terça-feira, 2 de abril de 2024

Nota à Imprensa – 01/04/24 - Empresa australiana DefendTex avança em negociações para adquirir a Avibras Indústria Aeroespacial




A Avibras Indústria Aeroespacial e a DefendTex comunicam que vêm mantendo tratativas avançadas para viabilizar um potencial investimento que visa a recuperação econômico-financeira da Avibras, de forma a manter suas unidades fabris no Brasil, retomar as operações o mais breve possível e manter o fornecimento previsto nos contratos com o governo brasileiro e demais clientes.

Ambas as companhias estão empenhadas e trabalhando diligentemente para finalizar os termos e condições específicas do investimento e manterão o mercado informado.

 

Sobre a Avibras

A Avibras é uma empresa brasileira de tecnologia e inovação com capacidade industrial única e reconhecida mundialmente pela excelência e qualidade de seus produtos, sistemas e soluções de engenharia nas áreas de Aeronáutica, Espaço, Eletrônica, Veículos e Defesa. Com mais de 60 anos de atuação, a Avibras consolidou sua posição como uma das empresas líderes mundiais no segmento de Defesa e Aeroespacial.

Sobre a DefendTex

A DefendTex é uma empresa internacional de defesa com sede na Austrália e líder estabelecida em soluções de guerra assimétrica de múltiplos domínios. Fornecendo tecnologias de defesa líderes no mundo, os recursos da DefendTex incluem armas guiadas de precisão, energia, fabricação de foguetes e loitering munitions. A DefendTex tem ampla experiência em pesquisa colaborativa, tendo comercializado tecnologias de defesa revolucionárias.

Assessoria de Imprensa

Nota.Avibras estaria pelo o que da para entender,apenas buscando uma parceria economica com a defendtex podendo ter outras empresa nacionas como pareceiras no seguimentos de fabricaçao de armas guiadas junto com a defendtx ponto final  


segunda-feira, 1 de abril de 2024

Avibras faz parceria com Excalibur International


A Avibras assinou este mês memorando de entendimento com a Excalibur International, da República Tcheca com foco em parcerias para o desenvolvimento e a fabricação de equipamentos de Defesa avançados, além de viabilizar a participação das empresas em projetos das Forças Armadas do Brasil como o VBCOAP 155mm SR do Exército Brasileiro (EB). Este projeto prevê a aquisição de viaturas blindadas de combate obuseiro autopropulsado 155mm sobre rodas dentro do Programa Estratégico do Exército Forças Blindadas (Prg EE F BId).

Para a Avibras, é muito importante consolidar parcerias com empresas estratégicas para impulsionar o conhecimento tecnológico de vanguarda tanto no Brasil quanto no exterior, agregando valor aos negócios da empresa.

domingo, 31 de março de 2024

O resgate da Avibras: Uma venda para australianos ou outra solução nacional.

 

Dependência de tecnologia estrangeira em drones traz riscos à soberania do Brasil, dizem analistas


O Brasil firmou contrato de R$ 86 milhões com uma empresa israelense para manutenção de dois drones usados em operações da Polícia Federal. Em entrevista à Sputnik Brasil, analistas apontam que a dependência estrangeira da tecnologia compromete a soberania do país, além de trazer um gasto desnecessário.
No início de março, a Força Aérea Brasileira (FAB) fechou um contrato de R$ 86 milhões para manutenção de duas aeronaves remotamente pilotadas, do modelo Heron-I, desenvolvido pela Israel Aerospace Industries, a serem usadas em operações da Polícia Federal (PF).
O contrato foi firmado sem licitação, e anunciado pelo Ministério da Defesa, em publicação no Diário Oficial da União.
Em entrevista à Sputnik Brasil, especialistas analisam por que o Brasil ainda precisa recorrer a empresas estrangeiras para a compra e manutenção de equipamentos usados em operações de segurança nacional e como isso afeta a soberania brasileira.

Por que o uso de drones ganhou espaço na defesa nacional?

