segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Congresso russo de política discute defesa e desenvolvimento nacional do Brasil

Evento, que tratou das mudanças no cenários político mundial e do fortalecimento de países emergentes, ocorre a cada três anos e neste ano teve a participação de mais de 34 países; o Brasil foi representado pelos professores e doutores Luiz Pedone e Flavio GaitanAs possíveis mudanças na configuração política mundial, com o destaque internacional de países emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estiveram na pauta de discussão do 6º Congresso Russo de Ciências Políticas, Rússia no Mundo Global: Instituto e estratégias de interação política em Moscou, que o correu na Universidade de Relações internacionais (MGIMO) nos últimos dias 22, 23 e 24.

O congresso ocorre a cada três anos e em 2012 teve a participação de mais de 34 países, entre eles o Brasil, que foi representado pelos professores Luiz Pedone e Flavio Gaitan. Só neste ano foram mais de mil participantes de diversas partes do mundo.

No caso brasileiro, temas como defesa e desenvolvimento nacional foram abordados durante as discussões.

“O próprio Barão do Rio Branco disse que não existe país forte sem um bom armamento militar. Nós temos questões importantes como a Amazônia, o pré-sal, as fronteiras, o narcotráfico e o petróleo. Hoje, a política do exército brasileiro está voltada para as fronteiras”, disse Pedone.

O professor ressaltou ainda que o maior problema do Brasil em relação à defesa trata-se da fronteira com o Paraguai (e as questões que envolvem os chamados brasiguaios) e o tráfico de armas, drogas e mercadorias em geral. Ao norte, também há problemas de tráfico de drogas na fronteira com Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia.

Outro destaque do congresso foi a abordagem do Brasil como uma potência –nos últimos anos, o país investiu para organizar uma agenda de desenvolvimento e  procurou diversificar a pauta de comércio exterior. 

“Somos a sexta economia do mundo e, sem dúvidas, uma potência regional. Temos um grande potencial para nos tornarmos a quarta ou quinta potência do mundo, mas o que nos impede é, em primeiro lugar, a educação, com um baixo nível de aprendizado de português e matemática, que barra o desenvolvimento de tecnologia própria”, disse Luiz Pedone.

De acordo com Gaitan, não há competição direta entre os países com o objetivo de mostrar quem é o melhor ou mais desenvolvido, mas o que ocorre hoje é uma concorrência por mercados. Para Gaitan, “o desenvolvimento de um país acontece quando você melhora o qualidade de vida das pessoas.

“Eu acho que o Brasil está fortalecendo um processo de desenvolvimento e só o tempo vai dizer se isso deu certo ou não. O país está se fortificando internamente em políticas sociais e na incorporação das massas visando uma política de desenvolvimento. Externamente, o país tem diversificado a pauta de comércio exterior” disse o professor.

Durante o evento foi ainda ressaltado a importância das pautas e dos debates e da necessidade da realização de mais congressos do tipo.

Rússia-EUA

Também durante o evento, o diretor do Instituto de Estudos sobre Canadá e EUA na Academia de Ciências, Serguêi Rogov, comentou sobre as perspectivas das relações russo-americanas após a eleição presidencial dos EUA. 

Para Rogov, os EUA agora estão mais concentrados em encontrar estratégias para sair da crise financeira. Rogov ressaltou a atuação do presidente Barack Obama, que há quatro anos tinha como umas das principais metas políticas achar uma saída para a crise, problema que ainda não foi resolvido.

Rogov falou também sobre a mudanças por que os EUA tem passado ao longo das últimas décadas

“Houve um aumento na população negra e latina e uma redução no número de cristãos. No Congresso Nacional já existem representantes muçulmanos, budistas, mulheres, gays e lésbicas, além de ateus. Por isso, dentro de alguns anos, os EUA serão outro país, sem suas configurações originais, ou seja, haverá uma mudança profunda na vida social e moral do país”, disse.

Quanto ao segundo mandato de Obama, Rogov diz não acreditar que a Rússia esteja na pauta do presidente americano.
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