terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lockheed divulga novo relatório dos testes de voo dos caças F-35


O fato mais marcante do programa F-35 no mês de outubro foi o primeiro pouso vertical embarcado realizado pela aeronave F-35B “BF-2″ no dia 3 de outubro. (Foto: Lockheed Martin)
O programa de teste de vôo dos novos caças F-35 continua a fazer progressos. Desde a última atualização dos teste de vôo divulgado no dia 20 de setembro, os caças de quinta geração F-35 Lightning II, dentre todos modelos, realizaram 185 vôos de testes, elevando o número total de vôos de teste para o ano para 837.
A aeronave F-35B realizou também a primeira decolagem curta no dia 4 de outubro, a bordo do USS Wasp. (Foto: Lockheed Martin)
O grande destaque para o mês de outubro foi a conclusão dos testes iniciais de adequação do caça F-35B de decolagem curta / pouso vertical (STOVL) a bordo do navio anfíbio USS Wasp (LHD-1) na costa da Virgínia. O teste começou quando a aeronave BF-2 executou o primeiro pouso vertical embarcado no dia 03 de outubro. No dia seguinte, o BF-2 executou a primeira decolagem curta do Wasp. Durante a terceira semana de testes no mar, as aeronaves BF-2 e BF-4 operaram simultaneamente no navio. Combinadas, as duas aeronaves realizaram 72 decolagens curtas e 72 pousos verticais durante o período de teste de três semanas.
Os testes de lançamento com catapulta continuam em Lakehurst com a aeronave de teste F-35C “CF-3″. (Foto: Lockheed Martin)
Vários testes de vôo e marcos importantes de produção foram realizadas desde o último relatório:
  • Outubro foi o mês mais movimentado para os vôos na história do programa de ensaios em vôo do F-35, com as aeronaves executando 122 vôos. A aeronave F-35B, conhecido como BF-2, realizou 22 voos, o maior número já realizado por um F-35 num único mês.
  • As aeronaves F-35Bs completaram seu vôo de número 500 no dia 30 de setembro. Em outubro, a frota de caças F-35Bs executou o maior número de pousos verticais (73) num único mês na história do programa de ensaios em vôo, incluindo o pouso vertical de número 200 para o programa no dia 04 de outubro.
  • As aeronaves F-35A “AF-12″ e “AF-13″ de decolagem e pouso convencional (CTOL) foram entregues para a 33ª Ala de Caça da Base Aérea de Eglin, na Flórida, nos dias 19 e 26 de outubro, respectivamente. Isto significou a entrega da quinta e sexta aeronaves CTOL em Eglin e a entrega de 12 jatos no total do programa F-35 para o Departamento de Defesa em 2011.
  • A partir do dia 03 de novembro, a aeronave F-35C, a versão destinada para ser embarcada em porta-aviões, já havia executado 59 lançamentos bem sucedidos com catapulta e três pousos enganchados.
  • As aeronaves F-35C já realizaram 200 horas de vôo até o dia 22 de setembro.
  • A aeronave F-35A “AF-1″ alcançou o limite de velocidade máxima teórica do F-35, de Mach 1.6, pela primeira vez no dia 25 de outubro.
A 5ª aeronave de produção a ser entregue para USAF, o caça F-35A “AF-12″, no final de outubro. (Foto: Lockheed Martin)
O número de voos cumulativos totais dos testes de voo em 2011 são as seguintes:
  • Os jatos F-35A (CTOL) voaram 407 vezes.
  • As aeronaves F-35B (STOVL) completaram 296 vôos.
  • Os jatos F-35C (CV) voaram 134 vezes.
No total, as aeronaves F-35 já realizaram 1.432 voos até o dia 03 de novembro de 2011. (Foto: Lockheed Martin)
Desde o início de testes de vôo em dezembro de 2006, até o dia 03 de novembro, os jatos F-35s voram 1.432 vezes, incluindo os vôos dos modelos de produção e do AA-1, a aeronave de teste de voo original.

