sexta-feira, 2 de julho de 2010

Dinâmica de Fluídos Computacional auxilia o IAE no Programa Espacial

“Quando nos referimos ao projeto de veículos lançadores de satélites, cada vez mais o emprego de CFD é a única maneira de se obter soluções de forma rápida e economicamente viável”, isso é o que garantem engenheiros da Divisão de Sistemas Espaciais (ASE) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).




A Dinâmica dos Fluidos Computacional ou CFD (Computacional Fluid Dynamics), método computacional utilizado para os estudos de desenvolvimento de veículos nas áreas de aerodinâmica e aerotermodinâmica, pode fornecer contribuições significativas para a área. Ela substitui ensaios em túneis de vento quando extremamente dispendiosos ou impossibilitados de reproduzir as reais condições físicas de um determinado problema.



No Brasil, o emprego de métodos de CFD é ainda mais importante – não há túneis de vento para ensaios que atendam a todos os requisitos de velocidade e condições de escoamento envolvidos no voo desse tipo de veículo – e representam um aumento significativo na precisão dos resultados quando comparados com os obtidos com os antigos métodos de engenharia e empíricos, utilizados nos estudos de desenvolvimento de veículos como o Space Shuttle americano ou o Ariane-4 europeu.



A CFD mantém um nível suficiente de confiança nos resultados, oferecendo segurança na tomada de decisões de projeto. O seu emprego é fundamental desde o momento em que o VLS-1 é colocado na plataforma de lançamento, durante a ignição dos motores, o seu voo subsônico ou a passagem pelo regime transônico, caracterizado por ser um regime de escoamento bastante complexo, até o escoamento supersônico.



O desenvolvimento bem sucedido desse tipo de veículo está diretamente vinculado a soluções das áreas de aerotermodinâmica e propulsão, duas disciplinas que interagem fortemente com outros elementos envolvidos no projeto, tais como estruturas, proteção térmica, acústica, dinâmica de vôo e controle. Esse é um desafio multidisciplinar por excelência.



O emprego de métodos CFD são também úteis na simulação de escoamentos sobre veículos se deslocando através da atmosfera em velocidades hipersônicas - Estas velocidades promovem o aumento da temperatura do ar ao redor destes veículos a níveis muito altos nas regiões da camada limite e depois de ondas de choque. Várias reações químicas associadas com estas altas temperaturas têm início nestas regiões. Estas reações, por sua vez, afetam as propriedades termodinâmicas e de transporte do ar bem como, a sustentação, arrasto e temperaturas superficiais a que estes veículos estão submetidos.



Nesse caso, somente soluções numéricas das equações da aerotermoquímica são capazes de simular os escoamentos viscosos, com reações químicas, de maneira a se obter os carregamentos aerodinâmicos e térmicos a que este tipo de veículo está sujeito.



Naturalmente, a utilização dessa metodologia, por mão de obra especializada, é uma das formas de se alcançar o sucesso no desenvolvimento de uma família de veículos lançadores de satélites do Programa Espacial Brasileiro, garantindo, assim, o acesso autônomo do Brasil ao espaço.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

PROGRAMA DE VEÍCULOS LANÇADORES DE SATÉLITES CRUZEIRO DO SUL

O BRASIL CONQUISTANDO SUA INDEPENDÊNCIA NO LANÇAMENTO DE SATÉLITES








O programa baseia-se na definição de uma família de veículos lançadores de satélites com capacidade para atender as missões



do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), e



missões internacionais, tanto em termos de porte dos satélites como em termos de altitude e de inclinação de órbita.



Tem um horizonte de desenvolvimento de 17 anos, encerrando-se no ano da comemoração do bicentenário da Independência do Brasil (2022). Seu objetivo maior é atender as demandas brasileiras na área de transporte espacial para as próximas décadas


VLS ALFA, concebido para atender o requisito de transporte de cargas úteis na faixa de 200-400 kg a órbitas equatoriais baixas.


  1. VLS BETA, deverá ser capaz de atender às missões de transporte de 800 kg para uma órbita equatorial de 800 km de altitude
    VLS GAMA é um passo na direção da colocação de cargas úteis de grande porte em órbitas helio síncronas. Ele terá capacidade de colocar cerca de 1000 kg em uma órbita polar de 800 km.


    VLS DELTA começará a explorar as missões geo-estacionárias. Ele estará habilitado a colocar cerca de 2000 kg em uma órbita de transferência geo-estacionária (GTO).



