terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Voyager chega perto da fronteira do Sistema Solar

A Voyager está se aproximando da fronteira da bolha formada por partículas carregadas emitidas pelo Sol. A sonda espacial Voyager 1, lançada há 33 anos e está perto da fronteira do Sistema Solar.





A 17,4 bilhões de quilômetros de casa, a sonda é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra e começou a identificar uma mudança nítida no fluxo de partículas à sua volta

Estas partículas, emanadas pelo Sol, não estão mais se dirigindo para fora e sim se movimentando lateralmente. Isso significa que a Voyager deve estar muito perto de dar o salto para o espaço interestelar - o espaço entre as estrelas.




Edward Stone, cientista do projeto Voyager, elogiou a sonda e as incríveis descobertas que ela continua enviando à Terra. "Quando a Voyager foi lançada, a era espacial tinha apenas 20 anos de idade, então não era possível prever que uma sonda espacial pudesse durar tanto tempo", disse ele à BBC.



"Não tínhamos ideia do quanto teríamos que viajar para sair do Sistema Solar. Sabemos agora que em aproximadamente cinco anos devemos estar fora do Sistema Solar pela primeira vez."



'Partículas carregadas'



A Voyager 1 foi lançada no dia 5 de setembro de 1977, enquanto sua sonda gêmea, a Voyager 2, foi enviada ao espaço pouco antes, em 20 de agosto de 1977. O objetivo inicial da Nasa era inspecionar os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, uma tarefa concluída em 1989.


As sondas gêmeas foram então enviadas na direção do centro da Via Láctea. Abastecidos por suas fontes radioativas de energia, os instrumentos das sondas continuam funcionando bem e enviando informações à Terra, apesar de que a vasta distância envolvida significa que uma mensagem de rádio precisa viajar cerca de 16 horas.




As últimas descobertas vêm do detector de partículas de baixa energia da Voyager 1, que tem monitorado a velocidade dos ventos solares.



Esta corrente de partículas carregadas forma uma bolha em torno do nosso Sistema Solar conhecido como heliosfera. Os ventos viajam a uma velocidade "supersônica" até cruzar uma onda de choque no encontro com as partículas interestelares.



Nesse ponto, o vento reduz sua velocidade dramaticamente, gerando calor. A Voyager determinou que a velocidade do vento em sua localização chegou agora a zero.



Corrida



"Chegamos ao ponto em que o vento solar, que até agora tinha um movimento para fora, não está mais se movendo para fora; está apenas de movendo lateralmente para depois acabar descendo pelo rabo da heliosfera, que é um objeto com forma de cometa", disse Stone, que é baseado no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena.



O fenômeno é a consequência do vento indo de encontro à matéria vinda de outras estrelas. A fronteira entre os dois é o fim "oficial" do Sistema Solar, a heliopausa. Uma vez que a Voyager passar por isso, estará no espaço interestelar.



Os primeiros sinais de que a Voyager havia encontrado algo novo apareceram em junho. Vários meses de coleta de novos dados foram necessários para confirmar a observação.



"Quando percebi que estávamos recebendo zeros definitivos, fiquei maravilhado", disse Rob Decker, um pesquisador da Universidade Johns Hopkins que trabalha com o detector de partículas de baixa energia da Voyager.



"Ali estava a Voyager, uma sonda espacial que tem sido um burro de carga há 33 anos, nos mostrando algo completamente novo mais uma vez."

Concluídos testes do satélite SAC-D. Atividades no INPE seguiram protocolos da NASA

O Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LIT/INPE), em São José dos Campos (SP), concluiu no dia 10 de dezembro os ensaios de simulação das condições em órbita que enfrentará, quando lançado, o satélite argentino SAC-D.




O último teste foi realizado na câmara vácuo-térmica de grandes dimensões do LIT e teve a duração de 18 dias ininterruptos. Ele consumiu meses de preparação e envolveu aproximadamente uma centena de profissionais. Antes dele foram realizados diversos outros ensaios ambientais e de medidas do satélite.



