segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Esforço da China para modernização militar começa a dar frutos

O secretário de Defesa, Robert Gates, em uma missão para ressuscitar as relações militares entre Estados Unidos e China, deve chegar a Pequim para negociações com os principais líderes militares do país neste domingo. Mas em um aeródromo em Chengdu, metrópole no centro da China, líderes militares chineses já deram suas boas vindas a ele.




Ali foi lançado o J-20, um caça invisível aos radares e que tem as mesmas formas angulares do avião de mesmas características do Pentágono, o F-22 Raptor. Após anos de desenvolvimento sigiloso, o caça – o primeiro avião invisível da China – foi testado inicialmente de maneira preliminar, mas também bastante pública, esta semana na pista do Instituto de Design de Aviação em Chengdu, um local tão aberto que os entusiastas de aeronaves geralmente se reúnem ali para fotografar seus favoritos.



Alguns analistas dizem que o momento não é coincidência. "Esta é a sua nova política de dissuasão", disse Andrei Chang, de Hong Kong, editor-chefe do jornal canadense Kanwa Defense Weekly, que relatou os testes do caça. "Eles querem mostrar seu poder aos Estados Unidos e ao Sr. Gates".

Atualmente, a China tem mais poder a mostrar. Uma década de agressiva modernização militar do outrora fraco programa chinês está começando a dar frutos e tanto o Pentágono quanto seus vizinhos asiáticos estão cada vez mais atentos.




De acordo com a maioria dos relatos, a China continua uma geração ou mais atrás dos Estados Unidos em tecnologia militar e ainda mais atrás na implantação de versões testadas de suas mais sofisticadas capacidades navais e aéreas em batalha. Mas após anos de negações de que tenha qualquer intenção de se tornar uma potência militar ao nível dos Estados Unidos, o país agora revela capacidades que sugerem que pretende, mais cedo ou mais tarde, ser capaz de desafiar as forças americanas no Pacífico.



Além do J-20, um avião que pode ser reabastecido no ar e carrega mísseis com capacidade projetada para voar muito além das fronteiras da China, os chineses também estão remodelando um porta-aviões russo da era soviética – o primeiro navio da China com potência de projeção – para uso no próximo ano. Dois outros transportadores de 50 mil toneladas estão sendo construídos em um estaleiro de Xangai. O primeiro deve ser lançado em 2014, vários outros poderiam vir em 2020, dizem especialistas do Pentágono.



As ogivas nucleares, estimadas por especialistas em não mais de 160, foram reposicionadas desde 2008 em lançadores móveis e submarinos avançados que já não são alvos fáceis para ataques. Acredita-se que mísseis de ogivas múltiplas virão em seguida. A frota chinesa de 60 submarinos já é a maior da Ásia e está sendo reformada com o super-silencioso navio de propulsão nuclear e uma segunda geração de submarinos equipados com mísseis balísticos.



E um esperado míssil balístico antinavios, chamado de "matador de transportadores" por seu potencial para atacar os grandes navios transportadores no coração da presença naval americana no Pacífico, parece estar quase pronto. O chefe do Comando do Pacífico dos Estados Unidos, o almirante Robert F. Willard, disse a um jornal japonês em dezembro que a arma já havia atingido "capacidade operacional inicial", um marco importante. Oficiais da marinha disseram mais tarde que os chineses têm um projeto de trabalho, mas que ele aparentemente ainda não havia sido testado em água.


Com essas e outras armas, a mensagem clara da China, no entanto, é que sua capacidade de impedir outros de invadir territórios que possui ou até mesmo de fazer suas próprias reivindicações está crescendo rapidamente.




A China, claro, tem sua própria lógica para a sua preparação militar. Um tema comum é que as armas possivelmente ofensivas, como porta-aviões, mísseis antinavios e caças invisíveis, são necessárias para reforçar sua hegemônia sobre Taiwan, caso os líderes locais tentem a independência jurídica do continente.




O atual status de Taiwan, governado separadamente, mas reclamado pela China como parte de seu território soberano, é mantido em parte por um compromisso dos Estados Unidos em defendê-lo de Pequim caso haja um ataque. Alguns especialistas datam elementos da estrutura militar de hoje às crises de meados da década de 90, quando os Estados Unidos enviaram aviões sem serem molestados às águas em torno de Taiwan para demonstrar o compromisso de Washington com a ilha.




