segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Alcântara lança foguete

Um foguete de médio porte foi lançado, ontem, com sucesso, às 13h30 (horário de Brasília), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O objetivo da operação era colocar 10 experimentos a 100 quilômetros de altitude, em um ambiente de microgravidade. O veículo, chamado de BSB-30, foi desenvolvido por técnicos brasileiros e projetado para ter uma autonomia de voo de 250 quilômetros e carregar até 400kg. Ontem, ele atingiu 241,9km de altura, praticamente a mesma distância entre Brasília e Goiânia.




O foguete transportou o material das áreas de bioquímica, ciências de materiais, ciências térmicas, genética e posicionamento global. Tudo produzido por centros de pesquisas, universidades e estudantes do ensino fundamental que integram os programas desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço.



Segundo técnicos da base, os sistemas funcionaram "perfeitamente"

Por volta das 15h (de Brasília), depois do retorno à Terra, foi iniciado o processo de recuperação da carga útil do foguete. Os 10 experimentos caíram no mar, sustentados por paraquedas, e foram resgatados 16 minutos depois, a 140 quilômetros da costa. Equipes da Força Aérea Brasileira usaram dois helicópteros para transportar a carga útil até uma base na Ilha de Santana. Lá, a carga foi acondicionada em uma caixa de transporte para ser levada com segurança ao CLA.



Os resultados sobre como se comportou o material no ambiente de microgravidade ainda serão conhecidos. Técnicos de Alcântara, porém, já consideram a operação um sucesso, pois todos os sistemas de lançamento e rastreio funcionaram “perfeitamente”.



Testes anteriores



A Operação Maracati II foi iniciada em 16 de novembro e contou com a participação de 183 pessoas, entre técnicos do CLA, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais e da agência espacial alemã Deutsche Zentrum für Luft- und Raumfahrt (DLR).



Antes de lançar o foguete BSB 30, o CLA já tinha feito testes como parte da primeira etapa da operação. Um foguete de médio porte, chamado de Improved Orion, foi lançado, no último dia 6, para realizar testes de equipamentos de aferição e para o lançamento do VSB-30.



O CLA é uma organização do Comando da Aeronáutica subordinada ao Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial. A unidade realiza missões de lançamento e de rastreio de engenhos aeroespaciais, de coleta e processamento de dados de cargas úteis, incluindo testes e experimentos científicos de interesse da Aeronáutica. Além disso, mantém permanente manutenção e atualização de equipamentos, aperfeiçoamento e treinamento de técnicos e engenheiros, e modernização de sistemas

sábado, 11 de dezembro de 2010

Embraer cria unidade para área militar e já prevê receita de R$ 1,5 bi em 2011

Roberto Gogoy, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - Uma nova empresa no ar – e isso quase literalmente: o grupo Embraer anunciou sexta-feira a criação da Embraer Defesa e Segurança, unidade de negócios autônoma, destinada a cuidar dos projetos e negócios da área militar. Com essa nova corporação ficarão ainda as atividades ligadas às tecnologias sensíveis – tanto a absorção como o desenvolvimento.



A Embraer Defesa nasce poderosa. De acordo com Luiz Carlos Aguiar, executivo que assume a presidência da organização, a receita prevista para o segmento, "vai bater em R$ 1,5 bilhão já em 2011". Aguiar é o atual vice presidente Financeiro e de Relacionamento com Investidores, mas esteve anteriormente à frente da área Defesa do grupo. O atual titular do setor, Orlando Nogueira Neto, continua no cargo de vice-presidente.



O presidente da Embraer, Frederico Curado, considera que o moviment0 "era inevitável, não apenas considerados os benefícios para a racionalização da gestão empresarial mas, também, o alinhamento com os conceitos fixados pela Estratégia Nacional de Defesa" (a END é o programa do Ministério da Defesa que estabeleceu prioridades para a reorganização das Forças Armadas e fixou diretrizes da base industrial).



Para Curado a ação confirma o compromisso da empresa com o País: "é um sinal claro: podem contar com a gente".



Fábrica própria



A nova unidade tem fábrica própria, em Gavião Peixoto, na região de Araraquara, a 300 quilômetros de São Paulo. Ali trabalham 2,2 mil funcionários envolvidos na construção dos turboélices de ataque leve Super Tucano e na transformação de 46 caças supersônicos F-5, americanos com 30 anos de idade, em modernas versões M. A revitalização está chegando para 53 bombardeiros leves de precisão AMX e para o caça subsônico Skyhawk, da Marinha.



Um novo hangar vai abrigar a linha de produção do cargueiro e avião tanque KC-390, militar, a maior aeronave já criada na Embraer. Os produtos mais discretos do catálogo, grandes jatos birreatores tipo Emb-145 convertidos em estranhas configurações eletrônicas cheias de antenas e bulbos externos, para cumprir missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, saem dos mesmos prédios. Sem alarde, pela porta dos fundos.



