SEGURANÇA NACIONAL SNB BRASIL

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Astronautas da Endeavour realizam a 4ª e última caminhada espacial da missão


MOSCOU - Os tripulantes da Endeavour realizaram nesta sexta-feira sua quarta caminhada espacial, a última da missão do ônibus espacial antes da aposentadoria. Esta também foi a última caminhada espacial conduzida por tripulantes de um ônibus espacial da Nasa (a caminhada espacial que será realizada durante a missão do Atlantis em julho será conduzida por residentes da Estação Espacial Internacional, ISS).





Os americanos Michael Fincke e Greg Chamitoff, os especialistas da missão, deixaram o laboratório orbital à 1h15 (horario de Brasília) e permaneceram no exterior durante 7h24. A caminhada estava prevista para durar 6h30, no entanto foi prolongada para que os trabalhos pudessem se concluídos. Durante essa caminhada os astronautas, às 6h02, atingiram um marco histórico de mil horas acumuladas em caminhadas espaciais realizadas por astronautas e cosmonautas para a construção e manutenção da ISS.



Durante a atividade extraveicular, os astronautas instalaram cabos para câmeras OBSS na seção S1 do bloco de baterias solares. Além disso, eles desinstalaram a unidade de captura do manipulador da seção P6 para montá-la na rede OBSS. Os astronautas também retiraram os suportes do braço mecânico do manipulador Dexter e instalarão revestimento térmico em um dos tanques de gás de alta pressão.



A missão. A Endeavour decolou na segunda-feira para um missão de 16 dias, a penúltima antes de a Nasa aposentar sua frota de três ônibus espaciais, e chegou à estação na quarta-feira. Dezesseis nações são parceiras no projeto da Estação Espacial de US$ 100 bilhões.



Inspeções durante o voo mostraram algum dano ao escudo anti-calor na parte inferior da Endeavour. "Há três áreas que preocupam um pouco. A equipe no solo decidirá nos próximos dias se temos que examinar isso melhor, mas vimos este tipo de coisa antes e não nos preocupa muito", disse Kelly nesta quinta-feira durante entrevista diretamente do espaço.



O plano da Nasa depois do fim do programa de ônibus espaciais é fazer com que os astronautas americanos sejam transportados até a Estação Espacial Internacional por meio da nave Soyuz, da Rússia, talvez até a metade da atual década (o serviço prestado pela Rússia custa US$ 51 milhões por astronauta para os Estados Unidos). Eventualmente eles pretendem contar com naves europeias e japonesas também. Depois, a Nasa deve começar a usar os serviços de companhias privadas nas suas viagens para o espaço. Atualmente as empresas particulares cobram US$ 63 milhões por passagens para 2014.



O ônibus também entrega uma plataforma carregada com grandes peças de reposição, na esperança de manter a estação em funcionamento por mais 10 anos. O carregamento inclui duas antenas de comunicações de banda-S, um tanque de gás de alta pressão, o sistema robótico canadense Dextre e escudos para proteger a ISS de micrometeoritos.



Além disso tudo, a Endeavour ainda leva para a ISS um aparelho de US$ 2 bilhões que os cientistas esperam que esclareça parte dos mistérios envolvidos na chamada matéria escura. O aparelho é chamado Espectrômetro Alfa Magnético (AMS) e deverá analisar raios cósmicos de alta energia, sendo o primeiro a olhar detalhadamente para esse tipo de matéria no espaço.



Após o retorno do Endeavour, as atenções da Nasa se voltarão para o lançamento do Atlantis, que está previsto para o dia 28 de junho. Esse será o 135º e último lançamento de ônibus espacial da agência espacial norte-americana.



Demanda da Copa do Mundo turbina aquisição de novos sistemas de defesa aérea do EB

Escrito por Felipe Salles


Qui, 26 de Maio de 2011 00:00

Inusitadamente caberá a dois eventos esportivos de abrangência global, verdadeiras celebrações da paz, o argumento final incontornável para que o Governo Federal brasileiro finalmente venha a adquirir sistemas de mísseis antiaéreos de maior alcance que os atuais MANPADS (missil portatil antiaereo) de orígem russa "Iglá" (palavra essa que, em russo, quer dizer "agulha" ) usados tanto pelo Exército Brasileiro quanto pela Força Aérea Brasileira.



