segunda-feira, 16 de abril de 2018

Brasil foi alvo de mesma manobra naval dos EUA que irritou China

Por que atacaram e por que a Rússia não revidou? Os "reais" motivos!

Mísseis lançados por americanos contra governo de Assad não eram utilizados há 10 anos

Ao atacarem estru
turas civis e militares sírias, os EUA usaram os mísseis de cruzeiro AGM-158 JASSM pela primeira vez em um combate real.
Assim, a edição The Drive recebeu uma foto em que se veem vários mísseis deste tipo carregados em um caça-bombardeiro estratégico B-1B que participou do ataque.
"Esta missão significa o primeiro caso de uso militar desta arma", explicam os autores do portal.
Não foi comunicado a nível oficial de onde saíram estes aviões B-1B, mas a emissora CNN escreve que em abril eles tinham sido flagrados na base Al-Udeid, no Qatar.
Além da aviação estratégica, os militares norte-americanos usaram navios equipados com mísseis de cruzeiro Tomahawk. O Reino Unido usou aviões Tornado e a França envolveu sua força naval, caças Rafale e Mirage, bem como aviões de reabastecimento e "radares voadores".
Os mísseis AGM-158 JASSM estão em serviço do exército estadunidense desde 2009, eles também foram exportados para a Austrália, a Polônia e a Finlândia. Estas armas podem ser transportadas tanto por bombardeiros norte-americanos, como pelos caças F-15, F-16 e F/A-18.
O alcance de tal míssil atinge 370 quilômetros, enquanto sua versão avançada pode voar até 1.000 quilômetros.

Resultado fantástico: conheça o armamento que salvou Damasco dos mísseis americanos

A defesa aérea da Síria interceptou 71 dos 103 mísseis lançados pelos Estados Unidos e seus aliados na madrugada de 14 de abril. Especialistas russos explicam como os sírios alcançaram tal sucesso e que papel desempenhou a Rússia nisso.
A principal força de defesa foi o novo sistema de mísseis Buk-M2 que a Síria comprou à Rússia pouco antes da guerra.
Aleksandr Luzan, ex-comandante adjunto da defesa aérea das Forças Armadas da Rússia, que visitou a Síria várias vezes, conhece em primeira mão as capacidades da defesa aérea do país árabe e a sua estrutura.
Além de sua plataforma de fogo multicanal autopropulsada, o Buk-M2 tem um radar equipado com uma antena que se eleva a 22,5 metros de altura em dois minutos. Isto amplia a zona de cobertura, sendo capaz de detectar mísseis de cruzeiro que operam a altitudes extremamente baixas. Se outros sistemas de defesa aérea, que não contam com uma antena tão alta, podem disparar contra um míssil de cruzeiro voando a uma altitude de 15 metros em um raio entre 12 e 15 quilômetros, o Buk-M2 pode disparar a uma distância entre 40 e 42 quilômetros", detalhou o militar ao jornal russo Vzglyad
.O especialista também destacou que "enquanto os mísseis de cruzeiro se aproximam do alvo, o Buk-M2 pode realizar vários ciclos de disparos".
Cada um destes sistemas pode atacar simultaneamente quatro alvos diferentes. Cada divisão dispõe de seis unidades e radares. Em um ataque, uma divisão é capaz de derrubar até 24 mísseis de cruzeiro ou até 30-40 mísseis se estão em frente, explicou Luzan.
Além destes sistemas, a Síria comprou à Rússia vários sistemas Pantsir-S1. Este não possui uma antena tão elevada, mas tem um tempo de reação curto, por isso consegue neutralizar um míssil de cruzeiro a curta distância. De acordo com Luzan, os Buk-M2 e os Pantsir foram os principais meios que permitiram destruir os mísseis inimigos
O número de mísseis interceptados pelos sistemas sírios não é simplesmente alto, mas fantástico, afirmou o ex-comandante do 4º exército da Força Aérea russa, Valery Gorbenko.
"A eficiência do ataque [da coalização ocidental] não foi muito alta", opinou Gorbenko.
Um sistema de defesa aérea é considerado forte se consegue interceptar mais de 60% dos alvos, recordou Luzan, por isso o resultado dos sistemas sírios é de aplaudir.
O ex-comandante sublinhou que um nível de eficiência tão alto foi atingido graças à Rússia, que ajudou Damasco a reconstruir seus sistemas de defesa antimíssil. Os programas de treinamento realizados por instrutores russos também desempenharam um papel importante, acrescentou.
Como assinalam os analistas do Vzglyad, os EUA não consideraram os sistemas de defesa aérea como alvo, embora em um conflito real estes sistemas sejam o alvo número um.
Segundo Luzan, Washington e aliados apenas fizeram um "grande barulho" e não é a primeira vez que isso acontece.
"Já antes teve lugar um ataque contra um aeródromo sírio. Naquela vez, lançaram 58 Tomahawk, 38 dos quais foram derrubados. Os que atingiram o aeródromo não causaram danos sérios, pois no dia seguinte os aviões começaram a decolar desse mesmo aeródromo. Por isso, desta vez o objetivo também foi propagandista.
Durante o bombardeio noturno na Síria, a Força Aeroespacial russa também obteve uma experiência muito valiosa. Os sistemas russos S-300 e S-400 deslocados na Síria detectaram e seguiram os mísseis ocidentais, recolhendo informações para análise e estudo posterior.
"Os exercícios militares e, em especial, as operações militares reais sempre são úteis do ponto de vista informativo […] Disso podemos concluir que é preciso aperfeiçoar o sistema de reconhecimento dos meios de ataque aéreo. Precisamos de criar um espaço comum de gerência da informação. Nesse caso, nenhumas surpresas serão ameaças", concluiu o militar.
Na madrugada de sábado (14), o Reino Unido, os Estados Unidos e a França lançaram ataques contra a Síria em retaliação a um suposto ataque químico na cidade de Douma, atingindo instalações sírias governamentais onde supostamente eram produzidas armas químicas. Os aliados lançaram mais de 100 mísseis, 71 dos quais foram interceptados pelo sistema de defesa aérea sírio.

