terça-feira, 25 de junho de 2013

Caça sino-paquistanês JF-17 ‘Thunder’ (FC-1) poderá ser produzido na Argentina

Segundo o Grupo Jane’s IHS, funcionários da empresa aeroespacial argentina Fabrica Argentina de Aviones (FAdeA) informaram, durante o Paris Air Show 2013,  que tiveram várias discussões com as autoridades chinesas sobre o potencial de coprodução do caça multifuncional Chengdu Aircraft Corporation (CAC) FC-1/JF-17.
As discussões estão longe de serem concluídas, pois ainda há questões discordantes sobre “transferência de tecnologia”. No entanto, as discussões são o primeiro esforço formal, que poderá levar à coprodução de um moderno caça chinês na América Latina. Os funcionários da FAdeA disseram que o FC-1 produzido na Argentina poderia ser chamado de ‘Pulqui-III “, lembrando o FAdeA Pulqui-II, primeiro jato de asa em flecha da América Latina, que foi projetado pelo alemão Kurt Tank para o governo de Juan Peron.
nota.. poder aéreo : será que a conclusão do Programa F-X2 da Força Aérea Brasileira vai demorar tanto que ainda veremos a Argentina produzindo caças antes do Brasil? O mais irônico é que o JF-17 já emprega armamento brasileiro, como os mísseis Piranha e MAR-1.

PODER AÉREO...

SNB

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O mercado nacional de Veículos Aéreos não Tripulados (VANTs) acaba de ganhar seu primeiro avião-robô com decolagem e aterrissagem automáticas.

O mercado nacional de Veículos Aéreos não Tripulados (VANTs) acaba de ganhar seu primeiro avião-robô com decolagem e aterrissagem automáticas. Para se ter uma ideia do significado desta inovação, basta a constatação de que grande parte dos defeitos dos VANTs produzidos no Brasil é decorrente das falhas ocorridas durante o processo manual de pouso e decolagem. Com outros diferenciais dignos de desbancar seus concorrentes internacionais, o VANT Echar, desenvolvido e produzido pela XMobots, empresa com sede em São Carlos (230 Km de São Paulo), será apresentado nesta semana na feira em São Paulo.Em um setor que cresce e se aprimora a cada ano, o lançamento do Echar vem ao encontro de uma demanda do mercado por aviões capazes de mapear e realizar a vigilância de áreas médias (até 3 mil hectares) com alto nível de confiabilidade e segurança. Segundo o diretor da XMobots, o engenheiro mecatrônico Giovani Amianti, para obter a qualidade máxima e fazer do Echar um VANT pouco propenso a falhas, a empresa investiu pesado na utilização de componentes aeronáuticos e outras tecnologias ainda não usadas nos aviões-robôs nacionais.
“O mercado passou a entender que VANT não é um aeromodelo, não é um brinquedo. O Echar é um equipamento inovador em vários sentidos, a começar por ser o primeiro veículo aéreo não tripulado com tecnologia nacional totalmente automático da decolagem à aterrissagem, com preço competitivo se comparado aos concorrentes internacionais e alta confiabilidade em relação ao mercado interno”, revela o diretor da XMobots.
Preço

