quinta-feira, 23 de maio de 2013

13. Perspectivas do fundo do poço: qual será o futuro dos institutos de pesquisa do MCTI?

Artigo de Gilberto Câmara para o Jornal da Ciência


Diz o ex-ministro Delfim Neto que a maioria dos gestores públicos só aprende quando sai do governo. Posso confirmar esta "boutade" com o sofrimento próprio. Durante seis anos e meio (2005-2012) fui diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), tentando cumprir minhas funções de gestor dentro da tiranossáurica burocracia brasileira.  Quando estamos na cadeira de gestores, o dia a dia é tão massacrante que nos impede de refletir sobre as decisões das quais depende nosso futuro. Sem o poder na mão, sobra-nos a força das ideias. Assim, minha dupla condição atual de experiência e de distanciamento permite-me  confirmar a intuição que tive ao exercer o cargo de diretor: não há futuro para os institutos do MCTI no sistema de administração pública direta. Ou todos os institutos do MCTI se transformam em organizações sociais (OS), ou irão para o caminho do esquecimento e da irrelevância.

            Os institutos do MCTI tem um papel essencial no Brasil. São os nossos equivalentes aos laboratórios nacionais dos EUA. Esses laboratórios, como o Jet PropulsionLabFermi Lab e Los Alamos, fazem pesquisa e desenvolvimento para fins públicos,  cumprindo missões de Estado. No caso brasileiro, nossos institutos foram criados para dar ao Brasil competências em áreas como Pesquisa Espacial, Amazônia, Computação Científica, Tecnologia Industrial, e Biocombustíveis. Só que o modelo de gestão da maior parte destes institutos parou no tempo. Pior: este modelo está devagar e sempre destruindo o futuro destes institutos. Para entender a situação, relato a seguir o caso que vive hoje o INPE, o maior instituto de P&D do MCT.

Comecemos pelo óbvio ululante rodrigueano: o INPE chegou ao fundo do poço. Estamos paralisados pelo medo. Os órgãos de assessoramento e auditoria, que deveriam ser apoios essenciais do gestor público, tornaram-se feitores do administrador. Não basta estar certo. É preciso fazer do jeito que os outros querem. Só que esses outros não tem a menor responsabilidade em produzir novas teorias científicas, novos sistemas, novos satélites.

Veja-se o caso da relação entre o INPE a Advocacia Geral da União (AGU). A AGU foi criada pela Constituição de 1998, para assessorar os gestores públicos da administração direta e das autarquias sobre a melhor forma de cumprir as missões de cada instituição, dentro do marco legal. Só que o marco legal hoje é tão bizantino e atrasado que sua interpretação estrita não permite ao INPE operar. Assim, órgãos de assessoramento como a AGU passam a ditar o que o INPE pode fazer. Hoje, em lugar da AGU trabalhar para ajudar o INPE, é o INPE quem trabalha para agradar a AGU.

Vejamos alguns exemplos de como os pareceres da AGU, que são interpretações da Lei, restringem consideravelmente a gestão do INPE. Quase tudo não pode. Um advogado da União escreveu num parecer que é ilegal que o INPE receba recursos da FINEP. Outro mandou o INPE abrir sindicância contra um servidor que usou termos como "salvo melhor juízo" num relatório interno. Outro parecer proibiu o INPE de usar a Lei de Inovação. Doutra feita, negou-se ao INPE o direito de contratar sua fundação de apoio que está previsto no Decreto 7430/2010. Aprovou-se um parecer que diz para o INPE parar o programa de satélites sino-brasileiros CBERS e suspender os contratos industriais vigentes. Embora a Lei dê ao gestor o pleno direto de decidir de forma independente da AGU,  quando ele ousa discordar da AGU, é objeto de denúncias à CGU, ao TCU e ao Ministério Público feitas pelos mesmos advogados que deveriam lhe assessorar.

Será que a AGU está errada? Ou será que é a Lei quem permite interpretações e ações como as citadas acima?  No meu entender, o problema não está na AGU, mas sim numa legislação totalmente anacrônica. Na administração pública direta, todo gasto de recursos está associado a bens e serviços que tem de ser entregues nos prazos e preços contratados. Ora, esta lógica de controle prévio e de só poder comprar"bens de entrega líquida e certa" pode servir para cadeiras, mesas e serviços de jardinagem. Nunca poderia ser usada para custear atividades de P&D em tecnologia espacial, astrofísica, computação e biodiversidade. Mas é. O gestor hoje contrata o desenvolvimento de um satélite como quem compra carros.