O que está por trás da polarização da sociedade brasileira após sentença de Lula?

 A recente prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva polarizou opiniões e gerou controvérsias no cenário político latino-americano. Para lançar luz ao assunto, a Sputnik Mundo falou com Felipe Oliveira, doutorando do Programa de Integração da América Latina (PROLAM) da Universidade de São Paulo.

Em 7 de abril, o mundo testemunhou a prisão do ex-presidente brasileiro. Dois dias antes, depois de ter sido determinado o prazo da sua prisão até 17h do dia 6 de abril, Lula se refugiou no seu berço político, Sindicato dos Metalúrgicos.

A saída do ex-líder do Brasil ocorreu somente na noite de 7 de abril, após realização da cerimônia religiosa em memória da sua esposa, Marisa Letícia, que faleceu um ano antes. Após um ato de ecumênico e discurso aos presentes, Lula anunciou que vai se entregar à polícia.
Ao comentar o ocorrido, o especialista Felipe Oliveira recordou que a decisão de Lula de se entregar contrariou a muitos presentes que lhe apelaram para que resistisse à prisão por considerarem irregular o seu julgamento.
À porta da delegacia onde Lula pretendia cumprir a prisão, concentravam-se dois grupos distintos. Os solidários a Lula consideravam sua prisão injusta, os demais — apoiavam a sentença.
Felipe Oliveira comentou: "No momento atual, as pessoas presentes à porta da delegacia, mais do que apoiar ou se opor à prisão, parecem representar o momento atual que vive a sociedade brasileira, parecem representar uma crescente e exponencial polarização política no país, reduzindo o campo da luta política a apenas duas possibilidades."
De um lado estavam aqueles que gostam de tudo o que foi feito por Lula e pelo seu Partido dos Trabalhadores. Do outro lado estavam aqueles que são contra Lula, que veem sua política como "populista e clientelista, um cínico disfarce para constituir um dos maiores (senão o maior) esquema de corrupção do país".


No entanto, sublinhou que a realidade é um pouco mais complicada e que, para perceber melhor o que está acontecendo, é preciso analisar os momentos centrais do governo de Lula e seu partido.
"É sempre bom lembrar que Lula em seu governo também realizou uma Reforma da Previdência que retirou direito dos trabalhadores", lembra adicionando que atualmente Michel Temer e os que governam insistem em reformas a fim de diminuir o custo do Estado, como Reforma da Previdência.
Além do mais, Oliveira comentou que entre outros vários aspectos da Presidência de Lula que levaram à situação atual, destacam-se dois: "O primeiro é relativo aos seus aliados. No Brasil temos uma elite retrógrada, um ranço da colonização e 300 anos de escravidão e da situação de dependência do país frente às grandes economias. Para governar, Lula se aliou ao que existe de mais atrasado na política nacional, um grupo que, em um momento de crise econômica, não hesitou em atacar e retirar a presidente Dilma do poder."
Para ele, o segundo aspecto é o fato de Lula, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, ter destacado que o setor mais rico do país nunca ganhou tanto como no seu governo.
Entretanto, Felipe Oliveira ressalta que "dentro da situação de aparente polarização da sociedade brasileira, é falsa a ideia alardeada pelo setor pró-Lula de que ele governou para os pobres, contra os interesses das elites e por isso está sendo atacado".
Oliveira apontou que a existência de críticas é crucial para construir um futuro melhor para o Brasil que hoje em dia se encontra em uma encruzilhada e em circunstâncias que pedem para seguir adiante: "é preciso fazer uma dura análise sobre a situação que precedeu o momento atual, mesmo que isso implique em criticar uma liderança popular da grandeza de Lula."

