quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Marinha russa aumenta poder de combate


Até Junho de 2012 estará pronto um programa detalhado do aumento do poder de combate naval na Rússia. Segundo o vice-primeiro-ministro Dmitri Rogozin, que supervisiona o complexo militar-industrial, o governo está preparando um plano de desenvolvimento da Marinha do país para os próximos 30 anos.
Passos específicos para modernizar a frota militar russa já estão sendo tomados. No dia 1 de fevereiro de 2012 a companhia Estaleiro do Nortede São Petersburgo começou a construção da primeira corveta do projeto. Nos seguintes 10 anos a frota da Rússia tenciona receber 100 navios, incluindo 35 corvetas e 14 fragatas. Especialistas dizem que o número de navios de superfície de que a Rússia dispõe hoje não é suficiente. A Frota do Norte dispõe de um só cruzador – Pedro o Grande, enquanto os restantes estão parados em portos e precisam ser reparados.
O editor executivo da Revista militar independente Victor Litovkin comentou a situação:
– Grupos interespecíficos, que os ingleses, americanos e franceses costumam formar, incluem, em regra, 10-15 navios. Isso os torna uma força a ser temida. No caso da Rússia esses grupos têm dois navios de combate, e o resto são embarcações de serviço com mais um navio de outras frotas diferentes “adicionado” ao grupo. A situação tem que mudar se quisermos garantir a proteção de nossos interesses nos oceanos. Devemos construir esses navios. Tanto mais que os navios de superfície servem não só para demonstrar a bandeira e apoiar operações em terra, mas também para disfarçar o posicionamento de submarinos nucleares estratégicos. E quando apenas um ou dois navios estão disponíveis, a área de posicionamento desses submarinos nucleares diminui.
A Marinha russa necessita de navios diferentes – cruzadores submarinos nucleares estratégicos, submarinos nucleares multifuncionais, submarinos não-nucleares a diesel. E também de cruzadores nucleares de superfície capazes de longos percursos nos oceanos, de porta-aviões, fragatas, corvetas, diz Viktor Litovkin:
– Isto é necessário para proteger os nossos interesses econômicos na costa, para lutar com os piratas. E para demonstrar a nossa bandeira nos oceanos. A Rússia, como um grande poder marítimo, não pode ser confinada à costa.
Só em corvetas a Marinha necessita de 20 unidades. Mas isso não é um problema para as empresas russas, diz o vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov:
– Qualquer estaleiro é capaz de construir navios de combate. O problema está na concepção e na engenharia, assim como na colocação das encomendas militares do estado junto dos estaleiros.
Moscou tenciona investir cerca de 4,7 trilhões de rublos (mais de 150 bilhões de dólares) em novos equipamentos para a Marinha russa.

