segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Irã provoca Estados Unidos com míssil após sanções americanas




RFI
Um dia após o presidente americano, Barack Obama, assinar uma lei que proíbe a entrada do petróleo iraniano nos Estados Unidos, Teerã reagiu com novas provocações. Neste domingo, lançou um míssil de médio alcance no Estreito de Ormuz, projetado para não ser reconhecido pelos radares antimísseis, e anunciou que testou pela primeira vez barras de combustível nuclear.

A tensão entre americanos e iranianos aumentou depois que uma lei foi promulgada no Pentágono, neste sábado, reforçando as sanções contra o setor financeiro do Irã. O Banco Central iraniano disse que vai "reagir com força e confiança".
O governo de Mahmoud Ahmadinejad realizou neste domingo novos exercícios militares navais, vistos como uma provocação direcionada aos americanos. Foi lançado ao mar um míssil de médio alcance totalmente produzido por iranianos. Segundo autoridades do país, os testes dos mísseis de longo alcance serão realizados nos próximos dias.
Na semana passada, o Irã ameaçou bloquear todos os petroleiros no Estreito de Ormuz, por onde passa um quarto do petróleo produzido no mundo.
Segundo analistas políticos de Washington, o presidente iraniano não pode aceitar as novas sanções sem comprar uma briga com os Estados Unidos. O Irã já é um país pobre e com poucas fontes de renda. Se ele não puder exportar o petróleo para economias ricas, como a americana e a europeia, a situação econômica e possivelmente política colocará o presidente Mahmoud Ahmadinejad em uma situação ainda mais delicada internamente.
Ação militar contra o Irã é possível
A União Europeia espera chegar a uma decisão sobre o aumento de sanções contra o Irã devido ao seu programa nuclear até final de janeiro, segundo informou hoje o porta-voz de assuntos estrangeiros do bloco, Michael Mann.
Estados Unidos e Israel dizem não descartar uma ação militar contra o Irã, se a diplomacia não conseguir resolver a questão nuclear do país. Teerã afirma que o seu programa nuclear é para fins pacíficos, mas o Ocidente não acredita nesta versão e a chama de "disfarce para construir uma bomba".
Neste domingo, mais uma provocação: o Irã anunciou que testou pela primeira vez barras de combustível nuclear contendo urânio natural. "Elas foram introduzidas no interior do reator de pesquisa nuclear de Teerã para verificar seu bom funcionamento", informou a Organização Iraniana de Energia Atômica.
Colaboração de Carolina Bonadeo, correspondente da RFI em Nova York.

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