quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Câmeras de visão noturna Parte II- Entrevista OPTOVAC e a Primeira Câmera Termal Brasileira

EMPRESA DE OSASCO SP

Dando continuidade ao artigo exclusivo do Plano BrasilVisão noturna Parte I- A origem & tecnologias”Apresentamos neste artigo duas seções distintas, a primeira  uma entrevista efetuada na ocasião da LAAD 2011, evento o qual o Plano Brasil foi especialmente convidado teve a oportunidade de visitar o estande da OPTOVAC.
Os nossos enviados Ricardo Pereira e Luiz Medeiros puderam experimentar as câmeras termais apresentadas pela empresa e com isto comprovar as suas características. Luiz Medeiros destacou-nos que ficou impressionado com a resolução do equipamento, em especial um peculiar acontecimento no qual segundo ele,  pode focar em seu braço e ver nitidamente a sua própria circulação sanguínea. Nossos enviados foram recebidos pelo representante da OPTOVAC Henrique Nobre, que gentilmente nos concedeu esta entrevista e  informações sobre os equipamentos expostos bem como da própria empresa.
Plano Brasil: Bom dia Henrique, obrigado pelo convite e pela gentil recepção. Em nome do Plano Brasil gostaríamos de lhes parabenizar pelos feitos tecnológicos e vos felicitar pela participação nesta edição da LAAD 2011. Você poderia falar um pouco da empresa para os leitores do Plano Brasil e seus Parceiros?
Na segunda parte deste artigo intitulado a primeira Câmera Termal Brasileira, apresentaremos com exclusividade imagens de dois ensaios reais efetuados com as câmeras termais produzidas pelaOPTOVAC realizadas por duas unidades distintas do Exército Brasileiro, O leitor poderá saber um pouco mais das tecnologias acerca destes sistemas recorrendo ao primeiro artigo desta série (“Visão noturna Parte I-A origem & tecnologias”) e assim entender um pouco melhor sobre as tecnologias envolvidas nas câmeras desenvolvidas pela empresa,  Esta matéria já estava agendada a bastante tempo, porém eu não havia concluído, os ensaios foram efetuados em 2009 e 2010 e desde então acompanhamos a evolução do projeto. Neste contexto, gostaria por fim de ressaltar que as informaçõese fotos foram exclusivamente cedidas pela OPTOVAC  ao  e que estas podem ser vistas em maior resolução bastando para isto clicar sobre as mesma