As autoridades chinesas claramente temem que os Estados Unidos planejam cercar a China com alianças militares para conter as ambições de Pequim por poder e influência. Em tese, a estratégia de longo prazo do Pentágono é cimentar na Ásia Central os tipos de parcerias que tem construído no flanco leste da China, na Coreia do Sul, Japão e Taiwan.



"Alguns estudiosos chineses temem que os Estados Unidos vão completar o cerco à China desta maneira", disse Xu Qinhua, que estuda a Rússia e Ásia Central na Universidade Renmin e assessora o governo para questões regionais. "Deveríamos nos preocupar com isso. É natural".



Aproximação oficial





A opinião oficial do Pentágono há muito tempo saúda uma China com grande poder militar como parceira dos Estados Unidos para manter as rotas marítimas abertas, combater a pirataria e executar outras tarefas internacionais hoje realizadas – e pagas – pelos militares e contribuintes americanos.



Mas líderes militares chineses raramente têm oferecido mais do que um vislumbre de sua estratégia militar a longo prazo e a criação constante de uma força com capacidade ofensiva para muito além do território chinês claramente preocupa planejadores militares dos Estados Unidos.



"Quando falamos de uma ameaça, é uma combinação de capacidades e intenções", disse Abraham M. Denmark, ex-diretor da China no escritório de Gates. “Os seus recursos estão se tornando mais e mais claramente definidos, e eles estão cada vez mais orientados para a limitação da habilidade americana de projetar poder militar no Pacífico”.



''O que não está claro para nós é a intenção disso tudo", acrescentou. "A modernização militar da China é certamente seu direito. O que questionamos é como esse poder militar será usado”.



Denmark, que agora dirige o Programa de Segurança da Ásia-Pacífico para o grupo New American Security em Washington, disse que a reação agressiva da China a recentes disputas territoriais com o Japão e seus vizinhos do Sudeste Asiático tinha dado tanto ao Pentágono quanto aos vizinhos da China motivos para preocupação.

Ainda assim, um alto oficial de inteligência da Marinha disse a jornalistas em Washington na quarta-feira que os Estados Unidos não devem superestimar a capacidade militar de Pequim e que a China ainda não demonstrou capacidade de utilizar seus sistemas de armas em uma guerra bem sucedida. O oficial, vice-almirante David J. Dorsett, vice-chefe de operações navais para o domínio da informação, disse que embora a China tenha desenvolvido algumas armas mais rápido do que os Estados Unidos esperava, em geral ele não ficou alarmado. ''Você já os viu usar grandes grupos de forças navais?", disse. "Não. Vimos grandes exercícios sofisticados? Não. O país tem alguma proficiência em combate? Não”.




Conhecimento





Dorsett disse que mesmo que os chineses estejam planejando testes marítimos em um porta-aviões usado e muito antigo” este ano e tenham a intenção de construir outros por si próprios, eles ainda têm um conhecimento limitado sobre o pouso e a aterrissagem nestes porta-aviões bem como de seu papel em batalha.



Pouco se sabe sobre as intenções militares da China, mesmo entre especialistas. Uma avaliação realizada pelo Pentágono em 2009 declarou que, apesar de “persistentes esforços”, a sua “compreensão de como e quanto o governo da China gasta em defesa" não melhorou de forma mensurável.



Em uma entrevista na quarta-feira, um dos maiores especialistas sobre os militares chineses, Zhu Feng, disse ver algumas revindicações do governo de um avanço rápido na criação de armas como caças invisíveis como pouco mais que exagero. ''Qual é a história real?", questionou. "Eu devo ser muito cético. Eu vejo muitas manchetes sobre a sua aquisição de armas. Mas por trás da cortina, vejo dinheiro desperdiçado. Muito exagero”.



Zhu, que dirige o programa de segurança internacional na Universidade de Pequim, sugeriu que a instituição militar da China – como a dos Estados Unidos – está inclinada a inflar as ameaças e exagerar o seu progresso em uma tentativa contínua de ganhar mais influência e dinheiro para os seus programas preferidos.



E isso pode ser verdade. Se assim for, porém, o artifício parece não ser percebido por seus rivais no Pacífico. ''Finalmente, da perspectiva americana, trata-se da questão de os Estados Unidos permanecerem tão dominantes no oeste do Pacífico como sempre foram", disse Bonnie Glaser, uma estudiosa da China no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington. "E claramente os chineses gostariam de complicar ainda mais a situação para nós”. "Isso é algo que os chineses consideram razoável", disse ela. "Mas do ponto de vista dos Estados Unidos é, simplesmente, inaceitável".

