quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Após aviões sobrevoarem central nuclear, Paquistão tem reunião de emergência


IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A ISLAMABAD
Três dias depois de aviões-robôs terem sido avistados sobre o principal centro de enriquecimento de urânio para armas nucleares do Paquistão, o presidente Asif Ali Zardari convocou uma reunião extraordinária com o chefe da Força Aérea, Rao Qamar Suleman.
Os aviões foram avistados no sábado (13) e no domingo (14) sobre a região de Kahuta, conforme a Folha revelou ontem. A cidade abriga o laboratório nuclear, que também produz uma família de mísseis capazes de atingir com a bomba a rival Índia.
O governo não comenta o assunto. Sobre o encontro de ontem, a Presidência afirmou apenas que ambos discutiram “assuntos de interesse da Força Aérea”.
O estado de alerta segue em Kahuta, cidade que fica 35 km a sudeste da capital, Islamabad. Não houve novas aparições.
Existe no Paquistão uma certeza de que o arsenal nuclear do país é alvo de planos americanos para tomá-lo de assalto em caso de instabilidade política extrema -em outras palavras, se algum regime francamente antiamericano for instalado.
Os americanos naturalmente negam tal plano, mas o assunto está na agenda militar e política do país.
Outro tema sensível na desgastada relação entre Washington e Islamabad também foi tema da discussão de ontem: o noticiário de que o Paquistão deixou a China examinar os restos do superhelicóptero usado na operação que matou Osama bin Laden em maio.
A operação ocorreu na cidade paquistanesa de Abbottabad. Um aparelho foi destruído em solo, e era uma versão modificada do Black Hawk, com tecnologia furtiva ao radar. O Paquistão negou ter fornecido dados aos chineses.
SEQUESTRO
Outro ponto potencial de atrito EUA-Paquistão é o sequestro de um americano que mora em Lahore no fim de semana.
Warren Weinstein trabalha com programas de desenvolvimento e, até agora, nenhum grupo pediu resgate. O FBI [polícia federal americana] participa das buscas.

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