quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

O Prosub e o submarino nuclear brasileiro SN-BR

O objetivo principal do Programa de Desenvolvimento de Submarinos é construir o primeiro submarino de propulsão nuclear da Marinha do Brasil

O acordo de parceria estratégica realizado entre o Brasil e a França em 2008 para a cooperação de longo prazo na área de defesa, incluiu o desenvolvimento e produção de submarinos Scorpene modificados (S-BR), a construção de uma base de submarinos e de um estaleiro moderno.
O acordo garantiu o desenvolvimento da parte não-nuclear do projeto submarino nuclear brasileiro, parcerias industriais, transferência de tecnologia e formação de pessoal.
O primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro (SN-BR) empregará muitos sistemas e tecnologias empregados nos S-BR da classe “Riachuelo”, por isso a construção dos submarinos convencionais é importante, para dar experiência e escala de produção de equipamentos que serão comuns aos dois tipos de submarinos.
Muitos dos sistemas e equipamentos dos S-BR e SN-BR estão sendo nacionalizados e produzidos por empresas brasileiras.
No período de 2010 a 2012, um grupo de 31 engenheiros, sendo 25 oficiais e 6 funcionários civis, recebeu capacitação teórica voltada para o projeto de Submarinos com propulsão Nuclear, ministrada pela Empresa DCNS (atual Naval Group) na França.
Até 2018, prevê-se que mais de 400 engenheiros, da MB e da AMAZUL, deverão se incorporar ao Corpo Técnico de Projeto do SN-BR, originalmente formado pelo grupo que recebeu capacitação na França.
A Autoridade de Projeto do SN-BR é da Marinha do Brasil e a elaboração do projeto começou em julho de 2012. A captação do corpo técnico tem sido feita por intermédio de concurso de domínio público, pela empresa AMAZUL, criada a partir da EMGEPRON.
O primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro SN-BR terá um diâmetro de 9,8 metros (o S-BR tem 6,2m), para poder acomodar o reator nuclear brasileiro, um reator de água pressurizada, também referido pela sigla PWR (do inglês pressurized water reactor).
O SN-BR terá 100m de comprimento, deslocamento de cerca de 6.000 toneladas e será movido por propulsão turbo-elétrica com 48 MW de potência, equivalentes a 650 carros de 100 HP ou ao fornecimento de energia a uma cidade de 20.000 habitantes.
Neste sistema, o reator nuclear fornece o calor para a geração de vapor, o qual aciona duas turbinas acopladas a dois geradores elétricos, um dos quais dedicado principalmente a gerar eletricidade ao motor elétrico de propulsão, e outro para o fornecimento de eletricidade aos demais sistemas do SN-BR.
A previsão inicial para a conclusão da construção do submarino com propulsão nuclear era 2023, se não faltasse dinheiro e não ocorrecem percalços técnicos graves. Tratava-se de um cronograma ambicioso para um projeto complexo, com êxito que também dependeria da consultoria dos engenheiros franceses, cuja participação é limitada no tempo de abrangência do contrato, o qual corresponde ao prazo previsto para conclusão do submarino nuclear.
A montagem eletrônica, o carregamento do reator compacto e os testes de mar deveriam consumir, talvez, mais dois anos, com a entrada em serviço do primeiro submarino em 2025. No ano passado (2017) a Marinha mudou o cronograma de entrega do SN-BR para 2027 e, levando em conta os prazos de testes, a entrada efetiva em operação deverá ser ao fim da década de 2020. O planejamento de longo prazo da Marinha contempla uma frota de seis submarinos nucleares SN-BR, que se somarão aos 15 convencionais S-BR.
O Labgene, em Aramar
O submarino nuclear brasileiro SN-BR é um projeto dual. Por um lado, o domínio da tecnologia de construção do reator vai permitir que, no futuro, o Brasil tenha uma plataforma de armas mais ágil na proteção das águas territoriais. Por outro lado, habilitará o País a construir pequenas centrais nucleares de energia elétrica.
O Labgene será a primeira planta com um reator nuclear de alta potência totalmente construída no Brasil. Conceitualmente, é um protótipo com capacidade de geração de 48MW térmicos ou 11 megawatts elétricos (MWe), o que representa menos de 10% da capacidade de Angra 1, mas é suficiente para movimentar um submarino e alimentar sistemas elétricos, de renovação do ar e outros.
O Labgene, além de unidade nuclear de geração de energia elétrica, será utilizado para validar as condições de projeto e ensaiar todas as situações de operações possíveis para uma planta de propulsão nuclear. Por isso mesmo, apesar de ser construído em terra, procura reproduzir em tamanho o reator que equipará o futuro submarino de propulsão nuclear.
Desde o início do programa, há mais de 30 anos, a Marinha tem investido na construção de componentes do projeto em parceria com empresas privadas, como o vaso do reator, condensadores, pressurizadores, turbogeradores de propulsão, entre outros.
O índice de nacionalização do projeto é superior a 90%, com grande arrasto tecnológico para toda a indústria brasileira. O Labgene já começou a ser construído nas instalações da Marinha em Aramar, em Iperó, São Paulo. Será formado por um conjunto de prédios que abrigarão as turbinas, o pressurizador, o combustível, e contará com área para embalagem de rejeitos, entre outros.
Atualmente, em Aramar já existem diversas instalações construídas ao longo dos anos, com destaque para uma planta de testes de turbinas e sistemas a vapor – nunca é demais lembrar que um reator nuclear gera calor num sistema fechado, que transfere a energia térmica para outro sistema que transforma água em vapor, a qual movimenta turbinas para geração de eletricidade. Máquinas pesadas para produção de diversas partes dos sistemas para o labgene também estão instaladas e operando em Aramar.
O planejamento é que a planta nuclear esteja pronta e comece a fazer os testes em meados de 2021, segundo a última atualização da Marinha.

