quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Alemanha aumenta exército e se aproxima cada vez mais da Rússia

Desde o início de 2017, a Rússia vê a maior concentração de soldados da OTAN perto de suas fronteiras desde os tempos da Guerra Fria.

A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, anunciou na terça passada a intenção do governo de aumentar o exército alemão em 5.000 efetivos, com 500 reservas adicionais e 1.000 postos civis. A ampliação forma parte de um plano de crescimento que procura alcançar os 198.000 efetivos para o ano de 2024. 
Calcula-se que este reforço das forças armadas vá exigir um investimento aproximado de 955 milhões de euros ao ano
A Bundeswehr [forças armadas alemães] está afrontando desafios como nunca antes – disse a ministra – tanto na luta contra o Estado Islâmico como na estabilização do Mali, ou em nossa presença considerável como membros da OTAN nos Estados Bálticos". 
As forças armadas da Alemanha "também devem ser capazes de crescer ao ritmo de suas tarefas", acrescentou.
Maior compromisso com a OTAN
O governo dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, expressou o desejo de que os outros membros da OTAN incrementem seus compromissos financeiros com a aliança. Em uma cúpula no País de Gales em 2014, todos os países membros concordaram em alocar 2% de seus PIBs ao orçamento de defesa da organização. Atualmente, apenas os Estados Unidos, a Polônia, a Estônia, a Grécia e o Reino Unido cumprem o acordo.
O gasto militar alemão é de cerca de 1,22% do PIB, mas na última Conferência de Segurança de Munique, a chanceler alemã Angela Merkel assegurou ao vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que a Alemanha estava comprometida com a meta.
Desde a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha tem se mostrado relutante ao envolver seus militares em conflitos estrangeiros, mas as tropas alemãs participaram de operações no Mali e no Afeganistão, bem como nos esforços da coalizão internacional liderada pelos EUA contra o Daesh (autodenominado Estado Islâmico).
Cada vez mais perto da Rússia
Em janeiro passado, a Alemanha começou a deslocar um contingente de 1.200 soldados para a base militar de Rukla, na Lituânia, a apenas 100 quilômetros da fronteira com a Rússia.
Em fevereiro, dezenas de helicópteros norte-americanos Chinook, Apache e Black Hawk tomaram posições na cidade alemã de Bremerhaven, completando a maior acumulação de tropas da OTAN na Alemanha e na Europa Oriental desde os tempos da Guerra Fria.
O governo russo, por sua vez, condena sistematicamente a militarização da região, destacando as ameaças inerentes da questão no que diz respeito à segurança internacional.

Parlamentar russo considera possível 'ataque traiçoeiro' da OTAN contra Rússia

As forças da OTAN na Europa Oriental podem ser usadas para um ataque traiçoeiro em relação à Rússia, disse o parlamentar russo, Vladimir Shamanov.O Ocidente chama isso de contenção da Rússia, mas acreditamos que essas forças e meios podem ser usados em ações ofensivas contra o nosso país. Com Hitler também em tempos tínhamos assinado um pacto de não-agressão, mas em 22 de junho ele traiçoeiramente atacou o nosso país, e também nos lembramos disso", disse Shamanov em uma reunião com diplomatas militares.

Segundo ele, neste contexto, para manter a capacidade de combate das tropas terrestres, foi completada a formação de quatro divisões de infantaria motorizada e de uma divisão blindada.
"Esta é uma resposta direta aos desafios e ameaças relacionadas com a linha da OTAN para aumentar sua presença no flanco oriental da Aliança", disse Shamanov.
A Rússia, nos últimos anos, tem denunciado a atividade sem precedentes da OTAN perto de suas fronteiras ocidentais. A OTAN, entretanto, aumenta suas iniciativas para "conter a agressão russa".

NASA anuncia descoberta de sete planetas semelhantes à Terra

A NASA anunciou nesta quarta-feira (22) uma inédita descoberta sobre exoplanetas que aumentam as chances de encontrar vidas extraterrestres, afirmam os cientistas.