    VLS EPSILON atenderá as necessidades atuais previstas para o SGB, ou a de inserção de uma carga útil de 4000 kg em GTO, concluindo o Programa

    Veículos do Programa CRUZEIRO DO SUL






    Sob o ponto de vista de consistência das soluções tecnológicas apresentadas, o programa pressupõe inicialmente a introdução de um motor a propulsão líquida de procedência estrangeira de 7,5 t de empuxo sobre uma base constituída pelos estágios inferiores do VLS-1. Com isso chegar-se-á a um veículo de três estágios.



    Dentro do contexto de desenvolvimento gradual, o próximo passo será a introdução de um segundo estágio líquido, com empuxo de cerca de 30 t, a partir da configuração anterior, e de um propulsor a propulsão sólida com 40 t de propelente.



    Assim, o veículo VLS BETA seria configurado com o propulsor sólido de 40 t, em seu primeiro estágio e, uma parte alta composta por um motor a propulsão líquida de 30 t de empuxo e outro motor a propulsão líquida de 7,5 t de empuxo.



    O próximo passo, consolidado no veículo VLS GAMA, será o da substituição do estágio inferior a propelente sólido por um estágio a propelente líquido de 150 t de empuxo. Os estágios superiores seriam os mesmos do VLS BETA, alterando-se apenas as quantidades de combustível e de oxidante nos tanques para permitir o atendimento da missão.



    O modelo proposto prosseguirá com a junção de dois propulsores sólidos de 40 t de propelente ao núcleo de três motores líquidos em configuração tandem já desenvolvido, definindo assim o veículo VLS DELTA.



    A última etapa, caracterizada pelo veículo VLS EPSILON, compreenderá a substituição dos dois boosters a propelente sólido por dois boosters a propelente líquido de 150 t de empuxo. Os boosters líquidos empregariam a solução tecnológica já adotada para o motor de primeiro estágio nos veículos VLS GAMA e VLS DELTA.



    As soluções tecnológicas propostas são fruto de intensas discussões e resultado de inúmeras simulações. O programa e os veículos que dele fazem parte permitirão um desenvolvimento evolutivo através do acréscimo de novos estágios e boosters, e poderá ser desenvolvido a um custo relativamente baixo.









     

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Exclusivo: Novo Fuzil Imbel

Circula em alguns fóruns na internet, que a Imbel está prestes a apresentar seu mais novo fuzil que vem sendo desenvolvido a um bom tempo em sigilo. Esse fuzil fará parte de uma nova família de fuzis, denominada IA2.

Nova Familia de Fuzis, Baionetas e Pistolas Imbel sendo apresentadas ao Exército





Segundo as informações procedentes de pessoas ligadas ao exército que participaram de uma palestra da Imbel na AMAN o novo fuzil incorporou inúmeras melhorias de ergonomia e confiabilidade. A programação da Imbel é que o fuzil seja apresentado em agosto. Uma curiosidade é que o fuzil está sendo usado pelo “capitão Nascimento” nas gravações de “Tropa de Elite 2″. Abaixo você pode ver uma imagem retirada do informativo Nº67 da Imbel, e uma das gravações do filme “Tropa de Elite 2″ em que aparece o suposto novo fuzil da Imbel, que ainda é acompanhado de uma nova familia de pistolas e de baionetas.
Novo Fuzil sendo usado nas gravações de “Tropa de Elite 2″

terça-feira, 29 de junho de 2010

Consórcio estuda construção de satélite

A Agência Espacial Brasileira (AEB) selecionou o consórcio formado pelas empresas AAA, AGR, Union Engenharia e Telecom Bizz para fazer um estudo jurídico e de viabilidade econômico-financeira, no modelo de Parceria Público Privada (PPP), para o projeto de um satélite geoestacionário brasileiro (SGB). Esse tipo de satélite gira na mesma velocidade da Terra e fica parado em um ponto fixo sobre a linha do Equador, a uma altitude de 36 mil quilômetros. O satélite terá como missões prioritárias serviços para as áreas de comunicações militares e estratégicas, e de meteorologia.




O estudo de viabilidade começou a ser elaborado em abril, mas alguns resultados preliminares já foram apresentados à Agência Espacial. Segundo o diretor de satélites, aplicações e desenvolvimento da agência, Thyrso Villela, a previsão é de que o trabalho completo do consórcio fique pronto no fim do ano. Para Villela, é bem provável que seja feita a opção pelo desenvolvimento de dois satélites: um para meteorologia e outro para comunicações estratégicas.



O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) financia o estudo, avaliado em R$ 800 mil, mas para o desenvolvimento do satélite. O lançamento do equipamento também será abordado no estudo encomendado pela Agência Espacial. Mas a ideia, segundo Villela, é priorizar o uso do foguete Cyclone-4, em fase de desenvolvimento e que futuramente será operado pelo consórcio ucraniano-brasileiro Alcântara Cyclone Space (ACS).



