sábado, 10 de abril de 2010

Estudo liga 'visões antes da morte' a altos níveis Cientistas acreditam ter encontrado a explicação para os relatos feitos por pessoas que estiveram perto da morte, de visões como uma "luz no fim do túnel" ou de imagens dos momentos vividos desfilando como um filme diante dos olhos.




A equipe da Universidade de Maribor, na Eslovênia, examinou as informações de 52 pacientes durante o momento de uma parada cardíaca, e concluiu que esses fenômenos se devem aos altos níveis de dióxodo de carbono (CO2) presentes no sangue naquele exato momento, por conta da suspensão da respiração.



Os níveis elevados deste composto químico foram registrados em 11 pacientes que relataram ter vivido experiências do tipo, segundo um artigo na revista científica Critical Care.



Os pesquisadores não encontraram nenhum padrão associado a sexo, idade, nível de educação, credo, medo da morte, medo da recuperação ou drogas subministradas durante o ressuscitamento.



Entre as experiências relatadas por pacientes que estiveram próximos da morte estão a visão de um túnel ou uma luz forte, uma entidade mística e até a sensação de "sair do próprio corpo". Outros relatam apenas uma sensação de paz e tranquilidade



Na cultura popular, esses fenômenos são atribuídos à religião ou às drogas. Mas, para a equipe eslovena, o estudo oferece uma explicação mais consolidada de por que tantos pacientes que sobrevivem a uma parada cardíaca relatam estas sensações.



Estima-se que entre 10% e 25% dos pacientes que sofrem de paradas cardíacas vivenciam algo semelhante.





A anoxia – a morte de células do cérebro em consequência da falta de oxigênio – é uma das principais teorias para explicar as experiências vividas em momentos de morte iminente. Mas este efeito foi estatisticamente insignificante no pequeno grupo de onze pacientes que as vivenciaram no estudo esloveno.



Em compensação, os níveis de CO2 no sangue destes pacientes foi muito mais alto que no resto dos pacientes da pesquisa.



Outros experimentos já mostraram que inalar dióxodo de carbono pode levar alucinações similares às relatadas em momentos de morte iminente.



O que a equipe ainda não sabe, porém, é se estes altos níveis de CO2 se devem à parada cardíaca ou se já eram registrados antes do fenômeno.



"Esta é potencialmente outra peça do quebra-cabeças. Precisamos de mais pesquisas”, disse a pesquisadora que coordenou o estudo, Zalika Klemenc-Ketis.



"Experiências de quase morte nos fazem questionar nossa compreensão da consciência humana, portanto, quanto mais, melhor."



O cardiologista Pim van Lommel, que há anos estuda fenómenos semelhantes, descreveu as conclusões como "interessantes".



"Mas eles não encontraram a causa, apenas uma associação. Acho que isto permanecerá um dos grandes mistérios da humanidade", disse.



"As ferramentas que os cientistas possuem simplesmente não são suficientes para explicá-los."
O presidente polonês, Lech Kaczynski, morreu neste sábado quando o avião que o transportava se acidentou próximo de um aeroporto na Rússia.




O chefe de Estado viajava com a primeira-dama, Maria, e altas autoridades do seu governo, incluindo o presidente do Banco Central.



Segundo os relatos, havia quase cem pessoas a bordo do avião e ninguém sobreviveu.



O avião, um Tupolev-154, viajava de Varsóvia para a cidade russa de Smolensk, onde as autoridades polonesas participariam de uma cerimônia para lembrar os 70 anos de um massacre de mais de 20 mil prisioneiros de guerra por forças russas na floresta de Katyn durante a Segunda Guerra Mundial.



A tragédia ocorreu no momento em que a aeronave tentava pousar em meio à névoa densa, pouco antes das 11h de Moscou (4h em Brasília).



O governador da província de Smolensk, Sergei Antufiev, declarou na TV russa que o Tupolev-154 atingiu a copa das árvores, caiu no chão e se partiu.



Entre outras altas autoridades polonesas dentro do avião estavam o chefe do Exército do país, Franciszek Gagor, e o presidente do BC polonês, Slawomir Skrzypek. Além disso, faziam parte da comitiva historiadores consagrados e políticos de renome.