Nasa divulga nova imagem de asteroide que se aproxima da Terra nesta terça


ASHINGTON - A Nasa divulgou nesta terça-feira, 8, uma nova imagem do asteroide 2005 YU55, que se aproxima da Terra. O corpo rochoso deve passar a uma distância inferior à da Lua no momento de sua maior aproximação ainda nesta terça-feira, às 21h28 (Horário de Brasília). Segundo a agência espacial americana, não há risco de colisão com o planeta.
O asteroide tem 400 metros de diâmetro, equivalente ao comprimento de um porta-aviões, e foi descoberto em 2005 por Robert McMillan. Segundo cálculos da Nasa, o 2005 YU55 deve passar a uma distância mínima de 324 mil quilômetros, menos que a distância da Lua, que fica a cerca de 384 mil quilômetros da Terra.
O fenômeno será visível do hemisfério norte (com trajetória favorável para o norte da Europa e Estados Unidos) para aqueles que tenham equipamentos adequados (preferencialmente telescópios com espelhos superiores a 150 mm) e, ainda assim, será de difícil observação, pois o asteroide é muito escuro e por sua passagem ocorrer muito rapidamente.
O radar planetário do Observatório de Arecibo eliminou, em abril de 2010, o risco de uma colisão dos asteroide 2005 YU55 com a Terra pelos próximos 100 anos, o que levou à retirada do astro da relação de objetos perigosos da Nasa. O asteroide foi observado por Arecibo, em Porto Rico, enquanto estava a 2,4 milhões de quilômetros da Terra, ou seis vezes a distância que nos separa da Lua, informa Michael Nolan, diretor do observatório.
As antenas do centro de vigilância do espaço profundo da Nasa situado em Goldstone, na Califórnia, vigiam desde sexta-feira, 4, a trajetória do asteroide, que, segundo os especialistas, está bem definida. O potente radar do observatório de Arecibo se une à equipe de vigilância neista terça, quando se estima que o asteroide chegue ao ponto mais próximo da Terra.
Os cientistas já advertiram que a influência gravitacional do asteroide não terá nenhum efeito detectável na Terra, como marés ou movimentos nas placas tectônicas. Embora este asteroide costume realizar uma trajetória que o faz se aproximar periodicamente da Terra, bem como de Vênus e Marte, o encontro deste ano será o mais próximo dos últimos 200 anos.
Pesquisa. Os pesquisadores aproveitarão a oportunidade de aproximação do asteroide, que só é comparável ao que ocorrerá em 2028, quando o asteroide 2001 WN5 deverá chegar ainda mais perto da Terra, para estudar a superfície do 2005 YU55. A passagem do corpo celeste tão próximo assim é relativamente comum, acontece mais ou menos a cada 25 anos. O que torna esta passagem importante é que agora os pesquisadores possuem instrumentos para estudá-los apropriadamente.
Em 2010, Mark Nolan e sua equipe do Observatório de Arecibo conseguiram reproduzir imagens do asteroide enquanto ele estava a 2,3 milhões de quilômetros da Terra. As imagens mostraram que sua forma é quase esférica e viaja lentamente, com um período de rotação de aproximadamente 18 horas. Quando ele passar próximo ao planeta em 8 novembro deste ano, estará sete vezes mais próximo, o que possibilitará melhores imagens para os cientistas, que utilizarão o radar Goldstone para isso. Espera-se uma resolução de imagem de 4 metros por pixel. A expectativa pela qualidade da imagem é tão grande, que os cientistas esperam poder estudar a composição mineral do asteroide, que faz parte do tipo C, os possíveis representantes dos materiais primordiais que formaram nosso sistema solar.
Os astrônomos indicam que a última vez que uma rocha espacial deste tamanho se aproximou tanto da Terra foi em 1976 e que a próxima aproximação conhecida de um asteroide com tais dimensões será no ano 2028.
A Nasa detecta e rastreia habitualmente os asteroides e cometas que passam perto da Terra usando telescópios terrestres e espaciais com seu programa Observação de Objetos Próximos à Terra, apelidado de Spaceguard, para detectar se algum pode ser potencialmente perigoso ao planeta.

