sexta-feira, 13 de abril de 2018

Brasil: principais programas militares sobrevivem à ‘década perdida’ de 2010-2020

Por Roberto Lopes
Especial para o Forças Terrestres
A surpreendente desistência do Ministério da Defesa do Brasil de contribuir com a Missão da ONU de Estabilização da República Centro-Africana (após um ano de providências, planos e promessas apresentadas ao departamento de Missões de Paz das Nações Unidas), e a distância que algumas Forças Singulares vêm mantendo de compromissos internacionais onerosos – como o exercício naval Rim of Pacific 2018, no eixo Havaí-litoral da Califórnia, de que a Marinha (pelo segundo ano consecutivo) desistiu –, dão bem a medida de o quanto o establishment militar do país, muito antes ainda da metade de 2018, já funciona com baixas reservas financeiras – ou, praticamente, “no osso”.
Perto de chegar ao fim, a década de 2010 exibe as marcas das perdas acumuladas por cada uma das Forças:
  1. o fim do sonho de a Artilharia Antiaérea contar com os préstimos – e a tecnologia – do sistema russo Pantsir S-1;
  2. a interrupção do desenvolvimento de um blindado sobre rodas 8×8 para a Cavalaria Mecanizada;
  3. o adiamento sine die dos procedimentos de criação de uma unidade de helicópteros de ataque para o Exército;
  4. o congelamento do Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER);
  5. a desativação do porta-aviões São Paulo (A-12), por “falência múltipla” dos seus sistemas operacionais (eletrônicos e de propulsão);
  6. a depauperação da força de escoltas da Marinha, que prejudica o adestramento das tripulações da Força de Superfície e afasta a Esquadra, temporariamente, de algumas operações internacionais;
  7. o trágico desaparecimento de um caça AF-1 e de seu jovem piloto – o que lançou à incerteza (e ao descrédito) o programa de modernização dos velhos jatos Skyhawk adquiridos pela Marinha à Aviação do Kuait –;
  8. a redução de metas nos planos de modernização traçados para as frotas de jatos de combate F-5 e A-1 (AMX), e
  9. o envelhecimento do grupamento de aeronaves incumbidas dos adestramentos primário/básico dos jovens aviadores da Academia de Pirassununga (SP).
Tais eventos (seria possível relacionar uma dezena de outros) representam, claro, uma diminuição do potencial combativo das Forças.
Mas é errado supor que, para os militares brasileiros, eles traduzem uma “década perdida”.
Elementos de Poder – Se por um lado ainda faltam recursos ao Ministério da Defesa, por outro não há como negar que Exército, Marinha e Aeronáutica emergem desse longo período de seca orçamentária com a perspectiva de, nos anos de 2020, poderem manejar recursos materiais obtidos com algo que nem a falta de dinheiro teve o dom de eliminar: a perseverança.
Ou, em outras palavras: a tenacidade dos chefes militares para alcançar metas antes tidas como inatingíveis, como a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro – que, sobretudo no cenário sul-americano, mantém o Brasil próximo de obter a condição de Potência Regional.
Nessas circunstâncias fica evidente: se não foi possível comprar no exterior toda a Modernidade que agilizaria a prontidão das Forças – permitindo, por exemplo, que elas mandassem 750 capacetes azuis ao coração conturbado da África –, os militares puderam se valer (a) dos seus nichos de P&D e, (b) do empreendedorismo da iniciativa privada.
No limiar de 2020, a Força que tem mais a oferecer para a construção da Potência Regional Brasileira é a Marinha.
Colaboram para isso (I) o advento do navio porta-helicópteros de assalto anfíbio Pernambuco que, até semanas atrás – como HMS Ocean –, liderava uma das forças de pronta resposta da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Mar Mediterrâneo; (II) o avanço consistente do planejamento referente à construção (a partir de 2023) do submarino nuclear Álvaro Alberto; (III) o progresso igualmente firme do PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), cuja primeira unidade estará pronta, em 2020, para ser entregue ao setor operativo da Força Naval; (IV) o processo de seleção de um pequeno lote de escoltas leves classe Tamandaré, que permitirá, ano que vem, a contratação de quatro unidades; (V) e, finalmente, um conjunto de projetos de alta tecnologia – míssil anti-navio, torpedo nacional e sonares – que a MB vem conseguindo manter, a despeito das verbas limitadas e, sobretudo, de recursos humanos altamente capacitados que, além de escassos, não raro precisam ser qualificados durante o serviço para o qual foram contratados…
