sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Argentinos fazem manifestação pelas Malvinas


AE - Agência Estado
Policiais e manifestantes entraram em confronto do lado de fora da embaixada britânica em Buenos Aires, capital da Argentina, em meio à ascendente disputa diplomática sobre as ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos.
Uma pequeno grupo de manifestantes compareceu nesta sexta-feira ao local depois que o primeiro-ministro britânico David Cameron ter acusado a Argentina de ser "muito mais do que colonialista" por reafirmar suas reivindicações sobre as ilhas.
O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, e o Ministro de Relações Exteriores Hector Timerman disse que Cameron está ignorando a história e que todos sabem que a Grã-Bretanha é, há séculos, a principal potência colonialista do mundo.
A Argentina tenta levar o Reino Unido para uma negociação sobre a soberania das ilhas na Organização das Nações Unidas. A Grã-Bretanha recusa o pedido e planeja enviar mais apoio militar para o arquipélago. As informações são da Associated Press. 

Malvinas volta a ser foco de tensão entre Argentina e Grã-Bretanha


BUENOS AIRES - A recente troca de acusações entre dirigentes da Argentina e da Grã-Bretanha ameaça deteriorar e relação entre os dois países e reacende os temores de uma possível escalada na tensão entre as nações, que foram à guerra há quase 30 anos.Mais uma vez, o centro da discórdia são as Ilhas Malvinas, o pequeno arquipélago 500 km ao leste do extremo sul da Argentina, anexado pela Grã-Bretanha desde 1833.
Nesta semana, o premiê britânico, David Cameron, respondendo a novas iniciativas do governo Cristina Kirchner para pressionar por negociações sobre o futuro das Malvinas (chamadas de ilhas Falkland pelos britânicos), acusou a Argentina de estar adotando uma postura "colonialista", afirmação respondida no mesmo tom de acusação por ministros argentinos.
Desde o fim do conflito, deflagrado em abril de 1982, a Argentina insiste que negociações bilaterais sejam abertas para tratar da soberania das ilhas, enquanto a Grã-Bretanha diz que não há o que discutir, já que os moradores do local (chamado em inglês de ilhas Falkland) querem permanecer cidadãos britânicos.
No entanto, enquanto David Cameron mantém a postura de seus antecessores, tanto conservadores quanto trabalhistas, seus colegas argentinos vêm desfechando uma ofensiva diplomática para fortalecer a sua posição.
Recentemente, o requerimento de Buenos Aires obteve o apoio da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), assim como da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Além disso, os países do Mercosul aderiram a uma moção para não permitir a entrada de barcos que levem a bandeira das Malvinas em seus portos, medida que Londres inicialmente classificou de "bloqueio".
Em ocasiões anteriores, ambos os países afirmaram quem, acima de tudo, está o interesse de manter a paz. Mesmo a Argentina, que é parte demandante, disse várias vezes que sua reivindicação é pacífica.
Declarações ásperas
Observadores dentro e fora do Cone Sul concordam que a situação geopolítica mudou muito desde os anos 1980, quando ocorreu a guerra. Em geral, há um consenso de que um novo conflito armado é improvável. No entanto, as declarações recentes de ambas as partes chama a atenção por sua aspereza.
David Cameron disse que a questão das Malvinas foi tratada na última terça-feira com o Conselho de Segurança Nacional. "Devo me certificar de que nossas defesas estão em ordem", disse o primeiro-ministro aos parlamentares britânicos.
Já no início desta semana, um navio de cruzeiro que se dirigia à Antártida, ocupado por centenas de passageiros de diversas nacionalidades, foi impedido de desembarcar nas Malvinas por supostas questões de saúde.
O governo das ilhas afirmou que vários passageiros apresentavam um quadro de gastroenterocolite, motivo pelo qual foram impedidos de desembarcar. Relatos publicados na mídia indicaram a surpresa dos integrantes da tripulação do navio, diante do que consideraram uma medida extremamente rigorosa.
O episódio foi referido pela chancelaria argentina, que emitiu um comunicado criticando a ação do "governo ilegítimo e autodenominado" das Malvinas, acrescentando que esperavam que este não se tratasse "do enésimo ato hostil".