Henrique: Bom dia Luiz é um prazer tê-los aqui, bem… gostaria de dizer que a OPTOVAC é uma empresa inteiramente nacional. Nós estamos ha mais de 20 anos no mercado e a Optovac nasceu com o incentivo da Marinha, que através da COPESP (Coordenadoria para Projetos Especiais), tinha o objetivo de desenvolver a tecnologia do combustível nuclear no Brasil, para submarinos. A OPTOVAC foi fundada e cresceu com este apoio  mas com a crise econômica na era Collor o programa sofreu forte impacto e aOPTOVAC passou a investir muito no setor de óptica de precisão.
Hoje concluímos diversos projetos muito importantes para nossa empresa como um projeto para o INPE, para quem desenvolvemos um complexo sistema óptico para o espaço e diversos projetos para o Ctex.
Um importante marco tecnlógico para a OPTOVAC e creio, para o País, foi justamente a qualificação para uso espacial da objetiva que desenvolvemos e fabricamos para o INPE. Este processo de qualificação comprovou que nossa objetiva é capaz de suportar as severas  vibrações da decolagem e as radiações no ambiente espacial em que opera, bem como, as mudanças de temperaturas no espaço.
É com orgulho que falo desse importante acontecimento para nossa empresa.
Plano Brasil: Como já dilvulgamos no Plano Brasil a OPTOVAC atuou recentemente num programa do Centro tecnológico do Exército Brasileiro o CTEx, correto?
Henrique: Isto mesmo Luiz, nós já trabalhamos muito com o CTEx, que é um importantíssimo fomentador de tecnologias avançadas e grande apoiador da indústria nacional de defesa. Tecnologia esta, e vale ressaltar, possui muitas vezes,  desdobramentos significativos na área civil.
A Optovac concluiu diversos projetos na área de desenvolvimento de sistemas infravermelho, de visão noturna e sistemas optrônicos de guiamento para o CTEX. Ao final de 2009, entregamos uma luneta de imagem térmica para tiros de precisão em fuzis. A luneta foi completamente desenvolvida e fabricada no Brasil: óptica, mecânica, sistemas eletrônicos, softwares e algoritmos, tudo feito no Brasil, pela Optovac.
Plano Brasil: Você poderia falar um pouco deste equipamento?
Henrique: Esse equipamento já foi testado em campo (ver nesta matéria), foram efetuados ensaios, que englobaram inclusive, tiros noturnos. Foram feitas tambem comparações com um modelo de câmera importada.
O ensaio foi efetuado pelo pessoal das Forças Especiais do Exército Brasileiro em Goânia que atestaram e gostaram muito do desempenho. Segundo eles foi melhor do que o modelo importado e essa notícia foi inclusive divulgada no jornal do CTEx daquela época.
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Câmeras termais portáteis OPTOVAC- Foto Ricardo Pereira Plano Brasil
Este resultado foi uma satisfação muito grande para toda a nossa equipe pois compravamos que estávamos no caminho certo e a confiança que o CTEX nos despositou foi então correspondida. E mais, comprovou-se novamente, como em outras ocasiões na história da tecnologia brasileira que é possível sim, fazermos tecnologia de altíssimo nível no Brasil. Somos um país com um povo muito perseverante. E a OPTOVAC, sobretudo como pequena empresa, sempre soube perseverar e acreditar no potencial de nossa equipe.
Mas o importante é isso, a OPTOVAC não parou, hoje nós temos um modelo de câmera similar ao usado no ensaio, porém com um sensor muito mais avançado, com tecnologia mais moderna e uma câmera com algoritmos mais avançados e mais novos, com metade do tamanho da câmera utilizada no ensaio, a qual você teve oportunidade de experimentar e pode falar um pouco aos leitores.
Plano Brasil: Realmente a câmera me impressionou, não só pela definição e nitidêz como também pelo histórico do desenvolvimento, o que mostra uma progressão de modelo para modelo.
Henrique: CorretoOPTOVAC não está parada. Hoje nós temos modelos de câmeras para diferentes aplicações, câmeras com sensores de diferentes resoluções, com tipos de saída de vídeo diferentes, micro LCD (liquid Crystal Display- Monitor de cristal Líquido), ou seja, somos muito flexíveis às necessidades do cliente.
OPTOVAC quer expandir essa tecnologia para outros setores como empresas da área de segurança e para as forças policiais, um setor que julgamos ser de fundamental importância. Além disso, muitas empresas nacionais estão desenvolvendo VANTs, os quais estão se mostrando já bastante avançados. Porém a carga útil destes VANTs, que envolve todo o sistema de câmeras vísiveis e termais, são importados. A Optovac deseja e está trabalhando para ser um fornecedor nacional destes sistemas ópticos embarcados, num futuro muito próximo.
Plano Brasil: Você pode nos falar um pouco das perspectivas acerca do setor de segurança pública?
Henrique: A tecnologia termal permite que ninguém se esconda, seja a noite ou de dia. Permite planejar operações táticas complexas. É uma importante ferramenta para antecipar situações de risco e realizar a segurança de grandes áreas e grandes aglomerações urbanas, fronteiras marítima ou terrestres, e também a detecção de pessoas com sintomas de febre, como foi o caso recente de surto de gripe e a identificação destas pessoas antes do embarque em aeroportos. Todos os países desenvolvidos já incorporaram esta tecnologia com o uso frequente e extensivo de sistemas de imageamento térmicos.
Desenvolver esta tecnologia foi um desafio muito grande, mas a OPTOVAC venceu, e trabalhamos agora para aprimorar nossos equipamentos, elevando-os aos níveis dos equipamentos importados de primeira linha, das gigantes multinacionais.
Vou lhe citar um exemplo da aplicação dos sensores termais: caso aconteça de um sujeito fugir seja no ambiente urbano, favelas etc.. se este indivíduo adentrar num matagal, dependendo da região, o policial não consegue enxergá-lo e perseguí-lo devido a ocultação do cenário, e isso, mesmo de dia. Porém de posse de um sistema de visão termal, não tem como se esconder, porque a temperatura corpórea estará sendo evidenciada e detectada pela câmera termal. Não há como ele prender a respiração e deixar de emitir infravermelho. As principais forças policiais do mundo usam essa  tecnologia em helicópteros, em armamentos e claro, em viaturas. Estamos falando uma câmera de tamanho muito reduzido, leve e muito importante, portátil.

Henrique: Nós trouxemos para o evento 6 câmeras térmicas com 4 sensores diferentes e 3 resoluções de sensores diferentes. Estamos falando de sensores com resoluções de  640 por 480 pxls que exibem imagens espectaculares, tal como você pode conferir (risos).  São sensores muito avançados e extremamente recentes. Envolveram grandes pesquisas dos fabricantes. Ressalto aqui o interesse daOPTOVAC em se manter trabalhando com dispositivos de estado-de-arte em termos de sensorHenrique: O Brasil vai sediar agora a Copa do Mundo e as Olimpíadas, segurança de grandes áreas, estádios, de grandes aglomerações humanas, portos ou armazéns, o Brasil não pode ficar para trás e o importante é que agora aOPTOVAC é capaz de  oferecer sistemas de imageamento térmicos às empresas na área de segurança. É tecnologia nacional.