Ao classificar o Echar como competitivo em relação aos concorrentes internacionais, Amianti explica que o valor de tabela do VANT é de R$ 148 mil, ou seja, cerca de R$ 100 mil mais barato quando comparado aos aviões-robôs com características equivalentes desenvolvidos por empresas europeias, israelenses e norte-americanas.
Em relação a outros diferenciais tecnológicos, o engenheiro conta que a tecnologia embarcada compreende desde câmera frontal de transmissão digital em tempo real – que permite uma maior consciência situacional do voo – até um sistema criptografado de transmissão de dados que confere maior segurança ao comando e controle da aeronave. “Os VANTs atuais desenvolvidos no Brasil usam vídeo analógico, o que não permite um bom alcance de comunicação superior a poucos quilômetros”, explica o diretor da XMobots, acrescentando que a capacidade de comunicação do Echar é de 10 quilômetros com terminal de comunicação de solo GDT-S5A, podendo chegar a 30 quilômetros se o cliente desejar um upgrade com o terminal de comunicação GDT-S20A.
A XMobots leva à Mundo Geo Connect a versão de mapeamento do Echar, cujas aplicações englobam fiscalização ambiental (para monitoração de desmatamento, garimpo ilegal, extração irregular de madeira, invasão de áreas ambientais protegidas, entre outros), agricultura de precisão (detecção de falhas e pragas em lavouras, exposição de solo, previsão de produção agrícola), além de levantamento topográfico e desempenho de funções como contagem de gado.
“Nossa expectativa é a melhor possível, principalmente porque o Echar surgiu de uma demanda do mercado. Em abril lançamos na LAAD [Feria Internacional de Defesa e Segurança] seu modelo vigilância, que trouxe como inovação a primeira câmera estabilizada nacional, e estamos muito satisfeitos com os primeiros resultados”, destaca Giovani Amianti.
ANAC
Após dedicar parte de sua expertise ao desenvolvimento do Echar, o próximo passo da XMobots será dar início ao processo de emissão do Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), de forma a atender todas as exigências da ANAC, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para voos de VANT na atualidade
SNB

Cientista russo Propõe Mísseis Satanás para combater ameaças de asteróides

 Novosti) - A Rússia pode usar da era soviética SS-18 Satan pesados ​​mísseis balísticos intercontinentais para destruir os corpos celestes que representam uma ameaça para a Terra, um cientista russo, disse neste domingo, quatro meses após um meteoro poderoso atingiu a região dos Urais da Rússia .
"Foguetes transportadora criados a partir de mísseis balísticos intercontinentais, comoVoyevoda [o nome soviético de Satanás mísseis], que usam combustível líquido padrão com base em hidrazina, são bem adaptados para o combate de repente descobriu pequeno [espaço] objetos ", disse Sabit Saitgarayev, um pesquisador sênior do Centro de Design foguete do Estado na cidade de Miass na região de Chelyabinsk.
"Eles [mísseis] pode ficar na condição de a sua preparação para o lançamento de dez e mais anos, depois de algum reaparelhamento", disse o cientista.
Combustível criogênico usado em russo pesado espaço foguetes Soyuz e Angara não pode ser mantido por muito tempo e é fornecida diretamente antes do lançamento. Vários dias são necessários para preparar estes foguetes para o lançamento, o que os torna inadequados para destruir pequenos objetos espaciais que podem ser descobertos várias horas antes de sua colisão com a Terra, disse o cientista.
Mísseis Satã pode ser usado para destruir pequenos objectos espaciais com um diâmetro de até 100 metros ameaçam a Terra, se o míssil está equipado com a terceira fase. Se reequipado com um booster, o míssil será capaz de destruir objetos espaciais cinco a seis horas antes de sua colisão com a Terra, disse ele.O míssil Satanás pode tirar 10-20 minutos após uma ordem para o lançamento, disse o cientista. Se duas horas são necessárias para que o míssil para atingir a meta, mais duas horas são necessárias para especificar a trajetória do objeto espacial e de uma hora para coordenar o lançamento de um míssil com os chefes de outros países, argumentou.
A proposta do cientista vem cerca de quatro meses depois de um meteorito entrou na atmosfera da Terra e se chocou contra Urais da Rússia no dia 15 de fevereiro, com um boom enorme que estourou janelas e danificaram milhares de edifícios ao redor da cidade de Chelyabinsk, ferindo 1.200 pessoas na área. Segundo o Ministério da Saúde, 52 foram hospitalizados.
NASA estima que o meteorito era cerca de 50 pés (15 metros) de diâmetro quando entrou na atmosfera da Terra, viajando mais rápido que a velocidade do som, e explodiu em uma bola de fogo brilhante que o sol.
Os Voyevoda (SS-18 Satan) ICBMs da era soviética tem sido em serviço desde 1967.
SNB