Danilo Bragança, coordenador adjunto do Laboratório de Estudos sobre a Política Externa Brasileira (LEPEB), da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que o uso de drones em operações de defesa tem sido uma "tendência nos exércitos do planeta inteiro", e afirma que a tecnologia reduz os custos das operações e aumenta a eficiência do serviço prestado.
No caso do Brasil, ele diz que o uso de drones é importante por conta das características do território brasileiro.
"O Brasil tem características geográficas que favorecem o uso de drones, como é o caso, por exemplo, da floresta amazônica, dos nossos biomas, da proteção de fronteiras."
Ele acrescenta que o uso de drones representaria "uma mudança de perfil da Força Aérea Brasileira".

"É uma forma de modernização das nossas forças, uma forma de reduzir os custos, embora você tenha que continuar produzindo caças, tenha que continuar produzindo aviões Super Tucanos."

Navio-Patrulha Fluvial Raposo Tavares (P21) em operação em conjunto com a Lancha de Combate Aruanã - Sputnik Brasil, 1920, 06.03.2024
Notícias do Brasil
'Potência naval no Atlântico Sul': protagonismo da Marinha do Brasil pode crescer com apoio do BRICS
Vinicius Modolo Teixeira, professor de geopolítica da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e coordenador do Laboratório de Desenvolvimento Territorial e Geopolítica (DTG-LAB), destaca que as proporções continentais do Brasil tornam necessário o uso de drones e outros sistemas de vigilância compatíveis com o tamanho do país.
"Nós temos uma capacidade aumentada com a utilização de drones para vigiar espaços que antes poderiam ser utilizados ali por criminalidade. No entanto, nós temos poucos drones no momento ainda para fazer essa vigilância de uma maneira bastante efetiva."

Recorrer à tecnologia estrangeira afeta a soberania nacional?

Alcides Peron, especialista em relações internacionais e professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), sublinha que ao firmar qualquer tipo de parceria ligada ao setor militar, principalmente para o suprimento de material militar, material bélico, o Brasil "está constituindo parcerias que estão no limite também político".
"Porque você vai construir uma dependência econômica, você vai construir uma dependência tecnológica por manutenção, por infraestrutura, por aprimoramento desse objeto tecnológico que você está adquirindo e, portanto, de certa maneira, há uma perda, sim, de soberania, posto que é possível fazer uma compra nacional e ter maior autonomia para atendimento da demanda interna."
A opinião é compartilhada por Teixeira, que afirma que depender de equipamentos de defesa provenientes de outros países compromete a soberania porque pode trazer perda da capacidade operativa desses sistemas em caso de atrito diplomático.
"Recentemente o Brasil criou um atrito com Israel por conta dos entendimentos sobre a guerra que acontece agora em Gaza, e isso acaba levando, sim, ao comprometimento, possivelmente, de uma manutenção ou fornecimento de peças sobressalentes", explica.
Fuzileiro naval da Marinha do Brasil em 28 de junho de 2006 - Sputnik Brasil, 1920, 12.12.2023
Notícias do Brasil
O Brasil está preparado para um confronto na Amazônia?
Ele lembra que, recentemente, a Alemanha impediu que o Brasil fornecesse blindados para as Filipinas, que eram fabricados no Brasil, mas dotados de equipamentos alemães, por conta das visões diferentes que os governos brasileiro e alemão têm em relação ao conflito ucraniano.
"Quando nós compramos equipamentos de fora, nós estamos sujeitos também a essas relações diplomáticas. Então temos que ter em mente que sempre que compramos equipamentos de uma empresa estrangeira, o Brasil deve manter um comprometimento com a sua diplomacia ativa, sempre em contato com esse país. Em caso de rompimento dessas relações, nós sofremos, certamente, embargos e diminuição da oferta das peças da manutenção, então é sempre um risco realmente comprar de empresas de fora", adverte Teixeira.
Bragança, por sua vez, destaca que o Brasil tem capacidade de desenvolver uma Base Industrial de Defesa (BID) "que possa contemplar não só o Brasil, mas também as forças armadas dos nossos países vizinhos".
"Entendendo aqui que o Brasil é líder de um complexo de segurança específico daqui da região, por ser o país mais populoso, mais rico, mais poderoso, então isso poderia favorecer toda uma indústria de defesa que também aqui na região poderia ser utilizada como mercado para isso. Fortaleceríamos nós com os nossos parceiros bilaterais, fortaleceríamos nós com esse complexo de segurança mais unificado em torno de si, e a gente conseguiria vender esse tipo de tecnologia. Seria importante para um país como o Brasil ter ativos tecnológicos, ter técnicos, engenheiros, gente gabaritada para produzir drone", diz Bragança.
Porém, ele destaca que quando o Brasil recorre a um país, "isolado cada vez mais no sistema internacional, que é Israel, coloca algumas coisas em xeque que não precisavam ser colocadas, inclusive a nível político".
"Uma dessas coisas é, por exemplo, o fato de que a gente está comprando de uma área em desenvolvimento que a gente também poderia desenvolver, que já poderia estar sendo desenvolvida e que, na verdade, já tem alguns polos no país inteiro que já possuem algum tipo de tecnologia que precisa, basicamente, só de maior incentivo e maior estrutura", afirma o especialista.

