sábado, 11 de dezembro de 2010

Embraer cria unidade para área militar e já prevê receita de R$ 1,5 bi em 2011

Roberto Gogoy, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - Uma nova empresa no ar – e isso quase literalmente: o grupo Embraer anunciou sexta-feira a criação da Embraer Defesa e Segurança, unidade de negócios autônoma, destinada a cuidar dos projetos e negócios da área militar. Com essa nova corporação ficarão ainda as atividades ligadas às tecnologias sensíveis – tanto a absorção como o desenvolvimento.



A Embraer Defesa nasce poderosa. De acordo com Luiz Carlos Aguiar, executivo que assume a presidência da organização, a receita prevista para o segmento, "vai bater em R$ 1,5 bilhão já em 2011". Aguiar é o atual vice presidente Financeiro e de Relacionamento com Investidores, mas esteve anteriormente à frente da área Defesa do grupo. O atual titular do setor, Orlando Nogueira Neto, continua no cargo de vice-presidente.



O presidente da Embraer, Frederico Curado, considera que o moviment0 "era inevitável, não apenas considerados os benefícios para a racionalização da gestão empresarial mas, também, o alinhamento com os conceitos fixados pela Estratégia Nacional de Defesa" (a END é o programa do Ministério da Defesa que estabeleceu prioridades para a reorganização das Forças Armadas e fixou diretrizes da base industrial).



Para Curado a ação confirma o compromisso da empresa com o País: "é um sinal claro: podem contar com a gente".



Fábrica própria



A nova unidade tem fábrica própria, em Gavião Peixoto, na região de Araraquara, a 300 quilômetros de São Paulo. Ali trabalham 2,2 mil funcionários envolvidos na construção dos turboélices de ataque leve Super Tucano e na transformação de 46 caças supersônicos F-5, americanos com 30 anos de idade, em modernas versões M. A revitalização está chegando para 53 bombardeiros leves de precisão AMX e para o caça subsônico Skyhawk, da Marinha.



Um novo hangar vai abrigar a linha de produção do cargueiro e avião tanque KC-390, militar, a maior aeronave já criada na Embraer. Os produtos mais discretos do catálogo, grandes jatos birreatores tipo Emb-145 convertidos em estranhas configurações eletrônicas cheias de antenas e bulbos externos, para cumprir missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, saem dos mesmos prédios. Sem alarde, pela porta dos fundos.



O complexo abriga o ninho dos jatos Phenom executivos. A pista de ensaios mede 5 mil metros, a maior da América Latina. É repleta de sensores eletrônicos. A Embraer surgiu, faz 41 anos, como iniciativa estritamente da Força Aérea. "Felizmente, ao longo do tempo, os dirigentes perceberam que era preciso expandir a atividade no rumo do mercado civil – e isso fez da empresa, em 2010, a fabricante líder de jatos comerciais para até 120 passageiros. Agora, retomamos o caminho da Defesa",explica Curado. Ele lembra que em 1997 todo o faturamento da Embraer era do tamanho da carteira de negócios militares atual, "alguma coisa como os US$ 760 milhões alcançados esse ano".



Inteligência



Não por acaso, as prioridades da Embraer Defesa e Segurança que receberão os novos investimentos estão ligadas à sofisticada tecnologia de sensoriamento eletrônico – na prática sistemas de espionagem, escuta, e produção de informações.



Os sistemas avançados são os do tipo C4I, integrando Comando, Controle, Comunicações, Inteligência e Computadores. "Será fundamental no domínio do cenário estratégico dos grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aplicados sobre plataformas aéreas", enfatiza o presidente Frederico.



Não apenas



Um levantamento recente do Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, estima em 300 unidades a demanda internacional por aeronaves configuradas em estações C4I. Um terço delas, estarão em países emergentes. Onde mora a clientela da Embraer.

Será lançado amanhã foguete desenvolvido por brasileiros


EQUIPE AE - Agência Estado 


O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) deve lançar amanhã, entre 12h00 e 15h00, o foguete de médio porte VSB-30, segundo informações da Agência Brasil. O foguete foi desenvolvido por técnicos brasileiros. Dez experimentos de universidades, institutos de pesquisas e de alunos do ensino fundamental que integram os programas desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) serão submetidos a testes em ambiente de microgravidade a 100 quilômetros de altitude.