Pela Constituição polonesa, novas eleições devem ser convocadas até o fim de junho. O cargo de presidente interino será exercido pelo líder da Câmara baixa do Parlamento polonês, Bronislaw Komorowski.



Reações



Os soviéticos mataram as elites polonesas em Katyn há 70 anos. Hoje, a elite polonesa morreu no mesmo local tentando prestar uma homenagem aos poloneses que lá morreram (antes).

Lech Walesa, ex-presidente polonês

O correspondente da BBC em Varsóvia, Adam Easton, disse que o acidente está sendo sentido como uma "catástrofe" para os poloneses, independente de sua posição política em relação ao presidente.



De acordo com o repórter, muitos, visivelmente aturdidos, se reuniram em frente ao palácio presidencial em Varsóvia para deixar flores e acender velas.



O premiê do país, Donald Tusk, teria chorado ao ser informado do incidente. Ele disse que viajará ao local do acidente.



Líderes mundiais expressaram suas condolências pela morte de Kaczynski. Na Rússia, o presidente Dmitri Medvedev se solidarizou com a Polônia. A investigação sobre as causas do acidente será conduzida pelo premiê russo, Vladimir Putin.



Os Estados Unidos disseram que esta foi uma "terrível tragédia" para a Polônia.



Já a União Europeia expressou solidariedade com o Estado-membro do bloco.



A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que estava "chocada" com o incidente, enquanto o premiê britânico, Gordon Brown, expressou tristeza e descreveu Lech Kaczynski como "um dos atores que definiram a história política moderna" de seu país.



Histórico



Lech Kaczynski, que exerceu o cargo de prefeito da capital, Varsóvia, por três anos, foi eleito presidente da Polônia em 2005.





Kaczynski foi eleito em 2005 com agenda social e conservadora

Advogado das políticas de bem-estar social e resistente a reformas de mercado, ele esteve no centro de polêmicas envolvendo sua agenda influenciada fortemente por um conservadorismo católico.



Junto com seu irmão gêmeo, o ex-premiê Jaroslaw Kaczynski, ele fundou em 2001 o Partido da Lei e Justiça, que reiterava os valores tradicionais oriundos da fé católica, predominante na Polônia.



A história do líder está ligada à campanha pelo fim do Comunismo no país, nos anos 1980.



O ex-presidente polonês Lech Walesa, que liderou o movimento Solidariedade, peça central na luta pela democratização do país na mesma época, qualificou o desastre como "inconcebível".



"Os soviéticos mataram as elites polonesas em Katyn há 70 anos. Hoje, a elite polonesa morreu no mesmo local tentando prestar uma homenagem aos poloneses que lá morreram", declarou Walesa à agência AFP.









sexta-feira, 9 de abril de 2010

Astronautas iniciam caminhada no exterior da Estação Espacial



Em imagem feita a partir de vídeo e divulgada pela Nasa, os astronautas Rick Mastracchio e Clay Anderson são vistos saindo da escotilha






Reduzir Normal Aumentar Imprimir Os astronautas Rick Mastracchio e Clayton Anderson começaram nesta sexta-feira a primeira das três caminhadas da missão do Discovery na Estação Espacial Internacional (ISS). Os astronautas abandonaram a escotilha da câmara de descompressão às 2h41 de Brasília e devem trabalhar no exterior da plataforma orbital durante aproximadamente seis horas e meia, informou o coordenador da Nasa no Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia, Serguei Puzanov.



O objetivo principal das saídas ao exterior é substituir um depósito de amoníaco. Durante a primeira caminhada, está previsto que Mastracchio e Clayton desliguem as mangueiras do velho tanque e posteriormente desenganchem do compartimento de carga do Discovery o novo depósito. O tanque será colocado na superfície exterior do laboratório orbital com ajuda de um braço robótico dirigido do interior da ISS pelos astronautas Jim Dutton e Stéphanie Wilson.



Depois, Mastracchio e Clayton poderão fixar o novo depósito. O velho tanque será devolvido à Terra a bordo do Discovery, cujo retorno ao Centro Espacial Kennedy, na Flórida, está previsto para as 9h29 (de Brasília) de domingo, dia 18 de abril.