ALIDE obteve, com exclusividade, uma apresentação técnica que foi realizada pelos vendedores russos ao Estado Maior do Exército Brasileiro no dia 18 de maio passado. Para atender aos requisitos de segurança do Comitê Olimpico Internacional e de algumas das confederações nacionais participantes dos jogos do Rio, o Governo disparou um programa emergencial de aquisição que precisa decidir o fornecedor e o próximo sistema de mísseis anti aéreos brasileiro até novembro deste ano. É importante salientar que o Tor M2, como todos seus rivais nesta concorrência, ainda se caracterizam por ser sistemas de relativo curto alcance, se comparados com outros produtos também disponíveis no mercado mundial.



O cronograma neste processo é muito acelerado. O primeiro documento deste programa foi liberado às empresas interessadas em 28 de janeiro, com a resposta aos questionamentos iniciais do EB devida já em 15 de março. No dia 31 de maio serão publicados pelo Exército os "RFP" e "RFQ" que são, respectivamente, as solicitações para as propostas técnicas e de preços. As respostas dos competidores deverão ser entregues em 29 de julho, com a análise das propostas se encerrando no dia 30 de agosto. Finalmente, o anúncio da decisão do Exército está previsto para ocorrer em 13 de setembro. Os passos seguintes são, então, a análise jurídica e a preparação dos contratos até 28 de outubro, com a assinatura final ocorrendo em 16 de novembro. Sem esta celeridade toda os sistemas antiaereos dificilmente estarão disponíveis, e operacionais, no Brasil no prazo exigido.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Instalação do Motor Scramjet no Túnel de Choque Hipersônico T3

No início de maio de 2011, um dos módulos do motor “scramjet” (primeiro a ser desenvolvido no Brasil, medindo cerca de 1,0 m de comprimento), Fig. 1, está em fase de instalação na seção de teste do Túnel de Choque Hipersônico T3, o qual possibilita simular as condições de pressão e temperatura, assim como, a velocidade correspondente ao vôo real do Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X.


Atualmente, estão sendo instalados a instrumentação e os equipamentos que irão compor o módulo do motor “scramjet” para ensaio em túnel de choque hipersônico, tais como: suporte de fixação, transdutores de pressão, janelas de visualização, tanque de combustível (gás hidrogênio), cabeamento e ignitor.




O ignitor (tocha de plasma em desenvolvimento pela empresa turbotronics) possibilitará a manutenção da combustão do combustível com o Oxigênio, no motor “scramjet”, seja nos ensaios como durante o vôo atmosférico.

A imagem abaixo, Fig. 2, mostra a injeção de gás (argônio) através da tubeira do ignitor, que está instalado dentro da seção de teste do Túnel de Choque Hipersônico T3, para ensaios preliminares.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Entrevista com o Sr Nogueira Cândido da Britanite sobre a bomba guiada SMKB

Pela segunda vez seguida na história da LAAD, um dos maiores destaques do show foi a “SMKB”. a surpreendente bomba com triplo sistema de guiagem da empresa curitibana Britanite - BSD (Britanite Sistemas de Defesa). Para decifrar os detalhes da origem e as características deste produto único do mundo, ALIDE entrevistou o Sr Nogueira Cândido, Gerente de Suporte Comercial da empresa.




ALIDE: Para começar, o que significa a sigla SMKB?


Nogueira Cândido: Ela quer dizer simplesmente “Smart MK Britanite” ou Bomba Inteligente Família MK-Britanite, em português.



ALIDE: Quando se iniciou verdadeiramente este programa SMKB?



NC: Este programa começou em novembro de 2009



ALIDE: Quem deu partida no programa SKMB, a FAB, a Organizações Odebrecht (Mectron) ou a Britanite?



NC: A Britanite é a proprietária do projeto, e as Organizações Odebrecht foram escolhidas para desenvolver o sistema de guiagem e a performance de vôo.



