segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Exército Brasileiro avalia quatro helicópteros de ataque; dois deles, russos

Roberto Lopes
Exclusivo para o ForTe – Forças Terrestres
O site israelense Defense Market Intelligence informou, no dia 1º de janeiro, que o Exército do Brasil reduziu a quatro o número de modelos de helicóptero de ataque sob seu exame (Brazil; Army reviews combat helicopter contenders, disponível em www.dmilt.com), com vistas a uma possível compra por sua Arma Aérea: o russo Mi-28 Havoc (pela nomenclatura da Otan), o AW129 Mangusta, em uso pelas unidades de asas rotativas do Exército italiano, o também russo Kamov Ka-52 Alligator e o franco-alemão Tiger.
O Plano de Obtenção de Capacidades Materiais do Plano Estratégico do Exército 2016-2019 prevê a criação de uma unidade de helicópteros de ataque.
No início do ano passado, ao disponibilizar um pequeno lote de helicópteros de transporte pesados Chinook para a Força Terrestre brasileira, o Departamento de Defesa autorizou a oferta ao Brasil de helicópteros artilhados Bell OH-58A Kiowa, de segunda mão, usados pelas tropas americanas em 1991, em missões de reconhecimento armado e apoio de fogo aproximado, durante a Operação “Tempestade no Deserto”. Mas esse oferecimento parece não ter seduzido os generais brasileiros.
Entre 2004 e 2010, o Exército australiano substituiu os seus Kiowas pela versão ARH (Reconhecimento Armado) do Tiger, dotada de motores MTR (MTU-Turbomeca-Rolls Royce) 390 e designador laser para o sistema de pontaria dos mísseis ar-terra Hellfire II. Em agosto passado, os Tigres australianos receberam um outro dispositivo de mira, também a laser, para os seus foguetes não-guiados de 70mm.
Versões e preços – Os quatro modelos selecionados pelo Exército brasileiro tem préstimos e equipamentos semelhantes. Todos se utilizam de canhões de alta velocidade (rotativos ou não), de calibres entre 20mm e 30mm, no nariz do aparelho, e de uma grande variedade de mísseis e foguetes.
Duas características unem as máquinas selecionadas pelos oficiais brasileiros: todas são versões melhoradas de aeronaves já existentes no mercado há, pelo menos, duas décadas; e todas, rigorosamente, estão em atividade nos países de seus fabricantes.
Os helicópteros de desenho mais antigo são os russos, do fim dos anos de 1970. E apesar desses modelos terem sido sucessivamente atualizados, eles são também os aparelhos mais baratos.
O preço unitário do Mi-28 varia entre US$ 16,8 milhões e US$ 18 milhões. É possível que a versão N, que equipa o Exército russo, seja mais cara, e não esteja disponível para a venda a clientes estrangeiros.O preço unitário do Ka-52, uma evolução do conhecido Ka-50, custa entre US$ 29 milhões e US$ 32 milhões. Dotado de tecnologias furtivas, ele é o único dos quatro em que a dupla de pilotos senta lado a lado (e não em tandem), e ainda dispõe de assentos ejetores.
O preço unitário do AW129 Mangusta, na sua versão International – de exportação – varia entre US$ 43 milhões e US$ 63 milhões, mas a aeronave impressiona pela quantidade de mísseis que pode disparar e pelo rol de missões que está apta a cumprir: caça a tanques, reconhecimento armado, ataque ao solo, escolta, apoio aéreo aproximado e defesa antiaérea.
Seu competidor direto, no âmbito da Otan, é o Tiger, cujo preço unitário varia entre US$ 35 milhões, na sua versão HAP (Escolta e Apoio de Fogo), e US$ 50 milhões, na versão de reconhecimento.
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