Imprensa oficial chinesa ataca ciberespionagem dos EUA

A imprensa oficial chinesa criticou nesta segunda-feira duramente as autoridades americanas devido à suposta ciberespionagem que o gigante asiático sofreu nos últimos anos, operações das quais no domingo o ex-técnico da CIA Edward Snowden revelou mais detalhes à imprensa de Hong Kong.
Um dia depois de o responsável por vazamentos de informações da inteligência dos EUA ter deixado a Região Administrativa Especial chinesa, a agência oficial Xinhua qualificou os Estados Unidos como "o maior vilão do mundo da espionagem".
"As novas revelações --que fazem referência à espionagem da Universidade Tsinghua de Pequim ou das companhias telefônicas-- junto com as anteriores são sinais claramente preocupantes", acrescentou a agência em um comentário.
"Tudo isto demonstra que os Estados Unidos, que durante muito tempo esteve tentando ser inocente e vítima dos ataques cibernéticos, acaba sendo o maior vilão de nossa época", segundo o comunicado.
A Xinhua acrescentou que, após os dados divulgados por Snowden, "a bola está agora no telhado de Washington" e que as autoridades americanas "devem uma explicação à China e a outros países aos quais supostamente espionou".
O jornal governista "Global Times", por sua vez, assegurou em um editorial que "todo mundo se beneficia das declarações de Snowden", já que, segundo sua opinião, "foi descoberta uma história de infração dos direitos civis que fez a autoridade moral dos EUA cambalear".
"Há algum tempo as acusações contra a China em segurança cibernética ganharam impulso, enquanto a realidade é que os EUA podem atacar a China quase que à vontade", diz o artigo, que acaba desejando "boa sorte" a Snowden e assegurando que "seu destino pessoal refletirá o jogo entre a hegemonia dos EUA e a busca mundial por equidade e justiça".
O independente "South China Morning Post", que entrevistou o ex-técnico da CIA, definiu em editorial a saída de Snowden como "o melhor resultado para nossa cidade e para a China".
O artigo também louvou "a calma e o silêncio" das autoridades de Hong Kong e de Pequim diante das revelações de Snowden e ressaltou que este caso "servirá para recuperar o debate necessário sobre o acesso dos governos aos dados pessoais dos cidadãos".
FOLHA DE S PAULO
SNB