Além de experimentos científicos argentinos, franceses e italianos, o SAC-D, Satélite de Aplicações Científicas, leva a bordo o instrumento Aquarius, equipamento inovador para monitorar a salinidade oceânica desenvolvido pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA. Para a realização dos testes no Brasil, o LIT/INPE aperfeiçoou procedimentos para adequação aos exigentes protocolos da agência espacial americana.



Segundo Petrônio Noronha de Souza, chefe do LIT/INPE, tais procedimentos, que incluíram regras de segurança, foram auditados e aprovados por representantes da própria NASA. “É valiosa a oportunidade de nossos técnicos atuarem ao lado de equipes do mais alto nível. Aumentamos nossa capacitação e reconhecimento internacional”.



O LIT/INPE é o único laboratório do gênero no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas. Ter condições de oferecer a “matriz completa de testes espaciais” foi decisivo para o Brasil ser escolhido para testar o satélite que a Argentina desenvolveu com a cooperação dos Estados Unidos.



O satélite chegou ao LIT/INPE no final de junho e deve deixar o laboratório, para o lançamento nos Estados Unidos, em março de 2011. Das atividades participam mais de duas centenas de técnicos e cientistas dos países envolvidos no desenvolvimento e na qualificação do satélite.



No total, foram realizados testes de interferência e compatibilidade eletromagnéticas, vibração, vibro-acústico, choque de separação, vácuo-térmico, além das medidas de propriedades de massa do satélite. A impossibilidade de reparo em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que o satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o final de sua vida útil no espaço.



A realização dos testes no Brasil é resultado de acordo entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), da Argentina. Trata-se da terceira operação com um satélite argentino no LIT/INPE, por onde já passaram os satélites SAC-B e C.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Alcântara lança foguete

Um foguete de médio porte foi lançado, ontem, com sucesso, às 13h30 (horário de Brasília), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O objetivo da operação era colocar 10 experimentos a 100 quilômetros de altitude, em um ambiente de microgravidade. O veículo, chamado de BSB-30, foi desenvolvido por técnicos brasileiros e projetado para ter uma autonomia de voo de 250 quilômetros e carregar até 400kg. Ontem, ele atingiu 241,9km de altura, praticamente a mesma distância entre Brasília e Goiânia.




O foguete transportou o material das áreas de bioquímica, ciências de materiais, ciências térmicas, genética e posicionamento global. Tudo produzido por centros de pesquisas, universidades e estudantes do ensino fundamental que integram os programas desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço.



Segundo técnicos da base, os sistemas funcionaram "perfeitamente"

Por volta das 15h (de Brasília), depois do retorno à Terra, foi iniciado o processo de recuperação da carga útil do foguete. Os 10 experimentos caíram no mar, sustentados por paraquedas, e foram resgatados 16 minutos depois, a 140 quilômetros da costa. Equipes da Força Aérea Brasileira usaram dois helicópteros para transportar a carga útil até uma base na Ilha de Santana. Lá, a carga foi acondicionada em uma caixa de transporte para ser levada com segurança ao CLA.



Os resultados sobre como se comportou o material no ambiente de microgravidade ainda serão conhecidos. Técnicos de Alcântara, porém, já consideram a operação um sucesso, pois todos os sistemas de lançamento e rastreio funcionaram “perfeitamente”.



Testes anteriores



A Operação Maracati II foi iniciada em 16 de novembro e contou com a participação de 183 pessoas, entre técnicos do CLA, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais e da agência espacial alemã Deutsche Zentrum für Luft- und Raumfahrt (DLR).



Antes de lançar o foguete BSB 30, o CLA já tinha feito testes como parte da primeira etapa da operação. Um foguete de médio porte, chamado de Improved Orion, foi lançado, no último dia 6, para realizar testes de equipamentos de aferição e para o lançamento do VSB-30.



