quarta-feira, 25 de abril de 2012

Boeing nega resistência americana à venda de caças


Por Francisco Carlos de Assis, colaborou Silvana M

São Paulo - A presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak, classificou nesta terça-feira de "lenda" a justificativa brasileira de que a maior dificuldade para compra de caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) é a resistência do governo americano em autorizar a transferência de tecnologia.
"Eu não entendo o porquê desta justificativa. Talvez vocês da mídia possam me ajudar a entender. Na realidade, temos oferecido para o Brasil a mesma tecnologia que oferecemos para nossos melhores aliados, ou seja, os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por exemplo. Então, acho que essa questão já está superada", disse Donna Hrinak, que participou do seminário "Oportunidades nas Relações Comerciais do Brasil Frente à Nova Configuração dos Blocos Econômicos Mundiais", realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. "Para mim, isso é uma lenda e não vai atrapalhar", afirmou.
Donna Hrinak, que também foi embaixadora dos Estados Unidos no País entre 2002 e 2004, disse entender a importância da transferência de tecnologia, mas ressaltou que é preciso falar também do desenvolvimento de tecnologias no País. "O avião não é estático. O avião evolui com as demandas dos clientes. E essas mudanças e inovações podem acontecer aqui, com a indústria brasileira trabalhando junto com a Boeing", afirmou a executiva,
Questionada sobre o que estaria faltando para que o projeto seja concluído, a presidente da Boeing respondeu que espera apenas uma decisão do governo brasileiro. "Estamos esperando uma decisão do governo para o País inteiro, e não só para a indústria ou para a Força Aérea", disse. Donna Hrinak evitou comentar se a questão do projeto F-X2 foi um dos temas da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, em Brasília, na semana passada.
O processo de compra dos caças brasileiros se arrasta desde 1996. Atualmente chamado de F-X2, o programa prevê a compra de 36 caças, um negócio estimado entre US$ 4 bilhões e US$ 6,5 bilhões. Houve vários adiamentos, o último deles no início do governo da presidente Dilma Rousseff, em 2011. Os concorrentes são o avião Rafale, da francesa Dassault, o Gripen, da sueca Saab, e o F-18 Super Hornet, da Boeing.
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Brasil pede aos EUA transferência de tecnologia bélica


O ministro de Defesa brasileiro, Celso Amorim, pediu nesta terça-feira ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, colaboração na área militar, incluindo a transferência de tecnologia.
Amorim e Panetta se reuniram nesta terça-feira em Brasília na primeira reunião do comitê binacional de cooperação em assuntos de defesa, cuja criação foi acordada há três semanas em Washington entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e a governante Dilma Rousseff.
Na reunião, que durou cerca de 1h, Amorim propôs ao americano colaborar em acordos envolvendo transferência de tecnologia bélica ao país sul-americano.
Na entrevista coletiva posterior ao encontro, o ministro precisou que o Brasil não reivindica a doação de tecnologia, mas o "acesso" a esses meios e, por sua vez, manifestou seu interesse em dialogar sobre questões "mais amplas" na área de segurança e defesa.
A transferência de tecnologia é um dos requisitos que costuma exigir o Governo do Brasil em seus acordos internacionais de compra de máquinas e veículos.
Os Estados Unidos se comprometeram recentemente em transferir a tecnologia de fabricação dos caças de combate Super Hornet F/A-18 da Boeing, se o Brasil aderir pela oferta americana em uma licitação para a compra de 36 aviões deste tipo.
Na disputa por fornecer as aeronaves também a companhia francesa Dassault, com seus caças Rafale, e a sueca Saab, com o modelo Grippen.
A visita de Panetta a Brasília faz parte de um roteiro pela América Latina. Ontem, o secretário americano esteve na Colômbia. Antes de retornar aos EUA, ele irá na sexta-feira ao Chile.
SEGURANÇA NACIONAL

terça-feira, 24 de abril de 2012

Voo privado para a ISS é adiado em uma semana para testes


O primeiro voo privado para a Estação Espacial Internacional (ISS) da empresa americana SpaceX com a cápsula Dragon foi adiado em uma semana, de 30 de abril para 7 de maio, anunciou o diretor do projeto, Elon Musk.
"Adiamos o lançamento em uma semana para realizar mais testes dos códigos de acoplamento da Dragon (à ISS) e uma nova data de lançamento será fixada em coordenação com a Nasa",Na segunda-feira, a Nasa autorizou, de maneira condicionada, a tentativa de lançamento do foguete Falcon 9 com a cápsula não tripulada Dragon para a ISS a partir da Base da Força Aérea em Cabo Canaveral, perto do Centro Espacial Kennedy (Flórida).
Os engenheiros da Nasa verificam o software de SpaceX para assegurar a compatibilidade com os da ISS. A cápsula Dragon - que pesa seis toneladas e mede 5,2 metros de altura e 3,6 metros de diâmetro - será, se tudo correr de acordo com o planejado, a primeira nave espacial privada a atracar com a ISS.
Para o primeiro acoplamento, os astronautas a bordo da estação orbital usarão o braço robótico para chegar à cápsula Dragon.SEGURANÇA NACIONAL

