quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Argentina propõe ao Brasil criação de agência espacial sul-americana


Ministro da Defesa argentino disse ter feito a proposta a Celso Amorim para que países juntem esforços para desenvolver o setor.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, recebeu nesta terça-feira a proposta para a criação de uma agência espacial sul-americana de seu colega argentino, Arturo Puricelli.
Puricelli, que participou do seminário “A Indústria de Defesa como indutor da Transformação da Defesa Nacional”, pediu às autoridades e empresas dos dois países a criação de uma estratégia que permita à região desenvolver o setor espacial.
“Nossas comunicações estão dependentes da prestação de serviços que são dados por satélites de países de outras regiões e por isso devemos somar esforços para chegar ao espaço com uma agência espacial sul-americana”, justificou o ministro argentino.
Puricelli destacou para tal propósito os “espaços existentes e a capacidade brasileira”, além das “potencialidades” da Argentina nesse campo, que, segundo ele, “podem ser muito bem aproveitadas”.
“O que nos impede de ter um lançador de satélites sul-americano? O desafio dos ministros é criar uma agenda espacial sul-americana e ter satélites próprios em 2025″, considerou.
Em 2025, lembrou o ministro, os países que não disponham de radares para seu espaço aéreo civil terão que comprar o serviço de outras nações que desenvolvam esse tipo de tecnologia.
Concepção Artística do VLS-1B
No entanto, Puricelli disse à Agência Efe que a proposta ainda é “uma ideia para ser bem trabalhada antes de ser concretizada”.
Sobre a proposta de seu colega argentino, Amorim afirmou que o Brasil considera a iniciativa “positiva e adequada”, pois “contribui para a confiança” entre os países sul-americanos e para transformá-los em uma “comunidade de segurança”.
Em seu discurso durante o seminário, Puricelli argumentou que a América do Sul tem “muitas coisas para defender” e ressaltou a produção alimentícia conjunta entre Argentina e Brasil, “que é a maior do mundo”, além de riquezas naturais como os reservatórios de água do Aquífero Guarani, os recursos energéticos e a Amazônia.
Os dois ministros, após participar do seminário que reunirá até amanhã aos altos comandantes militares e representantes da indústria bélica brasileira, tiveram uma reunião de trabalho.
O encontro foi o primeiro de caráter internacional desde que Amorim assumiu a pasta da Defesa no dia 8 de agosto.
Veiculo Lançador de Satélites Argentino “TRONADOR II”

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Nasa confirma: ISS pode ficar sem tripulantes em novembro

WASHINGTON - A Nasa confirmou nesta segunda-feira, 29, a informação inicial de um oficial da Roscosmos de que as agências espaciais poderiam ter que deixar a Estação Espacial Internacional (ISS) sem tripulação em novembro.

Ainda com lançamentos das Soyuz cancelados, Roscosmos decide retomar retomar o programa de lançamentos dos foguetes portadores cancelado desde a semana passada 