Análise: Vant militar, mais conhecido como drone, é guiado pela questão política

RICARDO BONALUME NETO
Para que serve um avião de guerra? E por que ele precisaria de um piloto? Respondendo a essas perguntas os militares em anos recentes chegaram a uma conclusão: muito do que faz um avião pilotado pode ser feito por um sem piloto. E pode fazer algo que os aviões tripulados não fazem tão bem, por exemplo, ficar horas e horas voando. Robôs voadores não precisam descansar.
A tecnologia demorou para permitir isso. Esses aparelhos eram chamados pejorativamente de brinquedos. Seriam meros aeromodelos, não máquinas de guerra. Mas agora a tecnologia está se vingando dos detratores, até demais.
Os chamados Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), sigla tirada do inglês "Unmanned Aerial Vehicle" (UAV) estão na linha de frente da chamada "guerra ao terror" promovida pelos Estados Unidos. E se tornaram polêmicos pelo seu uso excessivo.
Voltando à pergunta inicial: para que serve um avião de guerra? Eles começaram servindo na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), poucos anos depois de desenvolvidos em várias partes do mundo, para o reconhecimento do território inimigo. A grande "arma" desses pioneiros aviões de guerra era a máquina fotográfica.
Com o aperfeiçoamento das aeronaves, passaram a ter metralhadoras para derrubar outros aviões (os chamados "caças"), ou então portar bombas (os chamados "bombardeiros"). Mas todos precisavam de pilotos para guiá-los até o alvo.
Só depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que a eletrônica começou a permitir a possibilidade de um avião sem piloto. Os primeiros casos foram fracassos. Talvez o mais emblemático foi o minihelicóptero antisubmarino Dash ("Drone Anti-Submarine Helicopter"), da Marinha dos EUA, da década de 1960.
O Dash deveria simplesmente transportar um torpedo antissubmarino mais longe do seu navio; não precisava fazer nada muito elaborado, mas mesmo assim fracassou. Como resultado, as marinhas passaram a usar helicópteros normais, tripulados, bem mais versáteis.
Com o desenvolvimento da eletrônica desde então, especialmente com a miniaturização de componentes, puderam surgir VANTs com aplicação militar. Sensores a bordo permitem reconhecimento de dia ou de noite; e vários modelos são armados com mísseis ar-terra (contra alvos no solo).
Assim como aconteceu com a aviação tripulada, os VANTs surgiram primeiro para reconhecimento, depois para combate.
A grande vantagem das aeronaves não tripuladas é política. Se o inimigo abate uma delas, não há risco de ter um piloto morto ou capturado. Basta lembrar um exemplo clássico: a derrubada em 1960 pela União Soviética de um avião de reconhecimento americano U-2. O piloto, Francis Gary Powers, foi capturado, para grande embaraço diplomático do governo dos EUA.
Nenhum avião tripulado consegue fazer o que faz o americano RQ-4 Global Hawk. Voa a cerca de 20.000 metros de altitude, com alcance de 6.000 km, e tem 24 horas de autonomia. Não existe piloto capaz de ficar um dia inteiro vigiando um alvo.
"Pilotar" um VANT é uma forma mais segura de "combate": o operador está a salvo em terra em uma base aérea sentando na frente de um console, quiçá a milhares de quilômetros de distância.
Mas a dificuldade em identificar alvos com precisão pode fazer com que civis sejam mortos, os tais "danos colaterais". Essa é a grande polêmica do momento em relação aos "drones".
FOLHA DE S PAULO 
SNB

domingo, 23 de junho de 2013

Polícias e órgãos de inteligência do governo trabalham em estratégias para identificar e punir os grupos ou pessoas que promovem ações de vandalismo no país