Como dizia Millor, em tempos de opressão o livre-pensar é só pensar. Hoje, discordar e pensar diferente está proibido. O entendimento do direito administrativo foi subtraído dos gestores e passou a ser exclusivo dos órgãos de assessoramento e auditoria. A contradição se consolidou. Quando o gestor não pode mais decidir livremente em prol de sua instituição, ele deixa de ser gestor e se converte em marionete.

Também estamos estrangulados em nossa gestão das pessoas, pois o Regime Jurídico Único não funciona em instituições de Ciência e Tecnologia. O RJU opera numa lógica obtusa. Fixa um número de cargos para cada instituto, numa perspectiva de permanente reposição de servidores. Ora, o número de pessoas que o INPE precisa não pode ser fixado por Leis ou Decretos, pois depende das missões que realizamos. O que o Brasil quer do INPE é que sejamos capazes de cumprirmissões: construir satélites, produzir pesquisa de qualidade, fazer boa previsão do tempo, monitorar o meio-ambiente com eficácia. Para servir bem ao Brasil, temos de ter metas claras com prazos e recursos bem definidos.

Precisamos mudar a nossa visão. Na sociedade do conhecimento do século XXI, não faz mais sentido dizer: "Precisamos de 500 novos servidores RJU para repor os 500 que se aposentaram. Esses novos servidores serão contratados para cumprir 35 anos de serviço público". Esta postura não tem a menor chance de sucesso, pois esta lógica de contratar pessoas para a vida eterna é incompatível com os princípios de qualidade, eficiência e rapidez de resposta que o INPE precisa ter. O que devemos dizer para o Governo é: "Temos condição de realizar esta missão para o Brasil. Precisamos de X pesquisadores e engenheiros para executa-la no prazo de Y anos". Este é um acordo justo. O Governo saberá o que está contratando e o INPE saberá o que tem de produzir. Afinal, a sociedade brasileira só deve financiar o INPE enquanto cumprirmos missões que justifiquem o dispêndio de recursos públicos.

O Governo Federal já sabe qual é o caminho da eficiência. Os novos institutos no MCT (a Empresa Brasileira de Pesquisas Industriais -Embrapi- e o Instituto Nacional de Pesquisas Oceanográficas e Hidroviárias -INPOH) serão organizações sociais (OS), hoje a melhor opção que dispomos para instituições de C&T. As OS cumprem missões definidas pelo Governo por meio de contratos de gestão. Tem flexibilidade para contratar e demitir pessoal e seu sistema de licitações não segue a Lei 8666/93. Tem metas e objetivos definidos e mensuráveis, de cujo cumprimento depende a renovação dos contratos de gestão.

Nos EUA, o país de maior produção científica e tecnológica do mundo, há décadas o grosso das atividades de P&D é realizada por instituições públicas não estatais. O modelo brasileiro das OScorresponde ao modelo americano dos "FederallyFundedResearchandDevelopment Centers (FFRDCs)". Os FFRDCs são centros de P&D contratados pelo governo dos EUA, conforme as seguintes regras:

"A Federally Funded Research and Development Center (FFRDC) is an activity sponsored under a broad charter by a Government agency for the purpose of performing, analyzing, integrating, supporting, and managing basic or applied research and development, that receives 70 percent or more of its financial support from the Government.
1. A long-term relationship is contemplated;
2. Most or all of the facilities are owned or funded by the Government; and
3. The FFRDC has access to Government and supplier data, employees, and facilities beyond that common in a normal contractual relationship."
Os laboratórios nacionais de P&D ("nationallabs") mais importantes dos EUA são FFRDCs, incluindo: Argonne NL, Brookhaven NL, Fermi Lab, JPL, Los Alamos NL, NCAR, National Radio AstronomyObservatory, OakRidge NL e Sandia NL. O pragmatismo dos americanos é revelador. Esses laboratórios cumprem missões essenciais aos EUA, inclusive estudos secretos sobre armas nucleares, mas operam com a liberdade de ação necessária. Não éà toa que os EUA continuam à frente da Europa e dos BRICs na produção de C&T. A experiência americana nos indica que o modelo das OS (FFRDCs nos EUA) é compatível com institutos e laboratórios que cumprem missões de grande importância pública.

Nada de essencial impede o INPE e os demais institutos do MCTI de virarem OS, senão a nossa angústia pessoal de nos aferrarmos a um passado que nunca existiu. A condição do INPE e dos demais institutos como administração direta é fato relativamente recente e decorre da Constituição de 1988. Já fomos regidos pela CLT, quando tínhamos muito mais liberdade para contratar e demitir do que hoje. O que nos trouxe até aqui não foi o RJU, nem a AGU, nem a Lei 8666/93. Foi nossa capacidade de trabalhar e produzir boa Ciência e Tecnologia. É esta capacidade de produzir que nos está sendo subtraída pelo modelo de gestão que temos. A permanência dos institutos do MCTI na administração direta já há muito tempo deixou de ter benefícios para se converter num ônus insuportável.