Outro ponto imporante é que como somos fabricantes, oferecemos todo o susporte técnico, com treinamentos, assitência técnica e garantias, muito próximos aos clientes. Hoje, se uma câmera térmica da Polícia precisa de reparos, é preciso vir um técnico compotente ou enviar o equipamento, que é bastante caro, à Israel, França, ou Estados Unidos. Estamos falando de meses, de burocracia e custos elevados. Meses em que a Polícia, que fez um investimento considerável, está deixando de usar o equipamento.
E pior, com o risco e os trantornos existentes do fato de se depender de assitência técnica estrangeira, o equipamento térmico importado pode não vir a ser usado em operações com a frequência desejada inicialmente. Pois em cada operação aumenta-se o risco de se ter que antecipar uma manutenção.
O que a Optovac propõe é justamente o contrário, realizar tudo no Brasil e com agilidade. Estar próximo de nossos clientes, das Forças Policiais que precisam ter sempre um equipamento deste operacional.
Plano Brasil: Mas há uma concorrência internacional como a OPTOVAC se situa neste nicho?
Henrique: A OPTOVAC conta com um corpo de pesquisadores de alto nível. Nós já temos dois projetos com a FINEP, um plano de negócios bem estruturado para atingir o mercado.  A gente não pode esquecer que hoje no mundo tem 3 ou 4 empresas que são capazes de fabricar o sensor, o único componente que nós ainda não fabricamos (o sensor infravermelho). Mas eu diria que umas 20 empresas no mundo fabricam as câmeras, tal como nós.
Nosso diferencial competitivo é uma somatória de fatores tais como preço, asistência técnica de alto nível extremamente rápida e ágil (completamente realizada no Brasil), alta flexibilidade às necessidades do cliente, câmeras com elevada taxa de atualização de frames e alta qualidade de imagem.
Henrique: A K-14 o exército comprou só uma, Hoje temos a K-14 e sua família militar mais recente, o L-14C, que possui metade do comprimento e a largura diminuiu e o sensor é mais novo, além de maior autonomia e menos peso. A K-14 foi um equipamento que nós fornecemos só para o Exército, pontualmente e se o Exército quiser adquirir câmeras termais, a OPTOVAC vai oferecerá ao Exército uma câmera melhor e mais leve e que consegue ver mais longe. Pois nossas pesquisas e desenvolvimentos não pararam Henrique: Com excelente qualidade, com a presença nacional, com empregos gerados aqui e de alto nível, sistema totalmente embarcado e desenvolvido aqui.
Plano Brasil: Quais seriam então os diferenciais, ou seja o “a mais” que a OPTOVAC teria para oferecer, não pensando somente no mercado Brasileiro de Defesa e Segurança Pública, mas também no cenário latino-americano?
Henrique: Para o cliente Latino-americano certamente o custo mais baixo, o mesmo ocorre para o Brasileiro, fora isso, a assistência técnica com garantia absoluta, feita aqui no Brasil, por brasileiros, empregando mão-de-obra brasileira. Se acontecer alguma coisa com uma das câmeras do Exército ou da Polícia por exemplo, nós vamos ter câmeras para repor, ou seja, a OPTOVAC recolhe as câmeras para manutenção e coloca outras operacionais no lugar.
Tudo isto para não deixar o cliente sem câmeras térmicas para suas aplicações.
Nosso produto também apresenta um diferencial conquanto a sua velocidade de imageamento, nossas câmeras podem fornecer imagens a partir de 30 frames por segundo, o que permite que nenhum detalhe possa escapar a visão do observador. O sistema pode registrar 30 fotos por segundo em boa definição e nada vai se mover mais rápido do que isso. Pouquíssimas Câmeras análogas e de tecnologia equivalente possuem esta função e neste patamar de frames (30/s). Para aplicações militares podemos atingir 60 quadros por segundo...
Um aspecto importante que devemos ressaltar se refere aos projetos nacionais de  grande envergadura como o Sisfron e o SisGAAz. A Optovac tem o máximo interesse em ser um fornecedor de alguns modelos de câmeras termais. Mas sabemos estes projetos são extremamente amplos e complexos. Neste sentido a Optovac deve ser firmar também como capaz de absorver offsets tecnológicos de 
s estudos baseados no Modelo 1, permitiram a OPTOVAC miniaturizar ainda mais o sistema, vale ressaltar que o único componente da câmera que não é produzido pela OPTOVAC é o sensor infravermelho. Todos algoritmos, softwares, projetos mecânico, eletrônico e óptico, foram feitos pela empresa, nacionalmente.
compensação na área de eletro-óptica, em que temos comprovada experiência 
http://www.planobrasil.com/wp-content/uploads/2011/03/K3.jpghttp://www.planobrasil.com/wp-content/uploads/2011/03/K4.jpgPor se tratar de um sistema em desenvolvimento e de uma tecnologia muito sensível e controlada, não podemos divulgar algumas informações a respeito dos visores termais para uso militar desenvolvidos pelaOPTOVAC, entretanto o Plano Brasil teve acesso a algumas informações bastante valiosas acerca do sistema desenvolvido pela empresa.
http://www.planobrasil.com/wp-content/uploads/2011/03/K1.jpghttp://www.planobrasil.com/wp-content/uploads/2011/03/K-7.jpgNesta matéria apresentaremos algumas imagens exclusivas gentilemente cedidas e liberadas pelaOPTOVAC para divulgação do visor (Luneta de visão termal para tiros noturnos de precisão).
http://www.planobrasil.com/wp-content/uploads/2011/03/K8.jpghttp://www.planobrasil.com/wp-content/uploads/2011/03/K6.jpgPodemos dizer que o sistema desenvolvido pela OPTOVAC é bastante leve e robusto e tem um alcance  visual bastante satisfatório, equivalente aos sistemas estrangeiros no estado-de- arte.
O sistema foi testado e aprovado após as avaliações em ensaios realizados na Brigada de Operações Especiais, mais especificamente pelo do 1º Batalhão de Forças Especiais (1º B F Esp), localizado em Goiânia.
Os ensaios foram conduzidos em Setembro de 2009 e consistiram em realizar disparos para avaliação de alcance, critérios ergonômicos,  autonomia elétrica. Os ensaios com a luneta termal foram procedidos com o meticuloso acompanhamento por  parte dos engenheiros e peritos militares  do centro Tecnológico do Exército. Segundo as informações divulgadas pelo CTEX os resultados foram bastante expressivos, muitas informações e sugestões foram incorporadas ao projeto e melhorias foram introduzidas.
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Em 2010, um novo ensaio efetuado em Santa Maria, nas dependências do 9º Regimento de cavalaria Blindada, desta vez uma câmera de uso civil foi utilizada nos testes noturnos com eficácia ainda maior, obtendo resultados satisfatórios.
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O modelo utilizado 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Tipo 212 submarino Alemão