A Força Aérea Brasileira viverá uma pequena revolução com:
– a entrada em operação, a partir do ano que vem, do primeiro de 36 caças sofisticados Saab Gripen E/F, fato que irá projetar a Aviação de Caça a um elevado patamar de atuação – e prover superioridade aérea nos céus do país; e com
– o início das operações, já no fim deste ano, dos primeiros jatos cargueiros KC-390, aeronaves aptas a inaugurar uma nova fase de relevância para a Aviação de Transporte, não apenas no chamado transporte tático mas também em missões especiais como o reabastecimento em voo de helicópteros.
O Exército lida com um número considerável de planos que compõem seu Programa Estratégico Obtenção da Capacidade Operacional Plena (OCOP).
Mas entre eles, o de maior valor para a construção, já na próxima década, da Potência Regional Brasileira, é o do Astros 2020, que embute a capacidade da Artilharia de Foguetes de prover um vetor de cruzeiro tipo terra-terra, preparado para atingir alvos a 300 km de distância com grande acuracidade.
Indagações – O enorme compromisso assumido pelo governo federal de apoiar financeiramente a luta contra o banditismo no Rio de Janeiro, por meio (inicialmente) de uma verba extraordinária de 1,2 bilhão de Reais, vem cancelando diversas ações previstas, no âmbito da Defesa, para o ano de 2018.
Em função disso – e de um ano naturalmente conturbado por eleições e pela dificuldade de se mobilizar o Congresso Nacional – é de se esperar que haja novos atrasos no aporte das verbas que deveriam suportar o funcionamento do aparato militar.
Escapou desse quadro de drásticas restrições o programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, remetido ao espaço em 4 de maio do ano passado. Restam, entretanto, algumas indagações relevantes para o tema da construção da Potência Regional. Três delas:
  • Terá a Marinha condições financeiras de aproveitar a tecnologia desenvolvida pela empresa IACIT no caso do radar que enxerga o tráfego marítimo a 200 milhas do litoral?
  • Terá a Força Terrestre o apoio de que necessita para cumprir compromissos em atraso que, em outra situação, seriam classificados como pequenos e corriqueiros (pagamento de um lote de 30 e poucos utilitários Iveco, instalação de uma unidade aérea equipada com umas poucas aeronaves de asa fixa usadas, etc.)?
  • Terão, Exército e Força Aérea Brasileira (FAB), recursos para amparar as pesquisas da iniciativa privada com radares de diferentes portes e empregos?
São Nunca – Seja como for, é certo que a falta de prioridade econômica para os assuntos da Defesa em face das premências geradas pela insegurança nas ruas, geram rotinas indesejáveis e inadequadas, como
  • a paralisia da Força de Submarinos – que opera, hoje, somente um ou dois dos seus cinco submarinos de tecnologia alemã;
  • a necessidade de se continuar enviando os pequenos patrulheiros da classe Amazonas, de 2.000 toneladas, a missões do outro lado do Atlântico, na costa africana (conforme aconteceu, dias atrás, com a designação do próprio navio-patrulha Amazonas para participar do exercício Obangame Express 2018); e
  • a discutível doutrina da FAB, de formar a bordo dos turboélices A-29 Super Tucano, e nas cabines de simulador, os pilotos que comandarão jatos supersônicos.
Outros temas que já deveriam estar sendo providenciados, como a Defesa Antiaérea de média e longa distâncias – responsabilidade da qual a Aeronáutica não abre mão –, foram remetidos às calendas.
Caso haja dúvidas, recorro ao professor de Português Sérgio Nogueira, que ensina: “Deixar para as calendas gregas” significa “deixar para uma data muito distante, é adiar a solução de alguma coisa para um tempo que nunca há de vir”. (…) Adiar a solução de um problema para as calendas gregas é, portanto, deixar para o dia de “São Nunca”.*

