terça-feira, 16 de julho de 2013

Google é processado por coleta de dados de brasileiros no Street View

O Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática (IBDI) entrou na justiça para obter esclarecimentos do Google sobre a coleta de informações sigilosas de brasileiros, pelo Google, durante o mapeamento das ruas para o serviço Street View. Segundo o órgão, a justiça concedeu uma liminar no último dia 9 obrigando a companhia americana a fornecer as informações em até cinco dias após a intimação pessoal, que ainda não aconteceu.
Os carros do Google Street View começaram a circular no País em 2009. Segundo o IBDI, "por meio do acesso a redes de internet sem fio abertas, a empresa coletou dados sigilosos e pessoais de brasileiros, assim como fez em cerca de 30 países onde já há denúncias similares". "A empresa americana já foi condenada no exterior por interceptar comunicações eletrônicas, e-mails, senhas, fotos e dados pessoais nas cidades em que os automóveis circularam, e assumiu ter feito o mesmo no Brasil", afirmou o instituto em nota.O IBDI afirma que já havia notificado extrajudicialmente o Google para saber se a mesma coleta indevida de informações havia ocorrido no Brasil, o que teria sido confirmado pela empresa, "mas disse que havia desinstalado os equipamentos dos carros em maio de 2010, alegando que o objetivo deles era apenas ter acesso a redes de internet sem fio. Segundo o Google, as informações foram coletadas sem intenção e estão guardadas de modo inacessível".
O IBDI resolveu acionar a Justiça após ter negado o acesso a detalhes dos equipamentos utilizados e dos locais em que as informações sigilosas estavam armazenadas. O advogado do IBDI responsável pelo caso, Sérgio Palomares, disse ao Terra que, caso o Google não forneça as informações, o órgão irá ajuizar uma ação coletiva contra a companhia.
"O Google sempre se preocupa com o respeito à privacidade. Todos os aspectos relacionados à coleta de dados no projeto Street View foram endereçados tão logo identificados em 2010, e não há nenhum fato novo", afirmou a empresa em nota enviada ao Terra.
No começo deste ano, o IBDI entrou com um processo contra a Apple por "obsolência planejada". O foco da ação era o iPad 4, lançado em 23 de outubro do ano passado, sete meses depois da geração anterior. Segundo o órgão, a Apple lançou um aparelho sabendo que ficaria ultrapassado num tempo menor que o usual. 
TERRA...SNB