O anúncio ocorre depois da mudança de todo o calendário russo de lançamentos em decorrência da queda na semana passada de do cargueiro russo não-tripulado Progress, após uma falha em seu foguete propulsor. Este foi o primeiro acidente de um cargueiro automático russo desde que foi lançado o primeiro, em 1978, e deixou em interdição seu programa espacial, após assumir vários compromissos internacionais depois da aposentadoria das naves.
O problema é que as naves tripuladas Soyuz, usadas na substituição dos astronautas da ISS, usam foguetes similares ao Progress, por isso, se o problema não for resolvido antes de novembro, os seis residentes retornarão nas duas Soyuz que estão acopladas como "salva-vidas" na ISS sem que tenham chegado seus substitutos.
"Vamos fazer o que for mais seguro para a tripulação e para a estação espacial", que poderia ser operada temporariamente da terra, afirmou em entrevista coletiva o diretor do programa da ISS da Nasa, Mike Suffredini.
Suffredini explicou que as autoridades russas querem garantir que não há um problema similar nos foguetes das Soyuz e ressaltou que, se a falha não for resolvida antes de 16 de novembro, não será possível viajar com segurança à ISS e o complexo espacial ficará temporariamente vazio.
Outro dos problemas destacados por Suffredini é que as Soyuz foram desenvolvidas para permanecer, no máximo, seis meses acopladas à estação, por isso a viagem de retorno não poderia ser adiada por mais tempo.
Se a agência especial russa resolver o problema do foguete, a Nasa pretende lançar a próxima Progress com nova carga em meados de outubro. Esta missão serviria para garantir que os foguetes estão preparados e poderiam mandar uma Soyuz com nova tripulação de substituição antes do dia 16 de novembro.
Retomada. Já nesta terça-feira, 30, a Roscosmos decidiu retomar o programa de lançamentos dos foguetes portadores Protón e dos blocos aceleradores Briz-M, que haviam sido suspensos após a fracassada projeção do satélite de telecomunicações Express-AM4, em 18 de agosto.
A comissão de especialistas que averiguou as causas da falha concluiu que os técnicos se equivocaram com os parâmetros de programação do bloco acelerador, "o que levou a uma orientação incorreta do Briz-M e, como consequência, ao lançamento do satélite em uma órbita errônea", explicou a Roscosmos. A comissão certificou que os outros sistemas do Briz-M responderam corretamente.
O bloco acelerador é a última etapa de um foguete portador - no geral, a quarta - e se encarrega de levar satélites desde a chamada órbita de apoio até sua localização prevista ou de impulsionar aparelhos espaciais fora do campo gravitacional da Terra.
Com uma massa de 5.775 quilos e dotado de 57 transponders (dispositivos de telecomunicações) de diferentes bandas, o Express-AM4 devia assegurar a cobertura de telecomunicações do território russo e da Comunidade dos Estados Independentes, que agrupa 11 antigas repúblicas soviéticas.
Debate. O acidente com o Progress e os imprevistos com a ISS trouxeram à tona o debate sobre a conveniência do fim do programa de naves especiais americanas, uma vez que a Nasa não tinha um ônibus espacial preparado para sua substituição e depende dos russos para chegar à ISS.
Com a viagem final da Atlantis, os EUA deram por concluída a era das naves em julho deste ano. Com estas naves de grande capacidade a Nasa realizou voos tripulados durante 30 anos e carregou elementos fundamentais para pesquisa, como o telescópio Hubble e o Espectrômetro Magnético Alpha-2.
Seu plano original previa que nesta data estariam prontas as naves que as substituiriam, veículos multipropósitos que, além de viajar à órbita terrestre baixa, permitiriam a volta à Lua e o empreendimento de uma rota a outros destinos.
Mas o ambicioso plano anunciado pelo então presidente George W. Bush em 2004 não estabeleceu um orçamento definido, segundo o relatório divulgado posteriormente por uma comissão independente, e seu sucessor na Casa Branca, Barack Obama, cancelou o programa.
Nesta nova etapa, Obama redefiniu os planos da Nasa e deixou nas mãos da iniciativa privada a competência para construir as naves do futuro enquanto a agência procura novos desafios, como explorar um asteroide e a primeira visita a Marte.
No entanto, isso fez com que as missões para substituição dos ocupantes da ISS ficassem a cargo das naves russas, e não faltaram vozes para criticar esta medida, já que se negam a deixar nas mãos do inimigo histórico as viagens espaciais, pelos quais devem pagar ainda cerca de US$ 60 milhões por assento.
Críticas. "É absurdo que mais de 50 anos depois da era do homem no espaço o mundo inteiro dependa de um sistema de lançamento para levar as pessoas ao espaço", indicava um editorial do Huffington Post, enquanto o diário Los Angeles Times ironizava em uma manchete: "Estranho! Fracassado foguete espacial russo é a reposição das naves aposentadas".
Para o Huffington Post, este acidente demonstra que os EUA "abandonaram" seu programa espacial e considera "inclusive mais absurdo que o país, que financiou amplamente a estação espacial, tenha que pagar a outro país para transportar provisões e seus próprios astronautas".
O diretor da Nasa, Charles Bolden, reiterou que apesar das críticas os EUA seguirão na liderança da prospecção espacial. "O presidente nos deu uma missão com 'm' maiúsculo: que nos concentremos na prospecção globalmente e trabalhemos nas pesquisas e no desenvolvimento que nos permita ir à frente da órbita da Terra".
De qualquer forma, os EUA não se esquecem da ISS, um projeto de US$ 100 bilhões no qual participam 16 países e que seguirá operando até 2020.
Enquanto isso, a iniciativa privada está se aplicando para desenvolver as naves do futuro, e a companhia SpaceX já assinou um acordo com a Nasa para realizar um voo de teste com carga à ISS em novembro deste ano, algo que os EUA buscam para evitar ter de depender de outros países.

