terça-feira, 18 de janeiro de 2011

EUA desconfiaram de Super Tucanos

Quatro anos depois de ter bloqueado a venda de aviões Super Tucano, da Embraer, para a Venezuela, o governo dos Estados Unidos concluiu que a transação com o grande desafeto do governo americano na América do Sul não significaria um apoio político do Brasil ao regime de Hugo Chávez.




"É provável que o desejo do Brasil vender Super Tucanos foi motivado pelo fato de o fabricante, Embraer, ter colocado pressão sobre o governo brasileiro para aprovar a encomenda no sentido de proteger empregos industriais na época de eleições (reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), e não baseado em qualquer política brasileira em relação à Venezuela", diz um telegrama enviado pelo então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, em junho de 2009.



Os comunicados referentes a esse tipo de negócios mostra, ainda, que o Brasil alertara os EUA de que se Washington proibisse a venda - como aconteceu - Chávez compraria o mesmo tipo de aeronaves, ou modelos ainda mais avançados, da Rússia (como de fato acabou acontecendo). E advertiu que isso provocaria um desequilíbrio entre as forças aéreas da região.



O Brasil chegou a argumentar, ainda, que a venda dos aviões da Embraer à Venezuela ajudaria o governo brasileiro a ter ainda mais influência sobre Chávez - algo de interesse dos EUA. Além disso, lembrou que, se houvesse algum problema, tanto o Brasil quanto os EUA poderiam manter no chão a frota venezuelana negando apoio e peças de reposição, assim como os EUA tinham feito no caso dos F-16 venezuelanos.



A transação havia sido concluída em 28 de outubro de 2005, quando a Embraer assinou um contrato de US$169,7 milhões com a Força Aérea da Venezuela, depois que os fabricantes de peças dos EUA forneceram garantias, por escrito, que o governo americano nada tinha contra a venda.



Uma série de telegramas, entre março de 2004 e fevereiro de 2009, mostra que os EUA demoraram a confiar no Brasil em termos de vendas de armamentos para terceiros países, pressionando com insistência para que o país adotasse os mesmos procedimentos dos Regulamentos Internacionais de Tráfico de Armas (ITAR, na sigla em inglês) do governo americano.



Inspetores americanos realizaram várias visitas à Embraer, à Avibrás (mísseis e carros de combate) e à Companhia Brasileira de Cartuchos (fabricante de munição). Eles agiram de forma minuciosa. Por fim, em junho de 2009, um telegrama da embaixada americana enviado ao Departamento de Estado concluiu: "Os controles brasileiros são baseados em políticas que têm como fim não contribuir a conflitos, e observam os padrões tanto da ONU quanto outros internacionais".

França espera que Dilma considere oferta de venda de caças em nova avaliação

A ministra de Economia francesa, Christine Lagarde, se mostrou esperançosa de que a presidente Dilma Rousseff levará em conta o trabalho realizado no contrato de venda de aviões caça Rafale à Força Aérea Brasileira durante a revisão do processo de compra das aeronaves.




"Um enorme trabalho foi feito anteriormente. Espero que os frutos destes esforços sejam levados em conta pela nova presidente", afirmou a ministra à rádio "Europe 1".



A reação de Christine Lagarde ocorre depois de ter sido vazado que Dilma deve recomeçar a corrida para outorgar o contrato de 36 caças militares, estimado em entre US$ 4 e 7 bilhões.



Ao lado do caça Rafale, fabricado pela companhia francesa Dassault, concorrem pelo negócio o F-18 da americana Boeing e o Gripen, do fabricante sueco Saab.



Lagarde assinalou que a França já consentiu em firmar importantes compromissos no que se refere à transferência de tecnologia ao Brasil, ponto mencionado pela presidente como condição para voltar a examinar os contratos.



O Rafale era o avião preferido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no entanto preferiu deixar a decisão sobre o contrato para sua sucessora.



Lagarde assinalou que a França "cruza os dedos" para obter este importante contrato, que, caso se concretize, representará a primeira venda destes caças fora do país.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Brasil rejeitou ajudar EUA na guerra do Afeganistão, diz WikiLeaks

- O Estado de S.Paulo


Os Estados Unidos pediram ao Brasil que contribuísse na guerra do Afeganistão, mas o País rejeitou participar, revelou um telegrama confidencial da diplomacia americana divulgado ontem pelo site WikiLeaks.





No telegrama de outubro de 2008, o então embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, diz que o pedido tinha sido encaminhado no mês anterior a funcionários brasileiros e afirma que o Brasil "tem procurado por projetos relacionados a desenvolvimento, em detrimento a um apoio para o setor militar".



"O histórico brasileiro sugere que seria uma quebra de precedentes o Brasil apoiar uma força militar estrangeira fora do mecanismo da Nações Unidas, com o qual o governo prefere trabalhar", afirma Sobel.