Hackers vendem brechas a governos interessados em ciberespionagem

Da África do Sul à Coreia do Sul, o negócio de descobrir brechas de seguranças e bugs em sistemas está crescendo para os hackers, segundo reportagem do The New York Times. As falhas encontradas pelos programadores podem dar acesso a sistemas como o Windows, da Microsoft, e permitir ao comprador do segredo acesso ao computador de qualquer companhia ou governo que use o sistema.
Até alguns anos atrás, os bugs descobertos eram vendidos às próprias fabricantes do software defeituoso. Microsoft e Apple, por exemplo, pagam por essas informações - e Redmond inclusive aumentou o valor máximo por erro para US$ 150 mil no mês passado. O Facebook gastou US$ 1 milhão desde 2011, quando iniciou seu programa de recompensas, e o Google paga até US$ 20 mil por falhas encontradas no navegador Chrome. A Apple não tem uma iniciativa de recompensa, e diz-se no ramo que uma falha no iOS uma vez foi vendida por US$ 500 mil.​Mas atualmente os governos pagam por esse tipo de informação do que as companhias desenvolvedoras dos softwares, uma vez que países podem explorar os dados para conseguir estar à frente - ainda que por tempo limitado - de nações rivais com que travam disputas. De acordo com companhias do setor, uma falha custa hoje, em média, entre US$ 35 mil e US$ 160 mil. Um dos modelos de negócio exige US$ 100 mil de assinatura anual, para olhar o "catálogo" de falhas e, uma vez escolhida a brecha desejada, cobra por cada item separadamente.
Os profissionais do ramo chamam essas falhas de "zero days" - algo como "tempo zero", em tradução livre -, em referência ao fato de que o usuário não tem tempo nenhum de se proteger: a falha vendida pode ser usada imediatamente por quem a comprar.
"Governos estão começando a dizer, 'para proteger meu país, preciso encontrar vulnerabilidades em outras nações'", afirma Howard Schmidt, ex-coordenador de cibersegurança da Casa Branca. "O problema é que estamos essencialmente ficando menos seguros", contrapõe.
O jornal americano cita dados da Symantec de que falhas 'zero days' persistem por cerca de 312 antes de ser detectada - nesse tempo, a brecha pode ser explorada por golpistas ou governos. Os Estados Unidos seriam um dos países compradores desse tipo de informação, de acordo com os dados vazados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden sobre o esquema de vigilância em massa do governo americano através da agência nacional de segurança ianque (NSA).
Mas os EUA não estariam sozinhos. Israel, Reino Unido, Rússia, Índia e Brasil investiriam pesado na compra desses bugs. A Coreia do Norte e agências de inteligência em alguns países do Oriente Médio também, segundo Luigi Auriemma e Donato Ferrante, dois profissionais do ramo que moram em Malta e falaram ao NYT. De acordo com o Centro para Estratégias e Estudos Internacional, de Washington, países da Ásia como Malásia e Singapura, completam a lista.
A negociação entre hackers e governos é feita por corretores, que cobram 15% do valor do negócio em comissão. Em alguns casos, o programador que descobre a falha ganha um adicional por cada mês em que o bug não é arrumado - ou seja, em que a brecha continua aberta ao invasor.
Mas o lado confidencial é essencial ao negócio desses corretores. Um dos mias famosos, que atua de Bangcoc e atende na conta Grugq do Twitter, deu entrevista à revista Forbes no ano passado e viu as transações diminuírem, porque os clientes ficaram desconfiados.
Apesar disso, de acordo com o jornal americano, a abordagem não precisa ser discreta. A reportagem cita quatro startups que anunciam que vendem vulnerabilidades para fins de ciberespionagem e, em alguns casos, ciberataque.
Uma delas, onde atua um ex-gerente da NSA, afirma que oferece suas ferramentas para encontrar brechas primeiramente ao governo americano. Outra, diz que todos os seus clientes são americanos. Uma terceira alega que não vende a países com os quais a União Europeia, os EUA ou a ONU têm embargo.
O mercado, alegam todos os players, começou a crescer em 2010, quando Estados Unidos e Israel compraram falhas para atacar o sistema iraniano de enriquecimento de uranio. Agora, mais países pagam, e pagam melhor, para obter essas informações. Hackers afirmam que não é possível escolher os clientes, ou o profissional acaba "escanteado". Alguns, inclusive, defendem que não se deve entregar de graça conhecimento profissional. "Há sempre alguém interessado em pagar", lamenta Schmidt, ex-Casa Branca.
TERRA..SNB

segunda-feira, 15 de julho de 2013

EUA apresentam robô humanoide para atuar em emergências


A Darpa, agência de desenvolvimento tecnológico do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, apresentou seu robô Atlas.
Com dois braços, duas pernas, 1,80 metro de altura e 150 quilos, tem o que seus criadores chamam de "antropometria quase humana".
O robô está sendo desenvolvido para atuar em situações de emergência onde atividades normalmente desempenhadas pelo corpo humano - como acionar alavancas, apertar botões ou abrir portas - são necessárias, mas onde pessoas de carne e osso não teriam chance de sobreviver, como acidentes graves em instalações nucleares.
A Darpa estabeleceu um prêmio de US$ 2 milhões para que equipes de pesquisadores criem softwares para ensinar ao robô a fazer coisas como fechar válvulas ou acionar interruptores.
Durante a apresentação ao público, o Atlas moveu as mãos como se estivesse dando cartas numa mesa, e caminhou. O robô foi projetado pela empresa Boston Dynamics.
De acordo com reportagem sobre o robô publicada no jornal The New York Times, embora sistemas robóticos - softwares - já sejam capazes de pilotar aviões ou guiar automóveis, a complexidade envolvida em comandar de um corpo semelhante ao humano é muito maior, e ainda deve demorar para que modelos baseados no Atlas possam realmente ir a campo.
Gill Pratt, um administrador da Darpa, mencionou os 19 bombeiros americanos que morreram em ação no Arizona, na semana passada. "Muitos de nós, no campo da robótica, vemos eventos assim no noticiário, e o que nos comove profundamente é um sentimento de, não poderíamos fazer melhor?", disse.
Pratt disse que a versão atual do Atlas é como uma criança de um ano de idade, mas deve aprender depressa.
SNB