ALIDE: Que empresa será responsável pela comercialização interna e externa da SKMB?



NC: Esta será uma atividade exlusiva da Britanite Defence Systems.



ALIDE: Há anos a Britanite entrou na área de defesa ao receber do CTA o conjunto de especificações técnicas para a produção de bombas clones das bombas americanas da série Mk padrão (Mk81/82/83 e 84). Quanto tempo levou para que a empresa conseguisse colocá-las em produção seriada?



NC: Isso durou cerca de quatorze meses.




ALIDE: Não se aplica nenhuma questão de copyright sobre estes modelos básicos de bombas?





ALIDE: Quais foram os maiores obstáculos (tecnológicos e mercadológicos)



enfrentados pela empresa nesta fase?



NC: Certamente foram os ensaios em túnel de vento do DCTA/IAE e as análises matemáticas.



ALIDE: Existe algum plano para equipar a bomba SMKB com explosivos além do TNT como as de mistura combustível-ar?



NC: Não, hoje em dia utilizamos unicamente o chamado “Comp. B” [“Composition B” – uma mistura moldável dos explosivos RDX e TNT].





ALIDE: Na SMKB, qual a fatia respectiva do programa na mão da Britanite e na das Organizações Odebrecht?



NC: A Britanite produz as partes mecânicas, ativas, e realiza a comercialização. As Organizações Odebrecht são responsáveis pelo sistema de guiagem.




ALIDE: Quantas pessoas estão envolvidas neste programa e qual seu valor global nesta fase de desenvolvimento?



NC: Sobre isso, que posso dizer é que apenas duas empresas estão envolvidas, a Britanite proprietária da Bomba e as Organizações Odebrecht.



ALIDE: Todos os componentes novos que configuram os sistemas de guiagem e de asas da SMKB são usinados/fabricados internamente pelas Organizações Odebrecht e pela Britanite?



NC: Todos os componentes mecânicos são fabricados internamente pela Britanite, e os conjuntos e subconjuntos eletrônicos são fabricados internamente nas Organizações Odebrecht.




ALIDE: A idéia primária da Britanite para esta linha é a de vender apenas os kits de guiagem, ou, vender a nova bomba completa à FAB?



NC: Ambos os casos nos interessam. É inclusive oportuno ressaltar o apoio total da FAB nesse projeto.




ALIDE: A FAB optou por saltar as bombas guiadas a laser e ir direto para a guiada pelos sinais GPS/GLONASS e Galileo?



NC: Após uma pesquisa internacional de mercado junto aos futuros clientes, a Britanite-BSD optou por um sistema Wireless de sinais GPS/ GLONASS e Galileo. Nosso sistema é por INS/GPS (sistemas de nageção inercial e por GPS), ainda não utilizamos sistema a laser.



ALIDE: Em poucas palavras, como funciona a tecnologia dos sistemas globais de navegação via satélite?



NC: Eles funcionam através da triangulação dos sinais de satélites que possuem cada um, um relógio atômico sincronizado. A diferença de tempo entre a emissão do sinal do satélite e sua chegada no receptor indica a distância entre o receptor e o satélite, pois o sinal viaja com a velocidade conhecida da luz. Com as distancias para diferentes satélites e o conhecimento de suas órbitas, são triangulados a posição de receptor da bomba, logo a bomba em vôo sabe sempre seu ponto de espaço com precisão.




ALIDE: Qual a máxima precisão garantida pelas três redes de navegação satelital?



NC: A precisão de um sistema de posicionamento Global, varia conforme a posição geográfica do receptor/bomba e o tempo. Isto porque os satélites se movimentam ao longo de suas órbitas provocando condições mais ou menos adequadas para realizar a triangulação. Com múltiplos sistemas esta variação tende a ser menor.

ALIDE: Qual a margem de erro de projeto aceitável para a SMKB?



NC: A margem de erro máxima estipulada para nosso projeto é de 5 metros.


ALIDE: Qual a margem de erro alcançada?



NC: Digamos simplesmente que ela ficou “dentro do esperado”.