"O pedido de US$ 5 milhões em cinco anos é muito maior do que muitos outros que fizemos e ficaram sem resposta. Os recursos do Brasil para assistência em geral são extremamente limitados e o governo geralmente prefere a assistência técnica para projetos de desenvolvimento social", analisa o embaixador.



Meses depois, Sobel trata novamente da questão ao reportar uma conversação com o embaixador Roberto Jaguaribe. "Há três principais obstáculos a superar com relação aos pedidos de assistência: a) o orçamento brasileiro, b) receptividade política, e c) dificuldade do Brasil em "comprar uma coisa que ele não formulou".



"Observando que Afeganistão é um país "remoto e distante" para o Brasil, Jaguaribe disse que o Brasil acompanha o desenvolvimento da situação no Afeganistão, mas não é um "ator relevante", embora Afeganistão esteja para abrir uma embaixada em Brasília e o Brasil consideraria abrir uma em Cabul".

Forças Armadas têm 506 homens na serra do RJ

EQUIPE AE - Agência Estado


Um grupo de 11 helicópteros e 506 militares já foi deslocado pelas Forças Armadas para o Rio de Janeiro, para apoiar as ações da Defesa Civil na região de serra do Estado. Os helicópteros, entretanto, não conseguiram chegar hoje à região atingida, devido ao mau tempo. Os militares têm expectativa de que amanhã as condições meteorológicas melhorem, permitindo o acesso dos helicópteros e, assim, ação plena da equipe da "Operação Serrana". O balanço da ação das Forças Armadas na região foi divulgado na noite de hoje pelo Ministério das Defesa.


As principais ações efetuadas, ressalta o ministério da Defesa, envolvem a desobstrução de vias e remoção de escombros em três cidades; o apoio à Defesa Civil na distribuição de donativos; e o atendimento médico (HCamp) em Nova Friburgo.



A partir de hoje, as operações estão sendo coordenadas pelo General-de-Divisão Oswaldo de Jesus Ferreira, comandante da 1ª Divisão de Exército (1ªDE), do Rio de Janeiro. Ele terá sob seu comando um oficial de cada uma das Forças envolvidas na operação: Marinha, Exército e Aeronáutica.



A centralização das operações em um único comando foi determinada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, por meio da Diretriz Ministerial 01/2011, assinada hoje. O documento determina a nomeação de um comandante de um Centro de Operações Militares Federais (não envolve as forças estaduais), e o emprego dos meios necessários, além dos que já estavam sendo destinados nos dias anteriores.


O acompanhamento operacional das tropas federais será feito pelo Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério da Defesa, General-de-Exército José Carlos De Nardi, que tem o papel de empregar as forças em conjunto, enquanto os comandantes das Forças tem o papel do adestramento das mesmas e do emprego isolado.

Terceira aeronave de vigilância da Índia vai a teste

Terceira aeronave de vigilância da Índia vai a teste




O terceiro Sistema Aéreo de Alerta e Controle (Airborne Warning and Control System - AWC&S) da Força Aérea Indiana, instalado em um Ilyushin Il-76, passou por testes de vôo equipado com sistemas adicionais.



A aeronave foi testada durante vôos de longa duração sobre Israel e o Mediterrâneo a partir do aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, e incluiu "alguns cenários muito complexos", segundo uma fonte. Pessoal da força aérea indiana esteve abordo da plataforma para todas as incursões.



A Índia fez um pedido por capacidades adicionais não especificadas para sua terceira aeronave Il-76-AW&CS após a entrega dos dois primeiros exemplares pela Elta Systems, subsidiária da Israel Aerospace Industries.



A entrega da terceira aeronave de vigilância Il-76 está prevista para meados de 2011, mas a IAI se recusou a ser mais específica.



A Elta também preparou várias propostas para atender à demanda da força aérea indiana por mais plataformas AEW&C, incluindo mais Il-76 ou utilizando os menores G550 Gulfstream.



Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Flight Global

WikiLeaks/Os papéis brasileiros: EUA pediram cabeça de general brasileiro

Washington queria que Brasil usasse mais violência contra rebeldes no Haiti, revela telegrama do WikiLeaks Chefe do comando militar no país, Augusto Heleno teve apoio do Itamaraty e concluiu mandato sem ceder








Despachos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks revelam que os EUA pediram ao governo brasileiro, em 2005, a substituição do general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira do comando militar da Minustah, a missão da ONU no Haiti.



O pedido era parte de uma tentativa americana de pressionar o Brasil para aumentar a violência contra rebeldes e gangues haitianas .



Em um dos textos, de maio de 2005, o então embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich justifica a pressão argumentando uma expansão das ações de gangues, que estariam "perdendo o medo", e uma onda de sequestros em Porto Príncipe.



A pressão incluiu ainda a ameaça dos EUA de enviar tropas ao Haiti caso o Brasil não fosse "mais firme".



