos/AP
Governo brasileiro não foi procurado por Teerã para agendar a visita de Ahmadinejad
Ahmadinejad iniciou no fim de semana um giro por Venezuela, Equador, Cuba e Nicarágua. A viagem ocorre num momento em que o Irã sofre crescente pressão dos Estados Unidos e de países europeus para abandonar seu programa nuclear e ameaça impedir a circulação de petroleiros pelo estreito de Ormuz (responsável pelo transporte de um quinto do petróleo mundial) caso sofra novas sanções econômicas.
Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, o governo brasileiro não foi procurado por Teerã para agendar a visita de Ahmadinejad. O órgão diz, porém, que as relações entre os dois países seguem normais e que não sofreram qualquer abalo desde o início do governo Dilma.
No entanto, pra o professor de relações internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser, a ausência do Brasil no roteiro indica que o país tem se distanciado da república islâmica.
"Desde que a Dilma tomou posse, temos colecionado algumas informações que permitem dizer que há uma certa mudança no posicionamento do Brasil (em relação ao Irã)", diz ele à BBC Brasil.
Segundo Nasser, o fato de o governo iraniano não ter consultado o Itamaraty sobre a viagem já é sinal desse distanciamento.
Afinal, diz ele, a presença do Brasil no roteiro tornaria a viagem muito mais importante, já que o país é a maior economia da região e tem desempenhado papel crescente na diplomacia internacional.
"Se o Ahmadinejad não fez nenhum contato, é porque se sentiu constrangido", afirma.
Nasser cita também entre os sinais de que as relações esfriaram o silêncio do Brasil no debate sobre o programa nuclear iraniano e sobre as crescentes tensões no Golfo Pérsico.
Em maio de 2010, Brasil e Turquia negociaram um acordo pelo qual Teerã receberia combustível nuclear para uso em pesquisas médicas. O acordo, entretanto, acabou cancelado pelo Irã após a adoção de uma nova rodada de sanções contra o país pelo Conselho de Segurança da ONU.
'Armas atômicas' 
Alguns integrantes do Conselho - principalmente os Estados Unidos - justificaram a decisão ao afirmar que o programa nuclear iraniano visa a produção de armas atômicas, intenção negada por Teerã.
Em novembro, a disputa teve novo capítulo com a divulgação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que afirmou que o programa nuclear iraniano tem uma vertente militar. Teerã voltou a rejeitar a afirmação e disse cumprir todos os requisitos do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TPN).
Segundo Nasser, ao não se posicionar oficialmente sobre o relatório da AIEA nem sobre a crescente tensão em torno do Irã, o Brasil sinalizou que pretende adotar uma posição "mais neutra" quanto ao país.
"Com o Lula, o Brasil tomava uma posição à frente do processo, e agora o país simplesmente está ausente disso."
O professor menciona ainda entre os sinais de afastamento uma entrevista de Dilma em novembro de 2010, quando, antes de tomar posse, ela disse ser "radicalmente contra" o apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani, acusada de adultério e homicídio em seu país. O caso Sakineh ganhou repercussão mundial e provocou duras críticas de potências ocidentais à observância dos direitos humanos no Irã.
"Não diria que o Brasil vá tomar atitude de condenação ao Irã em algum fórum, mas por outro lado está se distanciando de atitude que o Lula vinha tendo", diz Nasser.
Protocolo 
Para Márcio Scalércio, professor de relações internacionais da PUC-RJ, o fato de o Itamaraty não ter sido procurado pelo Irã acerca da vinda de seu presidente não demonstra que o Brasil estava fora dos planos da visita.
"O protocolo diplomático implica que haja um convite oficial do Brasil, que não tomou a iniciativa", diz ele à BBC Brasil.
Segundo Scalércio, ao deixar de fazer o convite, o governo brasileiro se livrou de uma "grande polêmica".
"Certamente lideranças organizadas judaicas reagiriam à visita, e setores de oposição poderiam criar algum acontecimento para criticar o governo".
Scalércio também diz ver uma postura "distinta" do Brasil em relação ao Irã, mais crítica quanto ao tratamento dado aos direitos humanos no país persa. 
No entanto, afirma que é improvável que o Irã retalie o Brasil por essa mudança no comportamento, já que a diplomacia brasileira tem exercido um papel moderador nas relações do país persa com as potências ocidentais.
"O Irã não pode se dar ao luxo de responder a essa postura menos entusiasta do Brasil de modo ostensivo ou hostil. Se o torniquete contra as exportações de petróleo e gás iranianos apertar, o país já terá de arcar com problemas econômicos muito difíceis para querer arranjar mais confusão."
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Rússia não descarta que fracassos espaciais tenham 'causas externas'


Efe
 O chefe da agência espacial russa Roscosmos, Vladimir Popovkin, não descarta que os últimos fracassos da Rússia no setor aeroespacial tenham "causas externas", detalha nesta terça-feira o jornal russo "Izvestia".

"Não gostaríamos de culpar ninguém, mas hoje em dia existem meios muito eficazes para atingir alvos espaciais, e não se descarta que estes meios estejam sendo utilizados", declarou Popovkin.

