sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Brasil dá incentivos fiscais para armamento banido pela ONU

O governo brasileiro concede, desde novembro de 2013, incentivos fiscais à produção de foguetes que utilizam munição "cluster", um tipo de armamento banido pela ONU.
Entidades ligadas à defesa dos direitos humanos alertam para os danos causados por essas munições e para os riscos de elas serem usadas por grupos terroristas como o Estado Islâmico.Bomba cluster que não explodiu após ser lançada é encontrada em uma área a pouco mais de 40 quilômetros da cidade iraquiana de Arbil, em 2003. Um grupamento de soldados britânicos especializados em explosivos atuou na região para desativar as bombas. Dezenas de crianças iraquianas morreram ao tentarem manusear as bombas de forma incorreta Shamil Zhumatov/Reuters
Os armamentos "cluster" são bombas ou foguetes 'recheados' com minibombas. Quando estão a caminho do alvo, os foguetes principais, também chamados de contêineres, se abrem e espalham as munições por áreas que podem atingir o tamanho de quatro campos de futebol.
Aquelas que não explodem ao tocar o solo podem permanecer ativas e explodir a qualquer momento quando tocadas por acidente -- a exemplo das minas terrestres comuns --, colocando em risco a vida de civis em áreas urbanas ou rurais.
O fato de continuarem ativos mesmo após o fim do conflito e a falta de precisão em relação às áreas atingidas são as principais críticas a esse tipo de armamento.
As bombas e munições "cluster" foram utilizadas durante a Guerra do Vietnã, na ocupação do Líbano por tropas israelenses e, mais recentemente, durante a guerra civil na Síria.
Em 2008, a ONU implementou uma convenção que bane a produção, a estocagem, o uso e a venda de munições "cluster" que não tenham dispositivos sofisticados de autodestruição ou autodesativação e que pesem menos de 4 quilos.
UOL apurou que as munições produzidas no Brasil oscilam entre 1,8 kg e 2,5 kg -- mais leves, portanto, do que o que determina a convenção da ONU.
O Brasil, assim como países como a Rússia e China, não aderiu à proibição imposta pela ONU, o que tecnicamente o libera da proibição imposta pela entidade. Até o momento, 113 países aderiram à convenção.

Incentivos

Os incentivos fiscais dados pelo Governo Federal para a produção dos foguetes que transportam as munições "cluster" fazem parte do Retid (Regime Especial Tributário para a Indústria Nacional de Defesa), um sistema que isenta empresas previamente selecionadas e que produzem bens ou serviços considerados estratégicos pelo Governo Federal.
Na prática, o governo deixa de arrecadar tributos para baratear os custos de produção desse tipo de produto. Segundo a Receita Federal, em 2014, o programa vai conceder R$ 60 milhões em incentivos fiscais.

Saiba como funcionam as bombas cluster

A empresa que fabrica os foguetes de fragmentação no Brasil é a Avibras Divisão Aérea e Naval S.A, empresa sediada em Jacareí, a 84 km de São Paulo. Segundo dados do Ministério da Defesa, ela fabrica ao menos três modelos de foguetes do tipo: o SS-40, SS-60 e o SS-80. 
O SS-60 e o SS-80 (com alcance de até 60 km e 80 km, respectivamente)  podem carregar ogivas de até 150 quilos com 70 minibombas, cada uma pesando menos de 4 quilos.
Para o coordenador da CMC (Cluster Munition Coalition), Gabriel Silva, a concessão de incentivos fiscais para a produção desse tipo de armamento vai contra a imagem internacional do Brasil.
"O Brasil tenta passar uma imagem de país pacífico, mas se beneficia com a produção e o comércio desse tipo de arma, que é tão prejudicial às populações civis. Os danos humanitários são enormes, e o Brasil parece ignorar isso.
"É contraditório que o Brasil seja parte da convenção contra minas terrestres e não seja da convenção contra munições 'cluster'. A maior parte das vítimas desse tipo de munição são crianças e mulheres", afirma.
"O Governo, o Exército e a Avibras afirmam que as bombas "cluster" produzidas no Brasil atendem às demandas das Nações Unidas, mas o fato é que eles dizem isso com base em testes em áreas extremamente controladas, no interior de Goiás. Num cenário de conflito real, não há como garantir que essas munições serão manuseadas de forma correta. Não temos como garantir que elas vão atender às determinações da ONU", diz ainda Gabriel. 