Diz o provérbio inglês que quando se chega ao fundo do poço, o melhor a fazer é parar de cavar.Não dá mais. Temos de romper a espiral descente que vivemos. A cada novo dia dentro da lógica perversa da administração direta, os institutos do MCTI pioram um pouco mais. Temos de ousar conjuntamente e buscar as mudanças em lugar de temê-las. Em lugar de nos amarrar a um titanic que afunda, precisamos de coragem para construir caravelas científicas ágeis. Mais que nunca, navegar é preciso.

Gilberto Câmara é tecnologista sênior do INPE, tendo sido diretor e coordenador de observação da terra. Recebeu o PecoraAward da NASA por suas contribuições ao sensoriamento remoto.
SNB

Em discurso, Obama tenta hoje justificar ataques com drones


WASHINGTON - O Estado de S.Paulo
No seu primeiro mandato, o presidente Barack Obama autorizou ataques com drones e também o assassinato de suspeitos de terrorismo, ações que acabaram por definir sua presidência. Mas perdido nesse polêmico debate sobre a legalidade, moralidade e eficácia da nova arma está o fato de que o número de ataques de drones caiu.
No Paquistão, eles atingiram seu pico em 2010 e a partir daí diminuíram vigorosamente. No Iêmen, o número de drones usados este ano caiu para a metade do ano passado. E há mais de um ano nenhum ataque com drones ocorreu na Somália.
Hoje, em um discurso há muito tempo aguardado que vai proferir na Universidade da Defesa Nacional, Obama deverá tentar justificar os ataques e o que foi conseguido com eles. E poderá também fazer algumas promessas, incluindo a feita em seu discurso sobre o Estado da União em fevereiro, de definir uma "arquitetura legal" para a escolha dos alvos, possivelmente transferindo mais ações da CIA para o Exército. Ele também tentará explicar por que acredita que presidentes em exercício devem "ter o domínio" do poder letal; e deve se referir a medidas para que este programa envolto em segredo seja mais transparente.
Antecipando o discurso, no domingo um funcionário do governo disse que Obama também "deseja rever a política de detenção e as medidas para fechar a prisão de Guantánamo; e traçar o futuro da estratégia contra a Al-Qaeda, seus grupos afiliados e seguidores".
Alguns partidários de Obama têm insistido para ele aproveitar a ocasião e anunciar que parte de um estudo de 6 mil páginas do Senado sobre o antigo programa de interrogatórios da CIA deixará de ser confidencial e será aberto ao público.
Obama, que no início da sua presidência insistiu numa participação pessoal em muitas decisões de ataques, poderá também prestar esclarecimentos sobre o declínio dos ataques com drones. Segundo diversas autoridades, entre as razões dessa redução está o fato de a lista de alvos importantes da Al-Qaeda ter encolhido, resultado do sucesso de ataques realizados no passado, além de fatores transitórios que vão desde o mau tempo até pressões diplomáticas. Mas num sentido mais amplo, o declínio também reflete uma mudança de cálculo dos custos e benefícios no longo prazo desses ataques contra alvos específicos.
Membros do governo Obama algumas vezes compararam a relativa precisão, a economia e a proteção dos americanos, envolvidas nesse programa, com os enormes custos em termos de vidas e dinheiro resultantes das guerras no Iraque e no Afeganistão. Mas, com o tempo, os custos dos ataques com drones ficaram mais evidentes.
Notícias de civis inocentes mortos em ataques de drones - verdadeiras ou exageradas, como algumas autoridades garantem - prejudicaram as alegações de que os alvos dos ataques são precisos. E esses ataques de drones tornaram-se um elemento básico da propaganda da Al-Qaeda para corroborar a ideia de que os EUA estão em guerra contra o Islã. Esses ataques são descritos pelos terroristas como uma razão para seus crimes, incluindo os fracassados atentados contra um avião que seguia para Detroit em 2009 e na Times Square em 2010.
E, especialmente, um número cada vez maior de ex-oficiais da segurança dos governos Bush e Obama tem manifestado preocupação de que os ganhos no curto prazo com os ataques de drones, eliminando militantes específicos, são contrabalançados pelo custo estratégico de longo prazo.
"Penso que os ataques foram tremendamente eficazes", afirmou Michael Hayden, ex-diretor da CIA. Uma das ambições de Obama era forjar uma nova imagem dos EUA no mundo muçulmano. Mas os ataques de drones, juntamente com o fato de o presidente não ter cumprido sua promessa de fechar a prisão de Guantánamo, colaboraram para as quedas recorde nos índices de aprovação dos EUA em muitos países muçulmanos. No Paquistão, por exemplo, 19% dos entrevistados pelo Pew Research Center afirmaram ter uma visão positiva dos EUA no último ano da presidência de George W. Bush. Em 2012, esse índice de aprovação caiu para 12%. / NYT
SNB