The New York Times

sábado, 8 de janeiro de 2011

Módulos estruturais russos para os BPCs construídos em Saint-Nazaire

Após da decisão russa de optar pelos navios de projeção e comando (Bâtiments de Projection et de Commandement - BPC) franceses, prosseguem as negociações entre Paris e Moscou, a fim de se chegar à assinatura acordo final. As discussões incidirão, especialmente, sobre os detalhes da montagem industrial e da transferência de tecnologia que fazem parte deste programa. Em 24 de Dezembro, a presidência da República francesa anunciou que os dois primeiros BPCs seriam construídos em St. Nazaire, afirmação sutilmente relativizada por alguns sindicatos da STX França. A CGT havia indicado que, segundo suas informações, apenas 80% do primeiro navio e 60% do segundo seriam realmente construídos no estaleiro localizado às margens do rio Loire. Na seqüência, os estaleiros russos OSK (com os quais a DCNS e a STX França vão formar um consórcio) confirmaram que seriam envolvidos desde a primeira fase de produção dos BPCs. Seriam, de fato, uma vez que o estaleiro da OSK próximo a São Petersburgo fabricará alguns dos blocos para a parte traseira do navio, incluindo, notavelmente, sua doca e o hangar de helicópteros. Esses elementos serão, então, rebocados por meio de balsas à St. Nazaire, onde seriam acoplados ao restante do casco. No segundo BPC, a participação da Rússia aumentaria e, se a opção por dois navios adicionais for concretizada, os estaleiros russos construirão todo o terceiro e quarto BPCs, com assistência técnica francesa. Para o registro, os dois primeiros BPCs franceses (Mistral e Tonnerre) tiveram a metade traseira de seus blocos produzidos no estrangeiro. Produzidos na Polônia, esses elementos foram trazidos para Brest, onde a DCNS realizou sua montagem final. Somente o Dixmude, atualmente em fase de conclusão pela STX França, é que foi integralmente construído em Saint-Nazaire.




Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Mer et Marine

Boeing Entrega, Antes do Prazo, outros 4 Super Hornets à Austrália

Esse Marco foi Atingido no mesmo momento em que os F/A-18F da RAAF Alcançaram Capacidade Inicial Operacional



AMBERLEY, Queensland, 7 de janeiro de 2011 –Boeing entregou em dezembro quatro novos caças F/A-18F Super Hornets à Base de Amberley da Royal Australian Air Force (RAAF – Real Força Aérea Australiana), aumentando para 15 a frota desses caças multitarefa da RAAF. A entrega permitiu a RAAF atingir capacidade inicial operacional (IOC) do primeiro esquadrão de aviões Super Hornet – o Esquadrão Nº 1, com sede em Amberley.




A Boeing fez a entrega à Austrália desses 15 Super Hornets antes do prazo.



“A entrega antecipada, em Amberley, dos nossos novos caças Super Hornets foi elemento fundamental para alcançar o IOC com nosso primeiro esquadrão de caças Super Hornet – o que foi feito antes do prazo”, disse Steve Roberton, oficial Comandante da 82 Wing, que opera o Super Hornet. “Como estamos atingindo as metas do Programa Super Hornet – ou, em alguns casos, antes do prazo – isso está possibilitando à RAAF assegurar superioridade aérea regional enquanto fazemos a transição desde os F-111 e F/A-18A/B Hornet.”



A chegada de mais um lote de caças Super Hornet em dezembro foi o terceiro e último programado para 2010. Três aeronaves desse lote foram preparadas na linha de produção da Boeing em St. Louis para potencial conversão para plataformas de ataque eletrônico. As nove aeronaves restantes serão igualmente preparadas para dispor dessa capacidade antes de serem entregues ao Esquadrão Nº 6.



“A equipe da Boeing superou as expectativas ao entregar 15 aviões à RAAF ao invés de 12 como originalmente programado”, disse Carolyn Nichols, gerente da Boeing para o Programa Super Hornet da Austrália. “Ademais, cada aeronave foi entregue dentro do orçamento. Estamos plenamente dedicados em assegurar o mesmo nível de sucesso e excelência no que diz respeito às entregas e orçamento das aeronaves que serão recebidas pela RAAF em 2011. Nos congratulamos com os homens e mulheres da RAAF pelo notável marco que atingiram ao fazer com que o Esquadrão Nº 1 e seus Super Hornet atingissem capacidade inicial operacional antes do prazo.”



