domingo, 28 de novembro de 2010

'A minha satisfação é poder trazer a paz

'A minha satisfação é poder trazer a paz a essa comunidade. Fizemos história reconquistando a Vila Cruzeiro e o Alemão', disse o policial civil Henrique Cerqueira, que participou da ocupação do Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, na manha deste domingo (28).




"Na Vila Cruzeiro foi mais difícil. Lá, os criminosos não sabiam que iríamos invadir. Aqui no complexo, não foi surpresa, tinha data e hora marcada. Mas fizemos história nesse domingo", acrescentou.



Muitos policiais que participaram da invasão, disseram que esperavam mais dificuldade na ocupação. "Eu esperava muito mais do Alemão. Estava preparado para o pior. Não foi fácil, agora temos que achar o lugar em que esses criminosos estão escondidos", disse o policial civil, Hélio.



Enquanto a polícia vasculha becos e casas nas comunidades, os moradores começam a circular pelas ruas do Alemão.



PM afirma que chefes do tráfico se entregaram

O relações públicas da Polícia Militar, coronel Lima Castro, afirmou por volta das 11h25 deste domingo (28) que alguns chefes do tráfico no Alemão, já se entregaram à polícia. O número e o nome dos suspeitos, no entanto, ainda não foi divulgado.



"A varredura no Alemão pode durar dias. Isso porque acreditamos que existam ali 5 mil moradias e cerca de 200 criminosos continuam ali dentro", diz o coronel Lima Castro.



Pouco antes disso, a polícia chegou à mansão do traficante conhecido como “Pezão”, que seria o chefe de tráfico do Alemão. O imóvel estava vazio. Segundo o delegado Marcos Vinícius Braga, trata-se de um imóvel triplex, com hidromassagem, discoteca, ar-condicionado em todos os cômodos, assim como TV de LCD.



“Eu nunca vi nada igual, é muito, melhor do que muita casa no Leblon, nunca vi disso”, disse o delegado, que afirmou que o traficante destruiu todos os cômodos antes da chegada da polícia.



Aos poucos, polícia toma favela

Depois de entrar no Alemão, por volta das 8h, aos poucos, a polícia vai tomando conta da região. Agentes chegaram à uma região conhecida como Coqueiral, no alto de uma das favelas. Deste ponto, os traficantes tinham visão privilegiada e podiam ver tudo o que acontecia na favela, inclusive a movimentação da polícia.



Segundo o delegado Ronaldo Oliveira, chefe das delegacias especializadas do Rio de Janeiro,

houve pouca resistência, e a polícia levou cerca de 2 ou 3 horas para chegar ao local. Mas ressaltou que a situação é "preocupantemente tranquila e que a quadrilha é covarde e perigosa". O delegado disse ainda que o trabalho de vasculhar casa a casa vai continuar.



Durante a ocupação , os blindados passaram por várias barricadas montadas pelo tráfico. Há dez suspeitos detidos, entre eles uma mulher. Os suspeitos chegaram num ônibus da polícia, do alto da favela.



Entre as apreensões, há seis toneladas de maconha e grande quantidade de armas.



Policiais vão vasculhar cerca de 30 mil casas

Já o relações públicas da Polícia Militar, coronel Lima Castro, afirmou que o momento é de fazer a varredura do terreno. "É um trabalho minucioso, que requer paciência. São cerca de 30 mil residências, 100 mil moradores", afirmou o coronel Lima Castro.


A preocupação, segundo o coronel, é com os moradores, já que há possibilidade de os criminosos estarem escondidos em casas da comunidade. "Eles (criminosos) são muito covardes, estão acuados. Nesse momento é cada um por si. Então podem fazer pessoas reféns, se esconder em casas de moradores", considerou o coronel Lima Castro.




"Por isso peço cautela aos moradores", disse o relações públicas da PM. "Permaneçam em suas casas e, se saírem, não carreguem nada nas mãos para que não sejam confundidos com os criminosos", alertou o coronel.



"Nossa obrigação é proteger a nossa vida e a dos moradores", concluiu Lima Castro.

sábado, 27 de novembro de 2010

Exército encontra dólares com criança no Alemão

Como parte das ações organizadas em resposta à série de ataques atingem o Rio de Janeiro, homens do Exército apreenderam na manhã deste sábado US$ 36 mil na mochila de uma criança em um dos acessos ao Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.




