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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Projetos de defesa apoiados pela FINEP foram expostos na LAAD

Projetos de defesa apoiados pela FINEP foram expostos na LAAD Inovações brasileiras na área de defesa e segurança são alguns dos destaques da LAAD 2001 (Latin America Aerospace and Defence), maior e mais importante feira do setor, que acontece no Riocentro, Rio de Janeiro, até o dia 15 de abril (sexta-feira). Entre os diversos produtos, entre maquetes, apresentações e protótipos, de mais de 600 expositores, estão uma mostra de projetos financiados pela FINEP.



Nos últimos dez anos, a agência do Ministério da Ciência e Tecnologia, investiu mais de R$ 1 bilhão em pesquisas tecnológicas que resultaram em produtos como o VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), o Falcão, da Avibrás, os radares SABER M200 e M60, da CTEx, mísseis da Mectron e a Viatura Blindada de Transporte Pessoal Média de Rodas (VBTP-MR), da IVECO.




Segundo o presidente da FINEP, Glauco Arbix, as inovações em defesa e segurança são extremamente relevantes porque ajudam no desenvolvimento de outras áreas do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. Hoje, o Brasil é visto como mercado militar atrativo, já que tem o maior orçamento de defesa da América Latina.



Conforme anunciado pelo Ministério da Defesa, o Brasil encontra-se hoje em processo de aquisição de novas tecnologias para as três força e de busca de empresas internacionais para joint ventures. Também procura parceiros para programas atuais e futuros. Nos últimos seis anos o aumento do gasto militar brasileiro foi de 50%. No mercado da América Latina também houve crescimento significativo no que se refere à compra e importação de equipamentos e serviços na área de defesa. Os países que mais aumentaram seus gastos em defesa foram Brasil, Chile e Venezuela.



A Feira Latinoamericana reúne bienalmente empresas brasileiras e internacionais especializadas no fornecimento de equipamentos e serviços para as três Forças Armadas, polícias, forças especiais, serviços de segurança, consultores e agências governamentais.O evento no Brasil conta com o apoio do Ministério da Defesa, das Forças Armadas e das associações ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) e AIAB (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil). A feira tem realização simultânea com o III Seminário de Defesa e com o V Simpósio Internacional de Logística Militar. [www.finep.gov.br].

Reportagem do dia 13/04/2010 sobre as novidades que o Exército Brasileiro apresenta na LAAD 2011. Entre elas: Nova família de blindados, nova família de fuzis IA2 e a aquisição de um moderno sistema de deesa antiaérea.



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Fonte: Revista Fator

terça-feira, 5 de abril de 2011

IVECO Cria Divisão de Veículos de Defesa e Investe R$ 75 Milhões em nova Unidade Produtiva em Minas Gerais

Iveco Veículos de Defesa vai cuidar da produção do veículo blindado VBTP-MR – Guarani, desenvolvido em conjunto com o Exército Brasileiro


Área produtiva será construída dentro do complexo industrial da Iveco em Sete Lagoas e ocupará área de 18.000 metros quadrados

Além do blindado, a nova unidade de negócios trabalhará na adaptação especial de caminhões Iveco para o uso militar, como já faz na Europa

Acesse a matéria distribuída pelo Governo de Minas Gerais



A Iveco vai criar uma divisão de veículos militares cuja primeira ação será gerenciar o projeto do VBTP-MR, o veículo blindado anfíbio que a empresa desenvolve em conjunto com o Exército Brasileiro. Nomeada Iveco Veículos de Defesa, a nova divisão começa com um investimento de R$ 75 milhões para a construção de uma unidade produtiva dentro do complexo industrial da Iveco em Sete Lagoas (MG). Uma área de 18 mil metros quadrados será totalmente reformulada para acolher a produção seriada das 2.044 unidades do VBTP já encomendadas pelo Exército e que está prevista para começar no segundo semestre de 2012. A plena carga, a nova unidade vai empregar 350 pessoas, muitas das quais treinadas para tarefas especializadas e raras no mercado, como solda de aço balístico.