Em março de 2007 o governo australiano anunciou a aquisição de 24 unidades da versão avançada do caça Super Hornet Block II, os quais seriam entregues com o radar APG-79 de escaneamento eletronicamente ativo (radar AESA), da Raytheon.



O Super Hornet é uma aeronave multitarefa capaz de realizar praticamente todas as missões de emprego tático, incluindo superioridade aérea, ataque diurno/noturno com armas de precisão, escolta de caça, apoio aéreo aproximado, supressão das defesas aéreas inimigas, interdição marítima, reconhecimento, controle aéreo avançado e reabastecimento em vôo como aeronave cisterna. A Boeing já entregou 440 caças F/A-18E/F à Marinha dos Estados Unidos, e cada Super Hornet produzido foi entregue antes ou dentro do prazo, e sempre dentro do orçamento.



Uma unidade da Boeing Company, a Boeing Defense, Space & Security é uma das maiores empresas do mundo no setor espacial, defesa e segurança, especializando-se em soluções inovadoras desenvolvidas sob medida para as necessidades dos seus clientes. É ainda a maior e mais versátil fabricante de aeronaves militares do mundo. Sediada em Saint Louis, nos Estados Unidos, a Boeing Defense, Space & Security é uma empresa com negócios que totalizam US$ 34 bilhões, empregando 68.000 pessoas em todo o mundo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

novo fuzil da embel

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Comandante do USS Enterprise destituído de suas funções

Comandante do USS Enterprise destituído de suas funções






Num fato raríssimo, a Marinha Americana decidiu destituir de suas funções o comandante de um porta-aviões nuclear, neste caso, o USS Enterprise. Owen Honors, pelo fato de ter um senso de humor muito duvidoso, provocou um belo escândalo. Em 2006 e 2007, quando foi imediato do "Big E", o oficial animou um programa da televisão de bordo, o "XO Movie Night". Neste programa, Owen Honors destilou piadas estudantis sexistas e homofóbicas. Chocados, alguns marinheiros reportaram-se aos seus superiores, resultando na eliminação desse programa interno, supostamente destinado a entreter a tripulação. O caso parecia assunto para permanecer interno à Marinha, mas, na segunda-feira, o jornal americano Virginian Pilot revelou a existência deste programa e divulgou trechos dele em seu site. A proeza do comandante Honors, que não faz jus ao corpo de oficias americanos, causou um verdadeiro clamor popular. Dada a disseminação pública dos vídeos, a Marinha Americana foi forçada a tomar medidas rápidas para salvar sua própria imagem.



"Nossos oficiais devem ser irrepreensíveis"



"O comando do capitão Honors transcorreu sem incidentes, mas a sua profunda falta de profissionalismo e julgamento, quando ele era anteriormente o imediato do USS Enterprise, levanta dúvidas sobre seu caráter e destrói completamente a sua credibilidade para seguir servindo efetivamente como comandante" disse o chefe das forças navais dos EUA. Para o almirante John C. Harvey: "Como oficiais da Marinha, estamos sujeitos a um padrão mais elevado. Aquele que comanda que deve dar o exemplo dos valores fundamentais da Marinha, que são a coragem, a honra e o compromisso, a fim de que nossos marinheiros o sigam. Nossos oficias devem ser irrepreensíveis e nossas equipes não merecem nada menos dele." Honors foi substituído pelo Capitão Dee Mewbourne, que provavelmente terá o privilégio de ser o último comandante do celébre porta-aviões, chamado à ativa em 1961 e cujo desarmamento está previsto para Novembro de 2012.



Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Mer et Marine

Estaleiro EISA e a construção do segundo lote de Navios Patrulha de 500 toneladas

Logo antes do Natal ALIDE visitou o Estaleiro Ilha S.A. localizado no bairro carioca da Ilha do Governador. Fomos fazer uma atualização do status atual do programa industrial dos quatro Navios Patrulha (NPas) vencido pelo EISA no ano passado. Para tanto, entrevistamos o economista Carlos Palmer, o novo responsável pelo programa de construção destes navios militares dentro do Estaleiro Ilha.




