SEGURANÇA NACIONAL SNB BRASIL

domingo, 19 de maio de 2013

Cápsula Espacial Devoluções Roedores Cósmicos para a Terra depois de Mês de vôo


MOSCOU, (RIA Novosti) - A cápsula retornável de um satélite de pesquisa biológica aterrou no Orenburg Região Russa, perto da fronteira com o Cazaquistão, trazendo ratos, gerbos da Mongólia, lagartixas e vários microorganismos e plantas de volta à Terra depois de seu mês de duração vôo, o controle da missão, disse no domingo.
"O veículo descida separado do módulo de equipamentos da espaçonave Bion-M em 06:32, horário de Moscou [02:32 GMT]. Depois de passar com sucesso através das camadas densas da atmosfera da Terra, a cápsula pousou às 07:12, horário de Moscou na área designada, a cerca de 100 quilômetros [62 milhas] a nordeste de Orenburg ", disse o controle da missão.
Especialistas do Progresso Pesquisas Espaciais e Produção Space Center e do Instituto de Estudos Médicos e Biológicos chegou ao local do pouso da cápsula e começou a abrir as escotilhas para trazer os animais para fora da cápsula, um dos especialistas disse à RIA Novosti.
Rússia lançou o satélite Bion-1M , seu primeiro satélite de pesquisa biológica desde 2007, em 19 de abril para realizar a investigação fundamental e aplicada em biologia espaço, a fisiologia e biotecnologia, enquanto em órbita e ajudar a pavimentar o caminho para futuros vôos interplanetários, de acordo com o espaço Federal Roscosmos Agência.
Bion-M1 realizadas oito gerbos da Mongólia, 45 mouses, 15 lagartixas, caracóis e recipientes com vários microorganismos e plantas.
Durante seu vôo de 30 dias, mais de 70 experimentos fisiológicos, morfológicos, genéticos e biomoleculares foram realizadas em apoio de voos de longa duração interplanetárias, incluindo missões a Marte.
O programa de investigação incluíram experiências com roedores para estudar reacções sistémicas do organismo para microgravitation, bem como o impacto da radiação e microgravitation sobre o organismo.
SNB

Rússia desenvolvimento "Robots Terrorist-Killer '


MOSCOU (RIA Novosti) - Especialistas russos estão desenvolvendo robôs projetados para minimizar as baixas em ataques terroristas e neutralizar os terroristas, o vice-premiê Dmitry Rogozin, disse na sexta-feira.
Os robôs também poderiam ajudar a evacuar feridos militares e civis da cena de um ataque terrorista, disse Rogozin, que supervisiona a indústria de defesa.
Outros equipamentos antiterror Rússia está a desenvolver inclui sistemas que podem ver os terroristas através de obstáculos e efetivamente envolvê-los em um modo de impasse em uma longa distância sem ferir os reféns, disse ele.
Rogozin não disse quando o equipamento pode ser implantado pela segurança da Rússia e dos serviços de inteligência.
Human Rights Watch criticou armas totalmente autónomas, conhecidos como "robôs assassinos", que seriam capazes de selecionar e atacar alvos sem intervenção humana e pediu a proibição de preferência sobre tais armas.
"Totalmente armas autônomas ainda não existem, mas eles estão sendo desenvolvidos por vários países e precursores de armas totalmente autônomos já foram implantados por militares de alta tecnologia", disse a HRW em um comunicado em seu website. "Alguns especialistas prevêem que totalmente armas autônomas poderia estar operacional em 20 a 30 anos."
"Essas armas seriam incapazes de cumprir as normas do direito humanitário internacional, incluindo as regras de distinção, da proporcionalidade e necessidade militar. As armas não seria limitado pela capacidade de compaixão, que pode fornecer uma verificação de chave na morte de civis ", disse a entidade de direitos humanos"Armas totalmente autónomas também levantam sérias questões de prestação de contas, porque não está claro quem deve ser responsabilizado por quaisquer ações ilegais que cometem."
SNB