Rússia lança nesta terça-feira sonda para lua de Marte


MOSCOU - A Rússia espera acabar com uma ausência frustrante de duas décadas do espaço profundo com o lançamento, nesta terça-feira, 8, às 18h16 (Horário de Brasília), da ambiciosa missão Phobos-Grunt de três anos para trazer uma amostra do solo de Fobos, uma lua de Marte.
Os cientistas russos sonham em estudar o satélite em forma de batata desde o auge das pioneiras incursões soviéticas ao espaço na década de 1960. A poeira de Phobos, dizem, irá conter pistas para a formação dos planetas do sistema solar e ajudar a esclarecer mistérios duradouros de Marte, incluindo se ele é ou já foi adequado para a vida.
Mas a missão Phobos-Grunt, que vai custar 5 bilhões de rublos (US$ 163 milhões) está sendo assombrada por memórias de fracassos passados nos esforços de Moscou para explorar Marte e suas luas. "Marte sempre foi um planeta inóspito para a Rússia. Os Estados Unidos têm tido muito mais sucesso lá", disse Maxim Martynov, projetista-chefe do projeto da NPO Lavochkin, a empresa líder no setor aeroespacial russo que desenvolveu a missão Phobos-Grunt.
"Se dividirmos esta despesa entre a população russa, cada cidadão teria que pagar US$ 0,10 por ano durante dez anos. Não é muito", garantiu Victor Jartov, designer-chefe da Associação de Produção Científica Lavochkin, segundo agências de notícias russas. 
Se o projeto tivesse sido elaborado pela Agência Espacial Europeia ou pela Nasa, custaria de 300 a 400 milhões de euros, afirmou Lev Zeleni, diretor do Instituto de Estudos Espaciais da Rússia.
A Rússia manteve cosmonautas em órbita durante a década de 1990 e é agora o único país com o ofício de transportar as tripulações da Estação Espacial Internacional. No entanto, o último voo interplanetário de Moscou foi em 1988 - antes do colapso de 1991 da União Soviética.
Aquela missão foi a segunda de duas sondas soviéticas Phobos a falhar, perdendo o sinal a 50 metros da superfície prateada da lua. Em 1996, uma sonda russa para Marte pegou fogo em um lançamento que deu errado.
Enquanto isso, os Estados Unidos já registraram centenas de horas de imagens em Marte, Índia e China enviaram sondas para a lua da Terra e o Japão visitou um asteroide e trouxe amostras.
Depois de tão longa ausência, a missão Phobos-Grunt tornou-se um teste da indústria espacial da Rússia após uma geração de orçamentos limitados. A perda de uma oportunidade de lançamento para a missão em 2009 foi vista como a razão pela qual o ex-chefe da Lavochkin perdeu o emprego.
Este ano, o novo chefe da agência espacial russa disse que Moscou supervalorizou os voos espaciais tripulados e deveria mudar o foco para projetos com maior retorno científico e tecnológico. "Este é realmente um projeto muito difícil, se não o mais difícil interplanetária até agora", disse o cientista Alexander Zakharov, por trás de uma pilha de papéis bagunçados e de uma maquete de Phobos no Instituto de Pesquisas Espaciais de Moscou.
"Nós não temos uma expedição interplanetária bem-sucedida há mais de 15 anos. Nesse tempo, as pessoas, a tecnologia, tudo mudou. É tudo novo para nós, de muitas maneiras estamos trabalhando a partir do zero", disse.
Depois de uma viagem através de muitos milhões de quilômetros, o maior desafio será o pouso da sonda em um mundo desconhecido e sem peso. Os cientistas esperam que a sonda vá tocar um local plano e encontrar chão macio o suficiente para fazer uma raspagem. "Qualquer grande rocha perto da superfície pode fazê-la capotar", disse Zakharov. "Estamos preocupados com cada fase única. É como nosso filho."
Jartov afirmou que cerca de 10 mil pessoas participaram do projeto, e mais de 30 farão parte da tripulação após o lançamento da nave. Além disso, todos os módulos da estação são novos, e nunca foram utilizados antes, informou o designer-chefe. Um dos módulos da nave russa aterrissaria em Fobos, a lua marciana, que, segundo alguns cientistas, foi um asteroide atraído pela força da gravidade de Marte.
O projetista Maxim Martinov lembrou que o voo da nave espacial para Marte durará 11 meses, e o retorno à Terra, de 9 a 11 meses. Na lua marciana funcionaria durante longo tempo uma estação automática que pesquisaria o espaço próximo e o clima do planeta.
O projeto Phobos-Grunt possibilitará testes das principais tecnologias das futuras expedições a Marte, como situações de falta de gravidade e, principalmente, a operação de aterrissagem. As amostras que forem analisadas deverão servir para compreender como os planetas do sistema solar foram formados.
Recentemente, a Agência Espacial Russa (Roscosmos) e a Agência Espacial Europeia assinaram um acordo para utilizar os centros europeus de acompanhamento para guiar a Fobos-Grunt.