Colonialismo 
As rusgas mais recentes foram verificadas na última terça-feira, quando a postura argentina foi chamada de "colonialista" pelo primeiro-ministro britânico. "Essas pessoas (os habitantes das Malvinas) querem continuar sendo britânicos, e a Argentina pretende o contrário", disse Cameron.
A resposta argentina veio por meio do ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman. "Chama a atenção que a Grã-Bretanha fale de colonialismo, quando é um país sinônimo de colonialismo", disse ele, durante viagem a El Salvador.
"Chama a atenção também que a Grã-Bretanha acuse um país como a Argentina, que é vítima de uma situação colonial, como expressaram as Nações Unidas ao definir as Malvinas como uma questão de soberania e colonialismo", acrescentou Timerman.
O ministro se refere a uma resolução da ONU emitida em 1965, onde a postura britânica é descrita como uma forma de colonialismo. Desde então, as Nações Unidas pedem que as duas partes negociem uma saída.
Em visita ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que a posição de seu país sobre as ilhas é "bem conhecida" e não vai mudar.
"Acreditamos na autodeterminação do povo das ilhas Falkland e apoiamos seus direitos", afirmou Hague na quarta-feira, após um almoço com seu colega brasileiro, Antonio Patriota.
Apoio brasileiro 
Por sua vez, o chanceler brasileiro reiterou o apoio brasileiro à posição argentina.
"As decisões da Unasul e do Mercosul são públicas, e o ministro Hague sabe que o Brasil e a Unasul apoiam a soberania argentina sobre as Malvinas, e nós apoiamos as resoluções das Nações Unidas para que os dois países discutam a questão", disse, após a reunião com seu colega britânico.
No entanto, as próprias ilhas parecem apoiar amplamente a posição britânica. "Temos o direito absoluto à autodeterminação. Ninguém nos pode tirar isso", disse à BBC Dick Sawle, representante das ilhas no Parlamento, em Londres.
"Temos o direito estabelecido na ata da ONU que a Argentina decidiu seguir ignorando."
As Malvinas também foram motivo de tensão renovada entre Argentina e Grã-Bretanha a partir de 2010, quando empresas britânicas começaram a prospectar petróleo nas águas profundas próximas às ilhas.
Vários projetos de exploração de petróleo estão em curso na região, mas ainda não foi comprovada a existência de reservas de hidrocarbonetos.
Cortes orçamentários
O jornal britânico Financial Times afirmou recentemente, citando analistas, que o interesse do governo de Cristina Kirchner no tema das Malvinas visa desviar a atenção do público para uma agenda de cortes orçamentários, mesmo depois de ter aumentado gastos em sua campanha para a reeleição.
No entanto, segundo apurou a BBC Mundo em Buenos Aires, há uma espécie de acordo político entre grupos governistas e de oposição sobre a polêmica das ilhas.
Na última campanha presidencial, quando questionados sobre as Malvinas, todos os principais candidatos disseram que manteriam a estrategia implementada por Cristina.
Já as declarações de Cameron sobre sua reunião com o Conselho de Segurança Nacional coincidem com o anúncio de cortes nos gastos militares.
Apesar da recente tensão entre os dois países, acredita-se que a possibilidade de uma escalada que culmine num eventual enfrentamento militar, como em abril de 1982, seja remota.
"Politicamente, a escalada não é uma opção. Da parte dos britânicos, seria algo muito custoso, e vários países, inclusive o próprio Reino Unido, estão reformulando seus gastos militares", disse à BBC Brasil Luis Fernando Ayerbe,coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da Unesp,
"Já a Argentina não faria isso, por ter um poderio desproporcionalmente menor do que a Grã-Bretanha."
Para Ayerbe, a Argentina tem instrumentos fracos para pressionar os britânicos a negociar uma saída para as Malvinas.
"A postura do Mercosul de banir navios britânicos é um passo, mas não é algo que vá colocar a Grã-Bretanha contra a parede. Se eles não quiserem abrir o diálogo, nada vai acontecer, a Grã-Bretanha não vai ser isolada ou retaliada", afirma.
Segundo o especialista, as medidas argentinas têm um maior efeito político, ao levantar questões sobre o colonialismo e recordando casos como o de Hong Kong, que a Grã-Bretanha devolveu à China após mais de 150 anos de domínio.
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