Durante a apresentação da descoberta, os astrônomos informaram que foram identificados sete planetas do tamanho da Terra orbitando a estrela TRAPPIST-1. 
"Estou animado para anunciar hoje que o Dr. Michael Gillon e sua equipe usaram nosso telescópio espacial Spitzer para confirmar que existem realmente sete planetas do tamanho da Terra em órbita da próxima estrela TRAPPIST-1", informou o dirigente da NASA, Thomas Zubuchen.
Os cientistas revelaram que em três destes planetas há grande potencial de existência de água. Para a astrônoma Sara Seager, "essa descoberta gerou grandes avanços para encontrar vidas extraterrestres".   
Segundo os cientistas, "essa descoberta pode ser uma peça significativa na busca por ambientes habitáveis, locais onde é possível ter vida".
Responder a pergunta 'nós estamos sozinhos' é o topo da nossa lista de prioridades científicas e encontrar tantos planetas como estes, pela primeira vez, em uma zona habitável é um passo notável", acrescentou Zurbuchen. 
De acordo com a NASA, o novo sistema solar está a cerca de 40 anos-luz da Terra e os planetas estão a uma distância "relativamente" próxima, na constelação de Aquário.
Além dos jornalistas, o público pôde fazer perguntas através da hashtag #askNASA.
Os astrônomos Michael Gillon e Nikole Lewis, a professora do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) Sara Seager e os dirigentes da NASA Thomas Zubuchen e Sean Carey foram os encarregados de anunciar a descoberta.

Em termos militares, Brasil é os Estados Unidos da região'

Brasil e Venezuela, por várias razões, tornaram-se potências militares latino-americanas. Colômbia e Chile ocupam terceiro e quarto lugar respectivamente. Especialista argentino em geopolítica, Damián Jacubovich, comenta o assunto para a rádio Sputnik Mundo.

Na segunda-feira (20), Venezuela teve que defender mais uma vez o seu espaço aéreo derrubando uma nave que havia entrado ilegalmente em seu território, evidenciando, assim, a eficácia do sistema e a frente, um dos mais avançados da região.Jacubovich afirma que a abundância de recursos naturais da Venezuela e o assédio que sofre por parte dos Estados Unidos, além da aspiração do Brasil de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, explicam a supremacia destes dois países na região.
Respondendo à questão se há ou não necessidade de criar na América Latina um bloco parecido à OTAN, Damián Jacubovich afirma que sim, pois um bloco unido é o único jeito de combater as ameaças enfrentadas pela região.
Hoje em dia, eu penso que deveríamos apontar regionalmente a ter algo parecido à OTAN, ou seja, Forças Armadas latino-americanas ou sul-americanas, pois, hoje em dia, há que se fortalecer", destaca Jacubovich.
Especialista destaca que, no decurso do século XX, as Forças Armadas da América Latina estiveram desunidas, mas, hoje em dia, o continente é capaz de criar forças armadas conjuntas.O Brasil, segundo Jacubovich, ocupa liderança na lista dos países mais avançados quanto ao nível de equipamento militar:
"Nós falamos que os Estados Unidos supostamente possuam quase a metade de todo armamento mundial. Brasil de alguma maneira é os Estados Unidos da América Latina, que tem mais ou menos 50% de todos os pressupostos equipamentos militares da América Latina", declara especialista argentino.
Brasil também está no topo da lista dos países da América Latina que exporta mais armas ao continente, logo depois vêm Chile e Equador.
Como pode ser explicado o alto nível militar do Brasil? A resposta é lógica: primeiro, o Brasil é uma potência regional, segundo, o país aspira ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, obrigando-o a estar à altura armamentista da situação.
O segundo lugar da lista é ocupado pela Venezuela, que vem enfrentando difícil situação devido às relações tensas com os EUA. Por isso, nos últimos anos, a política militar da Venezuela aumentou de forma considerável.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Exército russo receberá em breve novíssimo robô Soratnik

Veículo de combate não tripulado Soratnik, que já foi testado na Síria, entrará em funcionamento no exército russo em 2017, declarou à Sputnik na terça-feira (21), no âmbito de exposição de armamentos IDEX 2017, Aleksei Krivoruchko, o chefe do consórcio russo Kalashnikov que desenvolveu esse veículo.