A Polícia Militar alertou que os bandidos estão usando mulheres e menores de idade para tentar retirar das favelas armas, drogas, dinheiro e munições. Em resposta, até mesmo idosos estão sendo revistados.



O Exército realiza nesta manhã vários bloqueios em pontos de acesso ao Complexo do Alemão. Foram instaladas barreiras ao longo da avenida Itaoca, da Estrada do Itararé e da rua Uranos, duas vias de acesso complexo de favelas. Os militares estão parando carros e motos e, principalmente, caminhões baú de lixo. O objetivo é impedir a fuga de traficantes. Por volta das 7h30 foram ouvidos tiros no interior do Morro do Adeus, que faz parte do Complexo.




Três pessoas foram detidas em uma das saídas do Alemão, mas ainda não há informações do motivo. Um dos momentos de tensão que marcaram as ações deste sábado ocorreu quando os militares viram um homem armado em uma moto, mas ao pará-lo verificaram que se tratava de um policial militar.



As ações organizadas em como parte da resposta aos sucessivos ataques ocorridos ao longo desta semana tiveram o reforço de um tanque urutu, que passou em ronda pela Estrada do Itararé nesta manhã. Pela avenida Brasil, militares patrulharam ainda os bairros de Bonsucesso e Manguinhos, na zona norte.



A troca de tiros entre militares do Exército, além de agentes das polícias militar, civil e federal com traficantes do Complexo do Alemão já deixou oito pessoas feridas e uma morta.



Entre os feridos está Geovana Isabela da Penha, de 3 anos, que foi baleada de raspão no braço enquanto estava em casa na favela Nova Brasília.



À noite, o fotógrafo da agência de notícias Reuters, Paulo Whitaker, foi baleado no ombro e socorrido para um hospital particular, na zona norte. Seu estado de saúde é estável.



Thiago Ferreira Farias, de 24 anos, conhecido como Thiaguinho G3, apontado pela polícia como gerente do tráfico da favela Fazendinha, do Complexo do Alemão, morreu em confronto com policiais militares.

Blindados entram no Alemão

Cerca de dez veículos blindados entraram em alta velocidade no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, na Zona Norte do Rio, no fim da tarde deste sábado (27). A Estrada do Itararé, um dos acessos à comunidade, foi fechada pela Polícia Militar por volta das 18h15, de forma que somente policiais têm autorização para circular na área.




Segundo o coronel Lima Castro, relações públicas da PM, o prazo para que os criminosos se entreguem termina no fim do dia, "assim que o sol se pôr".



A entrada acontece um dia depois do cerco ao local por mais de 800 homens da polícia e do Exército. Foi para lá que mais de cem criminosos fugiram após a ocupação da Vila Cruzeiro, na quinta-feira (25).



No começo da noite, homens da PM em moto entraram em alta velocidade na favela. O clima de tensão aumentava conforme a noite se aproximava.



Por volta das 17h25, recomeçou o tiroteio na comunidade e, um pouco antes, um helicóptero da Polícia CIvil foi alvo de tiros dos criminosos. No entorno, a movimentação de carros da polícia é grande.



No fim da tarde, um incêndio atingiu uma lanchonete num dos acessos ao morro. Um homem foi retirado da lanchonete inconsciente pelo Corpo de Bombeiros. O clima no fim da tarde era de tensão, com moradores correndo pela favela.

Petrobrás anuncia descoberta de petróleo na Amazônia

SÃO PAULO - A Petrobrás informou que o teste de longa duração (TLD) na Amazônia confirmou a existência de acumulação de óleo leve (46º API) e gás natural no poço 1-ICB-1-AM (denominado "Igarapé Chibata nº 1"), em Tefé (AM), município distante 630 km de Manaus e 32 km da Província Petrolífera de Urucu.




De acordo com a empresa, os dados do teste até o momento indicam que a capacidade de produção do poço é de 2,5 mil barris de petróleo por dia, "o que é considerado um excelente resultado, em se tratando deste tipo de bacia no Brasil", diz a nota. O poço de 3.485 metros foi perfurado na Bacia do Solimões, Bloco SOL-T-171, no qual a Petrobras detém 100% dos direitos de exploração e produção.