França quer pressa em sanções ao Irã por temer ataque de Israel


A França está pedindo que as sanções econômicas contra o Irã por seu programa nuclear sejam aplicadas o mais rápido possível porque teme que Israel perca a paciência e cometa um ataque militar em meados desse ano, segundo fontes oficiais anônimas citadas nesta quinta-feira pelo jornal Le Monde.
"Acreditamos que falta cerca de um ano" para que o Irã tenha a bomba atômica, e "os israelenses não esperarão um teste nuclear iraniano para solucionar o problema", conforme depoimento de fontes francesas em artigo do jornal.
Se as autoridades israelenses decidirem bombardear as instalações nucleares iranianas, "o momento de maior risco é o meio do ano", indicaram as mesmas fontes.
Um diplomata francês de alto escalão informou que "se os israelenses quiserem atacar antes de se chegar a um estágio irreversível (no programa nuclear do Irã), o melhor momento será antes das eleições presidenciais americanas" de novembro.
A razão disso é que durante a campanha o presidente americano, Barack Obama, "estará submetido a uma pressão política muito forte para não deixar Israel sozinho diante da tentação de atacar militarmente" o Irã, acrescentou o diplomata.
Outra fonte oficial entrevistada pelo Le Monde e que também não quis se identificar explicou que para a França esse cenário bélico seria "uma catástrofe", como já veio advertindo o presidente francês, Nicolas Sarkozy, desde agosto de 2007.
Um bombardeio aéreo no Irã serviria para unir os iranianos em torno do líder supremo da revolução, o aiatolá Ali Khamenei, e "não faria mais do que atrasar o programa nuclear iraniano, sem dar uma detenção brusca definitiva", alertou o oficial francês.
Nesse contexto, o esforço diplomático francês para o avanço das sanções, como o embargo petrolífero debatido na União Europeia, consiste em "obrigar o Irã a optar entre o futuro do regime e a bomba nuclear", para que Teerã entenda que é melhor acabar com seu programa, já que do contrário o bloqueio poderia levar o país a uma crise econômica.
Além dessa questão sobre um possível ataque de Israel, o jornal francês destacou as "tensões" entre a equipe de Sarkozy e a de Obama pela crise iraniana.
O alto diplomata francês indicou que o presidente dos Estados Unidos teve dificuldade de assumir medidas contra o petróleo iraniano pelo medo de que isso possa provocar um aumento do preço do barril que se volte contra ele mesmo durante a campanha para sua reeleição em novembro.
O funcionário francês também reprovou Obama por não ter reconhecido o que Paris considera como "o fracasso de sua política de mão estendida" a Teerã.

Irã quer devolver drone americano em forma de miniaturas


Drones em vermelho, rosa e verde: proposta iraniana é devolver a aeronave de milhões de dólares em doze miniaturas à Casa Branca
Foto: AFP
O governo do Irã pretende mandar aos Estados Unidos doze miniaturas do RQ-170 Sentinel, um drone (avião não-tripulado) capturado no país persa no último ano. A decisão é a forma encontrada por Teerã para satisfazer o desejo de Washington de ter a aeronave, estimada em milhões de dólares, de volta nos EUA.
A confecção das doze pessoas ficará a cargo do Aaye, um grupo de produção artística. "Planejamos mandar um esquadrão completo de 12 (miniaturas da aeronave) à Casa Branca para o presidente Barack Obama", disse Reza Kioumarsi, porta-voz do Aaye. "Ele (Obama) disse que queria a (aeronave) de volta, então vamos mandar-lhe uma".
Os Estados Unidos pedem a devolução do RQ-170 Sentinel desde sua queda. De acordo com a Casa Branca, o drone operava no leste do Afeganistão. Para Teerã, a aeronave invadiu o espaço aéreo iraniano, permitindo sua captura.
Com informações da Al Arabiya e da CNN.

