sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Caça Rafale volta ao páreo com Celso Amorim no Ministério da Defesa?

São Paulo – A Dassault, a empresa francesa que fabrica o caça Rafale, pode ter ganho um importante aliado na disputa pela venda de 36 aviões para a Força Aérea Brasileira. Celso Amorim, que sucederá Nelson Jobim no Ministério da Defesa, já manifestou seu apoio público aos caças franceses em diversas ocasiões, quando era chanceler do governo Lula.
Como ministro do Itamaraty, no governo Lula, Amorim apoiou a escolha do caça francês, desagradando a cúpula das Forças Armadas
A compra dos caças foi um dos temas mais controversos do último governo. Avaliada em 7 bilhões de dólares, a licitação foi suspensa pela presidente Dilma Rousseff, no início de seu mandato. O argumento é que, em um ano de ajuste fiscal, não há “clima” para que o processo continue.
Seu padrinho político, Lula, e Amorim defenderem, várias vezes, a escolha do Rafale. A favor do caça francês, estariam não apenas a proposta de transferência de tecnologia – algo que os concorrentes do Rafale oferecem com restrições – mas, sobretudo, uma troca de apoio político da França às pretensões brasileiras de ocupar postos importantes em organismos internacionais.
Polêmica
A opção pelo Rafale, porém, não é um consenso nem mesmo entre a cúpula das Forças Armadas. Um relatório do Comando da Aeronáutica concluiu, por exemplo, que a melhor opção é o caça Gripen NG, da empresa sueca Saab.
Para se ter uma ideia do clima de polarização, Amorim, então chanceler brasileiro, chegou a declarar, em janeiro do ano passado, que a compra dos caças “era uma decisão política.”
Agora, como ministro da Defesa, poderá usar sua influência para continuar defendendo o caça francês junto à presidente Dilma. O problema é que a política externa brasileira mudou de rumo, chefiada agora por Antônio Patriota. E a própria presidente Dilma já teria manifestado a intenção de rever o processo de compra – e manifestado uma inclinação pessoal pelos caças da Boeing.
A batalha pelo maior contrato em jogo na área de Defesa brasileira entra em uma nova fase. E a Dassault torce para que Amorim ainda esteja na cabine de seu caça.

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