O diretor da Roscosmos lembrou que ainda não estão esclarecidas as causas da avaria da estação interplanetária russa Fobos-Grunt que ficou orbitando ao redor da Terra ao invés de seguir para Marte após o lançamento em novembro.

"Também não temos claro as causas dos frequentes fracassos de nossos equipamentos que ocorreram quando sobrevoam parte da Terra que está à sombra para Rússia, onde não vemos o aparelho e não podemos receber dados do mesmo", acrescentou.

Popovkin assinalou que para melhorar sua situação a Rússia concluirá em 2013 a formação do sistema de vigilância e acompanhamento espacial "Luch-5", que será composto por três satélites. "Os satélites nos garantirão a visão ao vivo. Saberemos com certeza o que ocorre em que momento", detalhou.

O Ministério da Defesa russo anunciou na semana passada que os fragmentos da Fobos-Grunt poderiam cair na Terra em 15 de janeiro.

A estação interplanetária devia completar uma missão de 34 meses que incluía o voo a Fobos, uma das duas luas de Marte, a descida a superfície e, finalmente, o retorno à Terra de uma cápsula com mostras do solo do satélite marciano.

O projeto, com custo de US$ 170 milhões, tinha como objetivo estudar a matéria inicial do sistema solar e ajudar a explicar a origem de Fobos e Deimos, a segunda lua marciana, assim como dos demais satélites naturais no sistema solar.

"Izvestia" informou em dezembro que a Roscosmos restringirá a partir de 2012 as viagens ao exterior a todos os seus empregados que conheçam, direta ou indiretamente, informações classificadas como segredo de Estado.

Anteriormente, Nikolai Rodionov, ex-comandante-em-chefe do Sistema de Prevenção de Ataques com Mísseis da Rússia, declarou que radares americanos teriam condições de provocar a falha da Fobos-Grunt. Ele pediu ainda a utilização de menos componentes eletrônicos estrangeiros na fabricação de mísseis e equipamentos espaciais russos.

"Em qualquer momento (os fabricantes estrangeiros) poderiam emitir sinais, ativar chips capazes de deixar fora de serviço um míssil ou uma nave espacial", explicou Rodionov.

Agência Espacial Europeia lançará 1º foguete Vega em 9 de fevereiro


Efe
O primeiro lançamento do novo foguete Vega, o menor da frota europeia e com capacidade para transportar 1,5 toneladas, deverá ser realizado em 9 de fevereiro, anunciou nesta segunda-feira, 9, o diretor-geral da Agência Espacial Europeia (ESA), Jean-Jacques Dordain.
O custoso lançamento do Vega será um dos principais desafios para a ESA em 2012 - J.Huart/ESA/Divulgação
J.Huart/ESA/Divulgação
O custoso lançamento do Vega será um dos principais desafios para a ESA em 2012
A ESA está trabalhando com essa data como objetivo, mas Dordain explicou que o lançamento, que será feito no Centro Espacial Europeu de Kuru, na Guiana Francesa, pode atrasar por causa das novas tecnologias. O foguete levará ao espaço os satélites LARES e ALMASat-1.
Com o Vega, fabricado para cargas pequenas, o Ariane, para pesadas, e os russos Soyuz, para intermediárias, a Europa terá a sua disposição uma frota completa de foguetes.
O lançamento do Vega será um dos principais desafios para a ESA em 2012, que trabalhará com um orçamento de aproximadamente quatro bilhões de euros, um valor praticamente idêntico aos anos anteriores. A instituição tentará reduzir seus gastos em cerca de 175 milhões de euros até 2015.
O país que mais contribuirá para a ESA em 2012 será a Alemanha, com 25,9% do total (750,5 milhões de euros); seguido pela França, com 24,8% (718,8 milhões); e pelo Reino Unido, com 8,3% (240 milhões).
No total, o orçamento dos 19 integrantes da ESA (a Polônia deverá se unir à instituição esse ano) é de 2.900,1 bilhões de euros, ou 72,2% do total. Outros 876,7 milhões de euros virão da União Europeia e de outros contribuintes menores.
O calendário de eventos da ESA para o 2012 conta também com o lançamento, em 9 de março, do ATV-3, a terceira nave europeia de abastecimento não tripulada que será enviada à Estação Espacial Internacional a bordo de um Ariane 5 Kuru.
Também em março está previsto o fim das provas dos dois primeiros satélites de navegação do sistema Galileu, que devem começar a funcionar em 2014.
Em agosto ou setembro, serão colocados em órbita o segundo par de satélites, de um total de 30, que funcionarão como o concorrente europeu do sistema GPS.
Além disso, em 2012 será lançado o terceiro satélite Meteosat de segunda geração, e será inaugurada a missão Swarm, que estudará a mudança do campo magnético da Terra. 

Fique por dentro: Sanções contra o Irã


Sob intensa pressão externa e tensão doméstica crescente, o Irã vem tentando renovar alianças e angariar apoio.
A comunidade internacional vem redobrando as cobranças ao país por mais transparência no seu programa nuclear.
Os Estados Unidos e a União Europeia recentemente anunciaram novas sanções contra o país.
O jornalista Amir Paivar, do canal da BBC em persa, resumiu as principais questões na polêmica das sanções.
Neste vídeo, ele explica a gravidade da situação e a abrangência das medidas, entre outros. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.