Outro lado

Procurado pelo UOL, o Ministério das Relações Exteriores diz que o Brasil não aderiu à convenção da ONU por entender que a medida tinha elementos discriminatórios ao permitir que munições "cluster" tecnologicamente mais avançadas continuassem a ser produzidas.
O Ministério diz ainda que a convenção "não bane efetivamente a produção ou o uso de munições 'cluster'" e que "sua relevância é, portanto, questionável".
Os armamentos "cluster" são bombas ou foguetes 'recheados' com minibombas. Quando estão a caminho do alvo, os foguetes principais, também chamados de contêineres, se abrem e espalham as munições por áreas que podem atingir o tamanho de quatro campos de futebol.
Aquelas que não explodem ao tocar o solo podem permanecer ativas e explodir a qualquer momento quando tocadas por acidente -- a exemplo das minas terrestres comuns --, colocando em risco a vida de civis em áreas urbanas ou rurais.
O fato de continuarem ativos mesmo após o fim do conflito e a falta de precisão em relação às áreas atingidas são as principais críticas a esse tipo de armamento.
As bombas e munições "cluster" foram utilizadas durante a Guerra do Vietnã, na ocupação do Líbano por tropas israelenses e, mais recentemente, durante a guerra civil na Síria.
Em 2008, a ONU implementou uma convenção que bane a produção, a estocagem, o uso e a venda de munições "cluster" que não tenham dispositivos sofisticados de autodestruição ou autodesativação e que pesem menos de 4 quilos.
UOL apurou que as munições produzidas no Brasil oscilam entre 1,8 kg e 2,5 kg -- mais leves, portanto, do que o que determina a convenção da ONU.
O Brasil, assim como países como a Rússia e China, não aderiu à proibição imposta pela ONU, o que tecnicamente o libera da proibição imposta pela entidade. Até o momento, 113 países aderiram à convenção.

Incentivos

Os incentivos fiscais dados pelo Governo Federal para a produção dos foguetes que transportam as munições "cluster" fazem parte do Retid (Regime Especial Tributário para a Indústria Nacional de Defesa), um sistema que isenta empresas previamente selecionadas e que produzem bens ou serviços considerados estratégicos pelo Governo Federal.
Na prática, o governo deixa de arrecadar tributos para baratear os custos de produção desse tipo de produto. Segundo a Receita Federal, em 2014, o programa vai conceder R$ 60 milhões em incentivos fiscais.
A empresa que fabrica os foguetes de fragmentação no Brasil é a Avibras Divisão Aérea e Naval S.A, empresa sediada em Jacareí, a 84 km de São Paulo. Segundo dados do Ministério da Defesa, ela fabrica ao menos três modelos de foguetes do tipo: o SS-40, SS-60 e o SS-80. 
O SS-60 e o SS-80 (com alcance de até 60 km e 80 km, respectivamente)  podem carregar ogivas de até 150 quilos com 70 minibombas, cada uma pesando menos de 4 quilos.
Para o coordenador da CMC (Cluster Munition Coalition), Gabriel Silva, a concessão de incentivos fiscais para a produção desse tipo de armamento vai contra a imagem internacional do Brasil.
"O Brasil tenta passar uma imagem de país pacífico, mas se beneficia com a produção e o comércio desse tipo de arma, que é tão prejudicial às populações civis. Os danos humanitários são enormes, e o Brasil parece ignorar isso.
"É contraditório que o Brasil seja parte da convenção contra minas terrestres e não seja da convenção contra munições 'cluster'. A maior parte das vítimas desse tipo de munição são crianças e mulheres", afirma.
"O Governo, o Exército e a Avibras afirmam que as bombas "cluster" produzidas no Brasil atendem às demandas das Nações Unidas, mas o fato é que eles dizem isso com base em testes em áreas extremamente controladas, no interior de Goiás. Num cenário de conflito real, não há como garantir que essas munições serão manuseadas de forma correta. Não temos como garantir que elas vão atender às determinações da ONU", diz ainda Gabriel. 