Nave espacial europeia passa pelo primeiro teste

Descida controlada
Depois de alguns adiamentos, a futura nave espacial europeia passou pelo primeiro de seus testes - uma descida controlada no mar.
A nave IXV (Intermediate eXperimental Vehicle, ou Veículo Experimental Intermediário) terá como principal característica um sistema ativo de controle na reentrada na atmosfera.
Além de testar a própria nave, a Agência Espacial Europeia (ESA) precisava avaliar o sistema de recuperação da nave no oceano, que não poderá ter falhas quando houver astronautas a bordo.
E os testes mostraram seu valor: os balões de flutuação, que mantêm a nave na superfície da água, não inflaram como esperado, embora sem deixar a IXV afundar.
O protótipo foi liberado por um helicóptero de uma altitude de 3.000 metros, caindo até atingir a velocidade que terá quando estiver retornando do espaço.

Um sistema de atuadores não-explosivos abriu então os pára-quedas, reduzindo a velocidade a 7 m/s, segura para a queda na água.Sistema de pouso na água
Segundo a ESA, o teste serviu para avaliar todo o sistema de descida e pouso na água, incluindo a ejeção das duas proteções térmicas que cobrem os pára-quedas, o disparo de 16 atuadores não-explosivos para liberar os quatro painéis cobrindo os balões de flutuação, a detecção do impacto na água, a ejeção das balizas de sinalização e a emissão de um sinal para que o satélite Cospas-Sarsat possa apontar a localização precisa da nave no mar.
Ainda não há data marcada para o primeiro voo ao espaço da nave, que deverá fazer uma órbita completa em torno da Terra, caindo no mar para um teste final.
A IXV pesa 1.800 kg, e terá versões para carga e para tripulantes.
Ela deverá ser a sucessora dos cargueiros não-tripulados ATV (Veículo de Transferência Automatizado), que atualmente abastecem a Estação Espacial 
SNB

Exoplaneta é mais azul do que a Terra

Cor dos exoplanetas
O telescópio espacial Hubble conseguiu observar pela primeira vez a cor de um exoplaneta, um planeta que orbita outra estrela, a 63 anos-luz de distância.
O planeta é conhecido como HD 189733b, um dos exoplanetas mais próximos de nós dentre aqueles que podem ser vistos cruzando à frente de sua estrela - uma técnica conhecida como trânsito planetário.
Observando em luz visível, o Hubble mediu as mudanças na cor da luz do planeta, antes, durante e depois de ele passar por trás da sua estrela.
"Nós vimos a luz tornando-se menos brilhante no azul, mas não no verde ou no vermelho. Houve menos luz azul, mas não vermelha, quando ele ficou escondido. Isso significa que o objeto que desapareceu era azul," explica o astrônomo Frederic Pont, da Universidade de Exeter, na Inglaterra, membro da equipe que fez a análise.

O Hubble já fez várias observações do HD 189733b, uma das quais já havia dado indícios de espalhamento de uma luz azul pelo planeta. As novas observações confirmaram a suspeita
Chuva de vidro
Se pudéssemos olhar para ele diretamente, este exoplaneta seria azul profundo, mais azul do que a própria Terra.
Mas as comparações terminam aí.
O HD 189733b pertence a uma classe de planetas, chamados Júpiteres quentes.
Ele está a apenas 2,9 milhões de quilômetros da sua estrela-mãe, tão perto que ele é gravitacionalmente "travado" - um lado está sempre voltado para a estrela e do outro lado é sempre escuro.
A temperatura durante o dia na face voltada para a estrela fica próxima dos 1.100 graus centígrados.
O mais impressionante é que lá deve chover vidro, em tempestades com ventos soprando a mais de 7.000 km/h.

É essa atmosfera bizarra que explica a cor azul profunda do planeta. Suas nuvens de grande altitude contêm partículas de silicatos, que se condensam devido ao calor, formando pequenas gotas de vidro que refletem a luz azul mais do que outros comprimentos de onda.
SNB

