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terça-feira, 14 de julho de 2015

Itália pode se tornar cliente do maior avião do Brasil

A presidente Dilma Roussef e sua equipe podem ter conseguido mais um do cliente para o Embraer KC-390, o maior avião desenvolvido no Brasil. Em entrevista coletiva após visita ao Pavilhão Brasil, na Expo Milão 2015, a parlamentar revelou que a Itália demonstrou interesse em comprar o novo jato brasileiro, que está na fase final do projeto.
“É um grande avião de carga que vai substituir os Hércules, fabricados pelos Estados Unidos. Além de ser um avião de transporte de carga pesada, é um jato, o que modifica as oportunidades de transporte que ele tem”, afirmou a presidente, segundo o Blog do Planalto.
Detalhes sobre a negociação, assim como informações sobre o pedido italiano pelas aeronaves, ainda não foram divulgados.
O KC-390 realizou o primeiro voo experimental em fevereiro deste ano e a entrega da primeira unidade a Força Aérea Brasileira (FAB) está prevista para o segundo semestre de 2016. Além da FAB, a aeronave também será empregada pelas forças armadas da Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca.
Brasil e Itália, voando juntos
Não fosse pelo apoio da Itália, talvez a Embraer não teria a proporção e prestígio que tem atualmente. Na década de 1970, a fabricante brasileira produziu sob licença o jato de treinamento EMB-326, o Xavante, que era um projeto original da Aermacchi. Esse modelo foi a primeira aeronave com motor a jato produzido no Brasil e serviu de aprendizado para o desenvolvimento de outros projetos.
A parceria entre os dois países voltaria a se repetir nos anos 1980, quando foi iniciado o desenvolvimento conjunto do avião de ataque AMX, desta com a Aeritalia.
O Xavante está praticamente aposentado, servindo apenas em esporádicas missões de testes e avaliação de equipamentos. Já o AMX segue na linha frente e recentemente passou por um programa de modernização, recebendo sistemas atualizadas e novas opções de armamentos.
FONTE: UOL
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O satélite nacional O Star One C4 grupo Embratel

Está previsto para amanhã (15), o lançamento do Star One C4, satélite de comunicações da Star One, empresa do grupo Embratel. O satélite nacional, construído pela Space Systems/Loral (SSL), dos Estados Unidos, tem como “companheiro” de missão o europeu MSG-4, de meteorologia.
A colocação em órbita está a cargo da Arianespace, que utilizará seu lançador Ariane 5, voando a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa. Esta missão tem alguns significados importantes, pois é o décimo satélite da operadora brasileira lançado pela Arianespace, e o 50º satélite construído pela SSL lançado pela companhia europeia.
O Star One C4 é equipado com 48 transpônderes em Banda Ku, garantindo a oferta de serviços como transmissão de vídeo e Internet diretamente aos usuários, além de telefonia em localidades remotas. Com massa total de 5.635 kg, tem vida útil estimada em 15 anos.
Fonte ,,Arianespece
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NANOSSATÉLITE SERPENS ESTÁ NO JAPÃO PARA SER INTEGRADO A LANÇADOR