Outro lado

Procurado pelo UOL, o Ministério das Relações Exteriores diz que o Brasil não aderiu à convenção da ONU por entender que a medida tinha elementos discriminatórios ao permitir que munições "cluster" tecnologicamente mais avançadas continuassem a ser produzidas.
O Ministério diz ainda que a convenção "não bane efetivamente a produção ou o uso de munições 'cluster'" e que "sua relevância é, portanto, questionável".

Fonte: UOL
SEGURANÇA NACIONAL BLOG.SNB

Novo sistema portátil para defesa antiaérea

O sistema portátil de mísseis de defesa aérea Verba, desenvolvido pela Oficina de Engenharia de Instrumentação da holding Vysokotochnye Sistemas de Precisão,  deverá substituir os sistemas da geração anterior que estão atualmente a serviço das Forças Armadas da Rússia, conhecidos como Igla-S. Lotes da nova arma já foram distribuídos para alguns regimentos de tropas aerotransportadas do Exército da Rússia.
Atualmente, além da Rússia e dos países da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), o sistema portátil de mísseis de defesa aérea Igla está a serviço nas Forças Armadas de mais de 30 países, incluindo Bulgária, Sérvia, Croácia, Polônia, Finlândia, Vietnã, Cingapura, Brasil, México, Venezuela, Peru, Nicarágua, Cuba, Índia, Alemanha, Iraque e Malásia.A principal diferença entre o Verba e os vetores de geração anterior está na cabeça de orientação automática (COA) com comando óptico multiespectral de guiagem térmica. Graças a ela é possível distinguir o alvo dos chamarizes térmicos passivos, os quais  são atualmente elementos obrigatórios dos sistemas de autodefesa não apenas de aviões de combate,  bem como de helicópteros e aviões de ataque, mas também de aviões e helicópteros de transporte.
O auto diretor do  míssil Verba consegue enxergar o alvo em três espectros. Por isso, pode distingui-lo mesmo em caso de uso dos chamados projetores a laser ,capacidade  que permite detectar e atingir alvos com baixa radiação térmica, tais como veículos aéreos não tripulados e mísseis de cruzeiro.
A maioria dos sistemas portáteis de mísseis de defesa antiaérea  (MANPADS- Man-Portable Air-Defense Systems) só funcionam bem quando lançados  em rota de perseguição, ou seja, o míssil é disparado só depois da passagem do alvo pela posição do atirador, perseguindo-o orientando-se pela emissão térmica do (s) motor (es). O sistema Verba, que possui como vetor o míssil 9M336 consegue, ao mesmo tempo, "pegar" o inimigo que vem de frente. Nesse caso, a COA óptica multiespectral capta não somente  o calor emitido pelo (s) motor (es) da aeronave, mas também o calor gerado pelo aquecimento das asas, das superfícies de cauda e da fuselagem devido à fricção do ar.
Por enquanto, a maioria das características do Verba permanece em segredo. Mas pelos dados já divulgados pela mídia, o míssil é capaz de atingir alvos à distancias  de até 6,5 km voando a uma altitude da ordem dos 4,5 km. O Igla consegue interceptar  o alvo quase à mesma distância, contudo, a uma altitude de apenas 3,5 km.O sistema Verba, com a ajuda de um terminal  automatizado de controle (SAC), fornecido com o conjunto, pode ser utilizado individualmente ou como parte de uma bateria. Graças ao SAC, o comandante, além de  ter acesso aos dados de radares terrestres,  recebe também  informações procedentes de aeronaves  AEW&C (Controle Aéreo e Alerta Antecipado) para obtenção de dados complementares para ver antecipadamente informações sobre alvos e distribuí-los entre os operadores automaticamente.
Por enquanto, apenas as forças armadas dos Estados Unidos e da França possuem sistemas com características de desempenho semelhantes, equipados com piloto óptico de orientação multiespectral ,os quais ainda não estão liberados para exportação .Entretanto, segundo fontes russas, o Verba  é superior aos homólogos estrangeiros. De acordo com a doutrina de cada uma das Forças Armadas russas, é possível que surjam modelos de baterias sobre rodas ou lagartas.
Ivan Plavetz
SEGURANÇA NACIONAL BLOG.SNB 