O CLA é uma organização do Comando da Aeronáutica subordinada ao Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial. A unidade realiza missões de lançamento e de rastreio de engenhos aeroespaciais, de coleta e processamento de dados de cargas úteis, incluindo testes e experimentos científicos de interesse da Aeronáutica. Além disso, mantém permanente manutenção e atualização de equipamentos, aperfeiçoamento e treinamento de técnicos e engenheiros, e modernização de sistemas

sábado, 11 de dezembro de 2010

Embraer cria unidade para área militar e já prevê receita de R$ 1,5 bi em 2011

Roberto Gogoy, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - Uma nova empresa no ar – e isso quase literalmente: o grupo Embraer anunciou sexta-feira a criação da Embraer Defesa e Segurança, unidade de negócios autônoma, destinada a cuidar dos projetos e negócios da área militar. Com essa nova corporação ficarão ainda as atividades ligadas às tecnologias sensíveis – tanto a absorção como o desenvolvimento.



A Embraer Defesa nasce poderosa. De acordo com Luiz Carlos Aguiar, executivo que assume a presidência da organização, a receita prevista para o segmento, "vai bater em R$ 1,5 bilhão já em 2011". Aguiar é o atual vice presidente Financeiro e de Relacionamento com Investidores, mas esteve anteriormente à frente da área Defesa do grupo. O atual titular do setor, Orlando Nogueira Neto, continua no cargo de vice-presidente.



O presidente da Embraer, Frederico Curado, considera que o moviment0 "era inevitável, não apenas considerados os benefícios para a racionalização da gestão empresarial mas, também, o alinhamento com os conceitos fixados pela Estratégia Nacional de Defesa" (a END é o programa do Ministério da Defesa que estabeleceu prioridades para a reorganização das Forças Armadas e fixou diretrizes da base industrial).



Para Curado a ação confirma o compromisso da empresa com o País: "é um sinal claro: podem contar com a gente".



Fábrica própria



A nova unidade tem fábrica própria, em Gavião Peixoto, na região de Araraquara, a 300 quilômetros de São Paulo. Ali trabalham 2,2 mil funcionários envolvidos na construção dos turboélices de ataque leve Super Tucano e na transformação de 46 caças supersônicos F-5, americanos com 30 anos de idade, em modernas versões M. A revitalização está chegando para 53 bombardeiros leves de precisão AMX e para o caça subsônico Skyhawk, da Marinha.



Um novo hangar vai abrigar a linha de produção do cargueiro e avião tanque KC-390, militar, a maior aeronave já criada na Embraer. Os produtos mais discretos do catálogo, grandes jatos birreatores tipo Emb-145 convertidos em estranhas configurações eletrônicas cheias de antenas e bulbos externos, para cumprir missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, saem dos mesmos prédios. Sem alarde, pela porta dos fundos.



O complexo abriga o ninho dos jatos Phenom executivos. A pista de ensaios mede 5 mil metros, a maior da América Latina. É repleta de sensores eletrônicos. A Embraer surgiu, faz 41 anos, como iniciativa estritamente da Força Aérea. "Felizmente, ao longo do tempo, os dirigentes perceberam que era preciso expandir a atividade no rumo do mercado civil – e isso fez da empresa, em 2010, a fabricante líder de jatos comerciais para até 120 passageiros. Agora, retomamos o caminho da Defesa",explica Curado. Ele lembra que em 1997 todo o faturamento da Embraer era do tamanho da carteira de negócios militares atual, "alguma coisa como os US$ 760 milhões alcançados esse ano".



Inteligência



Não por acaso, as prioridades da Embraer Defesa e Segurança que receberão os novos investimentos estão ligadas à sofisticada tecnologia de sensoriamento eletrônico – na prática sistemas de espionagem, escuta, e produção de informações.



Os sistemas avançados são os do tipo C4I, integrando Comando, Controle, Comunicações, Inteligência e Computadores. "Será fundamental no domínio do cenário estratégico dos grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aplicados sobre plataformas aéreas", enfatiza o presidente Frederico.



Não apenas



Um levantamento recente do Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, estima em 300 unidades a demanda internacional por aeronaves configuradas em estações C4I. Um terço delas, estarão em países emergentes. Onde mora a clientela da Embraer.

Será lançado amanhã foguete desenvolvido por brasileiros


EQUIPE AE - Agência Estado 


O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) deve lançar amanhã, entre 12h00 e 15h00, o foguete de médio porte VSB-30, segundo informações da Agência Brasil. O foguete foi desenvolvido por técnicos brasileiros. Dez experimentos de universidades, institutos de pesquisas e de alunos do ensino fundamental que integram os programas desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) serão submetidos a testes em ambiente de microgravidade a 100 quilômetros de altitude.