Rússia Deixar T-90S Tanque no Peru por Trials


A Rússia decidiu deixar um protótipo T-90 S tanque de guerra em Lima, Peru, para ensaios por militares peruanos, na sequência da sua participação lá no SITDEF Peru 2013 exposição braços na semana passada, estatal russa braços corporação Rosoboronexport disse no domingo.
"Rosoboronexport e Uralvagonzavod [o fabricante] foram oficialmente convidados pelo Exército peruano para deixar o tanque T-90S no Peru após o show para os testes", disse o Rosoboronexport, Sergei Ladygin.
Esses testes podem demorar até seis meses, ele disse.
Equipamento será entregue ao Peru para permitir que o tanque para realizar uma série de testes de queima, acrescentou.
Se os testes forem bem sucedidos, os peruanos poderia comprar um lote de 100 tanques T-90S, disse ele. Peru opera atualmente cerca de 300 obsoletas de fabricação soviética T-55 tanques, que Lima quer substituir com T-90S.
As T-90S modificados é equipado com um aumento de potência multi-combustível 1130-hp motor diesel, dando ao veículo uma velocidade máxima de mais de 60 km / h nas estradas e até 45 km / h terrenos acidentados, Uralvagozavod diz.
O tanque de 46,5 toneladas é redesenhado torre apresenta uma pistola 125 mm modernizado equipado com um carregador automático, capaz de disparar mísseis 9M119M, novo controle de incêndio, sistemas de navegação e de comunicação e uma remotamente controlado metralhadora 7,62 mm montado. Tem uma tripulação de três, que são protegidos por uma blindagem reactiva explosiva e um sistema de proteção NBC.
RIA Novosti.... SNB

Rosoboronexport também se ofereceu para fornecer Sukhoi Su-35 Flanker caças ao Brasil


Rosoboronexport também se ofereceu para fornecer Sukhoi Su-35 Flanker caças ao Brasil fora de uma licitação para a compra de armamento moderno, Ladygin disse.
Rússia com o seu avião de combate Su-35 retirou-se em 2009 a partir da lista curta do concurso, que agora inclui a Suécia, com Gripen, os EUA com o F-16 e França com o Rafale.
"Embora a Rússia se retirou do concurso, que, no entanto, fez uma oferta paralela ao Brasil para participação fora de concurso com mísseis Pantsir e caças Su-35. Nossa proposta está sendo examinada ", disse ele.A Rússia está pronta para transferir toda a tecnologia para a produção Su-35, ele disse.
"Estamos prontos para transferir 100 por cento da tecnologia para a produção do caça Su-35, mesmo com os elementos da tecnologia para a aeronave de quinta geração", disse ele.
Pantsir-S , produzido pela KBP da Rússia, é um sistema de arma-míssil combinando um veículo de rodas a montagem de um sensor de radar de controle de fogo e electro-óptico, dois canhões de 30 mm e até 12 57E6 rádio-comando guiadas mísseis de curto alcance , e é projetado para levar em uma variedade de alvos voando a baixas altitudes.
O Pantsir podem atingir alvos até 20 km (12 milhas) por mísseis e 4 km (2,5 milhas) usando canhões, reclamações KBP.
A versão de exportação do sistema, Pantsir-S1, foi vendido para os Emirados Árabes Unidos, Síria e Argélia.
O lutador multirole Su-35, equipado com dois motores 117S com vetorização de impulso, combina alta capacidade de manobra ea capacidade de engajar vários alvos ar simultaneamente com as duas mísseis guiados e não guiados e sistemas de armas.
SNB