SATÉLITE DE COMUNICAÇÃO E DEFESA BRASILEIRO SERÁ LANÇADO EM 2016

O Ministério da Defesa e a Telebrás assinaram nesta quinta-feira (11) contrato que autoriza o uso da banda X – voltada à comunicação militar – do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). 

Com previsão de conclusão para 2016, o novo satélite será o primeiro a ser 100% controlado por instituições brasileiras. Atualmente, os satélites que auxiliam a comunicação do país são controlados por estações de fora. 

Quando estiver em órbita, o artefato terá uma banda de uso exclusivo militar, o que vai garantir segurança total nas transmissões de informações estratégicas do país.  “Esse é um momento histórico, em que o Brasil irá comandar seu satélite e usá-lo de forma estratégica”, disse o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, durante a cerimônia de assinatura do contrato. 

O general destacou que a novidade trará “vantagem enorme” para operações de proteção do país, como os projetos de implantação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAz), a cargo da Marinha, e do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), sob execução do Exército Brasileiro. 

O projeto de construção e controle do satélite também prevê transferência de tecnologia, o que dará ao Brasil o domínio desse tipo de conhecimento, que poderá ser disseminado nas mais diversas áreas - em especial, no meio da indústria de defesa. 

Além disso, a banda ‘Ka’ do satélite facilitará a execução do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), levando comunicação de qualidade às regiões mais afastadas do Brasil, que ainda dependem da construção de rotas de fibra ótica para terem acesso à internet. 

“É estratégico para a Telebrás fazer parte desse momento do país, de retomada do controle tecnológico, de operações de um satélite estratégico”, disse o presidente da empresa, Francisco Ziober. “Nós vamos levar cidadania às comunidades mais isoladas, por meio do satélite”, completou.  O investimento da área de Defesa no projeto será de R$ 489 milhões – o que equivale a 22% do custo total do satélite.
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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