A parte de construção do satélite, seus equipamentos e sistemas, no entanto, terá uma participação expressiva da indústria nacional. A ideia da Agência Espacial é proporcionar o maior envolvimento possível das empresas brasileiras, ressaltou Villela. Atualmente, o índice de participação da indústria nacional nos projetos de satélites é superior a 80% e envolve cerca de 15 empresas, a maior parte delas situada no polo aeroespacial de São José dos Campos, interior de São Paulo.



O uso de satélites geoestacionários, segundo o diretor da agência, é fundamental para garantir a obtenção de dados meteorológicos de forma autônoma e também para prover comunicações estratégicas ao governo. A maioria dos satélites artificiais de telecomunicações fica em órbita geoestacionária, para receber e transmitir dados para uma mesma região o tempo todo.



Para o meteorologista Carlos Nobre, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) e um dos maiores especialistas em mudanças climáticas no Brasil, o país ainda tem um grande atraso a recuperar na área de satélites meteorológicos, que podem melhorar muito a previsão de tempo feita no país e a sua capacidade de resposta aos eventos de desastres naturais causados por chuvas intensas.



O desenvolvimento de um satélite brasileiro deve ser uma das prioridades do programa espacial na próxima década, pois daria mais autonomia ao país, que hoje depende de informações de satélites americanos e europeus, além de maior capacidade para monitorar os sistemas de tempo com alta frequência temporal, ressalta Nobre.



Quando há emergência nos Estados Unidos, nós ficamos sem a cadência de imagens que nos interessa e já aconteceu de o Brasil ficar sem essas informações, comprometendo a qualidade das previsões de tempo e clima, completa o diretor Thyrso Villela. Esse fato, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, aconteceu recentemente, no período de dezembro de 2009 até maio deste ano, quando houve a substituição do satélite meteorológico americano Goes-10, que foi cedido ao Brasil pelos Estados Unidos, mas já estava em final de vida útil.

imagem do satelite de meteorologia,


O novo satélite Goes-12 também poderá ser utilizado pelo Brasil, conforme acordo firmado com os Estados Unidos. Mas em caso de eventos climáticos extremos ou catástofre no lado americano, a recepção de imagens para o nosso país será mais lenta. Os meteorologistas também argumentam que a posição orbital do Goes-12 não é a mais adequada para cobrir o território nacional.



Meteorologia passa a integrar objetivos da missão

O satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) começou a ser concebido em 2004, com a contratação da empresa Atech e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) para a elaboração do primeiro estudo de viabilidade técnica e econômica. A missão do SGB priorizava, então, as áreas de comunicações militares e de controle de tráfego aéreo.



Nessa época, a decisão de se fazer um satélite geoestacionário próprio foi motivada, principalmente, pelo compromisso assumido pelo Brasil de se adequar às recomendações feitas pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), para que os países se adaptassem ao novo sistema de navegação aérea via satélite.



O estudo, concluído em 2005, teve um custo de R$ 10 milhões e foi financiado pelo Fundo Setorial de Telecomunicações (Funttel), gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Antes de ser transferido para a Agência Espacial Brasileira (AEB), em 2007, o projeto do SGB estava subordinado aos Ministérios da Defesa e das Comunicações e era gerenciado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).



Houve uma mudança na missão do satélite, que agora vai priorizar o atendimento às demandas nas áreas de comunicações militares e estratégicas e também de meteorologia, explica o diretor da AEB, Thyrso Villela. A mudança, diz ele, ocorreu porque se concluiu que o projeto anterior sairia muito caro e seria difícil de efetivar.



Nosso objetivo com o SGB hoje é simplificar e otimizar, diz Villela. Para atender às áreas de navegação e controle de tráfego aéreo seriam necessários dois satélites. Além disso, existem problemas técnicos de propagação, que atrapalhariam o sinal do satélite, o que exigiria um investimento muito alto, tanto em equipamentos quanto em pesquisa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O futuro das comunicações via satélite




O futuro das comunicações via satélite

Se o Brasil não enviar satélites ao espaço até 2013, poderá perder importantes posições orbitais de interesse do país e deverá recorrer a satélites estrangeiros, uma dependência externa prejudicial à sua soberania e defesa. Com o objetivo de alertar o país para esta realidade e fornecer subsídios sobre a situação atual e o cenário futuro das comunicações via satélite no Brasil, a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telecom) promovem, na sexta-feira, 13 de março, de 8h às 14h, o seminário Satélites Impulsionando o Desenvolvimento do País, com entrada franca. Confira abaixo a programação.