Pirataria e terrorismo na África podem afetar Brasil, diz Amorim

Com sua vizinhança na América do Sul em paz e potenciais ameaças surgindo do outro lado do Atlântico, o Brasil vem ampliando seus esforços de defesa no oceano e estreitando os laços militares com países africanos.
A estratégia, que também abarca interesses comerciais como a venda de armamentos brasileiros para a África, segue um movimento amplo da diplomacia nacional rumo ao continente que ganhou fôlego no governo Lula, quando o Itamaraty era chefiado por Celso Amorim.Hoje ministro da Defesa, Amorim diz à BBC Brasil que a aproximação entre militares brasileiros e africanos busca ainda combater o narcotráfico e evitar que a pirataria no Golfo da Guiné, na costa atlântica da África, prejudique o Brasil.
O movimento, segundo o ministro, também visa preparar as forças brasileiras e africanas caso a crise no Mali respingue no Atlântico. Naquele país, próximo da costa ocidental africana, grupos extremistas – entre os quais a Al-Qaeda no Magreb Islâmico – se uniram a movimentos separatistas tuaregues em batalha contra o governo central, hoje apoiado por tropas francesas.
"Se (o conflito) chegar na costa ocidental africana, começa a chegar perto dos interesses brasileiros e temos que estar alertados para isso."
Leia os principais trechos da entrevista com Amorim, concedida no Ministério da Defesa, na última quinta-feira.
BBC Brasil - Qual o objetivo da aproximação militar entre o Brasil e países africanos?
Celso Amorim - A nossa estratégia de defesa tem uma dimensão de cooperação e outra de dissuasão. Dissuasão é contra quem tiver de ser, mas, na América do Sul, tem sido tradicionalmente de cooperação. É natural que o mesmo conceito se aplique à África, que compartilha conosco o oceano, uma área até hoje pacífica, com raríssimas exceções, e que desejamos manter assim.
Por outro lado, os países africanos têm conosco um comércio crescente, há interesses crescentes do Brasil na África, e eles têm interesse também em cooperação para garantir que o Atlântico Sul continue a ser um oceano pacífico, mas também para enfrentar novas ameaças, como pirataria, contrabando e tráfico de drogas, que podem até vir mescladas com outras mais graves, o que não ocorreu até agora.
BBC Brasil - O senhor se refere ao terrorismo?
Amorim - Não podemos ignorar que existe essa questão. Quando houve o problema na Líbia, antevíamos que isso teria consequência um pouco mais para o sul da África. Um ano e meio depois, tivemos o problema no Mali. O Mali já está muito próximo da costa ocidental africana.
Espero que isso não ocorra. Se chegar na costa ocidental africana, começa a chegar perto dos interesses brasileiros e temos que estar alertados para isso. Sempre em colaboração com os principais responsáveis, que são os próprios africanos.
BBC Brasil - Em que estágio está a colaboração com essas nações?
Amorim - Essas coisas evoluem aos poucos, mas, do ponto de vista político, já há aproximação com a África há algum tempo. Ela obviamente se acentuou muito no governo Lula e agora com Dilma, mas ela é mais antiga.Com a Namíbia, porque nos pediram já há muito tempo, o Brasil começou a cooperar ativamente na formação da Marinha. Com os países de língua portuguesa, havia alguma cooperação, e continua a haver, mas temos que acentuar, acelerar isso e desenvolver relações bilaterais com esses países, não só os de língua portuguesa.
Os países africanos veem no Brasil um país que coopera e que não traz nenhuma carga emocional negativa de outros tempos. É um país em desenvolvimento, que tem preocupações semelhantes.Não vou esconder que também há um interesse comercial. O Brasil produz equipamentos que podem ser úteis para esses países. Aliás, já temos vendido alguns, outros estão em fase de estudo e análise, mas esse não é o objetivo principal.
Outros países estão interessados que indústrias brasileiras possam se estabelecer no seu território. Outros não têm nem condição disso, estão só interessados em adquirir, receber um equipamento, mas sempre têm interesse também em participar de exercícios.
BBC Brasil - Esse lado comercial não pode suscitar críticas da comunidade internacional se armas brasileiras forem vendidas para países com regimes contestados, como a Guiné Equatorial?
Amorim - Os países que contestam gostam muito de contestar os outros e vender eles próprios. Os grandes conflitos na África não foram alimentados com armas brasileiras, conflitos ligados a questões como diamantes, petróleo. Nossa relação é com Estados, que têm que defender sua integridade física.
Não é uma cooperação voltada à segurança interna desses países, é voltada à defesa de Estados soberanos, reconhecidos como tais pelas Nações Unidas.
BBC Brasil - O governo não se preocupa com o risco de que armas brasileiras vendidas a países africanos sejam usadas contra civis?
Amorim - Temos muita preocupação, mas o tipo de equipamento que vendemos é equipamento de defesa do Estado. Vendemos Super Tucanos (aviões militares da Embraer) e, se eventualmente chegarmos a vender navios-patrulha, isso não é para usar contra população civil.
O Brasil acompanha, segue resoluções da ONU, tem muita preocupação com esses fatos. Mas a nossa ótica não é necessariamente a de países desenvolvidos.
Vejo muitas situações em países específicos em que, às vezes, a visão de países desenvolvidos, ricos, sobretudo ex-potências coloniais, não é a mesma da nossa. Às vezes (eles) têm uma visão muito particular da situação e querem expurgar as próprias culpas descobrindo outros males.