RÚSSIA vs AMERICA - World War III 3

sábado, 27 de agosto de 2011

J-20 pode alcançar capacidade Operacional efetiva até 2018, diz Pentágono


Um relatório emitido pelo Pentágono destacou uma série de avanços que a Força Aérea da China (FAC) tem realizado nos últimos anos, em especial, no desenvolvimento do seu futuro jato de combate supersônico stealth Chengdu J-20.
Segundo o Pentágono, o J-20, que deverá ser utilizado como uma plataforma de ataque de longo alcance e não como caça, poderá alcançar o estágio operacional por volta de 2018, sendo que até então o principal desafio das equipes de projeto da China será o desenvolvimento de uma turbina capaz de garantir as características de invisibilidade ao radar.
Chengdu J-20
Atualmente existem várias discussões quanto a qual será o exato emprego do J-20. Alguns especialistas afirmam que o jato de combate será um rival direto do Lockheed Martin F-35 Lightning II, enquanto outros acreditam que ele deverá ser usado para atacar porta-aviões e outros alvos fortemente defendidos.
Por outro lado, o relatório também trouxe outros dados relativos a rápida modernização que a FAc vem sofrendo nos últimos anos. Em 2000, apenas 2% dos aviões em serviço eram considerados modernos, número este que cresceu para 25% com a chegada de aeronaves mais avançadas como Sukhoi Su-27, Su-30 e o próprio Chengdu J-10.
Atualmente acredita-se que mais de 1.600 caças e 620 aviões de ataque e bombardeio façam parte do inventário da FAC.

Governo libera recursos para aquisição de moderno sistema de foguetes nacional para o Exército


O Governo Federal deu um sinal claro, ontem, de que pretende levar adiante a consolidação de uma base industrial de defesa no país. Um decreto assinado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, liberou crédito suplementar no valor de R$ 45 milhões para o início do Projeto Astros 2020, destinado a equipar o Exército Brasileiro.
O projeto, que tem valor total de R$ 1,09 bilhão, prevê a aquisição do mais avançado sistema de lançamento de foguetes terra-terra desenvolvido no país. O Astros 2020 é uma versão evoluída do Astros II, maior sucesso de vendas da empresa Avibras Aeroespacial. Exportado para diversos países, o Sistema Astros é considerado líder no pequeno, seleto e competitivo grupo de concorrentes internacionais.
Ao todo, o projeto prevê a aquisição de 49 viaturas para o Exército, divididas em três baterias: 18 veículos lançadores, 18 veículos para transporte de munição, 3 unidades de controle e monitoramento de tiro, 3 estações meteorológicas, 3 de veículos oficina, 3 blindados de comando e controle para cada bateria e um último, integrado, de comando e controle de grupo.
A principal vantagem do novo conceito é a incorporação do AV-TM, míssil de cruzeiro com alcance de 300 quilômetros e alta precisão. Diferentemente dos foguetes – que têm trajetória balística, definida a partir do impulso que recebem –, o míssil é guiado e pode ter sua trajetória controlada. Outro avanço importante é na área eletrônica, que passa a ser toda digital.
Além de sinalizar a disposição de levar adiante o processo de reaparelhamento das Forças, a aquisição do Astros 2020 é vista como um ponto de equilíbrio para as finanças da Avibras. Em julho de 2008, a empresa requereu o regime de recuperação judicial. Posteriormente, iniciou um plano de capitalização com o Governo Federal, que envolve o refinanciamento de dívidas. A compra do sistema lançador de foguetes é mais um passo em direção ao saneamento econômico e financeiro da companhia.
A recuperação da Avibras tem uma dimensão estratégica para a indústria de defesa brasileira. Além da capacidade de exportar sua produção, a empresa desenvolve mão-de-obra especializada. A manutenção desse capital intelectual sinaliza interesse na produção de material de defesa com tecnologia exclusivamente brasileira .
O projeto é visto também como uma forma de incrementar a futura pauta de exportações e favorecer a balança comercial brasileira. Isso porque a negociação externa do produto exige, como condição essencial, que o sistema seja adotado por, pelo menos, uma das Forças Armadas do Brasil.
O investimento total no Projeto Astros 2020 será feito ao longo de seis anos – de 2011 a 2016.

