sábado, 14 de janeiro de 2012

Quem é o autor da informação sobre um teste nuclear no Irã?


O presidente do parlamento iraniano Ali Larijani declarou durante a sua visita à Turquia que o Irã está pronto a encetar conversações sérias com o sexteto internacional de intermediários a respeito do seu programa nuclear. Ressaltou na ocasião que o programa nuclear do Irã tem um caráter exclusivamente pacífico. No entanto, o portal de analistas militares de Israel DEBKA afirma que o Irã pretende realizar o seu primeiro teste nuclear.
É difícil de avaliar, o quanto é verídica esta informação, pois mesmo uma carga nuclear pequena requer o urânio militar enriquecido ao nível de 90%. Por enquanto, o Irã é tecnologicamente incapaz de produzir este urânio. Aliás, teoricamente o urânio militar podia entrar no país por alguma outra via, explica Petr Topichkanov, pesquisador do Instituto de Economia Internacional e de Relações Internacionais junto da Academia de Ciências.
O Irã podia obter a quantidade de urânio, suficiente para uma explosão, na década de 90 do século passado ou em princípios dos anos 2000 através de redes internacionais ilegais de comércio em matériais e tecnologias nucleares. Uma das redes tem o nome do cientista paquistanês Abdul Kadir Han – o contrabando podia vir do Paquistão.
Ao mesmo tempo vale a pena recordar que o Irã – ao contrario de Israel e do Paquistão – tinha assinado o Tratado sobre a proibição geral de testes nucleares e declara-se coerentemente seguidor rigoroso do regime de não proliferação nuclear. Portanto, se Teerã intentar uma ação tão estrondosa, tem que sair de antemão do regime de respectivos acordos internacionais. Mas existe também uma outra variante, – afirma Petr Topichkanov. – O Irão pode não fazer isso mas realizar um teste às ocultas, explicando que se trata de uma explosão pacífica, efetuada para fins científicos. Ou realizar a explosão no território de um terceiro Estado, por exemplo, Paquistão ou República Popular Democrática da Coréia.
Quanto a Israel, os EUA e o Ocidente, o mais provável que a sua reação seja extremamente rígida – a ponto de infligir um golpe militar contra o Irã. Evgueni Satanovski, presidente do Instituto de estudo do Próximo Oriente e de Israel é da outra opinião:
Depois do teste nuclear, um ataque militar contra o Irã perde o sentido – neste caso ele obterá uma indulgência. Da mesma maneira como a obteve a Coréia do Norte, com a qual ninguém mexe precisamente porque este país possui uma ou duas – não se sabe – bombas nucleares. Mas Kadhafi que tinha renunciado ao programa nuclear, não sobreviveu. Saddam que não teve tempo para levar a cabo este programa, foi enforcado. A lição é simples: quem possui a arma nuclear, pode sobreviver, quem não a possui, não tem a única chance.
Quanto à publicação de analistas militares de Israel, esta pode ser umlance informativo do próprio Irã que tem realizado no quadro de certas combinações engenhosas uma campanha de atemorização de Israel e do Ocidente. Adverte desta maneira que tem tudo pronto para a explosão e não vale a pena chantageá-lo – ele está prestes a se tornar uma potência nuclear, reputa Evgueni Satanovski.
É impossível verificar a informação do portal israelita sobre a preparação de um teste nuclear. Normalmente, semelhantes informações são acessíveis somente ao pessoal dos sérvios de inteligência. Neste caso se trata de uma fuga de informação propositada no quadro da guerra de informações e de nervos em torno do Irã, afirmam os analistas da Voz da Rússia.

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