NANOSSATÉLITES FARÃO COLETA DE DADOS AMBIENTAIS

Responsável pelo sistema brasileiro de coleta de dados ambientais, o Centro Regional do Nordeste (CRN) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) trabalha, em Natal (RN), no Projeto Conasat, constituído por seis nanossatélites para coletar esse tipo de informação no país.
Ainda em fase de definição detalhada do projeto, os primeiros testes estão previstos ainda para este ano, sendo o primeiro, funcional, em Natal em outubro e o segundo, ambiental, no mês seguinte em São José dos Campos (SP). A previsão é que o lançamento do primeiro nanossatélite da constelação seja em 2016.
O engenheiro Manoel Mafra de Carvalho, coordenador do projeto e do CRN, explica que esses satélites são necessários devido à maior precisão das informações e à idade avançada dos atuais em órbita. “Hoje, os satélites SCD1 e SCD2 fazem esse tipo de monitoramento cobrindo o país, mas foram projetados nos anos 80 e lançados em 1993 e 1998 [respectivamente]. Estão desgastados e o SCD1 já não funciona mais à noite. A nova tecnologia a ser usada permite muito mais informações e de forma mais rápida”, explica.
Pioneirismo – O projeto foi todo desenvolvido pelo Inpe, com participação de engenheiros e estudantes potiguares, além de colaborações de outros estados e dos Estados Unidos, Holanda e África do Sul. “A iniciativa é pioneira porque normalmente se usa satélite de grande porte para coleta de dados ou os nanossatélites são anexos a outros satélites e têm finalidade diferente”, explica Carvalho.
Os satélites atuais, a 750 quilômetros de altitude, normalmente passam oito vezes sobre o território nacional, com intervalos de aproximadamente 103 minutos, seguidos de outras 10 horas sem cobertura (o equivalente a seis viagens).
Quando em órbita, a constelação ficará a 650 quilômetros e terá informações a cada uma hora. Outra vantagem dos novos equipamentos em desenvolvimento está nas suas dimensões. Os SCDs têm formato cilíndrico, 1 metro de altura por 1,5 m de diâmetro e costumam pesar mais de 100 quilos. Já os nanossatélites serão no formato cubesats (junção das palavras cubo e satélite, em inglês), com arestas entre 20 e 30 cm e peso de oito quilos.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
Foto: Divulgação/AEB 
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ISRAEL - MOSSAD E ISA CRESCEM EM IMPORTÂNCIA NO MOMENTO ATUAL

Por Amir Rapaport - Texto do Israel Defense
Tradução, adaptação e edição - Nicholle Murmel
 
Com o colapso do Exército do Iraque em junho deste ano, o modelo americano pós-ocupação para treinar forças policiais locais moderadas também ruiu.
 
Em entrevista exclusiva concedida ao Israel Defense em junho, o ministro de Inteligência,Assuntos Estratégicos e Relações Internacionais  israelense Yuval Steinitz afirmou:
 
“dissemos aos americanos, que não só o Exército iraquiano que eles construíram entrou em colapso. Em todos os locais onde os EUA tentaram essa abordagem, eles falharam”. A declaração foi feita logo antes da operação “Protective Edge” começar, e o ISIS ainda não havia se tornado um termo familiar no vocabulário ocidental.
 
O ministro continua: “por exemplo, na Faixa de Gaza, as forças policiais palestinas foram derrotadas pelo HAMAS, em 2007, e agora o mesmo acontece no Iraque. O contingente substancial que Washington estabeleceu lá está sendo solapado pelas forças islâmicas,que usam exatamente os mesmos métodos do Hamas - incluindo execuções em massa.
 
É igualmente claro que nenhuma força policial palestina operando na região da Judeia e Samaria será confiável, mesmo que seja equipada e treinada pelos EUA. Se Israel não tiver o controle da área, as forças islâmicas dominarão o território lá também”.
 
Steinitz discursa a partir de uma posição específica - nos últimos dez anos ele ocupou  várias posições-chave no governo e no Parlamento israelense, desde chefe do Comitê de Assuntos Estrangeiros e Defesa, passando por Ministro das Finanças, até seu atual cargo, onde está atualmente incumbido, em nome do Primeiro Ministro, de gerenciar três agências de inteligência principais: o MOSSAD, a Academia Intede Segurança (ISA) e a Comissão Israelense de Energia Atômica. O ministro também comparece regularmente às reuniões de gabinete sobre políticas de defesa, e aos fóruns de acesso restrito com outros chefes dos serviços secretos israelenses.
 
Um dos principais papeis de Steinitz é concentrar esforços de todos os órgãos do governo na tentativa de combater o programa nuclear do Irã. O ministro mantém canais de comunicação constantes com representantes de grandes potências ocidentais que negociaram com Teerã acerca da extensão de um acordo interino, segundo o qual as sanções econômicas impostas ao país já foram suspensas em parte, enquanto o Irã suspendeu suas atividades nucleares. O documento expirou em 20 de julho deste ano.
 
