quarta-feira, 13 de junho de 2012

Antes do ‘Duro de Matar 4.0’, evitávamos falar em ciberterrorismo”

Um dos mais renomados especialistas em vírus de computador, Evguêni Kaspersky, diz estar preocupado com as proporções de uma possível ‘ciberepidemia’. Kaspersky comparou suas eventuais consequências negativas com os roteiros apocalípticos de Hollywood e pediu que os criadores de vírus cessem suas atividades, bem como nações se unam para combatê-los.A empresa russa de segurança digital Kaspersky Lab descobriu um poderoso e complexo vírus sem precedentes chamado Flame em 600 computadores no Oriente Médio. 

O programa, que entrou na pauta da imprensa internacional e em discursos políticos, permite interceptar o tráfego, desviar informações, ativar microfones e gravar conversas. 

“Receio que isso seja só o princípio. Num futuro próximo, muitos países do mundo vão poder usá-lo”, disse Kaspersky em discurso na última quarta-feira, 6, na Universidade de Tel Aviv. Ainda segundo o especialista, um vírus capaz de exercer funções muito mais perigosas pode ser desenvolvido no futuro. “Até os países inexperientes nessa matéria podem contratar ou sequestrar profissionais para executar o trabalho", adiantou Kaspersky.  

Ao ser questionado sobre os eventuais desdobramentos de um ciberataque global, Kaspersky citou como exemplo o filme “Duro de Matar 4.0”. “Antes dele, em minha empresa era proibido pronunciar o termo ‘ciberterrorismo’ ou falar sobre isso com jornalistas. Eu não queria abrir a Caixa de Pandora. Mas, quando o filme entrou em cartaz, suspendi essa proibição.” Cooperação internacional

“Uma ciberarma pode se replicar e atingir vítimas aleatórias em qualquer lugar do mundo e não importa o quão longe você estiver da zona do conflito”, disse Kaspersky.

“Afinal, a Internet não tem fronteiras, razão pela qual sistemas idênticos como, por exemplo, usinas elétricas, podem ser atacados em uma região diferente do mundo.”

O especialista expôs dois roteiros possíveis de uma ciberepidemia: um blackout da internet ou um ataque às principais instalações de infraestrutura. 

“Infelizmente, o mundo não tem, até agora, meios para se defender contra esse tipo de ataques”, disse. Segundo Kaspersky, para incrementar a defesa, será necessário abdicar dos sistemas operacionais mais populares como Windows ou Linux.

 “Os governos devem começar a dialogar entre si sobre isso", afirmou Kaspersky, comparando esses vírus às armas de destruição em massa.
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