quinta-feira, 7 de junho de 2012

F-22, o caça sem oxigênio


Segundo reportagem veiculada pela revista Flight International, a parte superior da roupa anti-g (G-suit) especial usada por pilotos dos caças F-22 Raptor da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) pode ser a causa dos sintomas de hipóxia relatados por esses tripulantes durante seus voos com o modelo.
Fontes classificadas confidenciaram que enquanto os pilotos necessitam de uma contrapressão do colete para compensar as baixas pressões encontradas no interior do cockpit do Raptor, esse paramento pode estar exercendo muita pressão sobre o tórax do piloto, especialmente em situações de manobras de elevado “g”.
“Parece um pouco estranho soltar o ar nessa coisa” relatou uma fonte. “Você não pode inflar seus pulmões facilmente porque há algo restringindo esse ato”, explica.

A carga adicional exercida no corpo do piloto pela pressão extra fornecida pelo G-suit e pela ventilação oriunda do dispositivo de respiração (máscara) poderia estar causando o que esta sendo chamado de “excesso de respiração no sistema”.Um fator que pode contribuir também com a sensação de hipóxia é conhecido como “actelectasia acelerada” (expansão incompleta do pulmão).  Essa condição faz com que os pulmões do piloto tenham dificuldade em fornecer oxigênio para o sangue, sendo que isso acontece principalmente porque o oxigênio gerado pelos sistemas do Raptor é puro (93%) e cargas “g” elevadas podem ocasionar colapso parcial dos alvéolos pulmonares (pequenas estruturas internas dos pulmões onde acontece a troca gasosa oxigênio-gás carbônico). Um dos resultados das actelectasias aceleradas é a chamada “tosse Raptor”, onde os pilotos dos F-22 são acometidos por uma tosse pronunciada enquanto o organismo deste tenta voltar a inflar os alvéolos sob pressão atmosférica normal ao nível do solo.
Testes antes realizados não detectaram o problema porque o dispositivo de ventilação usado para testar o G-suit em conjunto com o dispositivo de respiração não compensa o fato dos pulmões do piloto serem incapazes de se expandir tão rapidamente. O dispositivo de respiro sempre projeta o mesmo volume de ar. A falta de percepção para avaliar a restrita expansão dos pulmões dos pilotos manteve essa ocorrência ignorada até o momento. A respiração restrita pode levar a sintomas de hiperventilação ou problemas ainda maiores se o piloto for acometido de atelectasia acelerada.
As mesmas fontes ouvidas pela Flight disseram que o problema da pressão do vestuário dos pilotos tem sido uma preocupação da USAF desde o inicio do século XXI, quando um G-suit semelhante foi fornecido pela Boeing para a USAF. Entretanto, naquela época, a USAF não acreditava que a pressão extra poderia ser motivo de preocupação séria. Agora, no entanto, a USAF está começando a acreditar que esses paramentos podem estar por trás dos problemas do Raptor. No entanto, enquanto a pesquisa atual da USAF está apontando para o G-suit como o principal culpado por trás dos sintomas de epóxia, as fontes dizem que esta é provavelmente apenas uma parte do problema.
Um dos fatores além G-suit que podem contribuir com a ocorrência em processo de investigação diz respeito à carga de trabalho. Enquanto pilotos dos aviões de reconhecimento estratégico U-2 descansam vários dias entre uma missão e outra, o tripulantes de F-22 voam por vezes mais de uma surtida diária. Isto faria com que eles não se recuperem totalmente dos efeitos da atelectasia acelerada e ficariam mais expostos aos efeitos do funcionamento do G-suit e do dispositivo de respiração.
Oficialmente, a USAF afirma que ainda tem de encontrar a raiz do problema e soluções estão sendo avaliadas, incluindo a adoção do Combat-Edge (termo usado internacionalmente para definir os paramentos dos pilotos de combate modernos) do F-35 JSF.  “Nossa diminuição dos riscos e a coleta de dados estão evoluindo com base na nossa experiência e na orientação do Secretário da Defesa. A análise dos dados está nos deixando mais próximo de identificar a causa-chave (ou causas), embora não temos ainda os resultados preliminares ou uma data definida de conclusão da investigação”, diz a USAF..tecnodefesa segurança nacional blog

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