Durante as mais de seis horas no exterior, os astronautas realizarão também outras tarefas para a manutenção da plataforma orbital. "O principal desafio da saída é a coordenação do trabalho entre pessoas e máquinas. É um autêntico trabalho em equipe. Stéphanie e Jim farão sua parte no interior da estação e Clayton e eu no exterior. Naturalmente, todas nossas tarefas serão coordenadas com a Terra", assinalou Mastracchio antes de partir.



Durante as três jornadas de trabalhos no exterior da estação, os astronautas retirarão, além disso, algumas bandejas de experimentos colocadas em missões anteriores e ajustarão um giroscópio na viga principal da estrutura.



A missão do Discovery era entregar à ISS o módulo multiuso "Leonardo", que contém uma série de compartimentos para a realização de experimentos científicos no espaço, assim como um setor dormitório e espaço para equipes.
Discovery chega à Estação Espacial
CABO CANAVERAL – O ônibus Espacial Discovery se acoplou com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS) hoje pela manhã depois que os astronautas superaram a falha na antena que cortou o rastreamento por radar.






O comandante da nave, Alan Poindexter, e sua equipe confiaram em outros instrumentos de navegação para realizar a manobra.




Estação Espacial vira berçário de borboletas (17/11/2009)

"Vocês estão com uma aparência linda", disse o astronauta japonês Soichi Noguchi, residente da ISS, enquanto o ônibus chegava carregada de suprimentos.





As duas estruturas se uniram a 356 km acima do Caribe. Esta foi somente a segunda vez que um ônibus espacial teve que se concetar à ISS sem nenhum radar; a primeira foi há dez anos.





Poindexter treinou para um imprevisto como este há duas semanas. Quando se aproximava, faltando 45 metros, ele passou um rádio “É muito divertido”.





O diretor de vôo Richard Jones disse que a viagem foi impecável. “A tripulação fez parecer fácil”, disse a repórteres.





A primeira providência dos 13 tripulantes totais, após a abertura das portas, foi transmitir imagens laser detalhadas da Discovery ao Centro de Controle de Houston.





A astronauta Stephanie Wilson entregou o drive do computador contendo todas as imagens do nariz e da cauda coletadas ontem. A equipe rapidamente começou a enviar arquivos, um processo que deve durar toda a manhã. A falha na antena impediu o envio imediato para a análise desses dados em solo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Brasil acumula um atraso de meio século na propulsão de foguetes espaciais em relação aos norte-americanos e russos. Para tentar dar um impulso no setor, há cerca de 15 anos o país iniciou um programa de pesquisa em propulsão líquida e que tem como base o etanol nacional.




O desafio do programa, liderado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), é movimentar futuros foguetes com um combustível líquido que seja mais seguro do que o propelente à base de hidrazina empregado atualmente. Esse último, cuja utilização é dominada pelo país, é corrosivo e tóxico.



O desafio da busca por um combustível “verde” e nacional também conta com o apoio de um grupo particular de pesquisadores, formado em parte por engenheiros que cursam ou cursaram o mestrado profissional em engenharia aeroespacial do IAE – realizado em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica e com o Instituto de Aviação de Moscou.



Liderado pelo engenheiro José Miraglia, professor da Faculdade de Tecnologia da Informação (FIAP), o grupo se uniu para desenvolver propulsores de foguetes que utilizem propelentes líquidos e testar tais combustíveis.



“Os propelentes líquidos usados atualmente no Brasil estão restritos à aplicação no controle de altitude de satélites e à injeção orbital. Eles têm como base a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio, ambos importados, caros e tóxicos”, disse Miraglia à Agência FAPESP.



Miraglia coordena o projeto “Desenvolvimento de propulsor catalítico propelente utilizando pré-misturados”, apoiado pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).



Na primeira fase do projeto, o grupo, em parceria com a empresa Guatifer, testou motores e foguetes de propulsão líquida com impulso de 10 newtons (N), com o objetivo de avaliar propelentes líquidos pré-misturados à base de peróxido de hidrogênio combinado com etanol ou querosene.



“Os testes mostraram que o projeto é viável tecnicamente. Os propulsores movidos com uma mistura de peróxido de hidrogênio e etanol, ambos produzidos em larga escala no Brasil e a baixo custo, apresentaram o melhor rendimento”, disse.