O teste foi iniciado em setembro e tem duração prevista de um ano. A Petrobrás explica que o Plano de Avaliação da Descoberta (PAD), aprovado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), "prevê a aquisição de novos dados sísmicos e perfurações de poços delimitatórios" para "definir a extensão da acumulação, quantificar as reservas e a comprovar a economicidade da acumulação." A estatal informa ainda no comunicado que, na região, já possui três campos produzindo petróleo e gás natural no município de Coari.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Cortes orçamentários nos EUA ameaçam empresas espaciais

O esforço da Nasa para terceirizar ao setor privado as viagens de astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS) está sob ataque, mas agora por parte de funcionários federais encarregados de reduzir o déficit do governo.






DivulgaçãoIlustração da nave Dream Chaser, que deve voar em 2014, ligando-se à ISSVeja também:



Empresa privada recebe autorização pra realizar reentrada na atmosfera



Empresas que pretendem vender passagens espaciais correm o risco de perder US$ 1,2 bilhão em investimentos da Nasa, por conta da proposta apresentada por três coordenadores da comissão bipartidária do déficit.



A eliminação do financiamento federal para viagens ao espaço é apenas uma de dezenas de ideias apresentadas no início do mês. É a número 24 da lista e, fora da indústria espacial, mal se fez notar, sobrepujada por propostas de cortes nos benefícios da previdência social e de aumento de impostos.



A Nasa também não está preocupada, por enquanto. Também não estão incomodados os empresários que esperam recursos estatais para levar suas naves espaciais adiante. E poucos esperam que o corte proposto ganhe apoio.



Mas o fato de o voo espacial comercial ter sido visado mostra a vulnerabilidade do plano de Barack Obama de usar veículos privados para levar astronautas ao espaço, após a aposentadoria dos ônibus espaciais, prevista para 2011.



"Estamos num ponto onde é ou voo espacial comercial ou nenhum voo espacial nos Estados Unidos", disse o fundador e principal executivo da companhia SpaceX, Elon Musk.



Sua empresa é uma de várias companhias que pretendem construir foguetes e naves para levar carga e astronautas à ISS.



A menos que essas empresas produzam meios de transporte seguros e confiáveis, a Nasa terá de continuar a comprar assentos nas naves russas Soyuz.



Até agora, a Nasa investiu US$ 723 milhões nos esforços privados. Musk diz que os produtos de sua empresa, o foguete Falcon 9 e a cápsula Dragon, poderão levar carga à ISS já no ano que vem, e astronautas dentro de três anos, após receber autorização da Nasa.



A empresa deve realizar a primeira reentrada controlada de uma Dragon na atmosfera terrestre no próximo mês.



Outra companhia, a Sierra Nevada Space Systems, espera realizar o primeiro voo de sua nave, chamada Dream Chaser ("Caçador de Sonhos") em 2014.

EUA descartam possibilidade de conflito militar na península coreana

WASHINGTON - O governo americano classificou o ataque norte-coreano à uma ilha sul-coreana no último dia 23 como um ato isolado e premeditado. Em entrevista coletiva diária no departamento de Estado, o porta-voz P.J. Crowley disse que a Coreia do Norte não está preparada para um confronto militar extenso.




"Acreditamos que o que aconteceu foi um ato isolado, mas premeditado", disse Crowley. "Sem entrar em detalhes de inteligência, não vemos a Coreia do Norte pronta para um conflito militar extenso".



O porta-voz reiterou a posição do governo americano de que o papel da China no alívio às tensões na península coreana é fundamental. " Apesar de pequenas discordâncias, China e EUA veem a situação de maneira similar. Continuaremos a conversar com os chineses para convencer os norte-coreanos a tomarem as decisões certas, e não as erradas", afirmou.



Mais cedo, a China pediu nesta quarta-feira, 24, que as Coreias do Norte e do Sul mostrem "calma e contenção" e se comprometam o mais rapidamente possível com conversações para evitar uma escalada nas tensões.



"A China faz um chamado forte para que tanto a Coreia do Norte como a do Sul ajam com calma e contenção, e o mais rapidamente possível se comprometam com o diálogo e os contatos". disse comunicado da chancelaria chinesa.