A Iveco Veículos de Defesa foi anunciada oficialmente hoje (4/4) ao governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, em evento realizado no Centro Administrativo do Governo do Estado e que teve a participação do Comandante do Exército Brasileiro, General Enzo Peri, entre outras autoridades civis e militares. Na cerimônia, foi apresentado também o primeiro protótipo do VBTP-MR, batizado “Guarani”, que será exibido na Latin America Air & Defence (LAAD), a maior feira militar da América Latina que começa no dia 12 no Rio de Janeiro.



Após ser exibido na LAAD, o protótipo segue para o campo de provas do Exército Brasileiro em Marambaia (RJ), para um período de testes. Ao mesmo tempo, a Iveco Veículos de Defesa iniciará a construção de um lote piloto de 16 veículos previstos no período de desenvolvimento.



A criação da Iveco Veículos de Defesa é um desdobramento natural dentro do momento de ampliação acelerada das atividades da Iveco no Brasil. Desde 2007, a empresa construiu um centro de desenvolvimento de produtos (o primeiro da Iveco fora da Itália), uma nova unidade produtiva de caminhões pesados, um novo centro de distribuição de peças e lançou, no mercado, seis novas famílias de produtos. Nos últimos quatro anos as vendas da Iveco cresceram cinco vezes no País.



“Com a Iveco Veículos de Defesa poderemos não só melhor atender ao nosso parceiro e cliente, o Exército Brasileiro, como também desenvolver novos produtos para o segmento militar, seja para o Brasil, seja para a exportação”, disse Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America.



VBTP GUARANI – DESENVOLVIDO NO BRASIL



O VBTP Guarani é fruto de uma licitação de 2007 promovida pelo Exército Brasileiro e vencida pela Iveco. O projeto total envolverá recursos da ordem de R$ 120 milhões, incluindo a unidade de produção. Além disso, outros R$ 35 milhões serão empregados pela FPT Powertrain, empresa do grupo Fiat Industrial, para a produção do motor diesel de 9 litros a ser utilizado no projeto VBTP (e por outros modelos Iveco).



O primeiro protótipo do VBTP Guarani foi desenvolvido no Brasil por uma equipe conjunta do Exército Brasileiro e da Iveco, além de especialistas da Comau, empresa de engenharia automotiva do Grupo Fiat, num total de 30 pessoas. Boa parte do grupo realizou treinamento especial na Iveco Defence Vehicles, na Itália, uma divisão internacional da Iveco que projeta e produz diversos veículos militares, incluindo modelos similares ao VBTP brasileiro. Neste treinamento foram abordados conhecimentos específicos deste tipo de veículo nas áreas de engenharia, qualidade, logística, compras, tecnologia, funilaria, montagem e pós-venda. Um exemplo são os técnicos em solda de aço balístico da carroçaria do modelo.



O VBTP Guarani é um veículo blindado anfíbio de 18 toneladas e tração 6x6, capaz de transportar 11 militares. Ele mede 6,91 metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,34 metros de altura. O veículo possui características inéditas. Modelos deste tipo normalmente possuem carroçaria monobloco, mas o VBTP usa chassi em longarinas de aço, com o que o veículo ficou mais alto em relação ao solo, o que oferece algumas vantagens operacionais, como maior capacidade de proteção anti-minas.



Comparado ao modelo em uso hoje pelo Exército Brasileiro, o VBTP Guarani traz vantagens como proteção blindada superior, maior mobilidade, maior capacidade de transposição de trincheiras, maior capacidade de degrau vertical, maior vão livre, suspensão independente hidropneumática, sistema de freio com disco duplo e ABS. Por dentro tem melhor ergonomia, ar condicionado, GPS, sistema automático de detecção e extinção de incêndio, capacidade de operação noturna de série, sistema de detecção de laser.