Novos benefícios fiscais estimulam os principais novos investimentos do Brasil na indústria de defesa


http://poderbrasil.files.wordpress.com/2010/10/1.jpgPor Janie Hulse
A indústria de defesa do Brasil – a maior da América Latina – pode duplicar seu tamanho nos próximos 10 anos graças a uma nova política fiscal proposta pela presidente Dilma Rousseff.
Esta política em breve proporcionará reduções fiscais para os fabricantes de equipamento de defesa brasileiros, dando-lhes lucrativos benefícios para realizarem novos investimentos e aquisições. Como resultado, milhares de novos empregos ligados à área de defesa provavelmente serão criados. Essa iniciativa faz parte da estatégia nacional de defesa do Brasil e está nos moldes dos planos de desenvolvimento industrial, tecnológico e econômico do país.
Em 29 de setembro, a presidente assinou uma medida provisória que isenta o setor de defesa de pagar o imposto sobre produtos industrializados (IPI), o imposto de seguridade social (Confins) e o imposto do Programa de Integração Social (PIS) por 5 anos. Isto pode traduzir uma economia de 30 por cento para as indústrias de material de defesa. É um alívio para os executivos de negócios que apontam o peso dos impostos juntamente com a infraestrutura precária como os principais impecilhos ao crescimento.
“Essas medidas são importantes para promover o setor da defesa, porque a indústria carece de condições adequadas para que os empreendimentos domésticos possam competir com as empresas estrangeiras dentro e fora do Brasil”, explicou Armando Lemos, diretor técnico da Associação Brasileira das Indústria de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), sediada em São Paulo.
A medida pretende gerar 23.000 empregos diretos e 90.000 indiretos. Isso poderia quase dobrar a atual força de trabalho do setor de defesa de 25.000 empregos diretos e 100.000 indiretos, disse Lemos. Ao todo, 186 empresas se beneficiarão com o programa, incluindo as indústria de líderes Avibrás (aerespacial), Embraer (aeronáutica), Helibrás (helicópteros) e Odebrecht Defesa (tecnologia).
“Enquanto a medida ainda aguarda implementação formal, será definido o registro do critério para as empresas estratégicas de defesa e será detalhado o regime específico de taxação a ser aplicado a elas”, disse Lemos.
O decreto de 2008 da Estratégia Nacional de Defesa, publicado durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e elaborado pelo então ministro da Defesa Nelson Jobim, foi um importante marco para a situação da defesa no Brasil após anos de negligência depois do retorno do país à democracia. Uma de suas principais missões era a de ressucitar a tão abandonada indústria de material de defesa e torná-la num negócio eficiente, competitivo e capaz de contribuir para o prestígio internacional e o crescimento econômico do Brasil.
“A defesa do Brasil requer a reorganização da indústria nacional de material de defesa”, diz o documento explicitamente. A diretriz dada pelo documento para se alcançar esta reorganização destaca a necessidade de capacidade tecnológica independente através de parcerias internacionais – assim como a importância de se subordinar considerações comerciais para os ditos imperativos estratégicos, tais como um regime especial legal regulatório e de taxação para a indústria de material de defesa.