Empresas brasileiras poderiam suprir a demanda?

Questionado se empresas brasileiras que produzem drones teriam capacidade de suprir a demanda da Força Aérea Brasileira, Bragança explica que isso ajudaria a reduzir os gastos com contratos firmados com outros países, mas ressalta que atualmente elas têm dificuldade para suprir essa demanda.
"Primeiro porque os contratos não são firmados com elas, ou seja, a gente acaba repassando contratos com bastante dinheiro para outros grupos, grupos, por exemplo, como esses de Israel, mas não somente. Então, o desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil poderia amenizar ou poderia mitigar uma parte desses problemas, que é gastar dinheiro com contratos externos", diz o especialista.

"Nessa condição atual, a gente não tem possibilidade de suprir toda essa demanda, embora num espaço de cinco anos a gente tenha evoluído muito, por exemplo, no que se refere à tecnologia de placas solares, placas fotovoltaicas. A gente investiu nessa indústria, a indústria prosperou e agora a gente consegue fazer isso inclusive de maneira democratizada", complementa.

Fragata Independência durante retorno à Base Naval do Rio de Janeiro após concluir missão de paz no Líbano. Brasil, 26 de dezembro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 11.12.2023
Notícias do Brasil
Diplomacia de defesa: Brasil fortalece Forças Armadas como instrumento de política externa
Peron afirma que é evidentemente importante que empresas nacionais sejam colocadas como protagonistas desse tipo de tecnologia, sobretudo "porque a produção tecnológica, essas inovações, têm grande possibilidade de produzir transbordamentos em diversos outros setores da economia".

"Principalmente no que diz respeito a fornecedores, porque você capacita fornecedores para fornecer certas tecnologias e equipamentos e você consegue, de uma certa maneira, dinamizar econômica e tecnologicamente um país. Portanto, seria fundamental manter empresas nacionais tocando esse tipo de demanda nacional", explica.

Teixeira concorda que o Brasil teria condições de fabricar seus próprios drones. Mas, segundo ele, o grande gap que impede isso "não está na fabricação da aeronave em si, mas na operacionalização".
"A fabricação de uma aeronave remotamente tripulada ou não tripulada, como a gente pode chamar, uma aeronave autônoma, ela não tem grandes segredos para sua operação. O Brasil, sendo um país que tem uma tradição aeronáutica bastante grande, com uma história na fabricação de aeronaves, certamente, nós conseguiríamos fabricar a aeronave em si. O grande gap que o Brasil tem, na verdade, seria nos sistemas que a aeronave dotaria. Então, sistemas de vigilância, dotados de radar, por exemplo, abertura sintética, radares mais modernos e também outros aparelhos de vigilância como câmeras infravermelho, câmeras de alta resolução, esse tipo de equipamento que é estabilizado, coisas que são mais finas ali na maquinaria, isso o Brasil teria dificuldade", afirma o especialista.
Porém, ele ressalta que, com investimento, o Brasil conseguiria fabricar seus próprios modelos, o que representaria "um grande fator de salto de desenvolvimento do país". E destaca ainda que já houve iniciativas nesse sentido, lideradas por empresas brasileiras.

