quinta-feira, 31 de março de 2016

MECTRON programas tecnologia do mercado de armas ar-ar e o posicionamento da Missile House Brasileira

Pedro Paulo Rezende
Enviado Especial 

Santiago do Chile — A MECTRON espera continuar sua campanha de tiros com o míssil antirradiação MAR 1, interrompida por cortes no orçamento. Até o momento, vinte unidades foram disparadas no Brasil e oito no Paquistão, país que tem interesse no programa. Duas aeronaves, um AMX da Força Aérea Brasileira e um Mirage III da Força Aérea do Paquistão, foram modificados para os testes, com a instalação de computadores adicionais para evitar as dificuldades de um processo de integração.

O equipamento foi apresentado à secretária de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Perpétua Almeida, durante uma visita ao estande da empresa no Pavilhão Brasileiro montado pela Associação Brasileira de Indústrias de Material de Defesa (ABINDE) na Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), em Santiago do Chile.

Míssil Antirradiação MAR 1

“Lá no Brasil, tivemos oito disparos bem sucedidos do MAR, sendo que um acertou diretamente a antena”, contou Wagner do Amaral Silva, da Engenharia de Qualidade da Mectron. “Pretendíamos agora iniciar os testes com a antena funcionando de maneira dinâmica, mas as dificuldades orçamentárias nos impediram de dar continuidade ao processo de homologação.”

No processo dinâmico, a arma é lançada contra uma antena que permanece em giro. O sinal eletrônico emitido varia de intensidade e de direção e o míssil passa a exigir mais do sistema de navegação inercial.

Mesmo antes de estar operacional, o MAR 1 já mostrou sua efetividade. A rede de radares mantida pela Índia na fronteira com o Paquistão sofreu um recuo de 40 quilômetros para impedir que seja eliminada em um ataque de surpresa do país rival.

A-DARTER

As questões financeiras também afetaram o A-DARTER, míssil ar-ar guiado por capacete e desenvolvido entre a Mectron e a DENEL, missile house sul-africana. “Há uma incógnita na questão da continuidade do projeto, uma vez que os investimentos não tiveram continuidade”, disse uma fonte da empresa associada.

Defesanet conseguiu uma informação exclusiva que confirma a apresentação de produtos concorrentes ao A-DARTER à Força Aérea Brasileira e ao Exército Brasileiro, como o IRIS-T e IRIS-T SL, fabricado pela Diehl alemã, e o CAAMS da BAE System/MBDA. O produto germânico será integrado pela SAAB no programa F-39 Gripen E/F, contratado pelo Comando da Aeronáutica.

Wagner confirma o corte dos investimentos e confirma que ainda não houve uma definição sobre o programa. “Seria ótimo se soubéssemos o futuro de alguns projetos que temos com a Força Aérea, nos quais já forma investidos mais de US$ 300 milhões de recursos dos contribuintes brasileiros”, destacou.

Entre estes projetos encontram-se o MAR 1, o A-DARTER e o MAA-1B. O último projeto teve início na década de 1980 e, hoje, completamente desenvolvido, apresenta um desempenho superior ao do AIM-9M Sidewinder.

“O MAA-1B foi projetado para países do Terceiro Mundo e tem boas possibilidades no mercado”, ressaltou. “Um caça mais antigo, como o F-5E/F Tiger e o F-16A/B, não possuem capacidade de transferência de dados suficiente para alimentar um míssil mais sofisticado, como o A-DARTER ou o IRIS-T. É neste nicho que nosso produto concorre. Como é mais moderno, pode tratar os alvos de maneira mais ágil e com um processamento mais rápido e sofisticado. As opções disponíveis, como o Python IV e o AIM-9M, não são mais fabricadas e só estão disponíveis em estoques, o que significa que não são mais confiáveis.”

Outro produto que atraiu interesse de militares de outros países foi o míssil antitanque MSS-1, adotado pelo Exército Brasileiro. A Mectron também apresentou o míssil antinavio MANSUP, o pacote de modernização do Exocet MM40 e o novo torpedo pesado da Marinha do Brasil, o TPNer, que irá equipar os submarinos Scorpène em processo de construção na França e em Itaguaí.
SNB  FIDAE 2016 defesa net 

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