ALIDE: O sistema GPS não é considerado um sistema de navegação seguro pela aviação civil por seu sinal ser sujeito a interferência voluntária pelas FFAA dos EUA em caso de guerra. Existe alguma maneira do receptor da detectar que o sinal dos satélites foi alterado e que por isso o sinal GPS não é confiável?



NC: Justamente por isso é que a SMKB reconhece vários sistemas satelitais que, com a ajuda de softwares especiais, garantem precisão do sistema.







ALIDE: Os sinais dos sistemas GLONASS e Galileo são igualmente passíveis de interferência por seus operadores como o GPS?



NC: É até possível, porém sistemas redundantes de informação satelitais acabam por garantir a confiabilidade do sistema.







ALIDE: Como é a lógica de desconflito da cabeça de guiagem no caso dos três sinais recebidos. Ou mesmo de apenas um deles gerar dados de direcionamento divergentes?



NC: Software especiais comparam a dinâmica conhecida da Bomba com as posições determinadas pelos Sistemas filtrando possível dados corrompidos.
ALIDE: A lógica de uso dos três sistemas satelitais é GPS ou GLONASS ou Galileo? Ou, os três sinais são lidos separadamente e comparados uns com os outros durante o “glidepath” para gerar uma precisão ainda maior de determinação do ponto de impacto?



NC: Os três sinais são lidos separadamente e combinados através de um algoritmo de filtragem para gerar precisão final.




ALIDE: A SMKB causou muita curiosidade na LAAD 2009 porque uma bomba guiada por três sistemas separados não havia sido desenvolvido ainda por nenhum dos grandes países fornecedores de bombas. Para vocês, qual foi o retorno desta exibição (positivo e principalmente negativo) no plano comercial e político?



NC: O interesse internacional dos futuros clientes foi impressionante.



ALIDE: Os receptores e o processador dos sinais GPS/Galileo/GLONASS da bomba SMKB não são feitos no Brasil. Certo? Eles são produtos sem restrição de exportação, “ITAR free”? Eles seriam passíveis de terem sua venda ao Brasil e a outros países embargados pelos EUA ou por outra potência estrangeira?



NC: Não, todos os itens dos subconjuntos são produtos genuinamente brasileiros.



ALIDE: Para os senhores os aspectos aerodinâmicos deste programa foram os mais simples ou mais complicado do programa?




NC: O lado aerodinâmico foi muito trabalhoso, especialmente devido às especificações originais da Britanite e das Organizações Odebrecht.



ALIDE: Qual o perfil de emprego da bomba SMKB? Como é o seu perfil de vôo se lançada de alta ou de baixa altitude?



NC: Para se beneficiar de suas características únicas o ideal é o caça lançar a arma de grande altitude.



ALIDE: Existe algum plano de se adicionar um foguete booster à SMKB para lhe dar um maior alcance de emprego?



NC: Sim, futuramente, desenvolveremos variantes da SMKB com “booster” e também com asas de planeio para aumentar o alcance da arma e dar mais segurança ao avião lançador



ALIDE: O que a companhia teve que fazer para convencer ao mercado que o programa iria além de uma simples maquete 1:1 metálica?



NC: Muita pesquisa de mercado junto aos futuros clientes.


ALIDE: Fazer uma bomba com guiagem tripla é necessariamente mais complexa do que fazer uma guiada por apenas um sistema, lançar e industrializar um produto mais simples antes de seguir para o sistema triplo não seria uma iniciativa prudente?



NC: Inicialmente, os nossos primeiros testes foram feitos com um sistema único de GPS, seus resultados nos encorajaram a lançar o produto definitivo com três sistemas.



ALIDE: Como é a integração da bomba com o sistema de combate da aeronave?



NC: Nossa solução wireless é completamente independente do sistema de combate do avião. No final, não há realmente nada a ser “integrado” para permitir o uso da SMKB.


ALIDE: Como é a interface do piloto com o sistema de guiagem da nova bomba?



NC: É um pequeno painel instalado no interior da cabine, um equipamento portátil, usando tecnologia wireless, que é capaz de comunicar diretamente com a bomba sem precisar a instalação de qualquer fiação específica no avião lançador.