Para o presidente da Telecom, engenheiro Roberto Aroso Cardoso, os negócios na área de comunicações via satélite estão em alta no mercado brasileiro. "As tendências continuam sendo de boas perspectivas de negócios. O estado do Rio de Janeiro não só é o pioneiro, como é a "meca" do setor no Brasil", disse. Segundo ele, o seminário deve colaborar para a manutenção do Rio como capital dos negócios com uso de satélites no país, já que as maiores empresas do ramo e os maiores usuários estão na cidade.



O seminário contará com a participação de representantes dos Ministérios das Comunicações e da Defesa, Anatel, Petrobras, Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações Via Satélite (Abrasat), Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV (Abert) e Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), entre outros. Durante o encontro, os principais pioneiros da comunicação via satélite no país - João Carlos Fonseca, Carlos Henrique Moreira, Marcelo Peixoto Ribeiro e Rômulo Villar Furtado - serão homenageados.



No fim do seminário será produzido um documento com propostas a serem encaminhadas ao ministro das Comunicações, Hélio Costa, e ao grupo de trabalho nomeado pela Portaria 91, do Ministério da Ciência e Tecnologia, de 10 de setembro de 2008, que visa a dar continuidade ao processo de implementação do Projeto Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que integra o Programa Nacional de Atividades Espaciais.

Satélite Geoestacionário Brasileiro envolve polêmica com a Oi

Satélite Geoestacionário Brasileiro envolve polêmica com a Oi

Nem bem começou o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), e ele já nasce controverso. Isso porque uma das condicionantes impostas pelo governo para aprovar a compra da Brasil Telecom pela Oi era que a tele apresentasse um estudo justamente sobre a viabilidade de um modelo de sistema satelital brasileiro. Esse estudo já foi apresentado e, agora, essas duas frentes precisam ser harmonizadas. Thirso Vilella, diretor de satélites aplicações e desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), explica que o chamamento público para a contratação do estudo de viabilidade aconteceu em novembro do ano passado e a anuência prévia da Anatel com o condicionamento saiu em dezembro. Não se sabe de que maneira a Oi poderia participar do projeto do governo, se apenas como cliente ou como parceira. "As cartas estão na mesa", afirma Francisco Perrone, diretor de assuntos internacionais da Oi. Perrone explica que a partir de 2012 ou 2013 a empresa, "inexoravelmente", precisará de mais capacidade satelital.




O Ministério das Comunicações, por meio de Jovino Francisco Filho, que participa do grupo interministerial dedicada ao SGB, informou que a Oi se apresentou "expontaneamente" para participar do projeto.



Os executivos falaram durante o 9º Congresso Latino-Americano de Satélites que acontece no Rio de Janeiro.



A análise corrente entre especialistas do mercado de satélite é que será muito complicado conciliar os interesses do governo em ter um satélite próprio e desenvolver tecnologia nacional, de um lado, e de outro desenvolvê-lo por meio de uma PPP, em que os interesses econômicos de empresas privadas precisam ser contemplados também

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Defesa escolhe o Rafale e decisão final será do presidente




Depois de muitas especulações, o ministério da Defesa decidiu escolher o caça Rafale, de fabricação francesa, para integrar a Defesa Aérea brasileira.



A decisão foi tomada com base apenas em questões técnicas.



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convocar o Conselho de Defesa Nacional para discutir o assunto.



Uma exposição de motivos de cerca de 40 páginas que será assinada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, e da Marinha, Almirante Moura Neto, confirma a escolha.



O documento está dividido entre os pontos positivos e negativos de cada um dos três aviões finalistas – Rafale (Dassault), Gripen NG (Saab) e F-18 (Boeing).



Cada parágrafo remete a documentos elaborados pela Força Aérea e pela Marinha.



A Marinha foi consultada visando os porta-aviões de 50 mil toneladas que serão incorporados no futuro.



Também foi assegurada a participação da Embraer em todas as etapas do projeto.



Além disso, a empresa negocia com a França o desenvolvimento e a venda do cargueiro militar KC-390.



Em dezembro do ano passado, a Força Aérea entregou um relatório que colocaria o F-18 como vencedor e não o Gripen, como se chegou a especular.



Nelson Jobim mandou a FAB refazer o documento para adequar a pontuação à Estratégia Nacional de Defesa (END).



A FAB teria utilizado os mesmos critérios do FX1, que foi cancelado no início do primeiro mandato de Lula em 2003.



Na época, o custo de manutenção, o preço unitário do avião e o pacote de contrapartidas comerciais eram os itens que mais pontuavam.