 No ínicio de 1990, a Marinha Alemã estava procurando um substituto para os submarinos Tipo 206. Estudos iniciais começaram em um Tipo 209 de projeto melhorado, com capacidade para o sistema AIP, chamado Tipo 212.
  O programa final começou em 1994 já que as duas marinhas, da Alemanha e Itália, começaram a trabalhar juntas para projetar um novo submarino convencional, respectivamente para operar nas águas rasas e estreitas do mar Baltico e nas profundas águas do mar Mediterrâneo. Os dois requerimentos diferentes foram misturados em um e, por causa das significantes atualizações do projeto, a designação foi mudada para Tipo 212A desde então.
  Em 1996 um Memorando de Entedimento (MOU) deu início a cooperação. O seu objetivo principal era a construção de barcos idênticos e o início de uma colaboração em logística e suporte de ciclo de vida para as duas marinhas. 
  O governo Alemão expediu uma ordem inicial de quatro submarinos Tipo 212A em 1998. O Consórcio Alemão de Submarino construiu­-os nos estaleiros da HDW e da Thyssen Nordseewerke GmbH (TNSW) em Emden. Diferentes secões do submarinos foram costruídas no mesmo local e ao mesmo tempo, e então metade delas foram enviados para os respectivos pátios de modo que tanto a HDW e a Thyssen Nordseewerke montaram dois submarinos completos cada.  No mesmo ano o governo Italiano expediu uma ordem de dois submarinos U212A construídos pela Fincantieri para a Marina Militare (Marinha Italiana) nos estaleiros de Muggiano, designados como a classe Todaro.
  A Marinha Alemã encomendou dois submarinos adicionais melhorados, em 2006, para serem entregues apartir de 2012. Eles serão 1.2 m mais longos para dar espaço adicional para um novo mastro de reconhecimento.
  Em 21 de abril de 2008 a Marinha Italiana encomendou um segundo lote de submarinos na mesma configuração que os primeiros. Alguma atualização deve envolver materiais e componentes de derivação comercial, assim como o pacote de software do CMS. A intenção é manter a mesma configuração da primeira série e reduzir custos de manutenção.
  O submarino Tipo 214 de exportação sucedeu o submarino Tipo 209 e compartilha recursos com o Tipo 212A, como a propulsão a célula de combustível AIP.
 

Projeto;

  Em parte devido a disposição em "X" das superfícies de controle, o Tipo 212 é capaz de operar em menos de 17 m de água, permitindo-o vir mais próximo do litoral do que a maioria dos submarinos contemporâneos. Isso lhe dá uma vantagem em operações secretas, que Comandos equipados com um equipamento de SCUBA operando apartir do barco podem vir a superfície próximos a praia e executar sua missão mais rapidamente e com menos esforço.
  Um notável recurso do projeto é a seção prismática transversal do casco e as transições suaves do casco até a vela, melhorando as características stealth do barco. O navio e as fixações internas são feitas de materiais não magnéticos, reduzindo significantemente as chances de ser detectado por magnetômetros ou ativar minas navais .

AIP;

  Embora a propulsão de hidrogênio-oxigênio tenha sido considerada para submarinos antes da Primeira Guerra Mundial, o conceito não foi muito bem sucedido até recentemente devido a preocupações quanto a fogo e a explosões. No Tipo 212 isso foi combatido através do armazenamento do combustível e do oxidante em tanques do lado de fora da área da tripulação, entre o casco de pressão e o casco leve externo. Os gases passam por tubulações através do casco de pressão até as células de combustível quando necessário gerar eletricidade, mas em determinado momento existe apenas uma pequena quantidade de gás presente na área da tripulação.
 