Ele pode ser equipado com torre de canhão automático ou de metralhadora, operada por controle remoto. Ele pode ser aerotransportado por um avião tipo Hercules C-130.



O VBTP Guarani servirá, ainda, como plataforma base de uma família de blindados médios de rodas que poderá ter até mais dez versões diferentes, incluindo veículos de reconhecimento, carro de combate, socorro, posto de comando, comunicações, morteiro leve, morteiro pesado, central diretora de tiro, oficina e ambulância.



Boa parte dos componentes do protótipo e do lote piloto de 16 veículos será importada, mas o projeto tem como diretiva elevar o conteúdo nacional acima dos 60%, com o objetivo de reduzir custos de produção e de manutenção. Segundo a Iveco, essa meta pode ser alcançada porque o parque nacional de fornecedores é de alta qualidade em termos de componentes automotivos e motores.A cadeia produtiva deve envolver cerca de 110 fornecedores diretos e até 600 indiretos.



IVECO



A Iveco projeta, produz e vende uma ampla gama de caminhões leves, médios e pesados, ônibus, veículos para aplicações militares, fora de estrada, bombeiros, defesa civil etc. A Iveco emprega 25.000 pessoas e possui 23 fábricas em 10 países do mundo, utilizando excelente tecnologia desenvolvida nos cinco centros de pesquisa e desenvolvimento. A empresa opera na Europa, na China, Rússia, Austrália e América Latina. Mais de 5.000 mil concessionárias e pontos de serviços, distribuídos em 160 países, garantem suporte técnico onde quer que um produto Iveco esteja em serviço.



Fonte - IVECO

sábado, 2 de abril de 2011

Família de Mísseis

O Piranha foi concebido para fazer parte de uma família de mísseis. Ele também teria versões superfície-ar lançadas de terra ou navios além da versão ar-ar. O Exército e a Marinha parecem ter desistido destas versões.




A versão superfície-ar seria semelhante ao Chaparral americano, versão superfície-ar do Sidewinder, que também tem a versão embarcada chamada Sea Chaparral. O Sea Chaparral é usada em navios da Marinha de Taiwan.



A versão terrestre seria montada no blindado sobre lagartas Charrua e usada para defesa de colunas blindadas em movimento. Uma versão mais atual foi proposta para equipar o blindado sobre rodas Urutu. O Exército achou duvidoso o uso de um sistema ainda não testado.



Uma versão rebocada seria usada para defesa de alvos importantes como bases aéreas, postos de comando, pontes, usinas elétricas etc. O MAA-1A Piranha terrestre seria apoiado pelo FILA para vigilância e designação de alvos.



A falta de um sensor IR com capacidade "all aspect" torna o míssil muito limitado nesta tarefa pois só poderia atacar alvos por trás, ou seja, depois que já atacou o alvo. O míssil também sairia mais caro que sistemas dedicados com guiamento CLOS, radar semi-ativo e IR. A primeira proposta do MAA-1A Piranha antiaéreo era equipada com um motor acelerador para compensar a perda de energia usada para acelerar o míssil. O alcance chega a cair em até 70% na versão terrestre. O lançador acima está instalado no blindado CharruaUma versão terrestre do MAA-1A Piranha antiaéreo. A versão terrestre atual com o lançador é chamada SIMDABA (Sistema de Mísseis de Defesa Aérea de Baixa Altitude).

O Piranha também foi proposto para defesa de navios fluviais na Amazônia. A versão naval equiparia os navios da Marinha como fragatas, corvetas e navios de apoio
Por um tempo pensou-se que a fuselagem do Piranha estava sendo usada para um projeto de um míssil anti-radiação chamado MAR-1. O míssil seria equivalente ao SIDEARM (desenvolvido a partir do Sidewinder AIM-9C) e seria usado contra radares de controle de tiro de canhões e mísseis antiaéreos. O MAR-1 mostrado ao público tem uma configuração bem diferente.