Atingidos por rojões, os policiais militares posicionados em frente ao Congresso Nacional, na última quinta-feira, observavam os agressores, sem reagir. A aparente passividade é uma das estratégias para o que, agora, tornou-se uma prioridade para os órgãos de segurança pública: concentrarem-se na identificação dos vândalos e mostrar que eles não ficarão impunes pelos atos durante os protestos por todo o país. A meta é que os casos solucionados se tornem exemplo e, assim, espantem os "arruaceiros" dos movimentos, como a presidente Dilma Rousseff os definiu, no discurso em cadeia nacional de rádio, na sexta-feira.
A Polícia Militar do Distrito Federal usou câmeras durante a manifestação na Esplanada dos Ministérios para tentar gravar os atos de violência. Assim, ainda que pudessem deter os agressores, os policiais em ação preferiram não agir. Com receio de que as prisões fizessem com que os manifestantes pacíficos se voltassem contra a polícia e também partissem para a agressão, ou que falhassem no momento de captura dos agressores, os agentes, estrategicamente, ficaram de braços cruzados diante dos rojões atirados, enquanto os rostos dos arruaceiros eram filmados.
O chefe do centro de comunicação da PM-DF, coronel Zilfrank Antero, disse que as filmagens foram feitas para que sejam planejadas as ações dos policiais nos próximos protestos. "Vamos ver se a nossa atuação foi eficaz, como podemos melhorar e como os manifestantes agiram", relata o coronel. As imagens servirão para outro fim também. Foram enviadas à Secretaria de Segurança Pública do DF, que, a partir delas, já identificou pelo menos sete suspeitos de atos de vandalismo.
É uma das ações das equipes de investigação. Além das imagens gravadas pela própria PM, os policiais terão acesso também às cenas gravadas por um avião não tripulado que sobrevoou a Esplanada durante o protesto de quinta-feira passada. O aparelho é de uma empresa particular, cujo nome não foi informado pela Polícia Militar, que se ofereceu para filmar as manifestações e fornecer as gravações para a polícia. A intenção da empresa é vender uma dessas aeronaves à corporação, que não informou se tem interesse na compra.
Os investigadores usarão também imagens publicadas pela imprensa para identificar os agitadores. Esse procedimento de usar gravações e fotos das manifestações repete-se em órgãos de investigação de todo o país como principal método de identificaçãos dos autores de ações violentas. As polícias usarão também cenas capturadas por câmeras fixas das administrações públicas e estabelecimentos comerciais, colocadas para monitorar o trânsito e a segurança das cidades. As autoridades reafirmam em discursos e entrevistas coletivas que os arruaceiros serão punidos.
Exemplo
Para o professor de ciências sociais da PUC Minas e especialista em segurança pública, Luís Flávio Sapori, é preciso ter exemplos de coibição da violência. "A polícia precisa focar na prisão dos vândalos. A prisão deles pode ser muito pedagógica", avalia. É a mesma opinião do ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. "Estamos falando em dano doloso (quando o autor prevê o resultado de sua ação). É um crime. Essas pessoas precisam entender que serão punidas."
Para o coronel, o trabalho preventivo dos PMs está comprometido pela falta de preparação e de efetivo das corporações, além da ausência de liderança para negociações, como o trajeto das manifestações. Ele avalia que houve erro dos órgãos de inteligência do Executivo. "Está muito claro que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falhou enormemente. Não conseguiu identificar o movimento e alertar as autoridades para que elas tomassem decisões antecipadamente", critica.
Surpreendida pela extensão dos protestos, a Abin estruturou às pressas uma equipe para monitorar a internet, em especial as redes sociais. Facebook, Twitter e Instagram estão sendo vigiados por oficiais de inteligência. Nas cidades da Copa das Confederações, os agentes tentam classificar os objetivos dos movimentos e suas possíveis lideranças.
Para o delegado aposentado da Polícia Federal Daniel Sampaio, embora não haja uma liderança aparente dos movimentos, não se pode descartar, durante as investigações, a hipótese de que hajam ações orquestradas (com objetivos de derrubar a ordem social). Ele diz que as primeiras identificações podem levar a outras a partir dos interrogatórios.
Três perguntas para
Luís Flávio Sapori, professor de ciências sociais da PUC Minas e especialista em segurança
É possível para as polícias fazerem um trabalho preventivo contra a ação de vândalos, em protestos?
Entendo que, com as caraterísticas desse movimento, que é de massa, fica muito difícil fazer um trabalho preventivo. A única maneira de lidar com a situação é a repreensão, dentro de protocolos técnicos já conhecidos em todas as democracias. Nesse caso, a repreensão policial não é autoritária nem antidemocrática.
É possível traçar um perfil do agitador?
É precipitado fazer essa análise. Podem haver eventuais vândalos costumazes. Mas parece que ocorre também um vandalismo de forma aleatória. O movimento de massa, sem líderes, perde o controle dos impulsos individuais.
Como o senhor avalia a repetição desses atos?
O vandalismo é previsível em todas as grandes manifestações. Vejo com muita preocupação o que está ocorrendo, porque esses atos têm crescido com os movimentos. É uma grande ameaça a esse movimento popular, porque, na medida que a bagunça for crescendo, o governo federal pode ser pressionado a usar as Forças de Segurança Nacionais.
SNB

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O Brasil diante da turbulência