Em 2005, a Minustah havia vencido uma tropa de ex-militares e começava a combater guerrilheiros. A favela de Bel Air estava pacificada e a resistência migrava para a favela de Cité Soleil.



"Surgiu um novo líder de gangues, em Cité Soleil, que pretendia se transformar em um mito: Dread Wilmé. daí a impaciência e o apelo da embaixada americana e outras por "operações robustas"", disse ontem à Folha o general Heleno, hoje no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.



"O resultado de ações desse tipo, em uma área miserável, superpovoada, com milhares de crianças e mulheres pelas ruas, era imprevisível. Por isso, eu jamais cedi."



O general disse ter recebido apoio incondicional do Itamaraty, do Ministério da Defesa e do Exército.



"As pressões eram evidentes e aconteceram desde o início da missão, em 2004. Por isso, eu deixava bem claro que a agenda de operações era de minha exclusiva competência", disse.



A operação que resultou na morte de Wilmé só ocorreu em julho de 2005, quando a ONU obteve informações seguras sobre sua localização. A favela foi cercada e tropas especiais peruanas abordaram a gangue. Wilmé morreu no confronto junto com cerca de 40 rebeldes.



O general cumpriu normalmente seu mandato regular de cerca de um ano.



"Uma força de paz, na minha concepção, não poderia se comportar como uma força de ocupação. Resisti às pressões, na certeza de que a estratégia que traçara daria certo, desde que reuníssemos operações militares e ações humanitárias", disse.



A Folha e outras seis publicações têm acesso ao material antes da sua divulgação no site do WikiLeaks.



Fonte: Folha S.Paulo

Aspirantex 2011”

Partiu da Base Naval do Rio de Janeiro, no dia 7 de janeiro de 2011, o Grupo-Tarefa (GT) 701.1 que conduz a Operação “ASPIRANTEX 2011”, tendo como seu Comandante o Contra-Almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith. Os navios que compõem o GT dirigem-se para o Sul do País e, no dia 12, serão divididos em duas Unidades-Tarefa, uma que demandará Buenos Aires (Argentina) e outra, Montevidéu (Uruguai).




Embarcados nos meios da Marinha do Brasil estão Aspirantes da Escola Naval que, durante a comissão, acompanham e participam de atividades desenvolvidas a bordo dos navios. Até o final da viagem, fruto das experiências e dos ensinamentos colhidos, terão a oportunidade de ratificar ou retificar a escolha do Corpo (Armada, Fuzileiros Navais ou Intendência) e de Habilitação (Eletrônica, Sistema de Armas e Máquinas) que fizeram ao final de 2010.



A “ASPIRANTEX” visa, também, ao aprimoramento do adestramento das tripulações dos meios da Esquadra que dela participam. Para isso, estão previstos exercícios e manobras marinheiras em grau crescente de dificuldade durante a cinemática da comissão. Fazem parte do GT: a Fragata “Niterói” (F40), Navio Capitânia do GT; a Fragata “Constituição” (F42), a Fragata “Bosisio” (F48), o Navio de Desembarque de Carros de Combate “Almirante Saboia” (G25), o Navio-Tanque “Almirante Gastão Motta” (G23) e a Corveta ”Frontin” (V33). Presentes, também, estão suas aeronaves orgânicas: dois AH-11A “Super Lynx” (F40 e F42), um UH-12 e um UH-13 “Esquilo” (F48 e V33) e um UH-14 “Super Puma” (G25).
No decorrer da Operação, dividida em três fases de mar, serão empregadas aeronaves de asa fixa AF-1 “Skyhawk” da Marinha do Brasil, meios navais distritais e aeronaves da Força Aérea Brasileira como figurativos inimigos e apoio ao adestramento. Os Submarinos “Tamoio” (S31) e “Timbira” (S32) participarão, também, dos exercícios de trânsito em área com ameaça submarina.




A primeira fase de mar da “ASPIRANTEX-11” estende-se até o dia 13 de janeiro, quando os navios atracarão em seus portos de destino. No período de estadia nos portos visitados - Buenos Aires, Montevidéu, Rio Grande e Itajaí - os navios estarão abertos à visitação pública. Além disso, nos portos nacionais serão realizadas Ações Cívico-Sociais (ACISO) com doação voluntária de sangue e de itens de vestuário.



A expectativa do Contra-Almirante Zamith com relação aos resultados da ASPIRANTEX-2011, que está apenas começando, é que, ao seu término, previsto para o dia 28 de janeiro, estejam plenamente atingidos os efeitos desejados que nortearam o seu planejamento, ou seja, que a Operação contribua efetivamente para o adestramento dos meios envolvidos e, principalmente, que garanta as escolhas de Corpo e Habilitação mais conscientes por parte dos Aspirantes do Segundo Ano, assim como amplie o preparo daqueles do Terceiro Ano embarcados, uma vez que na comissão, terão a oportunidade de interagir com o pessoal de bordo, familiarizando-se com a futura rotina.