"Nós tivemos iniciativas tempos atrás das empresas da Avibras, a própria Embraer tentou [produzir modelos de drones], alguns institutos de pesquisa do Exército e da Aeronáutica fabricaram modelos experimentais. Então, a gente teria condição, sim, de fabricar e operacionalizar. Falta realmente um aparato do governo, um aporte para poder fazer de maneira decisiva o desenvolvimento desses sistemas", conclui.

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Avibras uma empresa super secreta vendida para um grupo de empresa nacional e estrageira


Avibras esta sendo vendita para um grupo de empresa brasileira e internacional de forma que posiveel seja a empresa idiana fabricante do misssil de defesa antiaeria Akach empresa indiana BEL, o sistema Akash formada pela Akaer embraer e mac je e SIAATT POSSIVEL COMPRADORES DO MISSIL DE CRUZEIRO DA AVIBRAS SERIA DEFESA DE COSTA DA ALTRALIA Compradora do missil de cruzeiro matador para defesa de costa versao anti navio com Alcance de 3000 km 



sábado, 30 de março de 2024

Míssil MBDA Enforcer proposto para financiamento europeu

O aumento da produção de mísseis Enforcer – Campanha de Aumento de Produção Enforcer (EPIC) – foi proposto para financiamento no âmbito do programa ASAP da Comissão Europeia.

O projeto EPIC visa aumentar significativamente a produção do Enforcer e, assim, contribuir para a ampliação da produção em série de mísseis Enforcer na MBDA em Schrobenhausen/Alemanha e em empresas parceiras da MBDA na Europa.

Eric Béranger, CEO da MBDA, declarou:

“O projeto ASAP EPIC é uma grande oportunidade para aumentar a produção de mísseis Enforcer, ao mesmo tempo que o torna mais resiliente e rápido. A produção em série do Enforcer já está bem encaminhada e as primeiras entregas às Forças Armadas Alemãs ocorrerão este ano. Também foi celebrado um contrato de exportação. Estamos aumentando a produção de mísseis Enforcer para atender à demanda dos clientes nos próximos anos.”

A MBDA, como líder do mercado europeu de sistemas de mísseis, está a investir fortemente nas suas capacidades de produção em toda a Europa.

A ASAP  EPIC dá aqui um contributo decisivo e contribui significativamente para a resiliência europeia e para a soberania dos nossos clientes, das suas forças armadas e dos seus aliados.

De acordo com MBDA:

“O Enforcer portátil, lançado no ombro, leve e de alta precisão é um sistema de mísseis do tipo "dispare e esqueça" com alcance operacional de até 2.000 m. Devido ao seu baixo peso, operação passiva diurna e noturna e capacidade de disparo em espaços fechados, o Enforcer oferece um aprimoramento significativo de capacidade em operações terrestres móveis. Com seus recursos exclusivos, o Enforcer fornece recursos de efeitos de precisão contra ameaças de alvos estáticos e móveis com blindagem leve, alvos protegidos e contra alvos de longo alcance também em ambientes urbanos. O design modular do sistema Enforcer permite uma gama de opções de desenvolvimento futuro, incluindo uma ‘família’ de munições Enforcer para aplicações terrestres, aéreas e marítimas.”

quinta-feira, 28 de março de 2024

Como a Rússia construiu um jato furtivo para vencer o Ocidente - Su-57

 

Submarino Tonelero S42 lançado ao mar! O terceiro da Classe Riachuelo.

 

S 42 TONELERO - CERIMÔNIA DE BATISMO E LANÇAMENTO AO MAR DO 3º SUBMARINO CONVENCIONAL DO PROSUB!