Reator multipropósito vai garantir independência nuclear do Brasil


O projeto do primeiro reator nuclear multipropósito brasileiro de grande porte (RMB), estabelecido como meta do Plano de Ação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI/MCT) em 2007, começa finalmente a sair do papel. Como o próprio nome diz, o equipamento, orçado em R$ 850 milhões, tem múltiplas finalidades. Entre as principais está a produção de radioisótopos para uso na medicina nuclear, como exames e tratamento do câncer, além de pesquisas em campos tão diversos como tecnologia nuclear, energia, agricultura, indústria, ciência de materiais e meio ambiente.
No Brasil, são realizados cerca de 1,5 milhão de procedimentos por ano com radiofármacos. Mais de 80% deles usam o radioisótopo tecnécio-99, derivado do molibdênio-99 e insumo atualmente não produzido no país, tendo que ser totalmente importado. Somados a outros elementos radioativos também utilizados nos serviços de saúde que não são atendidos plenamente pelos pequenos reatores de pesquisa instalados no país, o gasto passa dos R$ 30 milhões anuais. O reator ficará pronto em 2017 e terá vida útil de 50 anos. Só a produção de radioisótopos será suficiente para pagar o investimento em 20 anos.
Participação no submarino nuclear
Com o RMB, o Brasil se tornará autossuficiente no setor, podendo dobrar a quantidade de radiofármacos ofertada à sociedade e exportar eventuais excedentes, ingressando no restrito mercado mundial de fornecimento de radioisótopos, hoje dominado por instituições de Canadá, África do Sul, Holanda, Bélgica e França, que produzem mais de 95% do suprimento global de molibdênio-99. Em 2009 e 2010, paradas não programadas nos reatores do Canadá e da Holanda provocaram uma crise no abastecimento e levaram à suspensão de milhões de procedimentos em todo mundo.
- O RMB terá uma grande aplicação social para o país – diz José Augusto Perrotta, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e coordenador técnico do projeto. – Além da produção dos radioisótopos para os radiofármacos de uso destacado na medicina, seu fluxo de nêutrons de grande intensidade irá testar combustíveis e materiais usados nos reatores de geração de energia e de propulsão, dando segurança a esses projetos e garantindo a continuidade no desenvolvimento do conhecimento nuclear do país. Por fim, ele abrigará um laboratório de uso de feixe de nêutrons em pesquisas de materiais usados em diversos setores da economia em complemento ao Laboratório Nacional de Luz Síncroton.
O reator será construído no município paulista de Iperó, junto ao Centro Experimental de Aramar, da Marinha, onde é desenvolvido o protótipo do submarino nuclear brasileiro, e ajudará a testar os materiais e combustíveis usados por ele. O projeto recebeu os primeiros R$ 30 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o orçamento federal deste ano prevê a liberação de mais R$ 32 milhões. Além disso, o Brasil assinou acordo com a Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina (CNEA) para o desenvolvimento de projeto básico comum dos reatores multipropósitos do Brasil (RMB) e da Argentina (RA-10). A empresa argentina Invap foi responsável pelo projeto do reator de pesquisas australiano Opal, inaugurado em 2007, que servirá de referência para o RMB e o novo reator argentino.
- Esse acordo com a Argentina é muito importante – avalia Perrotta. – Eles estão fazendo um reator lá e nós um aqui, o que permite baratear os custos para os dois países.
Perrotta destaca que usar o desenho do Opal como referência facilitará a obtenção dos licenciamentos ambientais e nuclear para o RMB. Instalado a apenas 40 quilômetros de Sydney, a maior cidade da Austrália, o equipamento é considerado um exemplo de confiabilidade na indústria nuclear.
- Nos reatores de pesquisa, a piscina é a própria blindagem – ressalta. – Ela mantém a temperatura do reator baixa, o que dá uma segurança inerente muito grande para o sistema, bem mais simples do que os de reatores de potência de usinas nucleares. Assim, seu grau de confiabilidade é bem maior e por isso eles podem ficar mais próximos de cidades.
Perrotta explica que, para obter o intenso fluxo de nêutrons necessário para suas aplicações, os reatores de pesquisas têm funcionamento e projetos bem diferentes dos usados em usinas de geração de energia como as de Angra. Enquanto estes se focam na eficiência termodinâmica para produzir o máximo de eletricidade em seus processos, os equipamentos multipropósito operam a temperaturas baixas de olho na maximização do uso dos nêutrons gerados pela fissão dos átomos de urânio. Para isso, eles usam um tipo de combustível diferente, com uma concentração de 20% de urânio-235, contra 4% das usinas nucleares.
- A concentração de urânio no combustível dos reatores de pesquisa é cerca da metade daquelas dos reatores de usinas nucleares – conta Perrotta. – Assim, para compensar a menor quantidade, é preciso que eles utilizem um enriquecimento maior para atingir a massa crítica e manter as reações nucleares. Isso permite ainda ter um reator mais compacto, o que também contribui para a obtenção de um fluxo de nêutrons maior.

Novo sistema de defesa das fronteiras é apresentado na Itaipu



A criação de um parque linear nas áreas que beiram o Rio Paraná – um dos projetos em desenvolvimento pelo Núcleo de Fronteira, coordenado pela Itaipu – acaba de ganhar um importante aliado. É o Sistema de Monitoramento Integrado das Fronteiras Terrestres (Sisfron), apresentado na Itaipu, na última quarta-feira (1º), com a presença de diversas autoridades dos organismos de defesa do País.

Um projeto piloto desse programa do Ministério da Defesa deverá ser implantado na região de Foz, beneficiando diretamente a revitalização dessa área. Conforme explica o Coronel Adair Luiz Pereira, chefe da Assessoria de Informações da Diretoria-Geral da Itaipu, o Sisfron deverá garantir a segurança do parque linear, pois reforça o combate às principais atividades ilícitas da fronteira.