Segundo Miraglia, a mistura apresenta algumas vantagens em relação à hidrazina ou ao tetróxido de nitrogênio, usados atualmente. “Ela é muito versátil, podendo ser utilizada como monopropelente e como oxidante em sistemas bipropelentes e pré-misturados. O peróxido de hidrogênio misturado com etanol apresenta densidade maior do que a maioria dos propelentes líquidos, necessitando de menor volume de reservatório e, consequentemente, de menor massa de satélite ou do veículo lançador, além de ser compatível com materiais como alumínio e aço inox”, explicou.



Na segunda fase do projeto, o grupo pretende construir dois motores para foguetes de maior porte, com 100 N e 1000 N. “Nossa intenção é construir um foguete suborbital de sondagem que atinja os 100 quilômetros de altitude e sirva para demonstrar a tecnologia”, disse.



A empresa também está em negociações para uma eventual parceria com o IAE no projeto Sara (Satélite de Reentrada Atmosférica), cujo objetivo é enviar ao espaço um satélite para o desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas e especialidades, como biologia, biotecnologia, medicina, materiais, combustão e fármacos.



“Nosso motor seria utilizado na operação de reentrada para desacelerar a cápsula quando ela ingressar na atmosfera. Atualmente, não existe no Brasil foguete de sondagem a propelente líquido. Todos utilizam propelentes sólidos”, disse.



Kits educativos – O grupo também pretende produzir motores para foguetes de sondagem que tenham baixo custo. “Eles seriam importantes para as universidades, com aplicações em estudos em microgravidade e pesquisas atmosféricas, por exemplo”, disse Miraglia.



Em trabalhos de biotecnologia em microgravidade, por exemplo, pesquisas com enzimas são fundamentais para elucidar processos ligados a reações, fenômenos de transporte de massa e calor e estabilidade das enzimas. Tais processos são muito utilizados nas indústrias de alimentos, farmacêutica e química fina, entre outras.



“Queremos atingir alguns nichos, ou seja, desenvolver um foguete movido a propelente líquido que se possa ajustar à altitude e ser reutilizável. Esse é outro ponto importante, porque normalmente um foguete, depois de lançado, é descartado”, disse.



O grupo já construiu um motor de 250 N, que será utilizado em testes. Como forma de difundir e reunir recursos para o projeto, a empresa comercializa kits de minifoguetes e material técnico. “São direcionados principalmente para estudantes”, disse Miraglia.
Cinquenta e cinco pessoas participaram do Encontro Empresarial sobre o Global Navigation Satellite System (Glonass), nesta terça-feira (6), na sede do Instituto de Engenharia, em São Paulo (SP). Na ocasião, empresários e representantes da Agência Espacial Russa (Roscosmos) apresentaram o sistema de geoposicionamento e possibilidades de cooperação na área espacial entre o Brasil e a Rússia. O Glonass é o sistema russo de posicionamento global, equivalente ao americano GPS e ao europeu, Galileo. O sistema conta com 24 satélites divididos em três órbitas.




O evento, organizado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), em parceria com a Roscomos, apresentou a empresários brasileiros possibilidades de cooperação na produção e comercialização de receptores GNSS e em serviços de monitoramento e rastreamento de veículos.



“O Glonass representa uma tecnologia adicional ao GPS americano. A similaridade de necessidade de geoposicionamento é grande entre o Brasil e a Rússia, o que torna as possibilidades de cooperação ainda maiores”, disse Cilineu Nunes, representante da Zatix. A Zatix é umas das maiores empresas de serviços na área de rastreamento e monitoramento na América Latina com cerca de 200 mil veículos rastreados em todo o Brasil.



Apresentações - A primeira apresentação foi feita pelo chefe de Divisão do Glonass, Sergei Kalinin. Segundo ele, o sistema de geoposicionamento russo possui uma constelação quase completa de satélites - com 21 operacionais e dois sobressalentes que podem entrar em uso, caso algum falhe. Há cinco estações de recepção de dados do Glonass no território russo. A central de controle fica perto da capital, Moscou. No entanto, sabe-se que há a necessidade de se expandir esse segmento. Uma das estações que será construída deverá ficar no Brasil.