Pela primeira vez, o Soratnik foi oficialmente apresentado na exposição de armamento EXÉRCITO-2016.
O que apresentamos no EXÉRCITO-2016, na verdade foi um protótipo experimental. Agora estamos colaborando ativamente com o Ministério da Defesa, aperfeiçoando o sistema e esperamos construir o primeiro veículo de série já este ano", afirmou Krivoruchko.
Quanto às modificações que se planeja realizar no Soratnik, apontou o interlocutor da Sputnik, se trata de novos sistemas de bordo e conjuntos de armamento mais potentes que irão equipar os veículos.
Estes veículos blindados estão equipados com um sistema de controle computorizado, bem como equipamento de detecção e vigilância, e podem transportar uma variedade de suportes para armas externas. Além disso, o veículo pode funcionar em conjunto com outros veículos não tripulados, incluindo drones aéreos.
O Soratnik pode funcionar em três regimes diferentes, o peso do carro não excede sete toneladas e o veículo é capaz de atingir velocidades de até 40 quilômetros por hora. Se for comandado remotamente e se a visibilidade for direta, o raio de ação do veículo será de até dez quilômetros.
O veículo de combate não tripulado Soratnik pode transportar metralhadoras de calibre 7,62 milímetros e 12,7 milímetros e lança-granadas de 30 milímetros de tipo AGS-17. O carro é capaz de detectar, acompanhar e destruir alvos, identificando seu tipo. Além disso, o Soratnik pode ser equipado com oito mísseis antitanque guiados de tipo Kornet.

Novo tanque russo Armata deixa para trás análogos mundiais (VÍDEO)

Tanque russo T-14 Armata é melhor, em termos das capacidades técnicas, do que seus análogos dos EUA, Israel e europeus, comunicou o vice-primeiro-ministro russo Dmitry Rogozin.

O tanque da nova geração foi apresentado pela primeira vez ao público no ano passado durante o desfile militar em Moscou dedicado ao Dia da Vitória de 9 de maio.É evidente que temos a vantagem em tanques, porque o tanque, construído em Nizhny Tagil deixa para trás seus análogos europeus, norte-americanos e israelenses em termos de capacidades técnicas", comunicou Rogozin no domingo no ar do canal de televisão Rossiya 1 (Rússia 1).O tanque, com base na Plataforma de Combate Universal Armata, é operado por uma tripulação de três pessoas, que ficam sentadas na cápsula blindada localizada na parte da frente, enquanto a torre é automatizada.O tanque está equipado com um canhão de alma lisa de 125 mm e com uma metralhadora com controle remoto de 7,62 mm.
http://es.euronews.com/2015/05/06/rusia-lanza-t15-armata-un-nuevo-prototipo-experimental-de-carro-de-combate

Opinião: China e EUA procuram novas 'linhas vermelhas' no mar do Sul da China

Nas águas do Mar do Sul da China entrou o grupo de porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos, liderado pelo porta-aviões USS Carl Vinson, da classe Nimitz. Os navios norte-americanos irão realizar "operações de rotina" e ainda não se sabe se os navios vão atravessar as águas em torno das ilhas artificiais da China.