Uma guerra cibernética já está em andamento, diz UIT

GENEBRA – O mundo já vive “uma guerra cibernética” e a prática de espionagem na rede – denunciada nos últimas semanas – é algo generalizado entre os governos. O alerta é do secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações, Hamadoun Touré, em coletiva de imprensa na manhã de hoje em Genebra.
Sua entidade tem sido o foco de governos de vários países, entre eles o Brasil, que pressionam para que a polêmica da espionagem por parte dos EUA seja tratada pela UIT, na forma de um acordo internacional.
Touré saiu em defesa de um entendimento entre governos e insiste que chegou a hora de um “tratado de paz cibernético”. Mas alerta que o desafío não será pequeno.
“Sabemos que todos os países estão fazendo isso (espionagem)”, declarou. “Eu conversava com um embaixador outro dia que me confessou: não sei porque estão todos surpresos diante das histórias de espionagem.  Todos fazemos isso”, contou.
Touré, diretor máximo da UIT, admite que seus próprios emails estão sendo lidos. “Você acha que meu email é seguro?”, questionou. “Eu seria estúpido se achasse isso”, disse, lembrando que até os emails do diretor da CIA são revisados.
“Já existe uma guerra cibernética ocorrendo, lamentavelmente”, constatou. “Mas ainda acho que a melhor forma de vencer é vence-la”, disse. “Não existirá vencedor, assim como na guerra tradicional. Tudo será destruição”, insistiu.
“Governos devem parar de realizar essas ações e apenas uma organização internacional pode trazer a uma mesma mesa governos para debater o assunto”, completou.
jamil-chade
 .estadao.com.br ,...SNB

Defesa destaca urgência de o País ter seu satélite

ÂNIA MONTEIRO, LISANDRA PARAGUASSU, BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
As denúncias de violação de telefonemas e transmissão de dados de empresas e cidadãos brasileiros serviram para reforçar a tese das Forças Armadas da necessidade de o Brasil dispor de seu próprio satélite de comunicação militar, em vez de continuar alugando a Banda X do satélite para a Embratel, cujo controlador é a mexicana Telmex, ao custo anual de R$ 14 milhões, como ocorre hoje.
Nas reuniões de governo dos últimos dias, o Ministério da Defesa tratou da preocupação dos militares e a necessidade de acelerar o investimento. A expectativa é a de que o episódio seja decisivo para que não ocorram novos atrasos na licitação para a construção do satélite, que está em andamento. E sejam garantidos os recursos para que o satélite fique pronto e entre em operação, em uma nova estimativa otimista, em abril de 2016.
Em 2009, quando foi mais uma vez prometida a construção do satélite geoestacionário brasileiro, a previsão era que sua entrada em operação ocorreria em 2014, ao custo de R$ 700 milhões, na época. Agora, a expectativa de gastos já ultrapassa a casa do R$ 1 bilhão.
Desde que surgiram as informações sobre a violação do sigilo de e-mails e telefonemas de autoridades brasileiras, ficou no ar a pergunta a respeito da segurança das correspondências de funcionários de alto escalão. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República informou ao Estado que costuma renovar os "tipos de criptografia usados para proteger as informações sensíveis do governo federal".
Para garantir o sigilo das comunicações feitas pelo governo, o GSI informou que dispõe do Centro de Tratamento de Incidentes de Rede (CTirGov), que pertence ao Departamento de Segurança e Informação.
Mas o Brasil depende de empresas estrangeiras para estabelecer canais de comunicação via satélite dentro do próprio território. Dos oito satélites utilizados pelo País para esse fim, nenhum é estatal. Para dar conta dessa demanda, o Brasil aluga os equipamentos ao custo anual de mais de R$ 100 milhões. O sistema em licitação é para o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
Para tal, foi criada a empresa Visiona Tecnologia Espacial SA, parceria entre a Telebrás e a Embraer. A conclusão da licitação deve ocorrer no fim do mês e espera-se que o contrato seja assinado no final de agosto. A estimativa de entrada em operação é de 32 meses após a assinatura do contrato, ou seja, abril de 2016, se houver vontade política e não ocorrerem novos atrasos. O novo satélite triplicará a capacidade de utilização do sistema.
A preocupação de possuir um satélite próprio é antiga no País. O governo brasileiro também tenta, há anos, desenvolver um veículo lançador de satélites para ser usado na base de Alcântara, mas até hoje não teve sucesso. Da mesma forma, os servidores-raiz da internet, por onde passa todo fluxo de informações via rede mundial, são controlados pelo Departamento de Comércio dos EUA. Até mesmo as redes de fibra ótica que conectam a maior parte dos países passam pelo território americano.
Em 2003, o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, foi incendiado na explosão do foguete VLS. Passados dez anos, a infraestrutura da base ainda não está 100% recuperada.
SNB