Kalinin acredita que há possibilidade de cooperação entre as agências espaciais dos dois países, entre as indústrias e também de pesquisas científicas. O governo russo apoia o desenvolvimento do sistema e, garante que até o final de 2010 ele deve ficar pronto. No entanto, estará em desenvolvimento até 2020.

Parceria - “A parte mais importante da apresentação do Kalinin foi quando ele divulgou os planos de oferecer sinal de alta qualidade aberto e gratuito. O GPS já oferece esse tipo de serviço, mas apenas a militares”, disse o coordenador técnico-científico da AEB, Raimundo Mussi. Mussi acredita que os russos apresentaram propostas concretas de parceria.



As outras explanações foram feitas pelo chefe executivo da Auto Tracker, Boris Satovsky; pelo vice-diretor do Institute of Space Device Engineering, Mikhail Golovin e pelo chefe do departamento internacional da Nis-Glonass, Alexey Tyrtov.



O encontro faz parte do “Programa de Cooperação no Campo da Utilização e Desenvolvimento do Sistema Russo de Navegação Global por Satélite entre a AEB e a Roscosmos”, assinado em 26 de novembro de 2008. Esse Programa tem, entre outras, as seguintes linhas de atuação: operacional, compreendendo, inclusive, a possibilidade de instalação de uma estação de monitoramento do Glonass no território nacional, cooperação científica, com a realização de projetos conjuntos de pesquisa e empresarial, por meio da produção e comercialização de receptores GNSS e na utilização desses sistemas no monitoramento e rastreio de veículos.
o brasil nâo invester na tecnologia de satelites com o AMAZÔNAS 1 satelite de  sensoriamento REMOTO
O satélite Amazônia-1 deverá ser o primeiro satélite de observação terrestre desenvolvido no Brasil. Em princípio, o seu lançamento ao espaço irá acontecer em 2011, se o desenvolvimento do seu projeto ocorrer conforme o planejado. Entretanto, a redução do orçamento de 2009 do Programa Espacial Brasileiro, aprovada pelo Congresso Nacional no final do ano passado, poderá comprometer o cumprimento do programa de lançamento do satélite. A verba de R$ 40 milhões, destinada a construção do Amazônia-1, teve uma redução de R$ 23,2 milhões.




O satélite Amazônia-1 deverá consolidar a capacitação do Brasil para projetar, desenvolver e lançar satélites artificiais de observação da Terra, voltados às aplicações de interesses nacional e regional, em atividades tais como: prospecção do meio ambiente, levantamento de recursos naturais e vigilância territorial. Do ponto de vista tecnológico, com a fabricação do Amazônia-1, o Brasil dominará completamente o ciclo de desenvolvimento de satélites de sensoriamento remoto.



O lançamento do Amazônia-1 deverá contribuir para aumentar a oferta de imagens de sensoriamento remoto de interesse para os projetos nacionais e assim diminuir a dependência do Brasil de imagens geradas por satélites estrangeiros. O Amazônia-1 terá uma câmara com resolução de 40 metros, que vai fazer uma varredura completa da Terra a cada cinco dias, e uma outra com resolução de 10 metros, que precisa de 30 dias para fazer uma imagem do globo terrestre.



Atualmente, o sistema que fornece aos órgãos de controle ambiental informações periódicas (em tempo "quase real"), o DETER (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), está baseado em imagens de satélites com resolução de 250 metros, tiradas a cada dois dias. Mesmo com os avanços técnicos a serem obtidos, com o uso das futuras imagens obtidas através do Amazônia-1, elas ainda não suprirão todas as necessidades do INPE (Instituto Nacional de Atividades Espaciais) para esse fim. A meta do Instituto é poder trabalhar futuramente com imagens de cinco metros de resolução, recebidas diariamente.



O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) ficou extremamente pessimista com o corte de 22,5% dos recursos da agência para 2009, determinado pelo Congresso Nacional e declarou que "praticamente se disse adeus a um programa como a Amazônia-1". Já o diretor do INPE é mais otimista e afirma que vai tentar incluir o programa de satélites do Instituto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Em janeiro último, o INPE iniciou o processo de compra dos componentes para a montagem do Amazônia-1.