Guerra de titãs: sanções russas podem paralisar indústria aeronáutica dos EUA

O projeto de lei sobre as medidas de retaliação contra a política antirrussa dos EUA e seus aliados foi apresentado na Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo). A proposta inclui a proibição de importação de produtos e serviços norte-americanos.
Além disso, poderá ser limitada a cooperação industrial em setores de alta tecnologia, como nuclear, aeroespacial e aeronáutica. Os deputados analisarão o projeto em 8 de maio próximo.
O projeto prevê a proibição ou a restrição de importação de produtos agrícolas, matérias-primas, produtos alimentícios, bebidas alcoólicas, tabaco e medicamentos produzidos nos EUA e nos demais países que apoiam as sanções contra a Rússia.
Além disso, prevê-se limitar a cooperação com os EUA em vários setores econômicos de alta tecnologia, ou seja, a rescisão ou suspensão de contratos na indústria nuclear, aeronáutica e aeroespacial.
A resposta de Moscou poderá colocar Washington em uma situação delicada. Somente no ano passado, o volume do comércio bilateral entre os dois países atingiu US$24 bilhões de dólares. A Rússia vende mais para os EUA do que compra. Nas importações dos EUA predominam máquinas e equipamentos (43%), seguidos de produtos químicos (16,5%). Em volumes menores, os EUA fornecem à Rússia produtos alimentícios (3,7%) e têxteis (menos de 1%).
As sanções mais duras podem ser aplicadas à indústria aeronáutica e aeroespacial. Em primeiro lugar, trata-se dos foguetes norte-americanos Atlas V, equipados com motores russos RD-180, que são fabricados pela empresa Energomash. Isso provocará problemas sérios aos programas espaciais dos EUA.
Nas mãos dos parlamentares russos está também o futuro da gigante mundial da aviação, a Boeing. Em caso de aprovação da lei sobre as medidas de retaliação, Moscou deixará de fornecer titânio à Boeing.
Os metais de terras raras fornecidos pela Rússia aos EUA incluem o titânio, que é essencial para o ciclo tecnológico de fabricação da Boeing", explicou Sergei Ryabukhin, senador da Comissão de Orçamento e Financiamento da Federação.
Além do titânio, prevê-se a proibição de fornecimento aos EUA de produtos e equipamentos relacionados com outros metais de terras raras. Isso pode ser crucial para a economia norte-americana, que depende 100% das importações de escândio, 99% de gálio, 91% de bismuto e 85% de antimônio.

Ataque cibernético a servidores russos pode 'custar caro' para Grã-Bretanha

A Grã-Bretanha está pronta para invadir as redes de computadores russos em resposta a possíveis ações "agressivas" de Moscou no ciberespaço, segundo informou o jornal britânico The Sunday Times.
O especialista em ciências políticas Aleksandr Gusev, em entrevista concedida ao serviço russo da Rádio Sputnik, explicou que o Ocidente tenta manter a Rússia em um conflito prolongado
Os especialistas em cibernética já 'tomaram espaço' nas redes de computadores da Rússia", escreveu o jornal
De acordo com a publicação, Londres espera ataques cibernéticos nas principais infraestruturas do país, inclusive no sistema de saúde, e acredita que a Rússia possa espalhar na rede informações "comprometedoras" sobre membros do ministério britânico, parlamentares e outros funcionários de alto escalão, inclusive a própria Theresa May foi alertada pela agência britânica de inteligência.
"Sabemos que a Rússia tem matérias de caráter comprometedor, estamos prontos para isso", disse uma fonte ao The Sunday Times.
Aleksandr Gusev observou que, de fato, a Grã-Bretanha declarou uma guerra de informação contra a Rússia.
"Nossas diferenças com o Ocidente têm caráter civilizado e as desavenças podem se tornar 'tectônicas'. Nossas maiores mídias, tais como Sputnik, RT e outras, estarão sendo muito pressionadas. Além disso, os servidores das maiores empresas, inclusive as que mantêm comércio com os países da União Europeia, serão influenciadas por hackers instruídos por agencias de inteligência estrangeiras, metendo seus tentáculos em quase todos os países", comentou o especialista. 
Segundo ele, Moscou deve responder às ações de Londres. 
Para cada ação há uma reação. Os britânicos não devem se esquecer disto. Quaisquer ações dos hackers ou oficiais da MI6 serão interceptadas pelas nossas estruturas […] A Rússia fará de tudo para não cair neste conflito prolongado e para proteger suas fronteiras e as de seus parceiros", disse.
Ele ainda acrescentou que a Grã-Bretanha deve pensar bem antes de atacar os servidores e, apesar de declarar a guerra de informação, isso poderá "custar muito caro" para ela.

Aquele momento em que mísseis antigos se mostram mais inteligentes

No sábado (14), os EUA e aliados dispararam mais de 100 mísseis contra a Síria, mas os sistemas de defesa antiaérea sírios interceptaram a maioria destes.

O presidente Bashar Assad, ao falar com parlamentares russos, afirmou que as Forças Armadas do país repeliram o ataque com mísseis soviéticos dos anos 70.
"Ontem vimos agressão americana que repelimos com mísseis dos anos 70… Desde anos 90, nos filmes estadunidenses mostram que as armas russas são atrasadas, mas hoje vemos quem se atrasa na verdade", disse o líder sírio, citado pelo deputado russo, Dmitry Sablin.