Presidente sul-sudanês diz que Sudão declarou guerra


O presidente do Sudão do Sul afirmou nesta terça-feira que o Sudão declarou guerra contra o seu país, informa a agência AP. Salva Kiir afirmou que os recentes ataques sudaneses a uma região rica em petróleo no norte do país "representam uma declaração de guerra".
"Minha visita acontece em um momento crítico para a República do Sudão do Sul, pois nosso vizinho de Cartum declarou guerra ao nosso país", disse Salva Kiir, durante conversas com o presidente chinês Hu Jintao, em Pequim. Dessa forma, Kiir endossa a manifestação dos militares de seu país que já haviam afirmado na segunda-feira que os bombardeios sudaneses eram uma declaração de guerra.
A visita à China de Kiir pode ter um efeito positivo pelos investimentos de Pequim na região, que obrigam as autoridades do gigante asiático a tentar acalmar os ânimos entre Sudão e Sudão do Sul. O líder sul-sudanês chegou ao país na segunda-feira para uma estadia de cinco dias. Hu Jintao pediu calma às duas partes depois. A China tem investimentos no setor petrolífero das duas nações.
Na madrugada desta terça-feira, a aviação sudanesa bombardeou várias regiões petroleiras na fronteira com o Sudão do Sul, afirmou Taban Deng, governador do estado sul-sudanês de Unidade. O serviço de inteligência militar do Sudão do Sul afirmou que o Exército de Cartum prepara uma ofensiva contra Bentiu, capital de Unidade, situado a 60 km da fronteira. O porta-voz do exército sudanês, Al-Sawarmi Khalid, negou que a Força Aérea tenha bombardeado qualquer lugar dentro do Sudão do Sul.
O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, prometeu seguir sua campanha militar até que o país vizinho remova todas as suas tropas da zona em conflito. A recente onda de violência entre os dois países se intensificou em 10 de abril, quando as tropas sul-sudanesas ocuparam a região. Militares sudaneses afirmaram na segunda-feira que ao menos 1,2 mil soldados do sul morreram nos confrontos.
O Sudão do Sul se tornou um país independente do Sudão em julho de 2011. Desde então, os dois países não conseguiram resolver as disputas sobre a divisão das receitas de petróleo e sobre a demarcação da fronteira. As negociações foram interrompidas neste mês.
Com informações das agências internacionais AP e AFP..SEGURANÇA NACIONAL

Paquistão avisou a Índia sobre testes com mísseis balísticos


O Paquistão avisou a Índia e países do Golfo Pérsico que pretende realizar testes de míssel balístico no periodo entre 24 e 29 de abril.
No seu comunicado, divulgado na segunda-feira, Islamabad pede para alterar o horário e rotas de aeronaves civis, vooando sobre o Oceano Índico para a África.SEGURANÇA NACIONAL