Enquanto isso, em uma coletiva de imprensa na terça-feira (21), o representante do Ministério das Relações Exteriores da China Geng Shuang disse que a China respeita a liberdade de navegação no mar do Sul da China, garantida pelo direito internacional, mas se opõe fortemente às tentativas de ameaçar a soberania dos países da região, incluindo a China.
O especialista do Centro para a Investigação Estratégica Anton Tsvetov disse à Sputnik China como a presença do porta-aviões Carl Vinson irá afetar a situação na região e as relações sino-americanas.O comandante do grupo de porta-aviões norte-americano assinalou apenas que ele tenciona demonstrar a eficácia e prontidão de combate das unidades, ao mesmo tempo "fortalecendo as fortes relações existentes com aliados, parceiros e amigos na região do Índico e Pacífico". No entanto, aqueles que seguem regularmente os acontecimentos no mar do Sul da China sabem que as tensões provocadas pelas disputas territoriais pelas Ilhas Spratly e Paracel variam como as estações do ano. No inverno, aqui está geralmente mais ou menos calmo, mas o momento mais perigoso é a primavera e o verão. Fevereiro está chegando ao fim, o inverno está em declínio, e no mar do Sul da China reaparecem razões para a escalada.
Fortalecer as relações com os "aliados, parceiros e amigos" na Ásia agora é extremamente importante para os Estados Unido. Os sinais confusos de Washington criaram na região uma grande incerteza sobre o futuro da política dos EUA. A recente visita do secretário da Defesa James Mattis ao Japão e à Coreia do Sul pretendia animar os aliados. Mattis delineou em seus discursos a política dos EUA no mar do Sul da China aproximadamente nas mesmas categorias que a administração anterior — os EUA vão continuar usando o direito à liberdade de navegação nessa área.
No entanto, nos bastidores o chefe do Departamento de Defesa dos EUA aludiu a algo mais. Desde 2015, a Marinha dos EUA realizou quatro operações usando a liberdade de navegação. A reação dura de Pequim forçou a liderança política dos EUA a usar esta ferramenta com mais cuidado apesar dos apelos dos militares. Parece que agora se pode esperar que eles apelem a Donald Trump, que poderá aprovar a ativação de tais operações.
Tudo isso poderia parecer uma escalada por parte de Washington se Pequim não desse motivos para isso, aparentemente testando a solidez do novo presidente americano. Em primeiro lugar, na sexta-feira — um dia antes da entrada nas águas no mar do Sul da China do porta-aviões dos EUA — daqui saiu o Liaoning chinês, que esteve realizando exercícios em grande escala. Em segundo lugar, foram divulgados os novos trabalhos em grande escala para construir uma infraestrutura militar da China nas Ilhas Paracel.Finalmente, a terceira nota do acorde preocupante dos últimos dias foi a publicação do projeto chinês de alteração da lei sobre a segurança dos transportes no mar. O documento obriga os navios militares estrangeiros passarem pelas águas que a China considera como suas somente acompanhados por navios de guerra chineses. Além disso, a China será capaz de fechar algumas zonas das águas por iniciativa própria ou mesmo fechar o acesso ao "mar sob sua jurisdição".
Por outras palavras, os EUA e a China estão tentando encontrar novos limites do que é permitido, as novas "linhas vermelhas". Durante a presidência de Barack Obama foram traçadas algumas "linhas vermelhas" informais, que as partes tentavam não ultrapassar. Com o novo presidente norte-americano há condições para a revisão das "condições do acordo", além do mais, o novo ponto de equilíbrio no mar do Sul da China será determinado pela linha de Trump na questão coreana, pelo grau de apoio ao Japão e pela política comercial da nova administração.
Como muitas vezes acontece, as vítimas deste processo podem ser os pequenos países da Ásia Oriental. O especialista russo Aleksandr Gabuev observou acertadamente que é pouco provável que as novas regras para a passagem de navios militares através das águas chinesas impeçam a Marinha dos EUA, mas para os navios vietnamitas e filipinos isso já não será fácil. Portanto, o risco principal neste jogo das grandes potências é o motim dos pequenos que, não vendo respeito pelos seus interesses, intencionalmente ou não, podem avançar para o agravamento da situação.