terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Irã promete bloquear Ormuz se sofrer sanções sobre petróleo


O primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Reza Rahimi, advertiu nesta terça-feira os países ocidentais de que, se forem impostas sanções às exportações iranianas de petróleo, o país interromperá a passagem pelo crucial estreito de Ormuz, no golfo Pérsico, informou a agência oficial de notícias Irna.
"Se eles [países do Ocidente] impuserem sanções às exportações de petróleo do Irã, então nem mesmo uma gota de petróleo poderá fluir pelo estreito de Ormuz", disse Rahimi, citado pela agência.
Cerca de um terço de todo o petróleo transportado por mar atravessou Ormuz em 2009, de acordo com a EIA (sigla em inglês para Administração de Informação de Energia), dos Estados Unidos, e navios americanos patrulham a área para garantir a segurança na passagem.
Rahimi ressaltou que o Irã não está interessado por "qualquer hostilidade". "Nosso lema é amizade e fraternidade, mas os ocidentais não estão dispostos a abandonar suas conspirações", defendeu.
Segundo ele, os "inimigos" do Irã só vão desistir de suas tramas contra o país quando receberem uma resposta dura o suficiente vinda da República Islâmica.
EUA, Reino Unido, Canadá e países da UE (União Europeia) defendem a semanas aumentar as sanções econômicas contra o Irã por conta de um relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que sugere que o país tenta dotar-se de armas nucleares. Um embargo ao petróleo iraniano ainda é debatido.
Críticos das sanções dizem que as medidas não conseguirão impedir o desenvolvimento nuclear do Irã e significaria fazer o jogo de um governo que usa sua hostilidade contra Washington como motivo de orgulho.
Teerã defende que seu trabalho nuclear é inteiramente pacífico e disse que o relatório era baseado em informações falsas da inteligência ocidental.
No último sábado (24), o Irã começou dez dias de exercícios navais em Ormuz. O exercício militar, chamado de "Velayat-e 90", acontece enquanto a tensão entre o Ocidente e Irã vem aumentando, devido ao programa nuclear do país islâmico.
Israel e EUA dizem não descartar uma ação militar, caso a diplomacia e as sanções contra o país não consigam deter a atividade nuclear do Irã.
Teerã já disse anteriormente que responderia a qualquer ataque tendo como alvo os interesses dos EUA na região e Israel, além de fechar o Estreito, o único canal de acesso para os mercados estrangeiros de oito países árabes do golfo --parceiros dos EUA.

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