Flight vence licitação da Aeronáutica para avião não tripulado


A Flight Technologies venceu uma licitação para desenvolver tecnologias avançadas de decolagem e pouso automáticos para a Aeronáutica, com contrato de R$ 1,3 milhão. A companhia atua no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos [aviônicos] integrados para aeronaves leves e veículos aéreos não tripulados [Vant].
Esse contrato é parte de um projeto mais amplo da Aeronáutica, batizado de sistema de decolagem e pouso automáticos para veículo aéreo não tripulado [DPA-Vant], com investimento total de R$ 4,5 milhões, para desenvolvimento em dois anos, informou o coordenador do projeto no departamento aeroespacial, Flávio Araripe. O valor será coberto integralmente pela Financiadora de Estudos e Projetos [Finep]. O software embarcado do Vant está sendo desenvolvido pela Boassan Computação Científica.
Gerenciado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, o projeto conta com o apoio do Ministério da Defesa e a participação do Centro Tecnológico do Exército e do Instituto de Pesquisas da Marinha.
O desenvolvimento de um sistema de decolagem e pouso automáticos é uma nova fase do projeto Vant, iniciado em 2005 pelo departamento aeroespacial. Do trabalho resultou a concepção de um sistema de navegação e controle para esse tipo de veículo.
"A empresa foi contratada para fazer toda a parte de inteligência do sistema, ou seja, as leis e algoritmos de controle da aeronave, elementos essenciais para o sucesso da técnica de pouso e decolagem automáticos", explicou o presidente da Flight, Nei Brasil. Araripe, coordenador do projeto, diz que o conhecimento que a Flight demonstrou em projetos anteriores, realizados em conjunto com a Aeronáutica e o Exército, foi decisivo para a inclusão da empresa nessa nova fase de desenvolvimento.
A participação da Flight inclui a definição de plano de desenvolvimento e de requisitos de integração de sistemas embarcados e dos sensores nas plataformas de voo das aeronaves Acauã e Harpia. A plataforma a ser usada para testar o sistema de decolagem e pouso automático em voo, segundo o presidente da Flight, continuará sendo o veículo Acauã, desenvolvido na década de 80 pela Aeronáutica e que já realizou cerca de 70 voos para o projeto Vant.
A tecnologia que envolve o software de navegação, controle e guiagem do Vant da Aeronáutica foi desenvolvida pela Avibras em parceria com a Flight. "A Avibras, que é a proprietária intelectual de 40% do projeto Vant, trabalha no desenvolvimento de seu próprio veículo, o Falcão, um exemplo claro de "spin off" [cisão e transferência de tecnologia] do setor aeroespacial e de defesa, pois aplicou o conhecimento adquirido no projeto da Aeronáutica para criar um produto inovador", afirma o presidente da Flight.
A empresa também acaba de fechar uma nova parceria com a Avibras para o projeto do Vant Falcão, que prevê o desenvolvimento do software de supervisão, navegação, guiamento e voo do veículo. O trabalho contempla ainda a integração do software nos sistemas embarcados do Vant e um sistema novo, de estabilização da aeronave e de gerenciamento de falhas e supervisão de voo.
Fundada em 2003 por dois engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Flight foi a primeira empresa a instalar-se na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do CTA (Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial). Seus principais clientes são a Aeronáutica, o Exército e a Avibras. Para a Polícia Militar de São Paulo, a Flight está finalizando a certificação de um display multifunção, usado em helicópteros para fazer navegação urbana.
A Flight tem 25 funcionários e prevê faturar R$ 6 milhões este ano. A companhia trabalha para ser uma fabricante aeronáutica especializadas em Vants, diz Brasil.
A empresa já produz mini-Vants de 6 quilos (Hórus 100), portáteis e que podem ser lançados à mão, e também de 100 quilos (Hórus 200), ambos já vendidos para o Exército. "O Hórus 100 também tem aplicação civil no setor energético e de agronegócio", diz o presidente da Flight. Uma das atividades da empresa é a venda de serviços de operação de Vants para fazer imagens de áreas florestais. "Fizemos alguns projetos em áreas de 100 mil hectares em 2011 e queremos expandir esse trabalho para áreas entre 200 mil e 300 mil hectares", afirma Brasil.
Um dos problemas enfrentados pela empresa, segundo o executivo, é a falta de regulamentação aeronáutica para a operação de Vants no espaço aéreo brasileiro. "Só podemos operar Vants com uma autorização especial do Departamento de Controle do Espaço Aéreo. A exploração comercial dos nossos produtos, no entanto, vai exigir uma mudança na legislação brasileira que trata a questão da navegação aérea de um novo tipo de aeronave", explicou ele...SEGURANÇA NACIONAL

Vant - Falcão, primeiro do país em sua classe, pode voar até julho


O gerente do projeto na Avibras, Renato Bastos Tovar, explica que a plataforma do Falcão é feita em fibra de carbono, que garante maior leveza ao veículo e aumenta o espaço para que ele possa carregar mais combustível e sensores.
Com mais de 15 horas de autonomia, o Falcão está configurado para carregar um equipamento eletro-óptico [tira fotos e faz filmagem de alta qualidade, tanto durante o dia quanto à noite], um radar de detecção de alvos móveis no solo e um link de satélites, com alcance de até 1.500 km", explica o engenheiro.
O sistema de gerenciamento de vídeo a bordo do veículo, segundo Tovar, está sendo desenvolvido pela empresa Easystech, que também conta com financiamento da Finep. "O Falcão é o único Vant na classe de 800 quilos capaz de levar essa carga útil, de aproximadamente 150 quilos", ressaltou.
O Falcão, segundo Tovar, já consumiu investimentos de R$ 60 milhões e conta com o apoio das três Forças Armadas e também da Finep. O executivo afirmou que a eletrônica de bordo do Vant, assim como a parte de sistemas de navegação e controle, a plataforma e a integração dos sistemas de missão da aeronave são 100% nacional.
A Avibras, de acordo com o coordenador, aguarda para este ano que as Forças Armadas definam os requisitos dos Vants que pretendem comprar para poder iniciar a fase de industrialização do projeto, testes de comprovação de requisitos e certificação. "Já temos uma sinalização forte, por parte de uma das Forças Armadas, de que o Falcão seria a escolha preferencial para as missões de patrulha e reconhecimento", garantiu o executivo.
Recentemente, segundo ele, a Avibras recebeu a visita de representantes das três Forças Armadas em sua fábrica de Jacareí, no Vale do Paraíba (SP). A empresa também já foi consultada informalmente sobre as características do veículo, estimativa de investimentos e prazos para a produção do primeiro lote de Vants.
O desenvolvimento dessas aeronaves não tripuladas integra a lista de prioridades da nova política de defesa nacional do governo. A licitação para a compra dos veículos pelas Forças Armadas ainda não foi lançada mas, de acordo com Tovar, existe a intenção de se adquirir três tipos de equipamentos: os chamados mini-Vants, de 3 a 5 quilos e até 5 quilômetros de alcance, para reconhecimento de curta distância; os Vants de 800 quilos e entre 15 e 20 horas de operação, para reconhecimento, vigilância e patrulha; e os Vants estratégicos, acima de 1,5 tonelada, para missões de longa duração (mais de 20 horas). (VS)..Defesa Net..Segurança Nacional