ALIDE: Como funciona o sistema de interface wireless entre o piloto e a bomba?



NC: A bomba calcula automaticamente o envelope de lançamento, informado via o sistema wireless AP painel do piloto quando a aeronave já se encontra no ponto ideal de lançamento.



ALIDE: Existe algum risco deste sistema wireless sofrer interferência por sistemas de guerra eletrônicos inimigos, impedindo assim a transferência da informação do ponto de impacto desejado à bomba?




NC: Desenvolvemos softwares de proteção anti-jamming, encriptados, que garantem soberania total do sistema, aspecto também reforçado pelo emprego de um diagrama de radiação altamente diretivo.



ALIDE: Qualquer avião que atualmente pode lançar bombas do padrão MK americano pode ser usado para lançar a SMKB?


NC: Sim, é isso, positivo.



ALIDE: Os testes realizados em Dezembro de 2010 em Natal foram satisfatórios?



NC: Sim, para nós o resultado foi excelente.





ALIDE: Quanto tempo durou esta campanha de tiros e quantas pessoas foram envolvidas nela?



NC: Em seu total, o período da campanha de testes em Natal foi de duas semanas Infelizmente, sobre o resto, não posso comentar.




ALIDE: A SMKB estava muito destacada no stand da Britanite na LAAD 2011, que tipo de interesse ela provocou entre os membros das delegações estrangeiras?




NC: Foi extremamente positivo o interesse internacional pela SMKB.



ALIDE: E entre os demais fabricantes estrangeiros de armamento?


: Estes demonstraram bastante interesse em conhecer este sistema de múltiplos sinais globais de navegação e também o sistema de controle wireless.

terça-feira, 17 de maio de 2011

fuzil IA2 DA IMBEL VEJA

                                FUZIL IMBEL O MAÌS NOVO- IA2 VEJA MAÌS FOTOS
                                IA2 EM TESTE NA IMBEL
                                IA2 DA IMBEL SOBRE OS MAÎS RIGOROSOS TESTES
                                      IA2 COM O TRIPÊ

sábado, 14 de maio de 2011

Brasil devassado

Sem um satélite próprio, o País depende de estrangeiros para proteger suas riquezas, fluir informações militares e até controlar o tráfego aéreo




Por Claudio Dantas Sequeira



Apesar dos avanços e recuos, uma das prioridades do governo brasileiro é reaparelhar as Forças Armadas. Pelos planos, em breve o Brasil ganhará um submarino de propulsão nuclear para patrulhar a costa, em especial a região do pré-sal, um grupo de caças de quinta geração para proteger o espaço aéreo do país; e armamentos de última geração para equipar os soldados que monitoram a porosa fronteira brasileira. Como em qualquer país com um poderio militar moderno, o plano do governo prevê que toda a comunicação entre as três forças seja feita via satélite, permitindo a troca rápida e segura de informações. Na teoria, a estratégia de defesa brasileira parece não ter falhas graves e obedece aos procedimentos das melhores forças armadas do mundo. Na prática, no entanto, existe um nó difícil de ser desatado e que, em tese, compromete todo o investimento bilionário que o País se prepara para fazer.



Ao contrário das principais nações desenvolvidas e emergentes do mundo, o Brasil não tem controle nem ao menos sobre um dos quase mil satélites que estão em órbita no mundo hoje. A Índia, por exemplo, tem seis deles dedicados a ela e a China, outros 60. Hoje, todas as informações brasileiras que trafegam pelo espaço – sejam elas militares, governamentais ou de empresas privadas nacionais – passam por satélites privados, controlados por uma única empresa, a Star One, do bilionário mexicano Carlos Slim. Na prática, o Brasil é um simples locador de um retransmissor espacial que tem como função principal gerar lucros para o seu dono. Em uma situação de conflito, seja ele militar ou econômico, em última instância o locador tem o poder de simplesmente cortar o sinal do satélite, fazendo com que todo o moderno aparato militar que o País pretende adquirir se torne completamente inútil.