Vamos falar do estado atual da estratégia israelense, começando pelo Egito. O senhor considera que a vitória do ex-líder militar Abel Fattah el-Sisi nas eleições gerais como um acontecimento estrategicamente importante para Israel?
 
Defato, é do nosso interesse que a estabilidade política e econômica do Egito seja restaurada. Queremos eliminar a anarquia na região do Sinai, e também devemos lembrar que o Egito é a nação mais importante no mundo árabe. É crucial que o país permaneça como uma âncora central e estável. Eu desejo que el-Sisi e o povo egípcio tenham sucesso. Finalmente os egípcios estão trabalhando contra o tráfico de armas a partir do Sinai e dentro da região também. Isso nunca havia sido feito - nem mesmo durante o governo de Hosni Mubarak, e isso é um desdobramento positivo.
 
Considerando os acontecimentos recentes no Egito, Iraque e Síria, o senhor pode dizer que Israel não tem mais nenhuma ameaça militar significativa?
 
Ao olharmos para a ameaça geral ao Estado de Israel, nota-se uma mudança considerável na região. A gravidade das ameaças perpetradas por outros governos diminuiu substancialmente. No passado, todo o mundo árabe era contra Israel, mas os perigos militares mais relevantes vinham de três países - Egito, Síria e Iraque. Foi desses locais que partiram mais tropas e ataques nos anos de 1948, 1967 e 1973, e as forças acumuladas tinham como finalidade lidar com o desafio que Israel representava. Esse perigo desapareceu em boa parte.
 
O Exército egípcio ainda existe e está operacional. Se não fosse pela crise dos últimos três anos no país, e que teve um componente econômico muito forte, certamente o fortalecimento militar do Cairo teria sido mais expressivo e mais rápido. Na situação atual do Egito, esse processo logicamente desacelera, enquanto que em Israel o reforço das capacidades militares vem acontecimento em ritmo intenso e constante.
 
Já os exércitos da Síria e do Iraque não existem mais. O Exército sírio tem dificuldade em lidar com as forças rebeldes, inferiores tecnologicamente e em todos os outros aspectos.
 
Precisam de ajuda do Hezbollah, perderam mais da metade de seu pessoal, poder de fogo e artilharia. Há buracos em toda a defesa do território sírio. Caso a situação esquente outra vez, o Exército não terá condição atuar com as Forças de Defesa Israelenses em nenhum aspecto relevante. No que se refere ao arsenal químico de Damasco, por incrível que pareça, essa ameaça foi eliminada pela colaboração incomum entre Estados Unidos e Rússia. Foi um acontecimento importante que diminuiu substancialmente o perigo representado pela Síria.
 
O mesmo vale para o Iraque. As novas Forças Armadas foram estabelecidas, desde o começo, sem uma Fora Aérea e com pouca artilharia e blindados, e atualmente essas estruturas estão se desintegrando.
 
A ameaça patrocinada por governos está sendo substituída pelas instabilidades causadas por organizações como o Hezbollah, o HAMAS e a Jihad Islâmica - instituições não-estatais, que assumiram esse vácuo de poder e se fortaleceram. Essa é uma mudança significativa para Israel.
 
As ameaças convencionais diminuíram bastante, mas o terrorismo é uma preocupação, associada à instabilidade gerada pelo Irã. Os perigos não-convencionais cresceram, e ainda não os aceitamos, não estamos totalmente preparados para lidar com eles.
 
Sobre a questão nuclear iraniana, Israel está tendo sucesso em influenciar as negociações entre as superpotências e Teerã? Temos realmente a habilidade de influenciar esses acordos?
 
Não somos uma superpotência global. Entre os países que conduzem as negociações com o Irã, o grupo P5+1, não temos posição formal. Mesmo assim, tivemos sucesso em estabelecer influência e algum status nessas conversações. Estamos presentes, mesmo que ausentes sob o ponto de vista formal.
 