Nota SNB ,Caros amigos ,isto e lamentável o que a acontece aqui no brasil 
nosso pais já fabricou submarinos  fragatas e blindados  carros e motos nacional 
mais me diga uma coisa nosso pais continuou fabricando ,a resposta e não
tudo porque aqui nos não temos patriotas com visão para o futuro como a EMBRAER que pode tenta outros seguimentos como fabricar o carros utilitário 
para sair da mesmice não e   fabricar avião..   como também  carros numa linha totalmente nacional com a marca EMBRAER . uma grande empresa pensa grande no multi emprego  em arias criticas da alta tecnologia ?? vou lembra para vcs amigo da moto que me refiro e a Agralle forte como um trator cade ela sumiu 
como tudo neste pais cade nosso Osório MBT SUMIU      

Bombardeiros estratégicos russos com mísseis Kh-101 estariam a caminho do Irã?

O Ministério da Defesa russo pediu permissão a Teerã para implantar no território iraniano seus aviões estratégicos: bombardeiros supersônicos Tu-22M3 e Tu-95, afirmou Vladimir Mukhin em seu artigo para a Nezavisimaya Gazeta.
Segundo Mukhin, esses Tu-22M3 e Tu-95, acompanhados por aviões de reabastecimento Il-78, podem ser armados com mísseis antinavio de diferentes modificações, incluindo o novo míssil de cruzeiro ar-terra Kh-101, que pode atingir alvos marítimos. Essa informação foi divulgada por algumas fontes iranianas.O Kh-101 tem um desvio padrão de cinco metros e um alcance de 5.500 quilômetros. O míssil é capaz de destruir alvos móveis com uma precisão de até dez metros.
"Por conseguinte, esses mísseis podem ser usados contra grupos de porta-aviões do inimigo", sublinhou Mukhin.
O Ministério da Defesa russo ainda não comentou essa informação.
Ao mesmo tempo, o Irã parece disposto a ir ao encontro de Moscou na esfera militar. Durante sua visita a Moscou em 3 de abril, o ministro da Defesa iraniano, general Amir Hatami, declarou que seu país está pronto para cooperar com Moscou na Síria até que o último terrorista seja eliminado nesse país e a situação no país árabe seja estabilizada.
Segundo Hatami, a cooperação bilateral entre a Rússia e o Irã está crescendo. Tal fato tornou-se evidente com a quantidade de voos sem precedentes da Força Aérea russa através do território do Irã.

Mídia: China testa com êxito míssil aerobalístico

A força de mísseis do Exército de Libertação do Povo da China realizou secretamente uma série de testes aéreos de um míssil balístico, análogo da arma hipersônica russa Kinzhal, informou a edição The Diplomat, com referência a uma fonte no governo norte-americano.
Os primeiros testes do míssil balístico, denominado CH-AS-X-13 pela inteligência norte-americana, foram realizados no fim do 2016, enquanto os últimos tiveram lugar no início de 2018.
Durante os dois últimos testes, o míssil foi lançado de uma cópia licenciada do bombardeiro estratégico soviético Tu-16, com tecnologia de reabastecimento em voo.
Uma vez que o avião tem um raio de alcance de cerca de 6.000 quilômetros e o CH-AS-X-13 (um projétil de duas etapas, que funciona a combustível sólido) possui um alcance de até 3.000 quilômetros, há a possibilidade de o míssil poder atingir os EUA.
Segundo a fonte, Washington prevê que o novo míssil chinês estará pronto para deslocamento até 2025.
The Diplomat sublinhou que hoje em dia, além da China, os mísseis balísticos lançados a partir de aeronaves foram desenvolvidos na Rússia. Trata-se do míssil hipersônico Kinzhal que tem uma velocidade de cerca de 10 Mach (12.000 km/h), pode iludir todos os sistemas de defesa antiaérea existentes e pode transportar ogivas nucleares ou não nucleares a distâncias de até 2.000 quilômetros.
Anteriormente, o vice-ministro da Defesa russo, Yuri Borisov, declarou que os mísseis hipersônicos do sistema Kinzhal que atualmente equipam os inovadores caças interceptores, são capazes de eliminar porta-aviões, destróieres e cruzadores.