Caminhando pelo estaleiro, ele nos mostrou que, sobre um píer pequeno pré-existente, já foi construída uma cobertura para que os navios patrulhas possam ser montados sem que os operários fiquem expostos ao sol e aos elementos. A construção de cada um dos módulos componentes (de no máximo 20 toneladas) é feita dentro de um dos dois outros grandes halls de montagem cobertos do estaleiro. Atualmente dois módulos centrais de casco já estão montados, um pertencente ao NPa Maracanã e outro ao NPa Matinhos.



Para Palmer, um produto militar é bem diferente de um navio civil. Em primeiro lugar, porque não se utiliza das sociedades classificadoras, como a Det Norsk Veritas e a ABS, entre outras. Estes programas militares usam normas industriais próprias, que precisam ser aprendidas pelo pessoal do estaleiro. Outra característica diferente, é que nos projetos militares existe um grande número de anteparas, assim as cavernas e demais elementos estruturais ficam muito mais “apertadinhos” do que são nos navios civis. Isso, naturalmente, dificulta o trabalho dos soldadores durante a montagem dos módulos.



“Do ponto de vista do estaleiro, saber construir navios militares, na verdade, não agrega maiores vantagens para a produção dos nossos navios civis... Esta capacitação, e muito específica, e serve mesmo é para que possamos construir mais e melhores navios militares. Uma possível exceção a isto talvez seja a oportunidade de aprendermos a trabalhar com estruturas feitas em alumínio. Inclusive, por conta destes navios patrulha já contratamos alguns soldadores, ex-funcionários do Estaleiro Barcas, onde apenas se trabalha com este matéria. Mas o número de profissionais nossos nesta área ainda é insuficiente para nossas necessidades ”, emendou Palmer.



O executivo do EISA falou ainda que “embora o número inicialmente anunciado pela Marinha na imprensa seria de 46 navios patrulha novos, atualmente, o número mais aceito se situa na casa de 26 NPas de 500 toneladas. Mas tudo pode mudar no futuro...” Palmer continuou: “o próximo lote de NPas de 500 toneladas deve ser licitado agora em janeiro, a principio, comenta-se que serão mais seis navios. Se também ganharmos esta encomenda, é possível que optemos por criar um novo estaleiro, exclusivamente para a construção de navios militares, no bairro do Gradim, em São Gonçalo. Neste momento, várias opções estão sendo avaliadas, inclusive uma onde apenas os módulos componentes seriam feitos lá para montagem final em outro estaleiro. O EISA também está de olho neste novo local para a construção de corvetas derivadas do projeto da Barroso, caso elas realmente sejam adquiridas por marinhas africanas conforme contado em julho do ano passado por ALIDE.



Na forma que escolhemos para esta construção os navios não serão lançados ao mar, mas, sim erguidos e colocados na água por uma ‘cábrea’, um guindaste pesado montado sobre uma balsa flutuante. Este é o mesmo método que usamos para lançar as estruturas das plataformas de petróleo e gás montadas no Estaleiro Mauá. Uma boa característica de uma encomenda múltipla, como esta, é a chamada curva de aprendizado. Este fenômeno faz com que, a cada novo navio, o seu tempo de construção encolha em relação ao navio justamente anterior”.



Perguntamos ao Sr. Palmer se ele já havia ouvido qualquer menção a tecnologia de navios stealth com perfis de superestrutura lisos e materiais anti-eco radar. Ele respondeu que: “até onde eu tenha percebido não houve qualquer mobilização da Marinha ou da indústria nesta direção”.



No contrato assinado com a Marinha está ainda previsto que se instale dentro do estaleiro um Grupo de Fiscalização (o “GruFis”) da obra. Para eles, o EISA já preparou uma sala dedicada e aguarda a mudança deste pessoal, ainda em janeiro, de seu escritório no prédio da DEN para o estaleiro. Os atrasos ocorridos no início deste segundo lote derivam da necessidade de se entregar as plantas definitivas para a construção dos NPas. Surpreendentemente, Palmer contou a ALIDE “que por decisão da Marinha os quatros navios fabricados no EISA não seguirão rigorosamente o mesmo desenho do Macaé e Macau, os primeiros navios desta nova classe, que foram fabricados no estaleiro INACE do Ceará. Por isso, um novo contrato aditivo se encontra sendo negociado entre o Estaleiro Ilha e a Diretoria de Engenharia Naval da Marinha. Devido ao número de alterações que foi necessário adicionar ao programa básico, o Maracanã passará, então, a ser o navio padrão (de referência) desta nova classe. Tudo o que já foi construído até aqui neste programa, inclusive a distribuição das peças a serem cortadas das chapas (o “nesting”), foi feito exclusivamente a partir de plantas da CMN – Constructions Mécaniques de Normandie. O CMN foi o estaleiro que criou a classe Vigilante original para a Marinha Francesa. Neste momento, o EISA apenas aguarda que sejam entregues pela MB as plantas definitivas desta classe para seguir adiante com a obra dos seus navios patrulha.