China prepara-se para lançar protótipo de laboratório espacial próprio


Tiangong é um protótipo de oito toneladas que ficará em órbita durante dois anos

A China lançará no início de setembro o módulo não tripulado Tiangong I, um protótipo de laboratório espacial que será o primeiro passo do país asiático para a criação de uma estação própria de pesquisas no espaço, informa o jornal Global Times.
O protótipo e seu foguete propulsor já estão sendo preparados no centro de lançamento de Jiuquan, no noroeste do país, à espera de condições meteorológicas favoráveis para o lançamento em poucos dias, embora a data exata não seja divulgada até a última hora.
O Tiangong (“Palácio Celestial”, em mandarim) é um protótipo de oito toneladas que ficará em órbita durante dois anos.
Naves do modelo Shenzhou lançadas durante esse período realizarão, junto a este protótipo, os primeiros acoplamentos do programa espacial chinês (primeiro com veículos não tripulados e mais tarde com astronautas).
Segundo o programa espacial chinês, desenvolver as complicadas técnicas de acoplamento espacial é um passo vital para o sucesso da primeira estação espacial da China, que o país deseja ter em funcionamento até 2020 – uma resposta à rejeição de outros países a que Pequim se envolva mais na Estação Espacial Internacional (ISS).
Na semana passada, um satélite de última geração chinês foi perdido ao não entrar na órbita designada, o que semeou dúvidas sobre o futuro de todos esses projetos, mas responsáveis do programa espacial garantiram que o lançamento do Tiangong e as futuras Shenzhou seguirão os planos previstos

Programa espacial brasileiro teve início promissor, mas esbarra em metas ambiciosas e recursos escassos


No final da década de 1970, o Brasil reunia boas condições para desenvolver competência e tecnologia no setor espacial. Três décadas depois, esse patrimônio encontra-se em risco.
Havia o embrião de uma indústria implantado em São José dos Campos (SP) pela Aeronáutica, do qual nasceria a Embraer. Tinha como vizinhos centros de excelência em pesquisa aplicada como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Naquele bom momento, o país formulou o programa ambicioso da Missão Espacial Completa Brasileira. Em 1979, previa lançar quatro satélites -construídos pelo braço civil do programa- a bordo de foguetes nacionais, sob responsabilidade da Aeronáutica.
Três décadas depois, constata-se que só os satélites decolaram, de fato, mas carregados por lançadores estrangeiros. Cinco foram postos em órbita pelo Inpe, em colaboração com a China. O projeto de um Veículo Lançador de Satélites (VLS) resultou em três tentativas fracassadas; na terceira, em 2003, pereceram 21 técnicos e engenheiros na explosão do foguete na base de Alcântara (MA).
O governo Itamar Franco, a fim de aplacar restrições -sobretudo dos EUA- ao fornecimento de equipamentos passíveis de aplicação militar (mísseis), criou um órgão civil para gerir o programa, a Agência Espacial Brasileira (AEB).
Depois disso, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva, firmou bilionária parceria com a Ucrânia para desenvolver um lançador comercial, o Cyclone-4. O foguete seria usado para explorar as vantagens geográficas de Alcântara, que, próxima do Equador, permite economizar até 30% de combustível.
O Cyclone-4 ainda está no chão, com lançamento adiado de 2010 para 2013. Só conseguirá pôr em órbita satélites de até duas toneladas, quando alguns artefatos chegam a quatro. Clientes americanos são 80% do mercado, mas não poderão usar Alcântara porque o Congresso não ratificou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas firmado com os EUA em 2000.
Em retrospecto, percebe-se que o programa espacial brasileiro enveredou por várias direções, com muita ambição e parco investimento -menos de R$ 150 milhões por ano, em média, desde 1980, diz a revista “Pesquisa Fapesp”.
O orçamento foi de R$ 326 milhões em 2010. Estima-se que só o componente de satélites demandaria R$ 500 milhões anuais para sair da média modesta de um artefato lançado a cada quatro anos. Índia e China aplicam cinco a sete vezes mais no setor.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, cogita relançar o programa com uma inovação institucional: fundir a AEB e o Inpe, unificando o braço civil. Com as restrições orçamentárias, contudo, será necessário ousar mais e arbitrar prioridades, decidindo, por exemplo, se faz sentido manter o plano de um VLS em paralelo com o Cyclone-4.