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Rússia alerta Ocidente contra ataque ao Irã


O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira que um ataque militar do Ocidente contra o Irã seria uma "catástrofe" e criticou a imposição de novas sanções a Teerã.
Segundo o chanceler, uma ação desse tipo provocaria uma fuga de massas de refugiados do Irã, além de ampliar a tensão sectária na região.
"(Um ataque desses) pode inflamar o confronto entre sunitas e xiitas que já está latente", disse Lavrov.
As declarações de Lavrov foram feitas após o ministro de Defesa de Israel, Ehud Barak, dizer que qualquer decisão sobre um ataque ao Irã estava "muito distante". O país é a única potência nuclear da região.
Tensões entre Ocidente e o Irã foram ampliadas nas últimas semanas, após os monitores nucleares da ONU confirmarem que Teerã está produzindo urânio enriquecido a 20% em uma usina perto de Qom.
Em resposta, Estados Unidos e União Europeia anunciaram novas sanções contra o país – o que fez o Irã ameaçar fechar o estreito de Ormuz, uma rota essencial para o escoamento do petróleo da região.
A situação se agravou ainda mais na semana passada, quando o Irã acusou Israel e os Estados Unidos pela morte de um cientista nuclear em Teerã.
Washington e seus aliados suspeitam que o Irã está tentando desenvolver, sob sigilo, armas nucleares. Já o Irã insiste que seu programa tem fins pacíficos.

Negociações

Ainda nesta quarta-feira, o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, disse que negociações sobre o programa nuclear devem acontecer em Istambul em breve.
No entanto, a chancelaria britânica afirmou que ainda não há datas e nem planos concretos para as discussões e que o encontro não será realizado enquanto Teerã não "demonstrar claramente sua disposição em negociar sem pré-condições."
"Até que isso aconteça, a comunidade internacional vai somente ampliar a pressão sob o Irã, por meio de sanções pacíficas e legítimas", afirmou a chancelaria em um comunicado.
No ano passado, Brasil e a Turquia tentaram mediar um acordo – fracassado - para a troca de combustível nuclear do Irã com outro país (que devolveria a Teerã urânio altamente enriquecido, em troca de material bruto). Desta vez, segundo Itamaraty, o Brasil não foi consultado para essa possível reunião em Istambul.

Impacto na economia

Para o especialista em diplomacia da BBC, Jonathan Marcus, as discussões sobre o assunto focam a probabilidade de um ataque aéreo israelense e americano às instalações nucleares do país e um confronto marítimo no Golfo, no qual os Estados Unidos tentariam garantir o livre acesso ao estreito de Ormuz.
Segundo Marcus, outro fator que inflama a tensão é o fato de a economia iraniana começar a sofrer seriamente com as sanções.
Comparada aos governos anteriores, a administração de Barack Obama é a que mais está de um confronto aberto com Teerã.
Marcus afirma que, no momento, as hostilidades podem ser evitadas. Mas, segundo ele, muitos especialistas acreditam que há uma sensação de pessimismo crescente – uma crença de que Estados Unidos e Irã vão entrar em confronto em algum momento.
E essa é, segundo o correspondente, uma situação muito perigosa, já que tais expectativas têm impacto direto no desenrolar dos eventos.

Irã alerta contra posição 'perigosa' de países árabes em Ormuz


REUTERS
ANCARA - O ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, disse nesta quinta-feira, 19, que seu país nunca tentou bloquear o Estreito de Ormuz, mas advertiu as nações árabes vizinhas de que não deveriam se colocar em uma "posição perigosa" ao tomar partido dos Estados Unidos na crescente disputa sobre o programa nuclear iraniano.Peço a todos os países da região que, por favor, não se deixem arrastar para uma posição perigosa", disse Salehi, que está em visita à Turquia, em declarações à TV turca NTV.
Salehi acrescentou que os Estados Unidos deveriam se mostrar abertos a negociações com o governo iraniano sem impor condições, referindo-se a uma carta que o Irã diz ter recebido do governo norte-americano sobre a situação no Estreito de Ormuz.
O Irã havia ameaçado bloquear o Estreito de Ormuz, por onde passa um terço do petróleo comercializado no mundo por via marítima, se o Ocidente levasse adiante as medidas para bloquear suas exportações de petróleo, o que aumentou o receio de um conflito que poderia envolver todo o Oriente Médio.
Salehi aparentemente estava se referindo à ligação dos vizinhos árabes com os Estados Unidos, que mantêm uma enorme frota no Golfo Pérsico. O governo norte-americano deixou claro que se encarregará de manter livre a passagem em Ormuz.