Os dois países se encontram tecnicamente em conflito desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) foi encerrada pelo armistício em vez de um tratado de paz. Desde então, o acirramento das tensões entre as duas nações asiáticas é frequente. O ataque à ilha de Yeonpyeong é considerado um dos mais graves incidentes desde então.



Um dos episódios mais recentes dos atritos entre os países foi o afundamento do navio sul-coreano Cheonan. Seul acusa Pyongyang de estar por trás do ataque, que matou 46 marinheiros. A Coreia do Norte, que está sob pressão pelas suspeitas de estar ampliando seu programa nuclear, nega.

Com apoio da Marinha, polícia do Rio ocupa refúgio do Comando Vermelho

RIO - Em operação policial sem precedentes, com apoio de veículos blindados da Marinha da Brasil, a Polícia do Rio ocupou nesta quinta-feira, 25, a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha (zona norte). A favela é apontada como um dos principais refúgios de traficantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que fugiram após as ocupações da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nos morros da zona sul e zona norte da cidade. À tarde, incapazes de conter a invasão policial, traficantes fortemente armados fugiram - de carro, de moto e a maioria a pé - para o vizinho Complexo do Alemão, onde o CV mantém o seu maior reduto.






O subchefe operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, reconheceu que vários criminosos fugiram para a favela vizinha. "O que acontece é que há uma rota de fuga difícil de alcançar, pois está localizada no interior da favela", explicou Oliveira, referindo-se às imagens do helicóptero da TV Globo, que mostraram a fuga em massa da Vila Cruzeiro para o Alemão pela Serra da Misericórdia, divisa entre os dois conjuntos de favelas. Segundo ele, hoje a Polícia voltará à Vila Cruzeiro para checar "diversos objetivos" em busca de traficantes, armas e drogas.



De manhã, a chegada dos primeiros seis blindados da Marinha interrompeu o tráfego de veículos na Avenida Brás de Pina, umas das principais do bairro da Penha. Segundo a Marinha, seriam empregados na operação seis veículos blindados M-113, quatro carros-lagarta anfíbios e três viaturas Piranha, para transporte de tropas. Moradores e comerciantes tiravam fotos, mas algumas pessoas ficaram chocadas.



"Isso virou uma guerra civil, isso me assusta. Tenho um irmão da Aeronáutica, que volta para casa fardado, e não sei o que pode acontecer com ele", disse a recepcionista Monique Gama, de 30 anos.



Operação. A operação contou com 120 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), 70 fuzileiros navais, 200 policiais civis e 40 homens do 16º Batalhão da PM, além de policiais do Batalhão de Choque e outras duas unidades. No total, eram cerca de 600 homens. Apenas um furgão da Polícia Civil levava cerca de150 mil peças de munição. Uma equipe de doze homens do Bope embarcou em cada blindado da Marinha para entrar nas diversas favelas do Complexo da Penha.



Os blindados entraram no Complexo da Penha pela Rua Cajá, para acessar o Morro da Chatuba; pela Nossa Senhora da Penha para entrar na Vila Cruzeiro; e utilizaram o Parque Xangai para invadir a favela da Merendiba. Os blindados da Marinha foram recebidos a tiros pelos traficante. Barulhos de explosões e bombas foram seguidos de colunas de fumaça que emergiam no interior da favela. As ruas da Vila Cruzeiro ficaram vazias, e os traficantes se posicionaram para atirar. Nas primeiras incursões, os homens do Bope não saíram dos blindados e apenas fizeram o reconhecimento do terreno para o desembarque.



No asfalto, o comércio e os bancos fecharam as portas em todo centro comercial da Penha. Os tiroteios se estenderam por toda a tarde. Por volta das 16h30, um helicóptero da PM foi alvo de tiros de traficantes da Vila Cruzeiro. Pouco depois de a PM anunciar a tomada do morro, uma nova troca de tiros ocorreu dentro da favela. No fim da tarde, o Esquadrão Anti-Bombas detonou um explosivo jogado pelos traficantes contra policiais civis, mas não explodira. "Era um artefato caseiro feito com pólvora dentro de um extintor de incêndio, cujo poder de fogo desconhecemos", disse o inspetor Cassiano Martins.