O Sisfron foi apresentado pelo coordenador do programa, o general João Roberto de Oliveira. É  um sistema que prevê um longo prazo de implantação (dez anos), abrangendo toda a faixa de fronteira terrestre do Brasil (16.886 km x 150 km). A fase inicial deverá ser implantada neste ano e compreende a fronteira terrestre com o Paraguai, nos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

O programa compreende o adensamento das Forças Armadas na região, com maior efetivo e novas bases; modernização de equipamentos; aumento dos investimentos em prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos; atuação integrada dos órgãos de defesa; logística; sistemas de vigilância e sensoriamento remoto; capacitação da indústria nacional de defesa, principalmente em termos tecnológicos; entre outras metas.

Participaram da apresentação o diretor administrativo da Itaipu, Edésio Passos; o assessor do diretor-geral brasileiro, Joel de Lima; autoridades das Forças Armadas e representantes de diversas organizações que atuam na região de fronteira, como as polícias Federal, Militar e Civil, a Receita Federal e o Ibama. Também compareceram parceiros da Itaipu no Núcleo de Fronteira para a elaboração do projeto de revitalização da região próxima ao Rio Paraná, a Associação Comerical e Industrial de Foz (Acifi) e a União Dinâmica Cataratas (UDC).

O projeto de revitalização já teve uma apresentação preliminar aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a apresentação do Veículo Aéreo Não-tripulado (Vant), da Polícia Federal, no último mês de novembro. Segundo o assessor da diretoria de Itaipu, Joel de Lima, a iniciativa ganhou o aval dos ministros, que deverão receber um projeto mais detalhado até o início do próximo mês de março.

Na última sexta-feira (3), a prefeita de Ciudad del Este, Sandra de Zacarías, anunciou, no aniversário de 55 anos da cidade, um projeto similar que será desenvolvido na margem paraguaia do Rio Paraná. O objetivo é eliminar portos clandestinos utilizados por contrabandistas e traficantes. Além de uma nova avenida costaneira e áreas verdes, o projeto prevê a revitalização do centro de Ciudad del Este.

Do lado brasileiro, o parque linear, compreendido entre a Itaipu e o Marco das Três Fronteiras, abrange as margens dos rios Paraná e Iguaçu. Está prevista a reforma da Avenida Beira-Rio, a construção de parques, a valorização de pontos de atração turística e a transferência de famílias que estão em áreas de invasão para novas áreas urbanizadas.

Síria aumenta intensidade de bombardeios sobre rebeldes em Homs


ALERTA: ESTE VÍDEO CONTÉM IMAGENS QUE PODEM SER CONSIDERADAS PERTUBADORAS.
A cidade de Homs, na Síria, sofreu o quinto dia consecutivo de fortes bombardeios, os mais intensos já realizados contra a cidade que se converteu em um bastião da luta contra o regime do presidente Bashar al Assad.
A onda mais recente de pesados ataques teriam deixado, segundo relatos de ativistas, ao menos 40 mortos.
Os bombardeios mais recentes ocorrem um dia após o encontro de Assad com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em que o presidente sírio havia assegurado que poria fim à violência e buscaria um diálogo com forças da oposição.
Na semana passada, a Rússia e a Síria bloquearam uma resolução da ONU condenando a Síria. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 

Hackers divulgam supostos documentos sírios


GUSTAVO CHACRA , CORRESPONDENTE / NOVA YORK - O Estado de S.Paulo
Hackers do grupo Anonymous publicaram ontem e-mails que afirmam ter roubado da missão da Síria na ONU. Entre os documentos, há orientações que o ditador Bashar Assad teria recebido antes de conceder uma entrevista à veterana jornalista americana Barbara Walters, da rede de TV ABC. Parte dos documentos apareceu no jornal israelense Haaretz.
Na entrevista à ABC, que foi ao ar em 7 de dezembro, Assad negou ter comandado as ações das forças de segurança, responsáveis pela morte de cerca de 6 mil pessoas, segundo as Nações Unidas. Nas instruções supostamente obtidas pelo Anonymous, assessores de comunicação da diplomacia síria pedem a Assad mencionar temas e ideias que tornassem suas ações mais palatáveis "à psique da sociedade americana".
"É extremamente importante mencionar que 'erros' foram cometidos no começo da crise porque não tínhamos uma força policial muito organizada. As mentes americanas podem ser facilmente manipuladas quando eles escutam que erros são cometidos e estamos 'consertando' esses equívocos", diz trecho de um e-mail escrito por Sheherazad Jaafari, adida de imprensa da Síria em Nova York e filha do embaixador Bashar Jaafari, para a assessora de Assad, Luna Chebel. "Vale a pena mencionar também o que vem ocorrendo em Wall Street (ocupação por ativistas) e a forma como as manifestações têm sido reprimidas pelos policiais."
A integrante da missão síria na ONU, em outro trecho, acrescenta que "a audiência americana não liga para reformas. Eles não entendem isso e tampouco estão interessados".
Sheherazad Jaafari também recomenda dizer que a Síria, "diferentemente dos Estados Unidos, não tortura seus cidadãos". "Vale citar o caso de Abu Ghraib, no Iraque, como exemplo", acrescenta, referindo-se ao escândalo de abuso, humilhação e tortura de presos iraquianos por parte de soldados americanos que se tornou público em 2004.
Na entrevista, Assad usou o mote americano da guerra ao terror para argumentar que estava combatendo grupos terroristas. Disse ainda que a maior parte dos mortos nos confrontos era de soldados sírios atacados por grupos insurgentes armados.
Assad afirmou ainda que "só um líder louco seria capaz de massacrar seu próprio povo" e criticou a entrevistadora quando ela perguntou a ele sobre a morte de um garoto, supostamente nas mãos dos militares.