BBC Brasil - Mas se, por exemplo, o Estado brasileiro financia a construção de uma fábrica de armas na Argélia por empresas brasileiras (conforme concorrência em curso naquele país disputada pelas brasileiras Odebrecht e a Atech), o Brasil não fica em situação próxima das ex-potências coloniais?
Amorim - É uma relação de Estado, com um país soberano, que não está sob sanções da ONU. Tenho uma certa experiência, não sou muito ingênuo nessa situação.
Pegue o drama da Síria: um lado fornecendo armas para o governo, o outro, direta ou indiretamente, fornecendo armas para os rebeldes. De violações os dois lados são acusados, mas, quando convém, você salienta um aspecto.
Não vou ficar aqui citando países. Mas verifique as guerras civis na África e veja quem forneceu armamentos para grupos que não respeitavam nem resoluções da ONU, nem o direito internacional. Por cima do pano e por baixo do pano. Nós não queremos vender por baixo do pano, não venderemos.
BBC Brasil - Quais os objetivos das manobras que a Marinha brasileira tem realizado em países africanos?
Amorim - Manobras, mesmo, eu diria [que se aplica] mais ao que temos feito com a África do Sul. Mas aí não é só com África, é um programa do Ibas (fórum que agrega Índia, Brasil e África do Sul), um grupo de três países em desenvolvimento, democráticos, plurirraciais.
Os outros, chamar de manobra talvez seja um pouco de exagero. Quando temos uma embarcação militar, em vez de esses navios-patrulha fazerem sua viagem inaugural para portos de países desenvolvidos, onde nós talvez não tenhamos muito a oferecer, eles têm visitado portos africanos e realizado pequenos exercícios para interceptar barcos piratas, exercícios ligados à ocupação de barcos inimigos, que são muito apreciados.
O Brasil tem a maior costa atlântica do mundo. É mais do que natural que tenhamos essa cooperação, que a gente amplie esses treinamentos que já vêm recebendo alguns países.
Tudo depende do tamanho do país. Cabo Verde, por exemplo, é um país arquipélago no meio do Atlântico. É do nosso interesse, além do lado de solidariedade com um país africano em desenvolvimento membro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), evitar que haja problemas numa região próxima do Brasil e parte das nossas rotas marítimas.
BBC Brasil - O Brasil já foi instado por algum desses países a agir de forma mais combativa, inclusive interceptando navios piratas, como França ou EUA fazem frequentemente na costa africana?
Amorim - Cada país tem suas doutrinas e nós teremos a nossa. Em primeiro lugar, sempre respeitosa ao desejo do próprio país e sempre analisando cada situação. Eu não excluo que uma coisa dessas possa acontecer a pedido deles, mas também não creio que seja muito imediata.Mas acho que estamos fortalecendo laços que podem servir idealmente para habilitar o próprio país a fazer sua defesa.
BBC Brasil - Ainda não houve pedidos?
Amorim - Houve pedido para nós ajudarmos, mas não muito claro se era com meios nossos ou ajudando os meios dos países.
BBC Brasil - Alguns estudos recentes apontam a pirataria no Golfo da Guiné, na costa ocidental da África, como um problema crescente, enquanto a pirataria na costa da Somália, no Chifre da África, tem diminuído. A pirataria no Golfo da Guiné pode prejudicar o Brasil?
Amorim - É claro. Boa parte do petróleo que importamos vem do Golfo da Guiné ou imediações. Já temos conversado muito com países como Angola e outros, África do Sul, Namíbia, sobre possibilidades de exercícios conjuntos mais amplos.
Fomos convidados a participar como observadores de uma reunião africana relativa à segurança do Golfo da Guiné. Mas a responsabilidade primordial é dos países ribeirinhos.
Nós poderemos ajudar por dois motivos: solidariedade, que é real na nossa política externa sobretudo em relação à África, mas também por interesse nosso: rotas marítimas, petróleo, empresas brasileiras.
BBC Brasil - O uso do Atlântico Sul para o transporte de drogas tem se tornado mais visível e gerado crescente preocupação no exterior. O que o Brasil faz para evitar que embarcações com drogas partam daqui rumo à África?
Amorim - Temos ações no nosso território, mas obviamente existe essa preocupação, ela é uma das razões que nos movem. Não é segredo para ninguém que há preocupação muito grande da comunidade internacional com a situação na Guiné-Bissau.
Trabalhamos no passado com ideia de ajudar a reformar as Forças Armadas da Guiné-Bissau, mas isso depende do próprio país. A situação hoje não facilita essa cooperação, mas (estamos) na expectativa de que país se redemocratize rapidamente e resolva ou encaminhe o problema que existe com relação ao narcotráfico.
BBC Brasil - O governo então condiciona seus acordos militares na África à situação de cada país?
Amorim - Não é que façamos distinção entre países, mas é preciso que haja um processo. Não precisamos esperar que tudo esteja perfeito. Se formos esperar que tudo esteja perfeito, você não consegue talvez até melhorar a situação do próprio país, que é o objetivo.
Esse foi um erro que se cometeu em relação à Guiné-Bissau no passado. Há quatro, cinco anos, havia uma consciência clara do que era preciso fazer, mas alguns países, sobretudo grandes doadores, de quem se dependia para levar adiante os planos, ficaram a dizer não. Acabou não se fazendo nada, e a situação se agravou tremendamente.Mas também não posso de repente ceder, ainda que seja uma lancha-patrulha, sem ter certeza de que ela não vai parar na mão de narcotraficantes. A linha divisória é essa.