Ficha Técnica:

 
Precedido por: submarino Tipo 206,  submarino classe Sauro
Comissionado em : 2002
Entrou em serviço em: 2005
Construídos: 8
Características Gerais:
Deslocamento: 1,450 toneladas na superfície, 1,830 toneladas submerso
Comprimento: 56m, 57.2m (2º lote)
Propulsão:
- 1 motor a diesel MTU 16V 396
- 9 células de combustível HDW/Siemens PEM, 30-40 kW cada
- 2 células de combustível de 120 kW HDW/Siemens PEM
- 1 motor elétrico de 1700 kW Siemens Permasyn, propulsionando um hélice de sete pás skewback
Velocidade: 20 nós (37km/h) submerso, 12 nós na superfície
Profundidade: mais de 700m
Raio de ação: 8,000 milhas náuticas (14,800km/h) a 8 nós 
Autonomia: 3 semanas sem o snorkel, 12 semanas no total
Armamento:
- 6 tubos lança-torpedos de 533mm (2 grupos asimétricos apontados pra frente de 4 na esquerda e mais 2 na direita) com 13 torpedos ou 24 minas
- mísseis IDAS
- 24 minas navais externas (opcional)
Contramedidas:
- Um sistema de defesa contra torpedos Tau, 4 lançadores
Sensores:
- Uma suite de sonar STN Atlas DBQS40:
  - matriz rebocada de sonar passivo de baixa frequência TAS-3 
  - uma matriz de sonar passivo de baixa/média frequência FAS-3 no flanco do casco
  - sonar de detecção de mina MOA 3070
- Periscópios:
  - Carl Zeiss SERO 14, com um telêmetro óptico FLIR
  - Carl Zeiss SERO 15, com telêmetro a laser
- Periscópio de mastro e sistema de snorkel Riva Calzoni
- Radar de navegação Kelvin Hughes Tipo 1007
- Suite EADS FL 1800U ESM
- Hidrofones WASS
- Sistema hidráulico e piloto automático Avio GAUDI
- Sistema de combate Kongsberg MSI-91
Tripulação: 23-27 (incluindo 5 oficiais)
 

Armamento;

  Atualmente, o Tipo 212A é capaz de lançar torpedos guiados a fibra óptica DM2A4 Seehecht ("Seahake"), os torpedos WASS A184 Mod.3, os torpedos EuroTorp BlackShark e mísseis de curto alcance dos seus 6 tubos lança-torpedos, os quais usam um sistema de expulsão via carneiro hidráulico. Capacidades futuras podem incluir misseis de cruzeiro lançados de tubo. 
  O missel de curto alcance IDAS (baseado no míssel IRIS-T), primariamente planejado para uso contra ameaças aéreas assim como pequenas ou médias ameaças do mar ou alvos em terra próximos, está atualmente sendo desenvolvido pela Diehl BGT Defence para ser disparado dos tubos lança-torpedos do Tipo 212. IDAS é guiado por fibra óptica e tem um alcance de aproximadamente 20km. Quatro mísseis cabem em um tubo lança-torpedo, armazenado em um depósito. As primeiras entregas do IDAS para a Marinha Alemã estão marcadas para apartir de 2014.
  A instalação de um canhão automático de 30mm chamado Muräne (moray) para suporte de operações com mergulhadores ou para dar tiros de aviso está sendo considerado também. O canhão, provavelmente uma versão do RMK30 fabricado pela Rheinmetall, será armazenado em um mastro retrátil e pode ser disparado sem o barco emergir. O mastro também será projetado para conter três veículos aéreos não-tripulados Aladin para missões de reconhecimento. É provável que o mastro seja montado no segundo lote dos submarinos Tipo 212 para a Marinha Alemã. 

DEFESA - Discurso Celso Amorim

Brasília, 08/08/2011– A presidenta da República, Dilma Rousseff, empossou nesta segunda-feira à tarde o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, em solenidade realizada no Palácio do Planalto. Confira a íntegra do discurso de Amorim por ocasião da cerimônia de posse no cargo. O texto não inclui improvisos feitos ao longo da fala.
Íntegra do discurso do ministro Celso Amorim ao tomar posse como ministro da Defes

Palavras do ministro de Estado da Defesa, Celso Amorim, por ocasião da cerimônia de posse no cargo

Antes de mais nada, agradeço o honroso convite da presidenta da República, Dilma Rousseff, para assumir a pasta da defesa.

Sou grato pela confiança e pela oportunidade de participar dessa importante etapa da longa transição do Brasil rumo a uma sociedade mais livre, mais justa e mais igualitária.

Serei breve.

A realidade de uma política pública complexa e multifacetada como a Defesa não oferece espaço à pretensão.

De maneira serena, cabe a mim neste momento mais ouvir do que falar – sem com isso me furtar ao diálogo franco e transparente.

Identifico nos militares valores dignos de admiração:
- patriotismo;
- abnegação;
- zelo pela coletividade;
- respeito à hierarquia e à disciplina.