Esse processo começou antes mesmo do acordo interino vencido em julho. Em conversas pessoais com os franceses, conseguimos convencê-los a vetar a versão inicial do documento e incluir duas exigências - suspender a construção do reator nuclear com água pesada em Arak, e neutralizar todo o urânio com mais de 20% de enriquecimento.
 
Essa neutralização do programa nuclear do Irã está quase completa. Acerca desses dois pontos, tivemos influência direta no acordo provisório. Desde então mantemos diálogo, pelo qual eu sou responsável, com todos os órgãos a cargo dessa tarefa - a Comissão Israelense de Energia Atômica, o Conselho Nacional de Segurança e assim por diante, em nível de ministério e em instâncias menores, junto com os serviços de inteligência das cinco potências envolvidas com a questão nuclear do Irã.
 
Se não fosse por Israel, esses países poderiam ter assinado um acordo desfavorável com Teerã. Dois meses e meio atrás, eu consegui, junto com o Primeiro Ministro Netanyahu, introduzir um novo argumento no discurso internacional - de que o Irã é um país catalisador do perigo de proliferação nuclear no Oriente Médio, constituindo uma ameaça ainda maior.
 
O Irã, enquanto Estado catalisador, se aproveitaria da legitimidade que vem de um acordo e encorajaria nações como Egito, Argélia, os Emirados Árabes e a Arábia Saudita a demandar as mesmas tecnologias e equipamentos - centrífugas operando sob supervisão.
 
 
Esses países alegariam que se o mundo pode conviver com o Irã dessa forma, eles também podem querer o mesmo. Um acordo mal formulado manteria o Irã como uma fonte de resistência e essa resistência se espalharia a pelo menos outros cinco ou seis países ao longo do mundo árabe-muçulmano, onde não se pode confiar na estabilidade dos governos.
 
Israel tem alguma influência. Sem nós, mesmo o acordo provisório com Teerã teria uma configuração diferente, e o tratado permanente teria sido menos favorável. Foi uma surpresa conseguirmos estabelecer esse status, fruto da qualidade das nossas redes de inteligência e nosso entendimento do Irã e dos iranianos. Ao mesmo tempo, não estou totalmente confiante de que vamos alcançar o objetivo principal - que o Irã permaneça anos de ter armas atômicas.
 
As agências de inteligência pelas quais o senhor é responsável - Mossad, Academia Internacional de Segurança e a Comissão de Energia Atômica, operam efetivamente?
 
Essas instituições são na verdade, clandestinas. Jamais fotografias de reatores nucleares israelenses ou de dentro da sede do Mossad, ou mesmo da conclusão de algum curso de formação de agentes foram veiculadas na mídia. Não há imagens de exercícios feitos por esses órgãos, como se vê das manobras feitas pelas Forças de Defesa Israelenses. São organizações altamente sofisticadas e sua contribuição para a segurança nacional é cada vez maior, sem perder de vista a importância dos aparatos de defesa tradicionais, dadas as mudanças no nosso teatro de operações.
 
Nessa era de ameaças sub-nacionais e com o perigo de um Irã nuclear, a importância do Mossad e da ISA aumentou muito. No ano passado, por conta da questão iraniana,conheci pessoas como o general James R. Clapper, responsável por todas as agências de inteligência dos Estados Unidos, além do chefes de órgãos do Reino Unido e outras nações da Europa. Todos reconhecem muito a capacidade e o profissionalismo do serviço secreto israelense.
 