BBC Brasil - Alguns analistas veem uma militarização no Atlântico Sul. Eles citam o reforço militar da Grã-Bretanha nas ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos), ações da Marinha da China para assegurar seu comércio com a África e a reativação da Quarta Frota americana. Essas movimentos preocupam o Brasil?
Amorim - Não quero citar movimentos específicos, porque não tenho preocupação com esse ou aquele país. Somos contra uma militarização e, sobretudo, somos contra o desdobramento de forças no Atlântico Sul que possam ser de ataque, que usem armas de destruição em massa, nucleares ou outras.
O Brasil sempre tem combatido isso na diplomacia, e nós também na Defesa temos essa política. O Brasil não é um país que tenha inimigos, mas ele não pode descuidar de seus interesses e ninguém pode descuidar da sua própria defesa.
O Atlântico Sul é uma área natural do nosso interesse, independentemente de outros países estarem fazendo isso ou aquilo. Queremos evoluir no Atlântico Sul, enfrentando problemas como o da pirataria, mas sem transformá-lo num apêndice do Atlântico Norte.
BBC Brasil - Tem havido uma mudança no foco da Defesa brasileira do Cone Sul para o Atlântico Sul?
Amorim - Não gosto muito da expressão Cone Sul – a maior parte do Brasil não é Cone Sul. Agora, por uma série de fatores – maior política de integração, maior entendimento entre lideranças políticas, maturidade das sociedades –, a América do Sul é hoje uma área de paz.
Claro que tem que manter forças, porque existem grupos irregulares, bandos armados, o Brasil tem uma fronteira extensíssima. Mas, sendo a América do Sul uma zona de paz e havendo ameaças novas e algumas das antigas também (no Atlântico Sul), até por rivalidades entre terceiros, temos interesse em evitar eventuais conflitos que não estamos prevendo hoje.
Quando você prepara defesa, não é para os próximos dois nem três anos, mas 20, 30, 40 anos. Temos que estar preparados para nos defender e defender nossos interesses.
BBC Brasil - Existe algum cuidado especial com a defesa das reservas do pré-sal?
Amorim - Claro que existe. Essa é uma das explicações para o programa forte da Marinha brasileira, no caso dos navios-patrulha, e outros de porte menor para defesa mais local, sendo fabricados no Brasil.
O próprio submarino de propulsão nuclear, o objetivo principal de termos esse submarino é termos capacidade ampla de movimentação. Algumas dessas decisões antecedem as descobertas do pré-sal, que acentuaram essa preocupação.
BBC Brasil - O senhor imagina um cenário em que o Brasil possa ser chamado a intervir militarmente num país africano? Para, por exemplo, atuar na Guiné-Bissau de modo semelhante ao que a França agiu recentemente na Costa do Marfim?
Amorim - Intervir é uma palavra de que não gostamos, e intervir militarmente menos ainda. Mas acho que podemos ajudar se houver concordância de líderes democraticamente eleitos na Guiné-Bissau, se houver concordância dos países da CDAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental), se houver um pedido da ONU.Há uma porção de condicionantes prévias, como [as que regem a presença de forças brasileiras] no Haiti. Mas não consideramos nossa força no Haiti de intervenção: é uma força de paz que está lá para garantir ordem enquanto se processa estabilização não só política, mas social no país.
BBC Brasil - Quando ocorrerá a retirada total das tropas brasileiras no Haiti?
Amorim - Queremos que ela seja progressiva. A última redução implicou do nosso lado em redução de 400 [militares]. Estamos levando o nível de nosso contingente para aqueles quantitativos que prevaleciam antes do terremoto. Não posso fazer um cronograma como se estivesse construindo uma estrada. Não é assim.
BBC Brasil - O Brasil poderá enviar militares à República Democrática do Congo agora que o comandante da força da ONU no país será brasileiro, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz?
Amorim - Acho que o "force commander" (comandante da força), por enquanto, está de bom tamanho. Ele não nos pediu nada.
BBC Brasil - Mas é possível?
Amorim - Temos que estar presentes onde podemos fazer diferença. No momento, temos engajamento muito forte no Haiti, que ainda vai durar um tempo, embora não seja nossa intenção de maneira alguma nos perpetuarmos.
Temos uma presença naval no Líbano muito importante. É a primeira vez que o Brasil tem uma presença no Mediterrâneo, que é um teatro tradicional militar, naval. Temos que analisar cada solicitação com muito cuidado.
Agora, se o general precisar de algum apoio do Estado Maior, vamos fazer o possível para ajudar. Não estou falando de tropas, estou falando de apoio, observadores etc.
BBC Brasil - O Brasil tem condições de manter suas Forças Armadas em todas essas frentes externas – Haiti, Líbano, crescente cooperação com países africanos e outros – tendo tantos desafios internos na área de defesa?
Amorim - Os desafios internos não são da área de Defesa, são da área de segurança e quem cuida disso são Polícia Federal e Ministério da Justiça. Nós ajudamos em fronteira e em situações excepcionais, mas essa não é a missão primordial das Forças Armadas. A missão primordial é a defesa do país.
Então não vejo que tenhamos de maneira alguma nos enfraquecido por ter mandado tropas para o Haiti ou a fragata ao Líbano, até porque essas missões também servem para colocar nossos militares em situações reais. Isso tem papel muito positivo na formação, no treinamento das nossas Forças Armadas.
BBC Brasil - O impasse quanto à compra de caças para a Aeronáutica terá um desfecho em breve?
Amorim - Espero que sim. É a única coisa que posso dizer.
BBC BRASIL ...SNB