Graças a importantes iniciativas levadas a cabo em governos anteriores, e mais particularmente durante o governo do presidente Lula, o panorama da Defesa nacional é qualitativamente distinto do cenário em que nos encontrávamos no início da redemocratização.

Contamos com Forças Armadas profissionais e plenamente conscientes de sua subordinação ao poder democrático civil.

A Estratégia Nacional de Defesa e o Plano de Articulação e Equipamento da Defesa dela decorrente oferecem um horizonte de curto, médio e longo prazo para o setor.

Sob o signo da continuidade que caracteriza os estados que atingiram maturidade democrática, trabalharei para implementá-los.

Farei isso com espírito crítico e de maneira atenta aos ajustes e adaptações que se façam necessários.

Dedicarei esforços ao fortalecimento da indústria nacional de material de emprego militar e à ampliação da autonomia tecnológica de nossas Forças Armadas, em estreita coordenação com os ministérios do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia.

O momento que vivemos em termos de política industrial reforça essa prioridade.

O aprimoramento da capacidade de operação conjunta entre marinha, exército e aeronáutica, a racionalização de processos e programas e o robustecimento da supervisão do Ministério da Defesa sobre as políticas setoriais das forças são compromissos do titular da pasta.

O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas terá importante papel nesse processo.

O Instituto Pandiá Calógeras, a ser implantado com celeridade, será importante instrumento de reflexão sobre temas estratégicos e servirá para formar os futuros analistas civis de Defesa.

Não ignoro a centralidade da questão orçamentária.

Conhecendo a atenção que a presidenta da República atribui aos assuntos de Defesa, cabe a mim empenhar-me em obter os recursos indispensáveis ao equipamento adequado das Forças Armadas. Conto para tanto com a compreensão de meus colegas da área financeira. Afinal, o próprio documento legal que instituiu a Estratégia Nacional de Defesa estabelece vínculo indissociável entre esta e a estratégia nacional de desenvolvimento.

Devemos conceber e aprovar mecanismo que permita conferir previsibilidade, estabilidade e perenidade aos projetos de equipamento e de desenvolvimento tecnológico das Forças.

Na mesma linha, não desconheço as legítimas aspirações dos militares no que se refere à garantia de condições de vida compatíveis com suas responsabilidades, vitais para toda a nação.

Um país pacífico como o Brasil não pode ser confundido com país desarmado e indefeso.

Vivemos em paz com os nossos vizinhos. Mas o B|rasil é detentor de enormes riquezas e possuidor de infraestruturas de grandes dimensões.

Cabe ao estado brasileiro resguardar extensas fronteiras terrestres e marítimas.

Além da indispensável defesa da população, devemos proteger nossos recursos naturais, a começar pelas riquezas contidas na Amazônia e nas águas jurisdicionais brasileiras.

As descobertas de significativas reservas de petróleo, sobretudo na camada pré-sal, reforçam essa necessidade.

Nosso território, da Amazônia ao Aquífero Guarani, que compartilhamos com os vizinhos do Mercosul, é repositório de enorme quantidade de água, recurso cada vez mais escasso no mundo.

É fundamental assegurar que a nossa soberania sobre o recurso água – além de sua utilização sustentável – seja preservada.

Hoje, é preciso admitir, nossas forças sofrem de carências que não permitem o efeito dissuasório indispensável à segurança desses ativos.

Há um descompasso entre a crescente influência internacional brasileira e nossa capacidade de respaldá-la no plano da Defesa. Uma não será sustentável sem a outra.

Atentos ao ecumenismo que caracteriza a inserção internacional do Brasil contemporâneo, devemos valorizar o Conselho de Defesa Sul-americano e intensificar a cooperação entre os países da região.

Pretendo também atribuir especial ênfase ao relacionamento de Defesa com os países africanos.

Juntamente com o Itamaraty, fortaleceremos a zona de paz e cooperação do Atlântico Sul.
Buscaremos assegurar que o Atlântico Sul seja uma área livre de armas de destruição em massa, em particular de armas nucleares.

Continuaremos a dar nossa contribuição a operações de paz da ONU, dentro dos preceitos do direito internacional, sobretudo naquelas áreas de maior interesse para o Brasil e onde disponhamos de clara vantagem comparativa.

Defesa e sociedade devem estar permanentemente em harmonia.

Historicamente, nossas Forças Armadas constituíram importantes instrumentos de ascensão social.

É importante, assim, que reflitam de forma crescente a diversidade da sociedade brasileira.

Devemos valorizar a discussão de temas como direitos humanos, desenvolvimento sustentável e igualdade de raça, gênero e crença.

Gostaria de encerrar com as palavras de um grande defensor das Forças Armadas, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio-Branco. Em seu último discurso, proferido no Clube Militar, em 11 de outubro de 1911, Rio-Branco afirmou:

“Toda a nossa vida como estado livre e soberano atesta a nossa moderação e os sentimentos pacíficos do governo brasileiro, em perfeita consonância com a índole e a vontade da nação.”

Essa convicção sobre nossa vocação pacifista não impediu Rio-Branco de, nas suas palavras:

“Lembrar, como tantos outros compatriotas, a necessidade (...) de tratarmos seriamente de reorganizar a Defesa nacional.”