Desde a publicação do decreto, providências de transferência de tecnologia têm sido tomadas entre a Embraer e fornecedores estrangeiros para se produzir a aeronave militar de transporte KC-390. A cooperação do Brasil com a França para construir quatro submarinos convencionais e um nuclear também inclui um acordo similar de transferência de tecnologia.
Um pilar central para a nova estratégia do Brasil é apoiar a indústria de material de defesa garantindo que necessidades de equipamento sejam supridas por empresas domésticas capazes de competir em mercados internacionais. Isso gararantirá economia de escala para a produção.
“Seja devido ao tamanho de nosso território ou de nossas fronteiras, ou ao fato de nosso país ter sido abençoado com uma enorme riqueza, nós precisamos dessa indústria porque ela é estratégica para a nossa soberania”, disse Rousseff após o anúncio de reduções fiscais ao setor.
A indústria de material de defesa não está sozinha em receber tratamento especial.
No ultimo mês de agosto, Rousseff anunciou o Plano Brasil Maior, que visa a proteger a indústria doméstica de manufaturados da crescente competição asiática e da alta da moeda. O programa piloto apoia os setores de produção de vestuário, calçados, mobílias e software oferecendo $16 bilhões em reduções fiscais para auxiliar a inovação, investimento, produtividade, comércio internacional, capital humano, produção sustentável e as pequenas e médias empresas desses setores.
Em essência, o plano coloca inovação desenvolvida no país e produção com valor acrescentado na frente e almeja tornar a indústria brasileira mais competitiva globalmente.
“Precisamos desenvolver tecnologia no Brasil para adicionar ainda mais valor à nossa produção industrial através da redução de custos pelas reduções de impostos e pela minimização da burocracia”, disse Acir Gurgacz, senador pelo Partido dos Trabalhadores, argumentando pouco antes da aprovação do plano, em agosto.
As empresas brasileiras de material de defesa já recebem algum apoio financeiro direto do governo federal. Por exemplo, a Optovac, que criou uma válvula de urânio para o futuro submarino nuclear brasileiro, conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), assim como da FINEP, uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia.
De acordo com a Estratégia Nacional de Defesa de 2008, os maiores projetos industriais das forças armadas do Brasil exigirão investimentos de no mínimo $40 bilhões. Para se atender a todas as necessidades militares o valor aumenta para cerca de $120 bilhões, de acordo com o presidente da ABINDE, Orlando José Ferreira Neto.
As metas ambiciosas do Brasil parecem alcançáveis. Em 2010, ele foi o país da América latina que mais mais investiu, $33.5 bilhões, e foi o único da região a estar entre os 15 maiores investidores do mundo, de acordo com o centro sueco de pesquisa SIPRI. Os novos incentivos fiscais auxiliarão a liberar ainda mais capital para investimentos no setor.