Está previsto tempo de voo de 18 minutos, incluindo a ida e seu retorno à Terra de paraquedas. O foguete foi projetado para percorrer 250 quilômetros e carregar 400 quilos.

A França oferecerá à Índia uma versão maior do submarino Scorpène convencional, movido a energia elétrica gerada a partir de óleo Diesel (SSK), por um contrato de 5 bilhões de dólares (300 bilhões de rúpias) por seis submarinos. Essa é a maior encomenda por submarinos convencionais do mundo.




Declarando isso, Patrick Boissier, Presidente e CEO da construtora naval francesa DCNS, confirmou que o design do submarino Scorpène atual pode ser alongado com a adição de mais seções, incluindo um sistema de Propulsão Independente de Ar (Air-Independent Porpulsion - AIP).



Boissier era parte da delegação comercial em visita a Nova Delhi com o Presidente francês Nicolas Sarkozy. A Índia já está construindo seis submarinos Scorpène na estatal Mazagon Dock ltd sobe um contrato de 180 bilhões de rúpias assinado com a França em 2005.



Ano passado, a Marinha Indiana expediu Pedidos de Informação (Requests for Information - RFIs) a distribuidores globais para seis submarinos da classe Project 75I, independentes do contrato de 2005.



A DCNS respondeu aos RFIs da Marinha em Setembro passado. No próximo ano, a Marinha deve emitir seus Pedidos por Proposta (Requests for Proposal - RFPs), que irão definir o tamanho dos submarinos e demais parâmetros críticos. Oficias da Marinha dizem que o contrato para o primeiro P75I deve ser assinado por volta de 2012-13.



Espera-se que os submarinos Project P75I sejam maiores que os da classe Scorpène, de 1800 toneladas, e permitam a montagem de sistemas AIP, propiciando maior tempo de permanência submersos e viabilizando a instalação de mísseis para ataque em terra.







Oficias da Marinha Indiana dizem que a comunalidade de componentes significará que a segunda linha de seis Scorpène será mais barata do que a de qualquer concorrente, embora não esteja clara a dimensão dessa economia. Os dois primeiros submarinos serão construídos no estaleiro estrangeiro que ganhar o contrato, os três seguintes, na MDL, e o último na Hindustan Shipyard Limited, recentemente adquirida pelo Ministério da Defesa.



Os submarinos serão construídos simultaneamente na Índia e fora dela para assegurar sua rápida adição à Frota. Isso ocorre porque a Marinha encara o rápido encolhimento de seu ramo de submarinos. Nenhum submarino foi adicionado na última década. Dos 18 em 2000, a Marinha vê-los reduzidos a 14 e começará a aposentar as 10 embarcações russas da classe Kilo a partir de 2015. O programa de submarinos Scorpène está atrasado em quatro anos. Espera-se que o primeiro deles junte-se à Marinha apenas em 2015.



O programa indiano de longo prazo de construção de submarinos, concebido em meados dos anos 1990, prevê a construção de 24 submarinos nas próximas duas décadas.



Tradução: Felipe Medeiros

EUA testam com sucesso 'canhão eletromagnético'

Um "canhão eletromagnético", que atinge alvos a 200 km de distância e dispara projéteis a 'Mach 5', ou cinco vezes a velocidade do som, foi testado com sucesso nesta sexta-feira nos Estados Unidos, informou a Marinha.




"O teste do canhão eletromagnético" revela "que a Marinha pode disparar projéteis a uma distância de, ao menos, 110 milhas náuticas (200 km)", disse o almirante Nevin Carr, chefe de pesquisa naval. Esta distância é quase 20 vezes maior que a capacidade dos canhões atualmente embarcados.



O novo canhão tem dois trilhos de metal sobre os quais é colocado o projétil. O disparo ocorre por meio da passagem de uma forte corrente elétrica pelos trilhos. Não é utilizada pólvora ou qualquer outra propulsão química.



O teste foi realizado hoje no Centro de Pesquisas da Marinha, em Dahlgren (Virgínia).