Desde que o Brasil perdeu o controle sobre seus satélites, com a privatização da Embratel em 1998, nenhum caso semelhante ocorreu. Mas o que preocupa especialistas brasileiros em segurança é a mera possibilidade de que isso venha a acontecer. “Não há como negar, é uma ameaça à segurança nacional”, diz o engenheiro José Bezerra Pessoa Filho, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e ex-diretor da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB). Sua opinião é compartilhada por diversos analistas e autoridades. “São informações fundamentais para a proteção de milhares de pessoas”, afirma Thyrso Villela, diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB).



A dependência a satélites estrangeiros não é um problema restrito à área militar. O governo também depende da boa vontade alheia, ao custo de vários milhões de dólares, para obter dados meteorológicos vitais para a prevenção de desastres naturais como enchentes, furacões e tempestades tropicais. Ficam ameaçadas também a transmissão de dados bancários e as comunicações sobre tráfego aéreo, que em poucos anos terá de ser feito via satélite, conforme determina o padrão internacional. Algumas vozes argumentam que os contratos comerciais firmados pelo governo com empresas de satélites, como a Star One que comprou a Embratel, contêm salvaguardas que garantem a prestação do serviço. Nesse sentido, o descumprimento das cláusulas contratuais prevê multas milionárias. No entanto, numa situação extrema, seja de guerra ou de catástrofe natural, quem vai pagar a fatura pela perda de vidas humanas? O histórico recomenda cautela.



Ao menos em duas ocasiões o Brasil sofreu os efeitos da dependência. Em 1982, durante a Guerra das Malvinas, um dos satélites meteorológicos que fornecia imagens para o governo foi reposicionado pelos Estados Unidos e deixou de fornecer informações sobre o clima em todo o Hemisfério Sul durante dois meses. Em 2005, por conta do furacão Katrina, os americanos precisaram usar toda a potência de varredura de seus satélites para rastrear o fenômeno, reduzindo a frequência das imagens da América do Sul e do Brasil. “Se fossemos atingidos naquela época por um evento da magnitude do ciclone Catarina, que varreu a região Sul em 2004, ficaríamos no escuro”, afirma Villela, da AEB.



A história de dependência começou com a privatização do sistema Telebrás, em 1998. A Embratel, que operava os satélites BrasilSat, passou às mãos da americana Verizon e depois da América Movil, do magnata mexicano Carlos Slim, dona da Star One. Embora fossem satélites comerciais, o governo brasileiro detinha dois transponders de banda X, exclusivos para comunicações militares, instalados nesses satélites. Com a privatização da estatal, todo o controle passou para as mãos privadas.



Há, logicamente, salvaguardas pelas quais a operação desses satélites é feita somente por brasileiros. Mas os militares não têm controle sobre esses equipamentos, não podem desligar o satélite ou mudar sua posição. “As salvaguardas servem para mitigar o problema da soberania”, reconhece o coronel da reserva Edwin Pinheiro da Costa, chefe da seção de Telemática do Ministério da Defesa e responsável pelo Sistema de Comunicações Militares (Siscomis). Vale lembrar que a Verizon foi arrolada nos EUA numa polêmica sobre fornecimento de dados telefônicos de seus clientes ao FBI e a agências de inteligência do governo.



Uma das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa (END) é o desenvolvimento do Satélite Geoestacionário Brasileiro, o SGB. Para tirar o projeto do papel é preciso empenho político e recursos financeiros. Uma das tentativas é construir um foguete próprio capaz de lançar o satélite brasileiro. As primeiras tentativas terminaram com a destruição da Base de Alcântara, no Maranhão, após a explosão de um protótipo. O mais próximo que o Brasil chegou para voltar a ter satélites próprios foi uma minuta de intenções para firmar uma parceria com a França. No entanto, as negociações para que o acordo saia estão paradas há dois anos. Enquanto isso, todo o sistema de comunicações do País continua nas mãos do bilionário Carlos Slim.



quarta-feira, 4 de maio de 2011

Saiba mais sobre o grupo de elite que matou Osama Bin Laden

Os homens designados para capturar ou matar Osama Bin Laden são parte de uma lendária unidade de forças especiais da Marinha dos Estados Unidos, os seals. Mas quem são eles?