Está previsto tempo de voo de 18 minutos, incluindo a ida e seu retorno à Terra de paraquedas. O foguete foi projetado para percorrer 250 quilômetros e carregar 400 quilos.

A França oferecerá à Índia uma versão maior do submarino Scorpène convencional, movido a energia elétrica gerada a partir de óleo Diesel (SSK), por um contrato de 5 bilhões de dólares (300 bilhões de rúpias) por seis submarinos. Essa é a maior encomenda por submarinos convencionais do mundo.




Declarando isso, Patrick Boissier, Presidente e CEO da construtora naval francesa DCNS, confirmou que o design do submarino Scorpène atual pode ser alongado com a adição de mais seções, incluindo um sistema de Propulsão Independente de Ar (Air-Independent Porpulsion - AIP).



Boissier era parte da delegação comercial em visita a Nova Delhi com o Presidente francês Nicolas Sarkozy. A Índia já está construindo seis submarinos Scorpène na estatal Mazagon Dock ltd sobe um contrato de 180 bilhões de rúpias assinado com a França em 2005.



Ano passado, a Marinha Indiana expediu Pedidos de Informação (Requests for Information - RFIs) a distribuidores globais para seis submarinos da classe Project 75I, independentes do contrato de 2005.



A DCNS respondeu aos RFIs da Marinha em Setembro passado. No próximo ano, a Marinha deve emitir seus Pedidos por Proposta (Requests for Proposal - RFPs), que irão definir o tamanho dos submarinos e demais parâmetros críticos. Oficias da Marinha dizem que o contrato para o primeiro P75I deve ser assinado por volta de 2012-13.



Espera-se que os submarinos Project P75I sejam maiores que os da classe Scorpène, de 1800 toneladas, e permitam a montagem de sistemas AIP, propiciando maior tempo de permanência submersos e viabilizando a instalação de mísseis para ataque em terra.







Oficias da Marinha Indiana dizem que a comunalidade de componentes significará que a segunda linha de seis Scorpène será mais barata do que a de qualquer concorrente, embora não esteja clara a dimensão dessa economia. Os dois primeiros submarinos serão construídos no estaleiro estrangeiro que ganhar o contrato, os três seguintes, na MDL, e o último na Hindustan Shipyard Limited, recentemente adquirida pelo Ministério da Defesa.



Os submarinos serão construídos simultaneamente na Índia e fora dela para assegurar sua rápida adição à Frota. Isso ocorre porque a Marinha encara o rápido encolhimento de seu ramo de submarinos. Nenhum submarino foi adicionado na última década. Dos 18 em 2000, a Marinha vê-los reduzidos a 14 e começará a aposentar as 10 embarcações russas da classe Kilo a partir de 2015. O programa de submarinos Scorpène está atrasado em quatro anos. Espera-se que o primeiro deles junte-se à Marinha apenas em 2015.



O programa indiano de longo prazo de construção de submarinos, concebido em meados dos anos 1990, prevê a construção de 24 submarinos nas próximas duas décadas.



Tradução: Felipe Medeiros

EUA testam com sucesso 'canhão eletromagnético'

Um "canhão eletromagnético", que atinge alvos a 200 km de distância e dispara projéteis a 'Mach 5', ou cinco vezes a velocidade do som, foi testado com sucesso nesta sexta-feira nos Estados Unidos, informou a Marinha.




"O teste do canhão eletromagnético" revela "que a Marinha pode disparar projéteis a uma distância de, ao menos, 110 milhas náuticas (200 km)", disse o almirante Nevin Carr, chefe de pesquisa naval. Esta distância é quase 20 vezes maior que a capacidade dos canhões atualmente embarcados.



O novo canhão tem dois trilhos de metal sobre os quais é colocado o projétil. O disparo ocorre por meio da passagem de uma forte corrente elétrica pelos trilhos. Não é utilizada pólvora ou qualquer outra propulsão química.



O teste foi realizado hoje no Centro de Pesquisas da Marinha, em Dahlgren (Virgínia).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Foguete Orion V03 é lançado no CLA

O IAE informa que foi realizado com sucesso o lançamento do foguete Orion V03 no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), nesta segunda-feira, dia 06 de dezembro, ocorrido às 15 horas e 19 min, atingindo um apogeu de 103,9 km, alcance de 73,6 km e tempo de voo de 316,9 segundos, conforme a trajetória prevista. As estações de telemetria rastrearam o foguete durante todo o voo. O foguete Orion V03, de porte menor que o VSB-30, está sendo utilizado para os testes preliminares da Operação Maracati II.