O satélite de pequeno porte Serpens, desenvolvido por estudantes da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com alunos de outras instituições de nível superior nacionais e internacionais já está em Tsukuba, no Japão.
A previsão é de que hoje (14) ele seja integrado ao veículo lançador japonês que, em 16 de agosto, o levará até Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) de onde será colocado em órbita em outubro.
Criado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o projeto Serpens – Sistema Espacial para a Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites – buscará coletar, armazenar e retransmitir dados ambientais, usando bandas de frequência de rádio. Sua missão é inspirada no Sistema Brasileiro de Coleta de Dados, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável por colher informações ambientais do país.
Em órbita ele pode captar qualquer tipo de informação, porém, neste início, enviará dados relacionados às condições do clima perto das universidades que integram o consórcio acadêmico. Da Terra, o pessoal envolvido no projeto poderá fazer o download desses dados.
Aluno do sétimo semestre de Engenharia Aeroespacial da UnB, Igor Kinoshita foi um dos responsáveis por levar o nanossatélite Serpens até Tsukuba, e acompanha a etapa de sua integração ao veículo lançador. “A experiência de construção do Serpens foi única, pois tivemos a oportunidade de ter contato com diversos profissionais da área de sistemas espaciais, o que possibilitou a absorção de um conhecimento de extrema complexidade e que o Brasil carece”, avalia.
Os estudantes dos cursos de Engenharia Aeroespacial e de Engenharia Elétrica dividiram tarefas com alunos das universidades federais de Santa Catarina (UFSC), do ABC (Ufabc), de Minas Gerais (UFMG), do Instituto Federal Fluminense (IFF), além de universidades da Espanha (Universidade de Vigo), dos Estados Unidos (Morehead State University e California State Polytechnic) e da Itália (Sapienza Università di Roma).
“Há também o crescimento pessoal, de trabalho em equipe, já que, para tirar do papel um sistema tão complexo quanto um satélite, todos devem desempenhar sua atividade de forma eficaz”, ressalta Kinoshita.
Desafios - Ex-aluno de Engenharia Mecatrônica da UnB e hoje bolsista da AEB, Gabriel Figueiró participou da construção do Serpens e também está no Japão acompanhando o projeto pela Agência. “A experiência foi muito enriquecedora. Para tornar esse projeto possível, tivemos que lidar com desafios técnicos, dificuldades burocráticas, regulamentações nacionais e internacionais, entre outros. No papel de líder de investigação emprestei meus conhecimentos técnicos aos estudantes e mantive todas essas atividades em andamento, sempre envolvendo pelo menos um estudante em cada processo”, conta Figueiró, que foi aprovado no primeiro concurso realizado pela AEB e aguarda nomeação.
Segundo ele, uma das atividades mais importantes na AEB é o apoio ao desenvolvimento tecnológico junto às universidades. “Fui estudante em formação com apoio da AEB. Trabalhar na Agência é muito legal, principalmente pelo órgão estar em conjunto com as universidades e por estender oportunidades semelhantes às que tive para os atuais estudantes”, diz Figueiró.
Coordenadora do projeto na UnB, a professora Chantal Cappelletti, da Faculdade de Tecnologia, explica que a instituição assumiu a liderança do Serpens porque há diversos docentes com experiência na área de microssatélites – há pelo menos outros quatro colegas envolvidos.
Chantal, por exemplo, desenvolveu e lançou quatro satélites nos últimos quatro anos. “Depois de compartilhar conhecimento com as outras universidades, a liderança passa para uma delas. O Serpens 2 (que dará sequência ao projeto atual) será liderado pela Federal de Santa Catarina”, afirma.
A professora ressalta que um dos usos mais relevantes dos nanossatélites é justamente em projetos educacionais. “Como envolvem menos recursos e podem assumir mais riscos, atividades espaciais, que eram muito exclusivas, passam a ser mais acessíveis a diferentes grupos. Missões de baixo custo com nanossatélites podem ser conduzidas com o envolvimento direto de jovens engenheiros, cientistas ou mesmo estudantes sem muita experiência”, detalha.
“O efeito esperado é que eles aprendam na prática sobre tecnologia espacial e, no futuro, possam contribuir com diferentes atividades-chave para o avanço da área no Brasil”, conclui.
Fonte: UnB
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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Rússia baseará seus submarinos mais avançados perto do Alasca

Perto de Petropavlovsk-Kamchatsky, cidade capital da região russa de Kamchatka, a nova base de submarinos Rybachiy abrigará os submarinos russos de quarta geração da classe Borei (também conhecida como classe Dolgorukiy), do Projeto 955.

O sistema para basear os submarinos estratégicos da classe Borei em Kamchatka está se desenvolvendo de acordo com a agenda e o trabalho será concluído até 1º de outubro deste ano", disse o almirante Viktor Chirkov, comandante-em-chefe da Marinha russa, citado pela publicação.

O oficial também acrescentou que a nova base terá armazéns e um novo guindaste para instalar mísseis nos submarinos.

A Frota do Pacífico da Rússia recebeu novos navios nos últimos anos. Atualmente, a força submarina do Extremo Oriente russo dispõe de cinco submarinos de propulsão nuclear com mísseis balísticos, cinco submarinos nucleares com mísseis guiados, cinco submarinos nucleares de ataque e oito submarinos convencionais, de acordo com a revista.
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terça-feira, 7 de julho de 2015

Nova Estratégia Nacional de Segurança Cibernética

Rodrigo Fragola
Diretor Adjunto de Defesa da Assespro-DF
e Presidente da AKER

Se é verdade que o Brasil ainda está atrasado em termos de políticas integradas de segurança da informação e segurança cibernética, hoje podemos constatar que a sociedade já se deu conta desse fato e de sua extrema gravidade.