quarta-feira, 22 de maio de 2013

HD Supersonic P-800 Yakhont Cruise Missile lançamento


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Nirbhay - Autóctone Desenvolvido Longo Alcance, demora, Subsonic Missile Cruise na Índia


SNB

Rússia desenvolve Simulator novo alvo de defesa aérea


RIA Novosti) - A Rússia está desenvolvendo um sistema avançado de simulação de alvo para suas unidades de defesa aérea com base no sistema Pantsyr de curto alcance , o Ministério da Defesa disse na terça-feira.
O novo sistema "pode ​​lançar até 12 alvos em uma salva de mísseis de cruzeiro ou simulando várias rodadas lançador de foguetes", disse o ministério.
Um protótipo do novo simulador foi testado em conjunto com as unidades antiaéreas da Força Aérea no local de teste Ashuluk na área do Volga de Astrakhan, o Ministério da Defesa disse.
Pantsyr-S, fabricado pela KBP da Rússia, combina um veículo de rodas a montagem de um radar de controle de fogo e sensores electro-ópticos, dois canhões de 30 mm e até 12 57E6 rádio-comando guiadas mísseis de curto alcance.Ele é projetado para envolver uma variedade de alvos voando a baixas altitudes.
Pantsyr pode destruir alvos de até 20 km (12 milhas) de distância com mísseis e 4 km (2,5 milhas) usando seus canhões, reclamações KBP.
SNB

Índia Test-Fires mísseis BrahMos a partir de Navio


NEW DELHI, 22 de maio (RIA Novosti) - A Índia lançou um test- BrahMos míssil de cruzeiro supersônico do russo-built de mísseis guiados fragata Tarkash largo da costa de Goa na quarta-feira, uma fonte do Ministério da Defesa disse à RIA Novosti.
"O míssil realizado uma manobra no voo caminho pré-determinado e atingiu com sucesso o alvo", disse a fonte.
As fragatas de mísseis guiados Tarkash, Teg e Trikand, três modificado Krivak classe III (também conhecido como classe Talwar) construídos pela Rússia no âmbito do contrato de 2006 será equipado com mísseis BrahMos, disse ele.
Os dois primeiros navios já entrou em serviço com a Marinha indiana, eo terceiro deverá ser entregue a partir da Rússia em breve.
O míssil BrahMos é baseado no russo projetado NPO Mashinostroyenie 3M55 Yakhont (SS-N-26) de mísseis. Tem um alcance de 290 km (180 milhas) e pode transportar uma ogiva convencional de até 300 kg (660 libras). Ele efetivamente pode atingir alvos a uma altitude tão baixa quanto 10 metros (30 pés) e tem uma velocidade máxima de Mach 2,8, o que é cerca de três vezes mais rápido do que o US-made subsônico mísseis de cruzeiro Tomahawk.
A Índia também está desenvolvendo uma variante ar-lançado de BrahMos para entrega até seu Sukhoi Su-30 MKI aeronave greve, bem como uma variante submarino-lançado.
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Tanques antiaéreos chegam ao Rio para serem usados em grandes eventos


Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- Mais quatro tanques de combate antiaéreos estão previstos para serem transportados na noite hoje (22) e madrugada de amanhã (23) do Porto do Rio de Janeiro, na zona portuária, para o Parque Regional de Manutenção do Exército, em Deodoro, na zona oeste. Já tinham sido levados na madrugada de hoje quatro tanques para o mesmo local.
Os veículos chegaram da Alemanha e devem ser utilizados na abertura e no encerramento da Copa das Confederações, nos dias 15 e 30 de junho, em Brasília e no Rio.  A previsão é que, após testes no Rio, os tanques sigam para a capital federal e fiquem à disposição do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) para serem usados em grandes eventos.
O carregamento faz parte de um total de 34 tanques Gepard modelo 1 A2 adquiridos por   30 milhões de euros pelo  Brasil. As oito unidades são as primeiras a ser entregues. As demais chegam até 2015. Cada veículo pesa 47,5 toneladas e tem canhões de calibre 35 mm, segundo o Exército Brasileiro. Os veículos podem disparar 1,1 mil tiros por minuto.
Edição: Fábio Massalli
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