Contra pirataria, Brasil expande ação naval na África

Para proteger riquezas marítimas como as reservas do pré-sal e combater crescentes ameaças de pirataria e narcotráfico no Atlântico Sul, a Marinha brasileira tem investido em sua capacidade de patrulhamento e expandido suas operações do outro lado do oceano, em águas africanas.
A estratégia, que segue um movimento da diplomacia nacional rumo ao continente, também abarca o interesse de vender armamentos brasileiros a países africanos, objetivo visto com reserva por ativistas. As ações ocorrem ainda num contexto em que forças americanas, britânicas e francesas demonstram crescente interesse pelo Atlântico Sul.Subchefe de estratégia do Estado Maior da Armada, o contra-almirante Flávio Augusto Viana Rocha disse à BBC Brasil que, nos últimos anos, países africanos com litoral no Atlântico e Moçambique, no Índico, passaram a ter para a Marinha a mesma importância que nações sul-americanas vizinhas.
Uma das razões para a atenção dada à região é sua proximidade com o território nacional. A distância entre Natal e Dacar, capital senegalesa, é menor que a linha que une os extremos do Brasil.
Nas últimas semanas, num sinal do avanço nas relações, o navio-patrulha brasileiro Apa visitou a Mauritânia, Senegal, Gana, Angola e Namíbia. A embarcação foi a segunda de três que o Brasil comprou da Grã-Bretanha a fazer um tour por portos africanos. Nos próximos meses, o navio-patrulha Araguari deverá percorrer trajeto semelhante.
Em seu périplo, tripulantes do Apa ministraram cursos para marinheiros africanos, e o navio realizou exercícios de combate a piratas com forças locais. Enquanto arrefece na costa da Somália, na costa oriental da África, a pirataria tem se agravado na margem ocidental do continente, especialmente no Golfo da Guiné, que ocupa faixa paralela ao litoral do Norte e Nordeste do Brasil.
A Organização de Comércio Marítimo Internacional registrou 15 casos de pirataria na região no primeiro trimestre de 2013, dos quais 11 ocorreram na costa da Nigéria. O país é dono das maiores reservas petrolíferas da África Subsaariana e principal exportador do produto ao Brasil.
Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, a Marinha não pretende combater os criminosos na costa africana, mas sim capacitar forças locais para a tarefa. O treinamento também busca evitar que a pirataria afete a rota comercial entre as regiões, principalmente as compras brasileiras de petróleo.