Limitações Operacionais



Comparando o MAA-1A Piranha com outros mísseis mais atuais, a conclusão que se chega é que ele já está quase absoleto. O míssil demorou muito para ser desenvolvido e já deveria estar sendo substituído por modelos mais atuais, pois deveria ter entrado em serviço no fim da década de 80 ou início da década de 90.



Enquanto os projetos de mísseis de curto alcance atuais já estão classificados na quinta geração, o MAA-1A Piranha pode ser classificado como sendo de Segunda ou Terceira Geração (e meia).



A segunda geração é caracterizada por só poder engajar alvos por trás e os de terceira geração podem engajar alvos em qualquer quadrante. Por ter características atuais como espoleta laser, processadores modernos, algoritmos mais complexos e ângulos de visada maior que os projetos antigos ele pode ter um adicional. Com as capacidades atuais, o MAA-1A Piranha pode ser considerado apenas um bom projeto de pesquisa e capacitação de pessoal ou servir para ser um míssil de segunda linha para reserva e treinamento.







O potencial de crescimento é limitado. O sistema de navegação não permite realizar manobras agressivas típicas de mísseis de quarta geração nem aproveitar a capacidade de ser apontado muito fora da linha de visada da aeronave (high off-boresight) com miras no capacete (HMD). Com um sensor "all-aspect" o MAA-1A Piranha pode chegar no máximo na terceira geração.



O potencial de exportação também é pequeno. O míssil pode ser até mais caro que outros mísseis mais capazes e o comprador terá que integrar o míssil a uma nova aeronave se não for o F-5, ALX ou AMX.



Como exemplo, temos os mísseis russos vendidos baratos para países que já usam armas russas, principalmente caças. Os americanos devem vender mais de 200 mísseis AIM-9X de quinta geração (quase longo alcance e superagilidade) aos suíços por pouco mais de US$100 milhões e já integrado aos seus F/A-18A Hornet. Um Magic 2 com capacidade "all aspect" e com manobrabilidade maior custa US$220 mil cada. O primeiro lote do 100 mísseis MAA-1A Piranha irá custar US$20 milhões para a FAB ou US$200 mil por míssil.





Por outro lado, os mísseis de Terceira Geração como o AIM-9L e Python 3 não estão absoletos e ainda são de muita utilidade em alguns cenários. Até mesmo a USAF e US Navy irão usar o AIM-9M até 2020 até serem completamente substituidos pelo AIM-9X. Israel comprou um lote de 500 AIM-8M em 2007. Os mísseis de geração mais recente também são muito caros para substituir os mísseis mais antigos na razão de 1:1.



O uso do MAA-1A Piranha nas aeronaves de caça da FAB tem várias limitações:



O F-5E é um caça relativamente pouco manobrável comparado aos caças de última geração e não seria ideal em combate aéreo contra aeronave mais ágeis. A melhor possibilidade de sucesso do MAA-1A seria se aproveitar de táticas furtivas. A tática seria conseguir surpresa num ataque por trás, sem que o alvo faça manobras evasivas ou lance contramedidas. Isto aconteceu na maioria dos engajamentos com sucesso. Os R-99 podem ser usados como fonte de dados para o caça passando os dados direto para o HUD do F-5EM pelo datalink. No caso de perda da surpresa, o MAA-1A teria poucas chances de sucesso contra outro caça de Terceira ou Quarta geração. Um míssil ar-ar de combate aproximado de Quarta ou Quinta Geração seria necessário para garantir sucesso em todos os engajamentos a curta distância.

O AMX usaria o MAA-1A para autodefesa e cai no mesmo problema do F-5. O AMX é uma aeronave de ataque e deve sempre evitar um combate aéreo. Se tiver que lutar, então não conseguiu fugir e não vai conseguir surpresa contra um inimigo provavelmente de capacidade superior que passou pelos caças de escolta. A melhor defesa nesta situação seria um míssil última geração apontado por mira no capacete (HMD), pois permite atacar alvos sem ejetar cargas e sem apontar a aeronave para o alvo.