Argentina denunciará na ONU 'militarização' das Malvinas


REUTERS
A Argentina denunciará perante a ONU o que considera ser uma militarização do sul do Atlântico por parte da Grã-Bretanha, afirmou na terça-feira a presidente Cristina Fernández de Kirchner, em meio a uma escalada diplomática entre os dois países.
O anúncio foi feito pela presidente diante de veteranos da guerra em que a Argentina e a Grã-Bretanha se enfrentaram em 1982 pela posse das Ilhas Malvinas e vem depois da decisão do governo britânico de enviar um de seus barcos de guerra mais avançados, o destroier HMS Dauntless, para o sul do Atlântico.
As tensões por causa das disputadas ilhas aumentaram nas últimas semanas, com a aproximação do aniversário de 30 anos da guerra de 1982 e empresas britânicas buscando petróleo nas águas ao redor do arquipélago.
"Estão militarizando o Atlântico Sul mais uma vez", disse Cristina, em um ato ao qual comparecem políticos de todos os partidos, empresários e sindicalistas.
"Eu instruí nosso chanceler (ministro de Relações Exteriores) para que apresente formalmente ao Conselho de Segurança da ONU e também à Assembleia Geral a militarização do Atlântico Sul, que implica um grave risco para a segurança internacional", afirmou a presidente.
O governo britânico, que recusa a reclamação argentina de soberania sobre as ilhas, afirmou recentemente que a decisão de enviar o destroier HMS Dauntless para a região, para substituir outro navio, era uma medida que estava planejada desde antes e "totalmente de rotina".
O príncipe William, segundo na linha de sucessão do trono britânico, está no arquipélago, situado a uns 500 quilômetros da costa argentina, realizando uma atividade temporária como piloto de busca e resgate.
(Por Guido Nejamkis e Magdalena Morales) 

Grã-Bretanha descarta negociar sobre soberania das Malvinas


Efe
LONDRES - o governo da Grã-Bretanha voltou a descartar nesta quarta-feira, 8, qualquer negociação com a Argentina sobre a soberania das Ilhas Malvinas, depois de a presidente argentina, Cristina Kirchner, ter anunciado que levará o conflito à Organização das Nações Unidas (ONU).Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico indicou que os moradores das Malvinas, cerca de 3 mil pessoas, são "britânicos por opção e livres para decidir seu futuro". "Não haverá negociações com a Argentina sobre a soberania das ilhas, a menos que seus habitantes desejem", apontou o porta-voz do ministério, em linha com o que já havia expressado em Nova York horas antes um porta-voz da missão britânica na ONU.
Cristina Kirchner anunciou na terça-feira em Buenos Aires que apresentará um protesto na ONU pela "militarização" das Malvinas pela Grã-Bretanha, que tem a soberania dessas ilhas desde 1833. A presidente disse que fará a reivindicação ao Conselho de Segurança da ONU, do qual fazem parte os britânicos como membros permanentes, e a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
A Grã-Bretanha anunciou dias atrás o envio de uma moderna embarcação de guerra, o destroier HMS Dauntless, equipado com mísseis antiaéreos, ao Atlântico Sul. Além disso, o príncipe William chegou às ilhas na semana passada para uma instrução militar de seis semanas.
As tensões entre Argentina e Grã-Bretanha se acirram conforme se aproxima o aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas. Em 1982, os dois países entraram em conflito pela posse das ilhas, que começou depois da ocupação por militares argentinos e chegou ao fim dois meses depois, em 14 de junho, com a rendição argentina.