Muito obrigado.

Afeganistão: os Rafale estão de volta aos céus do Afeganistão

Em 2 de agosto de 2011, três caças Rafale C do Esquadrão de Caça Provence 01.007, da  Base Aérea 113, em Saint-Dizier, surgiram na base aérea de Kandahar. Eles vieram substituir três Mirage F1CR do Esquadrão de Caça Savoy 02.033, que deixou definitivamente o teatro de operações em 31 de julho, após lá operar por cerca de quatro anos.Desde o início de agosto, três Rafale e três Mirage 2000-D estão destacados para  Kandahar, em trabalho conjunto para efetuar as missões de caça da Operação Pamir.
Esta não é a primeira missão do Rafale no Afeganistão. Dois destacamentos foram enviados, em 2007 e em maio de 2009. Desde então, as capacidades deste caça evoluíram muito. Na verdade, o Rafale F3.2 agora vem equipado com o pod laser Dâmocles permitindo-lhe designar alvos com um feixe de laser. Com esse pod, o Rafale também pode levar bombas guiadas GBU 12 (bombas guiadas a laser) ou AASM (amamento modular ar-superfície). Ainda, as missões podem ocorrer de dia ou à noite.
A cerimônia solene ocorreu na base de Kandahar, em 29 de julho, na presença de todo o Destacamento Aéreo, durante o qual o Mirage F1 CR “passou as chaves” dos “hangaretes’ ao Rafale.

Marinha na Operação “Ágata 1


O Ministério da Defesa e as Forças Armadas Brasileiras iniciaram a Operação “Ágata 1” para combater delitos transfronteiriços e ambientais na faixa de fronteira da Amazônia. O Brasil e a Colômbia firmaram um acordo para criação da Comissão Binacional Fronteiriça e adotaram o Plano Binacional de Segurança Fronteiriça, em uma cerimônia realizada em 4 de agosto de 2011, na cidade de Tabatinga (AM).
As ações fazem parte do Plano Estratégico de Fronteiras, lançado pela Presidenta Dilma Rousseff, em junho de 2011, com o objetivo de estabelecer alianças com os países que fazem fronteira com o Brasil.
A Marinha do Brasil vai empregar os Navios-Patrulha Fluviais “Pedro Teixeira”, “Amapá” e “Roraima”, os Navios de Assistência Hospitalar “Dr. Montenegro” e “Oswaldo Cruz” e duas aeronaves em ações de patrulha e inspeção naval e em atividades cívico-sociais nas calhas dos Rios Solimões, Içá, Japurá e Negro.
A Operação “Ágata 1” busca, ainda, reduzir índices de criminalidade, coordenar o planejamento e a execução de operações militares e policiais, intensificar a presença do Estado brasileiro na área e apoiar a população residente na região da faixa de fronteira.
Além das Forças Armadas, a iniciativa conta com o apoio da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, da Secretaria da Receita Federal, do Sistema de Proteção da Amazônia, da Força Nacional de Segurança, da Agência Brasileira de Inteligência e de órgãos de segurança pública do Estado do Amazonas.
FONTE: MB