O A-29A/B também não precisaria do MAA-1A pelos mesmos motivos do AMX no caso de auto-defesa. O uso do ALX para interceptação de vôos ilícitos não justifica o uso de um míssil muito caro contra alvos mais baratos como o caso de pequenos monomotores a pistão. O MAA-1A também tem uso duvidoso em operações anti-helicópteros pois até os mísseis mais modernos tem dificuldades em trancar em helicópteros voando baixo.


No caso do Projeto FX, o MAA-1A estava muito desbalanceado com uma aeronave muito sofisticada como os candidatos do programa FX. Um caça de Quarta Geração precisa ser armado com um míssil ar-ar de última geração. O MAA-1A até que poderia ser uma arma de reserva ou para alvos secundários visto que a FAB não poderia comprar mísseis de última geração em grande quantidade.




A Mectron/CTA/IAE/Avibrás apresentaram a nova configuração do míssil ar-ar MAA-1B (Bravo) durante a LAAD 2007. O míssil usa a estrutura principal da fuselagem, a ogiva e a espoleta de proximidade e impacto do MAA-1A (Alpha), sendo o restante totalmente novo. O novo sensor de banda dupla (UV e IR) tem 80% de nacionalização, com grande capacidade de contra contramedidas, grande capacidade off-boresight (até 90 graus), com um buscador de altíssima velocidade, podendo ser apontada para o alvo pelo radar, pelo capacete do piloto ou ainda realizar busca autônoma. O piloto automático está programado para acompanhamento do tipo "lag pursuit" em um engajamento frontal de forma semelhante ao Python 4.






A configuração é do tipo canard duplo, com quatro canards fixos seguidos de quatro grandes canards móveis. Mais duas aletas foram adicionadas para controle de giro. A retirada dos rollerons sugere que o míssil tem um sistema de piloto automático digital que é necessário para mísseis de grande agilidade. Os atuadores tem o dobro da potência dos atuadores do modelo Alfa e pode puxar 60 g´s. O motor terá novo propelente "sem fumaça" aumentado o alcance em até 50% com impulso de dois estágios que queimam por seis segundos ao invés de dois segundos do MAA-1A. O piloto pode escolher o tipo de modo de operação de acordo com a ameaça, otimizando o desempenho para cada alvo. O comprimento e o diâmetro foram mantidos, mas o peso aumentou um pouco. O software será diferente para que o F-5EM não o perceba como sendo um MAA-1A e não aproveite toda sua capacidade. O sensor IR de antimoneto de irídio e telureto de chumbo tem seis elementos de busca com grande alcance.



O míssil pode ser considerado de Quarta Geração, considerado pelos técnicos como superior ao R-73 russo, mas inferior ao Python 4 israelense, com preço muito inferior aos similares no mercado. O custo previsto é de US$ 250 a 300 mil.





O período de desenvolvimento foi bem mais rápido em função das lições aprendidas com o MAA-1A. O projeto foi iniciado em 2005 com a produção de pré-série está prevista para o segundo semestre de 2008, com testes e homologação para o fim de 2008. A entrada em operação está prevista para 2009. O Projeto MAA-1B recebeu um orçamento de R$ 3 milhões em 2006. Ainda em 2006 foi terminada a oitava etapa do projeto (de 11 no total). A conclusão da décima primeira fase é esperado para para outubro de 2008. A pré-série do MAA-1B deve ficar pronta no terceiro trimestre de 2009 quando serão iniciados os testes. A avaliação operacional deve ser em 2010. Em novembro de 2008 foram realizados os testes de três motores do míssil MAA-1B na Avibrás.