E por mais elementar que isto possa parecer, tal reconhecimento – claro, desde que devidamente secundado pela ação – já nos coloca em situação de superioridade frente a inúmeros outros países que ainda não dão a devida importância ao tema.

Ações concretas, aliás, já vinham sendo tomadas pelos nossos órgãos de Estado pelo menos desde 2000, quando se instituía o primeiro embrião do CGSI - Comitê Gestor de Segurança da Informação – órgão que veio sendo lentamente aperfeiçoado até os dias de hoje, e que ganhou feições muito mais bem definidas, além de maior proatividade, após os recentes casos internacionais de espionagem que são do conhecimento de todos.

Importante verificar que, desde a origem, o CGSI surgia atrelado ao Conselho de Defesa Nacional, percebendo-se daí a clara preocupação – já naquele momento – com a criação de uma doutrina militar brasileira para a questão da segurança cibernética.  Uma discussão, por sinal, que hoje está na ordem do dia e que é, sem dúvida, um dos elementos norteadores do novo “Mapa Estratégico da Segurança da Informação e da Segurança Cibernética 2015-2018”, lançado ao final de maio último pelo Gabinete de Segurança da Presidência da República, e cuja grande virtude é exatamente a de refletir o estado máximo da massa crítica do país nesta seara.
O documento é especialmente minucioso ao detalhar as atribuições específicas dos vários órgãos de Estado envolvidos na questão de segurança digital e ao descrever os mecanismos disponíveis para a participação da sociedade – empresas, universidades, cidadão e órgãos da comunidade - na elaboração dessas políticas.

Afora isto, merece destaque a sua afirmação da importância de se fortalecer no país o conhecimento acadêmico e o know-how industrial, inclusive referendando algumas políticas já em curso, como a de adoção pelo Estado de suas redes privativas de comunicação digital (como a do SERPRO) para as comunicações mais sensíveis, bem como no referendo ao fomento fiscal e aplicação do poder de compra do Governo em favor da pesquisa e desenvolvimento locais.

Portanto, o Mapa Estratégico é essencial para que lideranças da indústria nacional de segurança possam se localizar diante da complexidade da máquina de segurança e defesa que envolve os três poderes.

O Mapa Estratégico 2015 – 2018 deve ser comemorado também por refletir um avanço da nossa visão de gestão para o setor da segurança & defesa, mostrando que o Comitê Gestor está, de fato, abraçando com força a sua ideia fundadora.
 
Numa questão altamente complexa e abrangente como é a segurança cibernética e das informações de um modo geral, a gestão é talvez o primeiro nó a ser desatado para que as políticas corretas e integradas possam ser arquitetadas, de modo a efetivamente gerar um arcabouço de boas práticas que sejam disseminadas e assimiladas com objetividade ao longo de todos os níveis de organização da sociedade.

O poder público brasileiro demonstra, na publicação do Mapa Estratégico, a sua inserção rigorosa como força de liderança no desenvolvimento da questão o que, para nós cidadãos, deve servir como alento, já que somos nós os liderados.

Mas como o próprio documento nos mostra, o Brasil precisa correr e agilizar urgentemente seus esforços, para não ficar só na intenção e para realmente usar esta visão estruturante como um guia concreto para a ação.

Entre os indicadores empregados para a elaboração do Mapa, o CGSI utiliza dados preocupantes, coletados pelo TCU, segundo os quais nos órgãos da ADM pública e as empresas estatais, 80% das redes apresentam falhas em mecanismos de continuidade dos negócios. Nada menos que 70% têm falhas no controle de acesso e 75% têm falhas na gestão de incidentes, enquanto 85% têm falhas na gestão de riscos.

Das empresas e órgãos analisados – todos eles formando um núcleo institucional altamente estratégico – apenas 50% têm designado um responsável gestor pela segurança da informação e só 54% declararam dispor de normas internas para backup de dados.

Dessa forma, tão importante como termos iniciativas práticas do maior valor técnico-estratégico, como os incentivos ao desenvolvimento do algoritmo criptográfico proprietário, ou a identificação e certificação de uma população de Empresas Estratégicas de Defesa, cabe ao Estado brasileiro perseguir a criação e consolidação de uma agenda tática e de longo prazo para a questão da governança.