A ação levou anos para ser planejada, mas foi executada em apenas 40 minutos. Mais de dez membros das forças americanas foram deixados perto da casa de três andares e muros altos nos arredores de Abbottabad, no noroeste do Paquistão.



Depois de um breve tiroteio, cinco pessoas foram mortas, incluindo Osama Bin Laden, que segundo relatos levou um tiro abaixo de seu olho esquerdo. Todos os soldados americanos escaparam ilesos, apesar de problemas técnicos com um helicóptero, que foi deixado para trás.




E a despeito dos perigos, coletaram computadores, DVDs e documentos antes de deixar o edifício.

Elite



Do ponto de vista americano, a missão, batizada de Geronimo, dificilmente poderia ter sido melhor, resultado da preparação e das habilidades dos homens que a conduziram.



Embora não tenha havido confirmação oficial, acredita-se que o grupo envolvido na missão tenha sido o Seal Team Six (ST6), oficialmente conhecido como o Naval Special Warfare Development Group, também chamado de DevGru. Eles são um grupo de elite treinado para conduzir operações altamente sigilosas.



Os seals são parte do Comando de Guerra Especial da Marinha e também integram o Comando das Operações Especiais dos EUA. Eles são frequentemente deslocados pelo mundo em operações para proteger os interesses americanos.



Há 2,5 mil seals no total, e o nome (que em inglês significa “focas”) deriva das iniciais dos locais em que estão treinados para trabalhar – mar, ar e terra. Mas a característica pela qual são mais conhecidos é a sua alta especialização para atuar na água.



Suas missões podem ter naturezas bastante diversas e incluem combates, resgate de reféns e ações antiterrorismo.




'Cavalos treinados'



Segundo Don Shipley, que passou duas décadas na Marinha americana como um seal, esses soldados são os melhores dos EUA. “Esses caras que se tornam seals têm visão perfeita, inteligência acima da média e são geneticamente construídos para suportar muita punição, apanhando muito. Esses são os caras que estão preparados para entrar (no treinamento), mas os que saem são como cavalos treinados para correr.”



Costuma-se descrever o treinamento como o mais duro para quaisquer forças em qualquer lugar do mundo. A taxa de desistência varia entre 80% a 85%.



Stew Smith, que foi um seal por oito anos, agora oferece treinamentos físicos no Estado de Maryland para pessoas que cogitam entrar no grupo. Ele diz que os primeiros seis meses de treinamento na unidade, conhecidos como Demolição Básica Subterrânea, são os mais duros. Eles incluem um treinamento que dura 120 horas seguidas e envolve nadar, correr, cursos de obstáculos, mergulho e navegação.



“Nunca pensei em desistir. As pessoas me perguntam por que não, e eu digo que você tem de ir lá com um espírito de competidor, não apenas de sobrevivência”.


Após a conclusão do curso, o soldado torna-se oficialmente um seal e é alocado em uma equipe, mas precisa passar outros 12 meses em treinamento com os novos colegas antes de ser enviado para uma missão, diz Smith. Para ele, o que torna os seals únicos é sua versatilidade. “Por confiarmos no barco e termos uma relação com a Marinha, nós respeitamos a mãe natureza e percebemos que quando se está no meio do oceano, você é só um pontinho.”




Segunda Guerra



Os seals surgiram na Segunda Guerra Mundial e são sucessores de grupos como a Unidade de Demolição de Combate Naval, que se envolveu na invasão do norte da África em 1942.



A criação ocorreu graças a um pacote de US$ 100 milhões aprovado pelo presidente John F. Kennedy para fortelecer as forças especiais americanas. Posteriormente, eles se envolveram no Vietnã, em Granada e no Panamá, onde quatro seals foram mortos ao tentar impedir que o líder Manuel Noriega escapasse. O episódio também ficou conhecido por um incidente alguns dias depois, quando rock em alto volume foi tocado durante dias e noites para forçá-lo a deixar seu refúgio na Cidade do Panamá.



Mais recentemente, os seals foram bastante empregados em missões no Afeganistão e no Iraque. Mas o papel deles na morte de Osama Bin Laden inaugura um novo capítulo na história do grupo.