Engenheiros de estaleiro sueco visitam a Base Naval de Val-de-Cães


A Base Naval de Val-de-Cães (BNVC) recebeu no mês de outubro a visita do Comodoro da Reserva da Marinha Real da Suécia e Diretor-Gerente do Estaleiro sueco Dockstavarvet, Tornjörn Larsson, e do Gerente de Produção, Engenheiro Per Öberg.
Os primeiros contatos entre a BNVC e a Dockstavarvet ocorreram durante a Latin America Aero Defence (LAAD) 2011, quando foram apresentados produtos daquele estaleiro, particularmente as Combat Boats CB-90H, já testadas em navegação pelos rios da Região Amazônica e utilizadas nas marinhas dos Estados Unidos da América, da Rússia, do México e da Polônia.
A partir daí, surgiu o mútuo interesse da BNVC e do Estaleiro sueco, quanto à possibilidade de um projeto na área de construção naval, aproveitando os conhecimentos da Organização Militar brasileira na fabricação de embarcações em alumínio.
Durante a visita, o Comodoro Larsson e o Engenheiro Öberg conheceram a linha de produção de Lanchas Escolares; o início da construção da Lancha de Ação Rápida modernizada, dotada de cabine balística; o projeto da “Ambulancha”; a fase final da remotorização do Navio- Patrulha Fluvial “Raposo Tavares”; e o novo prédio da Oficina de Construção Naval, recém-inaugurado pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante-de-Esquadra Luiz Umberto de Mendonça.
Na ocasião, foi realizada uma reunião técnica entre os visitantes, engenheiros do Departamento Industrial da BNVC e os representantes da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON). Ao final da visita, o Comodoro Larsson elogiou a infraestrutura e a qualidade técnica do pessoal da BNVC, manifestando o desejo de firmar uma futura parceria entre a Dockstavarvet e a Base Naval de Val-de-Cães, com apoio da EMGEPRON, na construção das Combat Boat para o mercado da América do Sul.

Fonte: NOMAR (Marinha do Brasil)

Tambores de Guerra - Israel discute eventual ataque contra o Irã

IrIrã estaria colocando material nuclear em ogivasã estaria colocando material nuclear em ogivas

Relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a ser lançado nos próximos dias provocou a troca de ameaças entre Israel, seus aliados ocidentais e o Irã. O documento traria a conclusão de que o Irã estaria depositando material nuclear em ogivas e desenvolvendo mísseis. O novo estudo trouxe especulações de que um ataque de forças ocidentais contra o Irã estaria próximo.
Em entrevista ao jornal egípcio Al-Akhbar, publicada nesta segunda-feira (07/11), o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, advertiu sobre uma ação militar contra o seu país e reiterou que seu programa nuclear tem fins pacíficos. Ahmadinejad declarou que Estados Unidos e Israel buscam apoio internacional para uma intervenção militar.
"O Irã está aumentando suas capacidades e progredindo. Por esta razão, está se tornando capaz de competir em nível mundial. Israel e o Ocidente, particularmente os Estados Unidos, têm medo disto", disse o presidente iraniano.
O presidente de Israel, Shimon Peres, por sua vez, defende que o Irã é um problema não somente para Israel, mas para todo o mundo. Por isso, segundo ele, o  mundo deve se unir para impedir que o Irã produza armas nucleares. Ao mesmo tempo, ele ressaltou que Israel não deve agir sozinho.
Apoio interno
"Há diversos instrumentos para isto. Sanções econômicas, pressão sobre as exportações de petróleo. Ela [a comunidade internacional] deve assumir a responsabilidade e ver que o Irã é uma ameaça para todo o mundo", disse Peres à mídia israelense.

Antigos chefes do Mossad, o serviço secreto israelense, têm alertado para o perigo de um isolamento de Israel. Meir Dagan, por exemplo, que já esteve à frente da inteligência do país, chegou a declarar que um ataque militar israelense contra alvos nucleares iranianos seria uma grande estupidez.
"Eu acho que Israel em princípio tem interesse em manter o equilíbrio no Oriente Médio. Nós somos uma pequena gota neste imenso mar árabe, muçulmano, e não temos qualquer motivo para quebrar este equilíbrio", disse o ex-general israelense Amiram Levin, que foi vice-chefe do Mossad de 1998 a 2000.
Conforme especulações da imprensa israelense, o ministro da Defesa, Ehud Barak, estaria tentando apoio do gabinete do governo para um ataque. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanjahu, se mantém calado sobre o debate. Barak, teria participado de encontros em Londres. A imprensa israelense interpretou disso que há planos concretos de ataque.
Reações internacionais
O jornal britânico The Guardian também publicou que o Reino Unido estaria preparando um ataque ao Irã. Barak concedeu entrevista à rede norte-americana de televisão CNN, dizendo que "o Irã decidiu se tornar potência nuclear" e que por isso "é extremamente importante que o mundo se decida a agir contra isso, seja através de diplomacia, sanções ou o que quer que seja".
O governo iraniano já teria acessado o novo relatório da AIEA. Segundo a agência de notícias AFP, o ministro do Exterior, Ali Akbar Salehi, disse que o estudo traz "alegações falsas". A Rússia alertou também que um possível ataque contra o Irã possa ser um "engano muito sério", que levaria unicamente à continuidade do conflito e a mortes de civis. "Isto poderia levar a consequências incalculáveis", alertou o ministro russo do Exterior , Sergei Lavrov.
A França também se manifestou contra uma eventual intervenção militar ocidental no Irã. O ministro do Exterior, Alain Juppe, disse que as sanções contra o país devem ser reforçadas, mas "tudo deve ser feito para evitar o irreversível" . "Isso [um ataque militar] poderia desestabilizar completamente a região", acrescentou.