Amazônia azul

A aquisição dos três navios-patrulha e a construção de outras embarcações do tipo no Brasil buscam ainda aprimorar a vigilância da chamada Amazônia Azul, como a Marinha se refere às águas jurisdicionais brasileiras, que ocupam área equivalente à Amazônia Legal.
Para essa missão, que ganhou importância com a descoberta do pré-sal, a força tem como principal investimento o submarino de propulsão nuclear, em desenvolvimento em parceria com a França. Com grande autonomia de navegação, essa embarcação pode, em tese, impedir ou dificultar bastante a aproximação da costa nacional de forças navais hostis.
Outras preocupações da Marinha são o contrabando, o tráfico de pessoas e o comércio de drogas. O último relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) revelou que portos na costa ocidental da África entraram na rota da cocaína que deixa o Brasil rumo à Europa.
O tema tem sido tratado por países sul-americanos e africanos no fórum Zopacas (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul), criado em 1986 com a missão de manter o oceano livre de conflitos.
A coordenação entre forças brasileiras e africanas deverá evoluir nos próximos meses, já que, segundo o contra-almirante Flávio Rocha, a Marinha aceitou um convite da União Africana para revisar sua estratégia de defesa marítima. Forças nacionais discutem ainda com marinhas africanas a expansão de sistemas de monitoramento marítimo conjuntos e a realização de manobras amplas.
Por ora, o Brasil tem na África do Sul, maior força militar do continente, seu principal parceiro africano para exercícios. A cada dois anos, tropas de ambos os países realizam manobras com a Índia, no exercício Ibsamar, e com Uruguai e Argentina, no exercício Atlasur. Forças brasileiras e sul-africanas também desenvolvem conjuntamente um míssil ar-ar e um míssil ar-superfície.
O país africano em que forças brasileiras exercem maior influência, porém, é a Namíbia, cujo litoral ocupa faixa paralela à que vai do sul da Bahia a Santa Catarina. Desde que se tornou independente da África do Sul, em 1990, a Namíbia já teve 1.315 marinheiros formados pela Marinha brasileira, que mantêm no país duas missões para manutenção de navios e treinamento.
Militares brasileiros também realizaram os estudos para a extensão da plataforma continental da Namíbia, que foi chancelada pela ONU e ampliou a área em que o país pode explorar recursos. Agora, diz o contra-almirante Rocha, o Brasil executa o mesmo estudo em Angola e, em breve, deverá fazê-lo em Cabo Verde.
A Marinha vem ainda expandindo sua oferta de cursos de formação e aperfeiçoamento para militares africanos. Desde 2011, África do Sul, Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Nigéria e Senegal, além da Namíbia, enviaram marinheiros para o Brasil. A prática de oferecer treinamento a forças aliadas é comum entre potências como EUA e França.

Diplomacia militar

O estreitamento dos laços em defesa entre o Brasil e países africanos tem sido facilitado pela rede de adidâncias militares brasileiras no continente. Encarregadas de contatos com as forças locais, as representações estão presentes em sete países africanos, e há planos de cobrir outros seis em breve, segundo a Marinha.
O governo espera que a expansão da rede propicie mais negócios no setor. Nos últimos anos, o Brasil vendeu uma corveta à Guiné Equatorial e Super Tucanos (aviões militares da Embraer) a Angola, Senegal, Burkina Faso e Mauritânia.
Outros países africanos querem a instalação de empresas brasileiras em seus territórios. Recentemente, a Odebrecht e a Atech disputaram uma concorrência para a construção de uma fábrica de armas na Argélia, mas o negócio não avançou. A Atech também está desenvolvendo sistemas de vigilância para Senegal e Angola.
Organizações que monitoram a venda de armas brasileiras cobram mais transparência nesses negócios. Camila Asano, da ONG Conectas, defende que o Brasil seja um dos primeiros signatários do ATT (Tratato sobre o Comércio de Armas, em inglês), aprovado em abril na ONU. O acordo, que será aberto para ratificações em 3 de junho e passará a vigorar a partir da 50ª adesão, define critérios para a exportação de armas e exige a divulgação de todas as transações.
Para Daniel Mack, do Instituto Sou da Paz, a Política Nacional de Exportação de Material de Emprego Militar (Pnemem), que vigora desde a ditadura militar, está obsoleta. Ele afirma que o Brasil deve não só ratificar o ATT como tornar a legislação nacional sobre venda de armas ainda mais abrangente, proibindo, por exemplo, exportações a órgãos não estatais.
Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, os equipamentos bélicos exportados à África são para proteção do Estado, e não para uso contra a população civil. Ele diz que o Brasil sempre seguiu sanções da ONU sobre vendas de armas.
"Verifique as guerras civis na África e veja quem forneceu armamentos por cima e por baixo do pano para grupos que não respeitavam nem resoluções da ONU, nem o direito internacional. Nós não queremos vender por baixo do pano, não venderemos", diz Amorim.
BBC BRASIL ..SNB

Ministro diz que defesa do Atlântico Sul pode ocorrer sem militarização

A expansão das atividades navais da Marinha do Brasil em direção à África ocorre em um momento em que Estados Unidos, Grã-Bretanha e outras potências também demonstram interesse pelo Atlântico Sul. Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, o Brasil defende a segurança da região, porém não a sua militarização.
"O Brasil não é um país que tenha inimigos, mas ele não pode descuidar de seus interesses e ninguém pode descuidar da sua própria defesa", disse Amorim à BBC Brasil."O Atlântico Sul é uma área natural do nosso interesse, independentemente de outros países estarem fazendo isso ou aquilo".
Segundo o pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Hector Saint-Pierre, o ato mais significativo dos Estados Unidos em relação à região foi a reativação, em 2008, de sua Quarta Frota.
Entre os principais objetivos da medida estava manter a presença americana nos mares da região da América do Sul. Mas isso não ocorre por meio de concentração de tropas, e sim pela participação, por exemplo, em exercícios militares com forças locais. Ou ainda pela realização de uma série de ações humanitárias – como o envio de navios-hospitais.
Porém, apenas uma estrutura administrativa foi criada. Nenhum grupo de navios de combate foi deslocado permanentemente para a Quarta Frota. Geralmente quando é preciso fazer uma operação naval, outras embarcações americanas são deslocadas para a região.