Foi um prazer saber disso. Quase todas essas autoridades têm interesse em trabalhar conosco. Nossa cooperação com os EUA na área de inteligência ao longo do último ano foi excelente. Também trabalhamos junto com outras nações do Ocidente - Alemanha, França, Canadá e Reino Unido - em missões estratégicas e de contraterrorismo. Mas apesar de todo esse reconhecimento, não podemos nos animar demais. No ramo de inteligência sempre há um problema - você esquece de se perguntar se todas essas  capacidades e façanhas servem mesmo ao objetivo final. Se é o suficiente. Sempre há esse elemento que escapa, mesmo que se conte com inteligência excelente. Sempre há espaço para melhorar, mesmo em sistemas bem sucedidos como o Mossad, a ISA e a Diretoria de Inteligência das Forças de Defesa de Israel.
 SEGURANÇA NACIONAL BLOG.SNB

domingo, 7 de setembro de 2014

SkyDrones anuncia novo VANT Zangão ao mercado brasileiro

Projetado e fabricado pela Skydrones, empresa Brasileira que atua no desenvolvimento deVeículos Aéreos Não Tripulados (VANTs ou Drones) desde 2008, o novo Zangão é uma plataforma aérea com sofisticada eletrônica embarcada que permite transportar diferentes sistemas de captura de imagens. De acordo com a SkyDrones, sua instrumentação e sistemas de controle permitem voos com alta estabilidade com reduzido tempo de treinamento operacional, alta capacidade de carga e grande confiabilidade.
As aplicações deste drone são em: monitoramento ambiental, inspeção de redes de transmissão, segurança pública e privada, mapeamento de áreas agrícolas, monitoramento de tráfego, monitoração de mineração, entre outras aplicações.
Seu design moderno e eficiente possibilita o transporte de diversos tipos de câmeras e sensores que geram imagens utilizadas para produzir mapas ortorretificados, mapas de terreno e superfície, nuvem de pontos 3D ou mapas NDVI para agricultura. Sensores infravermelhos podem ser utilizados para mapeamento e detecção de problemas em redes de distribuição de energia elétricaO Zangão V é o resultado de estudos e testes que começaram em 2011. Foram desenvolvidos 4 protótipos pela SkyDrones e foram testados 2 “Airframes” (corpo do avião) feitos por empresas chinesas. Segundo a empresa, todos estes testes possibilitaram coletar dados e experiências para chegar ao design e performance esperados pelo mercado consumidor profissional.
Segundo a SkyDrones, estes estudos levaram em conta as seguintes características:
• O Zangão foi projetado para ser lançado a mão ou por sistema de mini catapulta, facilitando a operação da decolagem;
• O bico (ou gancho da catapulta), por ser o elemento que entra em contato com o solo no pouso, pode ser facilmente substituído pelo usuário;
• A eficiência do projeto foi obtida por exemplos tirados da natureza e equipamentos militares de alta tecnologia;
• Gerando um perfil eficiente, baixa sensibilidade a rajadas de vento, baixo arrastro e muito econômico energeticamente;
• Cada detalhe foi cuidadosamente projetado e testado utilizando sistemas de CAD de última geração.O Zangão oferece um conjunto de vantagens tecnológicas que otimizam sua performance, tais como: Estabilização autônoma das atitudes em voo da plataforma obtido pelo sistema de controle embarcado; Decolagem por arremesso manual ou uso de mini catapulta permitindo uso em espaço restrito; Pouso automático de barriga por aproximação em baixa velocidade (pré estol); Programação de missão de voo para voar autonomamente até pontos pré-determinados (GPS), por computador; Comando de retorno autônomo para a base operacional; Baixo peso da plataforma e alto potencial de carregamento (sensores e câmeras embarcados); Possibilidade de uso de câmeras especiais, como infra vermelhas (IR), NIR e de alta resolução (HD) de foto (Sony Nex 7); Base de comando (em terra) com integração de dados de voo, captura de imagem e cartografia; Alta capacidade de customização para diferentes aplicações; Peças de reposição a pronta entrega.
A SkyDrones provê treinamento de piloto em sua base ou por empresa capacitada e homologada pela SkyDrones na base do cliente. Este treinamento é feito com parte teórica e prática conforme necessidades do cliente.
SEGURANÇA NACIONAL BOG.SNB 

Evento expõe inovações da indústria de Defesa Nacional


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