 

Lula: 'País do tamanho do Brasil precisa de Forças Armadas altamente qualificadas' (VÍDEOS


Em evento com o homólogo francês, Emmanuel Macron, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou nesta quarta-feira (27) o lançamento ao mar do submarino Tonelero, o terceiro construído através da parceria com a França. Na cerimônia, o submarino foi batizado pela primeira-dama, Janja da Silva, seguindo uma tradição da Marinha.
Com a expectativa de investimentos de mais de R$ 40 bilhões, em 2008, ao fim do segundo mandato do presidente Lula, o Brasil assinou um acordo histórico com a França para a transferência de tecnologia e parceria militar no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha do Brasil.
Além de quatro submarinos convencionais com propulsão diesel-elétrica, o projeto prevê o desenvolvimento do tão almejado submarino nuclear.
Até o momento, já foram viabilizados três submarinos, entre eles dois construídos integralmente no Brasil. O último foi lançado ao mar nesta quarta, no Complexo Naval de Itaguaí, no litoral sul do Rio de Janeiro, em evento que contou com a presença de autoridades brasileiras e francesas, além dos presidentes Lula e Macron. O submarino Tonelero (S42) deve ser entregue à força para proteção do extenso litoral brasileiro no próximo ano.
Com 71,6 metros de comprimento e 6,2 metros de diâmetro, o equipamento militar tem capacidade para uma tripulação de 35 pessoas. Além disso, atinge profundidade de 250 metros e pode alcançar até 70 dias de operação. O programa da Marinha ainda coloca o Brasil como único país da América do Sul capaz de produzir um submarino em território nacional.
Na cerimônia, o presidente Lula ressaltou a importância dos investimentos na defesa nacional. "Um país do tamanho do Brasil precisa ter Forças Armadas altamente qualificadas e altamente preparadas, a ponto de dar resposta e de garantir a paz quando o nosso país precisar", disse.
Além disso, Lula enfatizou que a parceria com a França reforça a determinação brasileira em "conquistar maior autonomia estratégica, essencial diante das múltiplas crises e desafios com os quais a humanidade se depara neste século".
Diferentemente de outras situações, em que citou a guerra contra os palestinos na Faixa de Gaza e inclusive acusou Israel de genocídio, junto a Macron o presidente brasileiro não fez menção a nenhum conflito.
O petista ainda lembrou das dimensões continentais do país, com mais de 16 mil quilômetros de fronteiras terrestres e uma costa litorânea de 8,5 mil quilômetros.

"Somos um Brasil que faz fronteira com todo o continente africano, porque aqui nós tratamos o oceano Atlântico como se fosse um rio Atlântico, porque nós fazemos fronteira com todo o continente africano. E nós temos que nos preocupar com a nossa defesa, não porque nós queremos guerra — a defesa para quem quer paz, a defesa para quem mora em um continente que já definiu, em todas as reuniões da CELAC [Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos], que nós vamos continuar na América Latina e na América do Sul sendo uma zona de paz", afirmou.

Lula a Macron: 'Temos que aproveitar essa amizade'

Diante das relações diplomáticas históricas com a França, o presidente Lula defendeu o fortalecimento das parcerias entre os dois países nas mais diversas áreas. "Eu quero, presidente Macron, dizer para você que saia do Brasil sabendo que o povo brasileiro gosta do povo francês. E eu tenho certeza que o povo francês gosta do povo brasileiro. Nós temos que aproveitar essa amizade, esse entendimento, para que a gente possa fortalecer os dois países, para que a gente possa trocar os nossos conhecimentos científicos e tecnológicos, para que a gente possa produzir uma inteligência artificial do bem e não uma inteligência artificial do mal", alegou.
A agenda do presidente francês no Brasil segue até amanhã (28), quando há a expectativa da assinatura de um número histórico de acordos de cooperação entre as duas nações. Nesta tarde, Lula e Macron ainda participam de evento empresarial em São Paulo.

Submarino nuclear brasileiro, ambição que surgiu em 2008

Já o presidente Emmanuel Macron, durante discurso de quase dez minutos, comentou a parceria estratégica com a França viabilizada há 16 anos.
Ele se referiu ao projeto do submarino nuclear brasileiro, que está previsto no Prosub. Este, por sua vez, já entregou dois dos quatro modelos de propulsão convencional baseados no modelo francês Scorpène. Outra embarcação mais recente, o Humaitá, entrou em operação em janeiro.

