segunda-feira, 10 de junho de 2013

SES-6, Oi e o mercado de comunicações por satélite

No segmento de comunicações comerciais por satélite, a principal notícia na semana passada foi o lançamento do satélite SES-6, da operadora SES, com sede em Luxemburgo, no dia 2, missão com significado especial para o mercado brasileiro: o SES-6, construído pela europeia Astrium e baseado na tradicional e confiável plataforma Eurostar E3000, teve toda a sua capacidade em banda Ku (28 transpônderes operacionais) contratada pela empresa de comunicações Oi, tornando-se a principal cliente do satélite.

O contrato é considerado relevante, uma vez que aquisições de capacidade nesta extensão são incomuns. Indicativo da relevância do contrato, que foi inclusive objeto de reportagem no boletim especializado Space News, foi a colocação do logotipo da Oi na coifa do lançador Proton (no canto superior, acima do logotipo da SES), algo raro (usualmente, são inseridos os logotipos dos operadores do satélite e do lançador, e não de clientes).

Mercado aquecido

O lançamento do SES-6 e o contrato com a Oi são os mais recentes elementos que demonstram o aquecimento do mercado de comunicações por satélite no continente latino-americano, embora não os únicos. Especificamente sobre o Brasil, em setembro de 2012 publicamos uma nota sobre o interesse da Telespazio Brasil em deter uma posição orbital brasileira e operar um satélite de comunicações até o início de 2016, possivelmente com um parceiro local.

A companhia europeia Astrium, do grupo EADS, também está em processo de constituição de uma empresa no Rio de Janeiro (RJ) para o fornecimento de serviços de telecomunicações via satélite para o mercado brasileiro.

No início do ano, foi colocado em órbita o Amazonas 3, primeiro satélite com capacidade em banda Ka para a América Latina, operado e comercializado pela Hispamar (joint-venture da Oi com a operadora espanhola Hispasat). O Brasil, aliás, hoje responde por metade do faturamento da Hispasat, sendo o seu maior mercado. A banda Ka é ideal para disponibilização de internet em banda larga.

Para os próximos meses, é aguardada a publicação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de editais sobre novas posições orbitais brasileiras para satélites geoestacionários operando em banda Ka, processo que deve gerar grande disputa entre operadores. Em agosto de 2011, a Anatel licitou quatro direitos, arrecadando mais de R$254 milhões
SNB

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