Desta vez, a transferência de tecnologia valeu 40 de 100 pontos. Ao final do governo Fernando Henrique, valia apenas 9 pontos em 100.



O Gripen NG teve a melhor avaliação quanto à transferência de tecnologia, mas perdeu muitos pontos em outros itens e foi considerado um projeto de alto risco.



Na prática, o avião sueco só teve boa avaliação no início do processo.



O Rafale, por sua vez, só foi mal no quesito preço.



A hora vôo do Gripen está calculada entre US$ 7 e US$ 8 mil. A Saab prometeu que ficaria em US$ 3 mil.



Confirmada a decisão, a Saab estará em maus lençóis, pois o Gripen NG é o único projeto da empresa junto com a modernização das versões C e D do mesmo avião.



A própria Suécia não adquiriu o avião e só o fará se o negócio com o Brasil sair.



Já o Rafale tem mais de 100 unidades entregues e outras 180 encomendas. O modelo está bem avaliado nos Emirados Árabes Unidos e na Suíça.



O F-18 Super Hornet, da Boeing, está bem cotado na Índia.



Análise da Notícia



Marcelo Rech



O fato de o ministério da Defesa ter optado pelo Rafale não significa que o processo está concluído ou que será confirmado pelo presidente Lula.



Há uma eleição no horizonte próximo e não seria nenhuma surpresa que a decisão ficasse para a próxima administração.



A escolha foi técnica.



O governo acredita poder compensar, no âmbito da aliança estratégica com a França, o fato de o Rafale ser o mais caro entre os três finalistas.



A Embraer também ganha, e muito.



Eleito o Gripen, ela apenas participaria do projeto. Com o Rafale, estará liderando o processo.



A empresa também envolve o desenvolvimento e a comercialização do cargueiro KC-390 no negócio.



Os Estados Unidos não poderiam, por lei, fechar um negócio de compra do Super Tucano em troca da venda do F-18, como se especulou recentemente.



Jobim pediu mudanças porque não aceita uma compra de prateleira, como disse várias vezes em audiências públicas realizadas no Congresso.



Ele quer a industrialização da Defesa e o domínio da tecnologia pelo Brasil.



E acredita que isso será possível com a eleição do Rafale.



Nosso Comentário:



Caso o Marcelo Rech tenha uma fonte realmente boa, ficamos finalmente sabendo que a FAB fez seu relatório original escolhendo o F-18 como vencedor e não o Gripen NG, como certa imprensa marrom quis fazer com que o povo acreditasse, não se sabe bem por quais motivos, embora imagine-se os propósitos.



Outro folclore que cai por terra é a famosa hora vôo do Gripen NG, que muitos afirmavam de pés juntos que não passaria de US$ 4 mil. Ela hoje está calculada pela própria FAB em até US$ 8 mil, ou seja, o dobro do que se dizia.



O caça sueco sempre foi considerado pelo DEFESA BR como um projeto de alto risco, técnico, empresarial, político e estratégico. Interessante agora seria ver a Embraer adquirir a SAAB em liquidação, após a decisão pelo Rafale.



Présentation Rafale Air Full HD Démo ” Alpha ” de l’Armée de l’Air Française -- 23/05/2010:







Esta decisão estratégica do Brasil poderia se dar em função de um necessário “Hi-Lo Mix” para a FAB, em que aparelhos mais simples (low = Gripen NG) podem ser produzidos em maiores quantidades, enquanto que aqueles mais caros e sofisticados (High = Rafale F3) são a minoria a ser usada na hora certa. Esta combinação de caças seria uma excelente opção de superioridade aérea para o Brasil.



Já o ministro Jobim mandou a FAB refazer o documento apenas com a intenção de adequar a pontuação dele à END, mais especificamente, considerando com muito mais ênfase o aspecto hoje crucial de transferência de tecnologia, que passou a valer de 9 para 40 pontos em 100. Uma mudança e tanto.



Que a participação da Embraer em todas as etapas do projeto seria assegurada e que uma venda do KC-390 seria importante todos já sabíamos. Mas é interessante ressaltar que a opção pelo Gripen NG diluiria e talvez até atrapalhasse ou mesmo impedisse sua atuação mais útil no projeto, com tantas outras empresas nacionais interessadas e mesmo já engajadas, à sua revelia.



Agora, novidade mesmo é vir a público que a MB também participou da confecção do relatório. Como é novidade que o governo prevê encomendar ou até construir mais de um Navio-Aeródromo (nome correto para porta-aviões). O NAe A-12 São Paulo pesa apenas 33 mil ton, quando o mínimo necessário para os caças de hoje seria um NAe de 50 mil ton.





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