Militares dizem que investimento em defesa é fundamental na era do pré-sal


O fortalecimento do poder naval brasileiro, com o objetivo de garantir a soberania nacional sobre riquezas como as reservas de petróleo, exigirá investimentos de R$ 223,5 bilhões até 2030. Os números foram apresentados pelo chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Luiz Umberto de Mendonça, em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), ontem.
Até 2030, disse o almirante, será necessária a aquisição de 20 submarinos convencionais e de seis nucleares, entre outras embarcações, além da constituição de uma segunda esquadra a ser sediada em um estado ainda não definido das regiões Norte ou Nordeste. Com o investimento previsto, explicou, será possível desenvolver os mais importantes projetos da Marinha, como o programa nuclear.
— Não é megalomania. A estratégia de dissuasão é prioritária em tempos de paz e a melhor forma de se evitar conflito armado — afirmou Mendonça durante o painel "Pré-Sal: papel das Forças Armadas na defesa do patrimônio e alocação de recursos para essa finalidade", parte do terceiro ciclo do conjunto de debates promovido pela comissão a respeito dos rumos da política externa brasileira.
Na abertura da audiência, presidida por Cristovam Buarque (PDT-DF) e que contou com a presença de diplomatas de oito países, o professor Simon Rosental, da Escola Superior de Guerra (ESG), observou que o mundo só dispõe de reservas conhecidas de petróleo para os próximos 45 anos — e os Estados Unidos, para apenas dez anos. Em sua ­avaliação, o século 21 ­marcará o fim do período ­histórico de queima de petróleo como combustível.
— O Brasil descobriu o pré-sal quando no mundo as reservas declinam. O que devemos fazer? Utilizar as três Forças conjuntamente para garantir poder de dissuasão sobre toda essa área e defender a soberania e a integridade do país. É comum ouvir que não há necessidade de recursos para as Forças Armadas, pois estamos no Atlântico Sul, o lugar mais tranquilo do planeta. Há certa verdade nisso, mas o erro é o foco. A ameaça vem da linha do Equador para cima — alertou Rosental.
Área sensível
O presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, ­brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmou que a região onde estão localizadas as reservas do pré-sal será uma "área sensível" do território brasileiro, pois o país precisará estar preparado para garantir "pronta resposta" a qualquer ameaça externa. Ele informou que será montado para a região um moderno sistema de controle de tráfego aéreo e disse que aguarda "com ansiedade" a decisão final do governo a respeito da compra dos novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).
— O pré-sal é e será ponto de cobiça. Trata-se de uma riqueza que precisa ser defendida, por isso a dissuasão deve ser permanente — observou Baptista.
Cristovam observou que, se os investimentos para defesa dos recursos do pré-sal forem maiores do que os previstos para a defesa do país, isso deve ser feito com recursos provenientes dessas próprias riquezas e "não da nação brasileira como um todo". Ana Amélia (PP-RS) ressaltou a necessidade de uma atenção especial à defesa da Amazônia, apesar da ênfase atual à região onde se encontram as jazidas de petróleo.