O complexo abriga o ninho dos jatos Phenom executivos. A pista de ensaios mede 5 mil metros, a maior da América Latina. É repleta de sensores eletrônicos. A Embraer surgiu, faz 41 anos, como iniciativa estritamente da Força Aérea. "Felizmente, ao longo do tempo, os dirigentes perceberam que era preciso expandir a atividade no rumo do mercado civil – e isso fez da empresa, em 2010, a fabricante líder de jatos comerciais para até 120 passageiros. Agora, retomamos o caminho da Defesa",explica Curado. Ele lembra que em 1997 todo o faturamento da Embraer era do tamanho da carteira de negócios militares atual, "alguma coisa como os US$ 760 milhões alcançados esse ano".



Inteligência



Não por acaso, as prioridades da Embraer Defesa e Segurança que receberão os novos investimentos estão ligadas à sofisticada tecnologia de sensoriamento eletrônico – na prática sistemas de espionagem, escuta, e produção de informações.



Os sistemas avançados são os do tipo C4I, integrando Comando, Controle, Comunicações, Inteligência e Computadores. "Será fundamental no domínio do cenário estratégico dos grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aplicados sobre plataformas aéreas", enfatiza o presidente Frederico.



Não apenas



Um levantamento recente do Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, estima em 300 unidades a demanda internacional por aeronaves configuradas em estações C4I. Um terço delas, estarão em países emergentes. Onde mora a clientela da Embraer.

Será lançado amanhã foguete desenvolvido por brasileiros


EQUIPE AE - Agência Estado 


O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) deve lançar amanhã, entre 12h00 e 15h00, o foguete de médio porte VSB-30, segundo informações da Agência Brasil. O foguete foi desenvolvido por técnicos brasileiros. Dez experimentos de universidades, institutos de pesquisas e de alunos do ensino fundamental que integram os programas desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) serão submetidos a testes em ambiente de microgravidade a 100 quilômetros de altitude.




Está previsto tempo de voo de 18 minutos, incluindo a ida e seu retorno à Terra de paraquedas. O foguete foi projetado para percorrer 250 quilômetros e carregar 400 quilos.

A França oferecerá à Índia uma versão maior do submarino Scorpène convencional, movido a energia elétrica gerada a partir de óleo Diesel (SSK), por um contrato de 5 bilhões de dólares (300 bilhões de rúpias) por seis submarinos. Essa é a maior encomenda por submarinos convencionais do mundo.




Declarando isso, Patrick Boissier, Presidente e CEO da construtora naval francesa DCNS, confirmou que o design do submarino Scorpène atual pode ser alongado com a adição de mais seções, incluindo um sistema de Propulsão Independente de Ar (Air-Independent Porpulsion - AIP).



Boissier era parte da delegação comercial em visita a Nova Delhi com o Presidente francês Nicolas Sarkozy. A Índia já está construindo seis submarinos Scorpène na estatal Mazagon Dock ltd sobe um contrato de 180 bilhões de rúpias assinado com a França em 2005.



Ano passado, a Marinha Indiana expediu Pedidos de Informação (Requests for Information - RFIs) a distribuidores globais para seis submarinos da classe Project 75I, independentes do contrato de 2005.



A DCNS respondeu aos RFIs da Marinha em Setembro passado. No próximo ano, a Marinha deve emitir seus Pedidos por Proposta (Requests for Proposal - RFPs), que irão definir o tamanho dos submarinos e demais parâmetros críticos. Oficias da Marinha dizem que o contrato para o primeiro P75I deve ser assinado por volta de 2012-13.



Espera-se que os submarinos Project P75I sejam maiores que os da classe Scorpène, de 1800 toneladas, e permitam a montagem de sistemas AIP, propiciando maior tempo de permanência submersos e viabilizando a instalação de mísseis para ataque em terra.







Oficias da Marinha Indiana dizem que a comunalidade de componentes significará que a segunda linha de seis Scorpène será mais barata do que a de qualquer concorrente, embora não esteja clara a dimensão dessa economia. Os dois primeiros submarinos serão construídos no estaleiro estrangeiro que ganhar o contrato, os três seguintes, na MDL, e o último na Hindustan Shipyard Limited, recentemente adquirida pelo Ministério da Defesa.



Os submarinos serão construídos simultaneamente na Índia e fora dela para assegurar sua rápida adição à Frota. Isso ocorre porque a Marinha encara o rápido encolhimento de seu ramo de submarinos. Nenhum submarino foi adicionado na última década. Dos 18 em 2000, a Marinha vê-los reduzidos a 14 e começará a aposentar as 10 embarcações russas da classe Kilo a partir de 2015. O programa de submarinos Scorpène está atrasado em quatro anos. Espera-se que o primeiro deles junte-se à Marinha apenas em 2015.