O Estado de S.Paulo
O dólar disparou em todo o mundo, nos últimos dois dias, numa reação talvez desproporcional à fala de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). No Brasil, a moeda americana chegou a R$ 2,26, ontem, recuou ligeiramente depois de forte intervenção da autoridade monetária e voltou a subir. No meio da tarde, o dólar havia subido o,42% em relação ao euro, 1,62% diante do iene e 2,30% nas trocas com o real. Bernanke, no entanto, havia tentado transmitir um recado tranquilizador, negando a hipótese de qualquer mudança brusca na política de estímulos à economia dos Estados Unidos.
Os juros básicos devem continuar entre zero e 0,25% enquanto o desemprego permanecer acima de 6,5% e a inflação estiver no máximo em 2,5% (atualmente a alta de preços é inferior à meta de longo prazo, de 2%). Além disso, a irrigação do mercado com a compra de títulos no valor de US$ 85 bilhões mensais só será reduzida gradualmente. A diminuição poderá começar até o fim do ano, se as condições da economia continuarem melhorando.
Se tudo correr muito bem, o programa talvez seja encerrado no meio de 2014. Nenhum indicador funcionará como gatilho e a mudança será gradual, insistiu o presidente do Fed. Não se pretende pisar no freio, mas desacelerar com cuidado, esclareceu. Todo esse cuidado foi inútil, pelo menos no resto da quarta-feira e ao longo da quinta. Os operadores do mercado financeiro reagiram como se Bernanke houvesse anunciado a rápida eliminação dos estímulos monetários e em breve o dólar devesse tornar-se escasso.
Não há como estimar com alguma segurança, neste momento, os novos pontos de equilíbrio entre o real e as principais moedas, nem quanto tempo será necessário para uma acomodação dos mercados. No Brasil, há quem projete a estabilização em R$ 2,30 ou mesmo R$ 2,40 por dólar, mas é difícil saber quanto há de cálculo e quanto de torcida nessa profecia. Conversa sobre tendência do câmbio nem sempre é apenas um exercício técnico. No fim da semana passada, a mediana das projeções coletadas no mercado pelo Banco Central (BC) estava em R$ 2,10 para o fim de 2013. Para dezembro de 2014 a previsão era de R$ 2,15. Não houve grande mudança nos fundamentos da economia nacional, nos últimos dias, nem na orientação anunciada pelos dirigentes do Fed.
A enorme agitação nos mercados cambiais deve ser explicável por uma combinação de fatores - insegurança, efeito manada, valorização excessiva de uma só parte da mensagem do Fed e, é claro, muita especulação. Mas é inútil, diante de um quadro como esse, esperar de um dia para outro um retorno à moderação e à racionalidade.
Tampouco adianta lamentar a injustiça dos fados. Governos precisam estar preparados para enfrentar solavancos e para impedir maiores estragos na economia. Mas também precisam, antes de tudo, agir com suficiente prudência, no dia a dia, para manter o País pouco vulnerável a turbulências financeiras.
O Brasil tem muita munição para responder aos desafios do mercado, neste momento, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. De fato, as reservas cambiais, na vizinhança de US$ 370 bilhões, devem ser mais que suficientes para intervenções durante algum tempo.
Só nessa quinta-feira, no entanto, o BC jogou no mercado cerca de US$ 3 bilhões. Isso foi necessário porque o Brasil está especialmente vulnerável à agitação nos mercados. Diante do real o dólar subiu mais do que em relação a outras moedas, tanto de países desenvolvidos quanto de emergentes. A segunda maior variação da moeda americana foi em relação à lira turca (1,85%). Mas a intervenção turca no mercado ficou em cerca de US$ 150 milhões.
Inflação elevada, baixo crescimento econômico, piora da situação fiscal e contas externas em deterioração já motivaram a imposição de um viés de baixa às perspectivas do País pela Standard & Poor's. A Moody's acaba de anunciar uma reavaliação, possivelmente negativa, do quadro brasileiro. Não dá para o governo, mais uma vez, culpar os estrangeiros pelas vicissitudes nacionais.
SNB