O Estaleiro Ilha é o nome novo (desde 1994) de um dos mais tradicionais estaleiros brasileiros, o antigo EMAQ. Hoje o EISA junto com o Estaleiro Mauá em Niterói fazem parte integrante do conglomerado de empresas de German Efromovich, empresário que, além de ser dono da companhia aérea Avianca (a ex-Oceanair), há muitos anos trabalha neste segmento de construção naval construindo plataformas para a Petrobras com sua empresa original, a “Marítima”. Efromovich comprou o EMAQ do grupo do empresário Nelson Tanure, que também era o dono dos estaleiros Verolme e Ishibras.

Novo capacete permite aos pilotos do Typhoon olhar, mirar e atirar

Parece com algo saído de Guerra nas Estrelas, e seu desempenho também parece ter saído de Guerra nas Estrelas, e para os pilotos de aviões de caça do futuro, pode significar toda a diferença entre a vida e a morte.




Bem-vindo à nova arma do caça Eurofighter Typhoon: não um dispositivo que fique pendurado debaixo das asas, mas um sistema com “cérebros”, que fica bem na cabeça do piloto.



O “Sistema de Simbologia Montado no Capacete” (“Helmet Mounted Symbology System”, em inglês), projetado pela BAE Systems, é um capacete e sistema de apoio altamente sofisticado, que permite que o piloto “veja” através da fuselagem da aeronave, dando a ele uma vantagem vital quando é necessário tomar uma decisão em uma fração de segundo.



Usando o novo sistema de capacete, o piloto agora pode olhar para múltiplos alvos, mirar neles, e então, por comando de voz, priorizá-los. É um sistema muito veloz, que permite ao piloto olhar, mirar e atirar.



O piloto pode até mesmo fazer isso sem olhar para um alvo que esteja por trás dele, ou um alvo que seja identificado pelo radar que esteja diretamente embaixo do chão da aeronave.



Esta capacidade de rapidamente olhar e atirar, aliada ao super amplo campo de visão, dá ao piloto do Typhoon um campo de visão para qualquer hora do dia e qualquer clima.



O capacete funciona através de um número de sensores fixados em toda a área da cabine do piloto. À medida que o piloto move a cabeça, os sensores em seu capacete se movem em relação aos sensores da aeronave, assegurando que a aeronave saiba exatamente para onde e para o que o piloto está olhando.



Imagens projetadas no visor do piloto oferecem, dentre outras informações, velocidade, posição e altura e, crucialmente, também oferece a posição precisa de quaisquer aeronaves ou mísseis inimigos. Estas imagens, que permanecem estáveis e precisas de qualquer ângulo de visão, permitem ao piloto tomar decisões imediatas sem ter que tirar seus olhos do alvo em momento algum.



Mark Bowman, Piloto de Testes Líder da BAE Systems, disse: “Este é um grande avanço em termos de capacidade de combate, e é algo que dá aos pilotos do Typhoon uma vantagem considerável no que se refere ao combate aéreo. Não existem dúvidas para mim de que o Eurofighter Typhoon é o líder mundial nesta capacidade, e isso é algo de que todos aqueles que trabalharam nesse sistema podem se orgulhar profundamente. É um enorme avanço na capacidade da aviação. Além do mais”, diz ele, “o melhor ainda está por vir.”



O novo sistema de capacete deve entrar em operação na Força Aérea do Reino Unido ainda esse ano.



Sobre a BAE Systems



A BAE Systems é uma empresa global que atua nas áreas de defesa, segurança e aeroespacial. Mundialmente, conta com aproximadamente 107.000 funcionários. A Empresa oferece uma seleção completa de produtos e serviços para forças aéreas, terrestres e navais, bem como avançadas soluções eletrônicas, de segurança e informática, além de serviços de atendimento ao cliente. Em 2009, a BAE Systems registrou um faturamento de £22,4 bilhões (US$ 36,2 bilhões).