quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Embraer quer investir mais na área da defesa


Gilberto Scofield Jr.
Com um quarto de seu faturamento vindo dos EUA e outro quarto vindo da Europa, duas regiões que enfrentam dificuldades econômicas monumentais, a Embraer considera um excelente desempenho o crescimento de 5% no faturamento que terá este ano, algo como, US$5,7 bilhões, previu ontem seu presidente, Frederico Curado. A Embraer vê com entusiasmo as propostas de compras de países emergentes. Mas Curado sabe que nem todo o crescimento nestes países pode compensar as robustas vendas de mercados como o europeu ou o americano.

É nesse ambiente de indefinições de uma crise europeia que deverá se arrastar por anos que a Embraer optou em investir pesado — e apostar alto — num segmento que, este ano, representou US$800 milhões em receita, algo como 15% do faturamento (diante de uma fatia tradicional de 10%): a indústria de defesa, cujos projetos parecem se multiplicar pelo mundo, sobretudo em países emergentes, a despeito de crises.

— Queremos estar no centro das decisões do segmento de defesa e segurança no país — disse Curado.
Nova estratégia começou em fins do ano passado
A começar pela própria estrutura, que ganhou em dezembro do ano passado a Embraer Defesa e Segurança, braço que aglutina hoje os grandes projetos da companhia no setor. Em março, esta controlada fechou a compra de 64,7% do capital social da divisão de radares da OrbiSat da Amazônia, um negócio é de R$28,5 milhões. A empresa, especializada em sensoriamento remoto e radares de vigilância aérea e terrestre, desenvolve e produz sistemas de monitoramento integrados para o Exército e negocia produtos semelhantes para a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha.

Em setembro, a Embraer Defesa e Segurança e a AEL Sistemas, subsidiária da empresa israelense Elbit Systems, fecharam parceria para a criação de uma joint-venture. A nova empresa se chamou Harpia Sistemas e tem como fim a exploração do mercado de veículos aéreos não-tripulados, conhecidos como VANT. A Embraer tem 51% do capital social e a AEL 49%. As empresas vão se juntar à OGMA — Indústria Aeronáutica de Portugal.

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