Um lote de Python 5 (ou Python4) para armar os F-5EM/FM ainda está prevista para 2007, junto com a aparência e conceitos semelhantes ao Python 4, que off-sets tecnológicos podem estar sendo usados no MAA-1B. O projeto conjunto do A-Darter, de quinta geração, com os sul-africanos continua e deve terminar por volta de 2015, mas pode ter o projeto acelerado.

Montagem de um sistema antiaéreo montado em blindados com uma versão lançada de terra do MAA-1B com um motor foguete acelerador adicional.




Em 2004, o EB, FAB e MB estavam estudando uma versão lançada do solo do MAA-1 Piranha e o assunto voltou a ser estudado em 2007 sob iniciativa da Mectron. A Mectron provavelmente está interessada em desenvolver uma versão superfície-ar do MAA-1B com desempenho muito melhor e mais adequada para a função. O míssil teria o dobro do alcance do Igla já usado pelo EB e FAB. Um booster pode ser instalado para aumentar o alcance podendo ser usado contra novas ameaças como aeronaves atacando a média altitude com armas guiadas ou pontaria automatizada (CCIP/CCRP) quando estariam fora do alcance da artilharia antiaérea ou mísseis de curto alcance como o Igla, Mistral e Roland (não mais usado pelo EB).


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Rafale mantém estratégia na disputa pelo programa FX-2

Um dos três concorrentes na bilionária licitação para a renovação das unidades de combate da força aérea brasileira, que está adiada por tempo indeterminado, o consórcio Rafale procura ganhar adesões na classe empresarial. Hoje, o consórcio promove um seminário com potenciais fornecedores na Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg). A "joint-venture" das empresas francesas Dassault, Thales e Snecma já promoveu um encontro empresarial no início de fevereiro em São José dos Campos (SP), que concentra 80% da indústria Aeronáutica do país e ainda deve promover seminários no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.




"O diferencial da nossa proposta é a transferência total de tecnologia e estamos agora procurando ampliar os leques de parceiros brasileiros para isso. Já firmamos acordo com 42 empresas que serão nossas fornecedoras caso sejamos escolhidos e é importante montarmos uma rede em vários Estados", disse o coronel da Aviação do Exército francês Jean Marc Merialdo, diretor do consórcio no Brasil e representante da Dassault no conselho de acionistas da Embraer.



A renovação na FAB poderá envolver a troca de 100 aviões e investimentos da ordem de R$ 10 bilhões a até R$ 25 bilhões em trinta anos. O consórcio Rafale foi selecionado durante o governo Lula para participar da disputa que ainda envolve a sueca Saab Grippen e a americana Boeing. Até o fim de 2010, quando o processo foi suspenso a pedido da então presidente eleita Dilma Rousseff, o Rafale era o favorito no meio político, embora a Aeronáutica visse com mais simpatia a proposta da Boeing, já que o caça F-18 Super Hornet é considerado tecnicamente o melhor produto.



Segundo Merialdo, Minas Gerais entrou no foco da Dassault porque o governo estadual tenta estimular a formação de dois polos aeronáuticos. Um é o de Itajubá, onde está instalada a fábrica de helicópteros Helibrás, controlada pela francesa EADS e com participação acionária do governo estadual. O outro, ainda em fase embrionária, é o de Confins, local de uma base aérea e do aeroporto internacional metropolitano. Segundo Merialdo, a rede de fornecedores e prestadores de serviço só poderá ser instalada em locais com alto nível de oferta de mão de obra especializada. "Este projeto irá ocupar pelo menos mil engenheiros por um período longo de tempo."



O caça Rafale está sendo usado na intervenção internacional na guerra civil da Líbia. "Os jatos franceses foram os primeiros a furar o bloqueio da defesa anti-aérea líbia, que era bastante eficiente", disse Merialdo, afirmando ser absolutamente cético sobre a influência que o uso do Rafale em combate poderá ter na decisão da presidente Dilma. "Será possível imaginar que alguém realmente acredita que esta será uma variável importante?", indagou o executivo.



Fonte: Valor Econômico - César Felício