Um bom começo, para tanto, é reverter no prazo mais curto possível, os pontos de vulnerabilidade e frouxidão de gestão das empresas e órgãos públicos retratadas no Mapa Estratégico 2015-2018. Nossa proposta é que, nesse sentido, a indústria local de TI e as universidades sejam imediatamente convocadas a apresentar suas propostas junto ao governo, as forças armadas e todo o conjunto de organismos de segurança, defesa e inteligência.
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segunda-feira, 6 de julho de 2015

REVELAÇÕES WIKILEAKS: porque nos calamos sobre a ciberespionagem


André Luís Woloszyn
Analista de assuntos estratégicos,
especialista em conflitos de média e baixa intensidade

As autoridades brasileiras agiram acertadamente quando consideraram o episódio da ciberespionagem patrocinada pela National Security Agency  (NSA) dos EUA como um fato superado. E assim foi por duas importantes razões. Em primeiro lugar, a dependência do Brasil em relação aos EUA em matéria de tecnologias digitais é completa, assim como todos os demais países latino-americanos.

Todo o fluxo de comunicações online e o armazenamento dos metadados passam por território estadunidense e lá são inseridos em bancos de dados e armazenados. Insistir com retaliações ou acreditar que fatos desta natureza não mais acontecerão é uma percepção um tanto inocente quando interesses estratégicos estão em jogo. Pouco há a fazer nestas circunstâncias além de investimentos em pesquisa e tecnologia, o que tradicionalmente para o Brasil, nunca foi uma prioridade.

A segunda razão, provavelmente a mais relevante, é motivada pela dúvida sobre qual a extensão dos resultados obtidos pela ciberespionagem norte-americana e seus impactos para o governo brasileiro.

O que as agências de inteligência dos EUA realmente sabem da política externa, da economia e negócios e, em especial, dos escândalos de corrupção que estão sendo investigados, considerando que as atividades de monitoramento foram  realizadas entre 2011 e 2013, quando das revelações do ex-técnico da NSA, Edward Snodew sobre a existência de uma rede global de espionagem.   

As dúvidas e por que não dizer certa intimidação se intensifica quando sabe-se, a priori, que a Operação Lava-a-Jato teve colaboração inicial de informações colhidas por estas agências em relação aos desvios e negócios suspeitos na Petrobrás, desde a época da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) em 2006, por conta dos depósitos bancários em contas no exterior.

Obviamente esta última transação não despertou interesse pois tratava-se de um grande negócio. Contudo, a medida que investidores internacionais passaram a perder pesados capitais com os desvios na petrolífera brasileira, o jogo virou. Poderíamos citar ainda, o caso de corrupção na FIFA, descoberto em razão da ciberespionagem e diante do que foi até o momento divulgado, pode-se vislumbrar em parte a extensão de suas consequências.  

Por outro lado, a luz do direito internacional, tais episódios são considerados invasão da soberania, segundo o princípio da não-intervenção, disposto no artigo 19 da Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA). Este, explicita que “Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos internos ou externos de qualquer outro.

Este princípio exclui não somente a força armada, mas também qualquer outra forma de interferência ou de tendência atentatória à personalidade do Estado e dos elementos políticos, econômicos e culturais que o constituem”.

Diante desta conjuntura, a estratégia mais prudente é a de calar-se para evitar que um mal maior se instale no já tão conturbado ambiente político nacional. Este princípio, parece ter sido sabiamente escolhido pelas autoridades brasileiras, a contra mão das manifestações da França e Alemanha.

E, mesmo com atitude diferente, não há a quem recorrer uma vez que não existe legislação internacional que regulamente tais atividades somadas ao fato de serem consideradas “razão de estado” e, portanto, protegidas por grau de confidencialidade.

Seguindo este raciocínio, qualquer das revelações futuras do site Wikileaks sobre episódios de espionagem ocorridos durante este período serão consideradas irrelevantes e mais uma manobra para tentar criar tensão entre as relações bilaterais de Brasil e EUA.

Este panorama faz lembrar uma prospectiva realizada pela Central Intelligence Agency(CIA) em 2006, a qual sugere que os grandes benefícios da globalização recairão sobre países e grupos que tem acesso a novas tecnologias e a forma como serão aplicadas em  âmbito global. Faz sentido.
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