O programa indiano de longo prazo de construção de submarinos, concebido em meados dos anos 1990, prevê a construção de 24 submarinos nas próximas duas décadas.



Tradução: Felipe Medeiros

EUA testam com sucesso 'canhão eletromagnético'

Um "canhão eletromagnético", que atinge alvos a 200 km de distância e dispara projéteis a 'Mach 5', ou cinco vezes a velocidade do som, foi testado com sucesso nesta sexta-feira nos Estados Unidos, informou a Marinha.




"O teste do canhão eletromagnético" revela "que a Marinha pode disparar projéteis a uma distância de, ao menos, 110 milhas náuticas (200 km)", disse o almirante Nevin Carr, chefe de pesquisa naval. Esta distância é quase 20 vezes maior que a capacidade dos canhões atualmente embarcados.



O novo canhão tem dois trilhos de metal sobre os quais é colocado o projétil. O disparo ocorre por meio da passagem de uma forte corrente elétrica pelos trilhos. Não é utilizada pólvora ou qualquer outra propulsão química.



O teste foi realizado hoje no Centro de Pesquisas da Marinha, em Dahlgren (Virgínia).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Foguete Orion V03 é lançado no CLA

O IAE informa que foi realizado com sucesso o lançamento do foguete Orion V03 no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), nesta segunda-feira, dia 06 de dezembro, ocorrido às 15 horas e 19 min, atingindo um apogeu de 103,9 km, alcance de 73,6 km e tempo de voo de 316,9 segundos, conforme a trajetória prevista. As estações de telemetria rastrearam o foguete durante todo o voo. O foguete Orion V03, de porte menor que o VSB-30, está sendo utilizado para os testes preliminares da Operação Maracati II.




Na Operação Maracati II, o foguete VSB-30 será lançado com a carga útil Micro G1A, da Agência Espacial Alemã, levando ao espaço dez experimentos de universidades e de diversas instituições brasileiras. O lançamento do VSB-30 deverá ocorrer entre os dias 11 e 15 de dezembro.



Os testes realizados com o veículo Orion V03 permitiram o trabalho de apronto do campo e de verificação da comunicação entre as estações e as diversas facilidades para a Operação Maracati II.



A equipe do IAE começou a trabalhar na montagem do foguete, juntamente com a equipe do DLR (Agência Espacial Alemã), no dia 22 de novembro, sendo o propulsor e a carga útil do foguete as primeiras partes a serem montadas. Após preparo do propulsor do Orion V03 e sua montagem completa, realizados no dia 24, as medições foram iniciadas no CLA e o lançamento realizado nesta segunda-feira.

Cientistas encontram primeiro exoplaneta rico em carbono

Uma equipe de cientistas da Universidade de Princeton, dos Estados Unidos, descobriu que o planeta WASP-12b, um dos exoplanetas mais quentes já descobertos, tem uma relação carbono-oxigênio maior que a vista no nosso sistema solar, segundo informou a revista britânica Nature. Os especialistas chegaram a essa conclusão após analisar a luz que o planeta reflete.




WASP-12b orbita uma estrela ligeiramente mais quente que o Sol a uma distância quarenta vezes mais próxima que aquela que a Terra tem do Sol, por isso é considerado um dos exoplanetas mais quentes conhecidos até o momento, com uma temperatura de superfície de 2.200ºC, mostra o estudo.



"Esse planeta revela a impressionante diversidade de mundos que há lá fora", disse Nikku Madhusudhan, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. "Planetas ricos em carbono podem ser exóticos de todas as formas - formação, interior e atmosfera."




É possível que o planeta tenha altas quantidades de grafite, diamante e ainda outras formas não conhecidas de carbono em seu interior. Até o momento, astrônomos não têm a tecnologia para observar o interior dos exoplanetas (ou planetas que orbitam outras estrelas que não o Sol), mas suas teorias trazem possibilidades intrigantes.



O planeta Terra tem muitas rochas, como o quartzo, que são feitas de sílica, oxigênio e outros elementos. Mas planeta onde o carbono fosse predominante seria um lugar muito diferente. "Um planeta terra com carbono predominante teria muitas rochas de puro carbono, como o diamante ou grafite", disse Joseph Harrington, responsável pela pesquisa. Isso significa que, nesse mundo o diamante não seria uma pedra preciosa.



O carbono é um componente comum nos sistemas planetários e um ingrediente chave para a vida na Terra. Astrônomos muitas vezes medem a relação carbono-oxigênio para ter uma ideia da composição química dos astros