Mundo sensorial dos morcegos ainda surpreende


Em 1794, o padre italiano Lazzaro Spallanzani sugeriu que morcegos poderiam "ver com os ouvidos". A hipótese, acolhida com ceticismo pela academia, só foi comprovada em 1944 pelo americano Donald Griffin. Pesquisas publicadas nas últimas semanas comprovam que, dois séculos depois, o universo sensorial dos mamíferos alados ainda surpreende.
Todos os mamíferos são dotados de um sistema que detecta níveis perigosos de calor. A proteína TRPV1 está no centro deste termômetro biológico: ela é ativada quando a temperatura ultrapassa 43°C, causando sensação de desconforto.
Os morcegos-vampiros, por exemplo, são capazes de "ver o calor" que emana de vasos sanguíneos. Um estudo publicado na última edição da revista Nature explica em detalhe o refinado mecanismo sensorial que identifica o melhor lugar onde perfurar a pele de eventuais 
Mutações fizeram com que a temperatura de ativação da TRPV1 nos morcegos-vampiros caísse para 30°C. As células nervosas do focinho do animal, onde a proteína está presente, formaram um novo órgão do sentido: um sensor infravermelho que revela calor e fluxo de sangue sob a pele. Entre os vertebrados, só algumas serpentes - como jararacas e cascavéis - possuem estruturas semelhantes.
Há quinze dias, a Science dedicou outros dois artigos aos morcegos. Em um deles, descrevia a curiosa relação entre o morcego-beija-flor e uma espécie de trepadeira cubana. A planta tropical adaptou-se ao morcego, principal responsável por sua polinização: folhas sobre os cachos de flores adquiriram a forma de uma pequena concha acústica que guia o sonar dos morcegos até o cobiçado néctar das flores.
Outro trabalho mostrou como morcegos manipulam com maestria a frequência, a intensidade e os harmônicos dos sons que emitem para obter percepções precisas do ambiente ao redor. Tanta sofisticação faz com que não confundam o eco das asas de uma mariposa com o ruído das folhas agitadas pela brisa.
As publicações chegam em um momento oportuno: o Ano Internacional do Morcego, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Pragmatismo. "A nova pesquisa é ótima, mas quero saber como usar os resultados", afirma Wilson Uieda, pesquisador da Unesp, em Botucatu. Ele é um dos maiores especialistas no Desmodus rotundus, principal espécie de morcego hematófago.
A taxa de natalidade do Desmodus é relativamente baixa. Cada fêmea dá à luz a apenas um filhote depois de sete meses de gestação. Mesmo assim, tornou-se um animal comum. Em um forno de carvão abandonado em Atibaia, a 70 quilômetros de São Paulo, Uieda encontrou uma colônia com cem indivíduos.
A vida do Desmodus ficou mais fácil com a chegada dos europeus ao Brasil. Ele conseguiu abrigo - edificações desabitadas - e alimento abundante - rebanhos. É possível encontrá-lo em lugares tão distintos quanto habitações ribeirinhas da Amazônia, o forro de uma igreja barroca do Pelourinho ou o Parque do Carmo, zona leste de São Paulo.
Em 2010, foram diagnosticados 1.374 casos de raiva em bois e porcos, transmitidos por morcegos-vampiros. O último surto de raiva humana transmitido pelo Desmodus ocorreu em 2005, na fronteira do Pará com o Maranhão, com um saldo de 61 mortes. No ano passado, houve um caso fatal no Rio Grande do Norte. As mortes poderiam ser evitadas com a melhora das condições de vida da população. "Casas de alvenaria, com luz elétrica, portas e janelas impedem os ataques do Desmodus", argumenta Uieda.
Ele também defende a demolição de edificações sem uso que servem de refúgio ao morcego e, em alguns casos, o uso de pasta vampiricida, um produto usado para controlar as colônias. "Mas a pasta deve ser usada nos locais de alimentação do Desmodus. Não nos seus abrigos naturais", ressalva Uieda. "Você pode prejudicar outras espécies."
presas (mais informações nesta página).

Tempestades solares ameaçam equipamentos e comunicações na Terra


REUTERS
Três grandes explosões solares recentes levaram cientistas do governo dos EUA a alertarem usuários de satélites, telecomunicações e equipamentos elétricos para a possibilidade de perturbações nos próximos dias.
"A tempestade magnética que está prestes a se desenvolver provavelmente será de nível moderado para forte", disse Joseph Kunches, cientista climático espacial do Centro de Previsões do Clima Espacial, subordinado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA.
Segundo ele, as tempestades solares desta semana podem afetar satélites de comunicação e de GPS (posicionamento), além de poderem produzir uma aurora boreal visível em latitudes bastante baixas -- nos Estados de Minnesota e Wisconsin, por exemplo.
Auroras boreais (ou austrais, quando vistas no Hemisfério Sul) são emanações luminosas naturais causadas pela colisão de partículas eletricamente carregadas com átomos nas partes superiores da atmosfera, e em altas latitudes, ou seja, perto dos polos.
Grandes perturbações decorrentes da atividade solar são raras, mas já tiveram impactos sérios no passado.
Em 1989, uma tempestade solar derrubou redes elétricas no Québec (Canadá), deixando cerca de 6 milhões de pessoas sem energia por várias horas.
A mais intensa tempestade solar já registrada foi em 1859, quando a infraestrutura de telecomunicações se limitava às redes telegráficas.
Naquela ocasião, alguns telegrafistas sofreram choques elétricos, papéis pegaram fogo, e muitos telégrafos continuaram enviando e recebendo mensagens mesmo depois de desligados, disse a NOAA em seu site. A aurora boreal causada por aquele fenômeno pôde ser vista até no Caribe.
Hoje, uma tempestade solar daquela magnitude causaria um prejuízo de até 2 trilhões de dólares no mundo todo, segundo um relatório de 2008 do Conselho Nacional de Pesquisas.
Mas Kunches disse que a tempestade solar desta semana não deve chegar nem perto disso. "Ela será de 2 ou 3 na Escala do Clima Espacial da NOAA, que vai até 5", explicou.
A onda emanada pela primeira explosão solar desta semana já passou pela Terra na quinta-feira, causando pouco impacto; a segunda está passando agora, segundo Kunches, e "parece ser mais forte".
Quanto à terceira, ele disse: "Teremos de ver o que acontece nos próximos dias. Ela pode exacerbar a perturbação no campo magnético da Terra causada pela segunda (tempestade), ou não causar nada."
Gestores de redes elétricas recebem alertas do Centro de Previsões do Clima Espacial para se prepararem para momentos de maior atividade solar, o que costuma acontecer em ciclos de aproximadamente 12 anos, segundo Tom Bogdan, diretor do centro.
O próximo "máximo solar" está previsto para 2013. "Estamos chegando ao próximo máximo solar, então esperamos ver mais dessas tempestades vindas do sol nos próximos três a cinco anos," disse Bogdan.
(Reportagem de Scott DiSavino)