Na Operação Maracati II, o foguete VSB-30 será lançado com a carga útil Micro G1A, da Agência Espacial Alemã, levando ao espaço dez experimentos de universidades e de diversas instituições brasileiras. O lançamento do VSB-30 deverá ocorrer entre os dias 11 e 15 de dezembro.



Os testes realizados com o veículo Orion V03 permitiram o trabalho de apronto do campo e de verificação da comunicação entre as estações e as diversas facilidades para a Operação Maracati II.



A equipe do IAE começou a trabalhar na montagem do foguete, juntamente com a equipe do DLR (Agência Espacial Alemã), no dia 22 de novembro, sendo o propulsor e a carga útil do foguete as primeiras partes a serem montadas. Após preparo do propulsor do Orion V03 e sua montagem completa, realizados no dia 24, as medições foram iniciadas no CLA e o lançamento realizado nesta segunda-feira.

Cientistas encontram primeiro exoplaneta rico em carbono

Uma equipe de cientistas da Universidade de Princeton, dos Estados Unidos, descobriu que o planeta WASP-12b, um dos exoplanetas mais quentes já descobertos, tem uma relação carbono-oxigênio maior que a vista no nosso sistema solar, segundo informou a revista britânica Nature. Os especialistas chegaram a essa conclusão após analisar a luz que o planeta reflete.




WASP-12b orbita uma estrela ligeiramente mais quente que o Sol a uma distância quarenta vezes mais próxima que aquela que a Terra tem do Sol, por isso é considerado um dos exoplanetas mais quentes conhecidos até o momento, com uma temperatura de superfície de 2.200ºC, mostra o estudo.



"Esse planeta revela a impressionante diversidade de mundos que há lá fora", disse Nikku Madhusudhan, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. "Planetas ricos em carbono podem ser exóticos de todas as formas - formação, interior e atmosfera."




É possível que o planeta tenha altas quantidades de grafite, diamante e ainda outras formas não conhecidas de carbono em seu interior. Até o momento, astrônomos não têm a tecnologia para observar o interior dos exoplanetas (ou planetas que orbitam outras estrelas que não o Sol), mas suas teorias trazem possibilidades intrigantes.



O planeta Terra tem muitas rochas, como o quartzo, que são feitas de sílica, oxigênio e outros elementos. Mas planeta onde o carbono fosse predominante seria um lugar muito diferente. "Um planeta terra com carbono predominante teria muitas rochas de puro carbono, como o diamante ou grafite", disse Joseph Harrington, responsável pela pesquisa. Isso significa que, nesse mundo o diamante não seria uma pedra preciosa.



O carbono é um componente comum nos sistemas planetários e um ingrediente chave para a vida na Terra. Astrônomos muitas vezes medem a relação carbono-oxigênio para ter uma ideia da composição química dos astros

França confiante que vai vender o Rafales ao Brasil

PARIS, 8 dez 2010 (AFP) -O governo francês confia na venda ao Brasil do caça Rafale em uma licitação bilionária, apesar do anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que deixará a decisão para a sucessora Dilma Rousseff.




"Temos confiança", declarou o porta-voz do governo francês, Francois Baroin, ao fim do conselho de ministros. "Li as declarações de Lula citadas pela imprensa, mas não comento. Temos confiança", acrescentou.



Em uma entrevista à TV Brasil, que teve trechos divulgados na terça-feira pela Agência Brasil, Lula anunciou que não decidirá sobre a compra dos aviões de combate, em uma disputa entre a francesa Dassault, a americana Boeing com o F/A-18 Super Hornet e a sueca Saab com o Gripen NG.



"É uma dívida muito grande, é uma dívida a longo prazo para o Brasil. Eu poderia assinar e fazer um acordo com a França, mas não vou fazer", disse Lula.



O resultado da licitação que oscila entre quatro e sete bilhões de dólares ficará nas mãos de Dilma Rousseff, que assumirá a presidência em 1º de janeiro de 2011.



Em setembro de 2009, durante uma visita oficial ao Brasil, o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou que a França venderia o Rafale ao país.

A França até hoje não conseguiu exportar o caça.



Lula afirmou que o avião francês era o favorito e que a Dassault se comprometeu a transferir a tecnologia. Mas a Aeronáutica prefere a versão sueca, segundo a imprensa brasileira.