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Milícia curda confirma entrada bem-sucedida das tropas sírias em Afrin

Um grupo das Forças Armadas sírias entrou em Afrin apesar dos ataques da artilharia turca, afirmou à Sputnik o porta-voz das Unidades de Proteção Popular (YPG), Reizan Hedu.
No dia 20 de fevereiro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que as milícias sírias abandonaram Afrin devido a ataques da artilharia turca.
"Nós mantemos contato com o exército sírio, com o governo, com as autoridades de Afrin e com as YPG. As forças, enviadas [a Afrin], estão operando por ordem do governo sírio […] Hoje, Erdogan se mostrou ser um guarda de trânsito ruim ao afirmar que havia parado a locomoção das forças sírias que estavam avançando em direção a Afrin. Estas afirmações não correspondem à verdade, as forças [da Síria] já estão em Afrin", assinalou Hedu.
O interlocutor da agência frisou que no posto de controle das forças curdas em Afrin, vários jornalistas foram atacados por fogo de artilharia durante transmissão do avanço das forças nacionais sírias em direção à cidade.
"O presidente, o governo e a mídia turca declararam […] que somos xiitas. Nós, na Síria, temos orgulho da nossa diversidade confessional e nacional. Há 32 dias estamos repelindo a agressão turca que, militarmente falando, não tem êxitos. Eles até que conseguiram avançar um pouco, mas em geral, essa operação militar não é bem-sucedida", acrescentou Hedu.
Anteriormente, várias mídias comunicaram que os curdos sírios concordaram com Damasco sobre a entrada das tropas governamentais sírias em Afrin. Ancara desmentiu estas informações, qualificando-as como notícias falsas. Enquanto isso, Erdogan declarou que as tropas turcas estariam prontas para cercar a cidade "nos próximos dias".
Em 20 de janeiro, a Turquia iniciou em Afrin a operação militar Ramo de Oliveira, tendo como objetivo eliminar forças das YPG, alegadamente relacionadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que Ancara considera como grupo terrorista. Damasco condenou firmemente a operação militar turca, qualificando-a como violação da soberania do país.
Por sua vez, Damasco condenou fortemente as ações da Turquia em Afrin, afirmando que o território é parte inseparável da Síria.

12 mil soldados alemães se preparam para enviar 'sinal claro' à Rússia

A Alemanha enviará 12 mil soldados para participarem das manobras militares da OTAN, cujo objetivo principal é a "contenção da Rússia", assinalou a edição Focus.
De acordo com a mídia, neste ano o contingente alemão triplicou em comparação com o ano passado. As manobras Saber Strike (Golpe de Sabre, em tradução livre), Flaming Thunder (Trovão Flamejante) e Iron Wolf (Lobo de Ferro) terão lugar nos territórios norte e leste da OTAN. A Alemanha gastará com os treinamentos € 90 milhões (R$ 360 milhões).
De acordo com Focus, o crescimento da atividade militar por parte da Alemanha é motivado pela "política agressiva" de Moscou. Assim, devido à adesão da península da Crimeia à Rússia, os países do Báltico e a Polônia alegadamente estão se sentindo ameaçados
.Segundo enfatizou o jornal, as manobras deverão enviar para a Rússia um "sinal claro" de que a interferência nos assuntos dos países da OTAN terá "consequências graves".
Anteriormente, a edição Welt, citando um documento secreto do Ministério da Defesa da Alemanha, comunicouque Berlim não possui tanques e aviões suficientes para cumprir as missões da OTAN. Como motivo, foi mencionada a falta de peças de reserva e os custos elevados da manutenção técnica. Além disso, as Forças Armadas alemãs estão carentes de aparelhos da visão noturna, equipamento para o inverno e coletes à prova de balas.