"A determinação de um homem que soube marcar o rumo de uma ambição que em 2008 podia parecer desmedida, mas a França acreditou, a França aderiu e a França entrou nessa aventura ao lado de vocês [Brasil] com todas as suas competências, a capacidade de sua indústria, de seus industriais, de sua marinha, e junto com a Marinha brasileira, com a indústria brasileira, nós conseguimos construir. Hoje posso dizer que vocês tinham razão de acreditar e nós tivemos razão de apoiar vocês."

Macron ainda classificou como "titanesca" todas as obras e intervenções realizadas pelo Brasil para viabilizar o desenvolvimento dos submarinos, como o complexo em Itaguaí, o mais moderno do país.
"Esta obra titanesca mobilizou todas as forças vivas. Engenheiros e operários trabalharam para chegar a este êxito, e essa parceria representa para a França uma transferência inigualada de tecnologias. Jamais compartilhamos tanto o nosso know-how com o Brasil e temos orgulho de tê-lo feito", disse.
Os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e francês, Emmanuel Macron, na cerimônia de inauguração do submarino S42 (Tonelero) - Sputnik Brasil, 1920, 27.03.2024
Lula e Macron na cerimônia de inauguração do submarino S42 (Tonelero)

Macron diz que França é 'potência amazônica'

Por conta da Guiana Francesa, região ultramarina da França em plena América do Sul, o presidente Emmanuel Macron disse que o destino das duas nações também é unido pela geografia. "A França é o único país europeu a ser também uma potência amazônica, temos 730 quilômetros comuns, são aéreas vizinhas e somos obrigados a compartilhar esses desafios."
"Nós vamos lutar contra os tráficos ilegais na terra, no mar, porque são um desafio para a natureza; os nossos valores, o nosso futuro, a Amazônia, onde estávamos ontem, as nossas zonas econômicas exclusivas, onde nós deveríamos proteger os nossos pescadores, vocês devem proteger as suas extrações de petróleo e de gás", argumentou.
Por fim, o presidente francês declarou que entre "os grandes teatros de conflito deste novo século", o mar certamente será palco de muitos deles. "Nós rejeitamos o mundo que seja prisioneiro da conflitualidade entre duas grandes potências. Nós temos a independência das grandes diplomacias, das grandes forças armadas. Nós queremos defender nossa independência e nossa soberania e, junto com isso, defendemos o respeito pelo direito internacional em todo o mundo. Nós acreditamos na dignidade humana porque ela é constitutiva das nossas ordens políticas e constitucionais”, garantiu durante seu discurso.
Submarino Riachuelo, o primeiro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que prevê a produção de cinco navios do tipo, entre eles, o primeiro submarino brasileiro convencionalmente armado com propulsão nuclear - Sputnik Brasil, 1920, 18.01.2024
Notícias do Brasil
Submarino nuclear do Brasil incomoda potências que temem avanço tecnológico do país, dizem analistas

Submarino nuclear brasileiro

Submarino essencial para colocar a Marinha brasileira entre um seleto grupo, o equipamento de propulsão nuclear é alvo de pesquisas no Brasil desde o fim da década de 1970. Por conta da possibilidade de ficar submerso por meses no oceano e também proporcionar velocidades maiores, é considerado ideal para a defesa do extenso território marítimo do Brasil. A expectativa é que o primeiro modelo, também desenvolvido em parceria com a França, esteja em funcionamento em 2033.
O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, ressaltou a importância do acordo para finalmente viabilizar o projeto, que já enfrentou diversas resistências externas.

"Em constante evolução, o pilar fundamental foi concebido com uma robusta estrutura industrial composta por equipamentos e mão de obra altamente especializada, imprescindível para auferir a integração e manutenção de diversificados meios navais, bem como atender o rigoroso processo de licenciamento que garante a segurança e o prosseguimento do programa nuclear da Marinha."

"Iniciado em 1979, […] foi desenvolvido em virtude da premente necessidade estratégica de dotar submarinos com propulsão nuclear. Delimitados os objetivos, o projeto desdobrou-se em duas vertentes fundamentais, o consagrado domínio do ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento autóctone de uma planta nuclear de produção naval", finalizou.