Malvinas

Já a Grã-Bretanha mantém uma presença permanente no Atlântico Sul, com o objetivo principal de proteger seus territórios ultramarinos, segundo Saint-Pierre.
Os principais focos de atenção são as ilhas Malvinas (Falklands para os britânicos), Georgia do Sul e Sandwich, no sul do Atlântico, próximo à Argentina – guardadas permanentemente por ao menos um navio de guerra britânico (atualmente o HMS Clyde, um navio de patrulha).
A Grã-Bretanha mantém também portos nas ilhas Santa Helena, Ascension e Tristan da Cunha – posicionadas aproximadamente na metade do trajeto entre a América do Sul e a África.
Além da presença militar permanente em seus arquipélagos, a Grã-Bretanha envia regularmente navios de guerra ao litoral do oeste da África – com missões semelhantes às dos navios brasileiros de patrulha: treinar as Marinhas locais e ajudá-las a combater a pirataria crescente, além de cumprir objetivos de aproximação diplomática.
No ano de 2012 foi notório o envio ao oeste da África de uma das joias da Marinha Real, o HMS Dauntless – um destróier de 150 metros de comprimento, totalmente movido a eletricidade (45% mais eficiente que seus antecessores) e com os mais modernos sistemas de armas da atualidade. Ele aportou em diversos países africanos, recebeu tripulações locais e participou de exercícios militares.
Neste ano, desde março, a fragata HMS Argyll desempenha as missões de treinamento e combate à pirataria. Ela já fez escalas na Nigéria e na Namíbia.
A França, cujos navios de guerra participam ativamente de operações da União Europeia de combate à pirataria e escolta de navios civis no golfo de Áden (a leste da África), também mantém operações navais no oeste africano.
No ano passado, alguns de seus navios de guerra participaram de exercícios de larga escala com a Marinha britânica e outras dez nações próximo à costa do Senegal, para treinar forças africanas no combate ao tráfico de pessoas, pirataria, tráfico de drogas e pesca ilegal.
Segundo Saint-Pierre, embora não possua embarcações militares em caráter permanente no Atlântico sul, a China possui grande interesse na região – dentro de sua política de proteção a navios civis em rotas comerciais. "Cerca de 80% do comércio (marítimo) chinês passa pelo Atlântico Sul", disse o pesquisador à BBC Brasil.

Diplomacia

"Todo e qualquer país que tenha tráfego marinho robusto, caso do Brasil, China, tem obrigação de proteger seu tráfego marítimo, é natural", disse o contra-almirante Flávio Augusto Viana Rocha, subchefe de Estratégia do Estado Maior da Armada do Brasil.
O governo brasileiro prega a defesa do Atlântico Sul e o combate a crimes como a pirataria e o tráfico de drogas, mas se opõe ao desdobramento de forças de ataque no oceano.
Além de manter a cooperação militar com os países do oeste africano, o país atua no campo diplomático no âmbito da Zopacas (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul) – um canal de negociação que envolve 24 países há mais de 20 anos. O bloco discute a não proliferação de armas nucleares na região e a redução dos contingentes militares de seus membros atuando em outras regiões do mundo.
"O Atlântico Sul é uma área de cooperação, área onde se fomenta a parceria. Agora estamos nos planejando estrategicamente, num futuro próximo, para estarmos mais ainda preparados para qualquer postura diferente dessa", disse o contra-almirante Rocha.
BBC BRASIL...SNB

Disputa no Mar da China aumenta tensão na Ásia


A região do Mar do Sul da China, onde se encontram as ilhas Spratly, Paracel e Scarborough Shoal, é disputada por sete países e incidentes diplomáticos têm elevado a tensão na área.
Na última semana, Taiwan conduziu exercícios militares na região, como forma de reforçar seu poder local. A ação aconteceu depois que a guarda costeira filipina matou o pescador taiwanês Hung Shi-cheng em águas sobre as quais ambos os países disputam soberania.As Filipinas se desculparam pelo incidente, mas Taiwan não aceitou o pedido e impôs diversas sanções ao país. Entre elas, a retirada da representação diplomática taiwanesa e a proibição da contratação de trabalhadores filipinos.
A área em questão, no Mar do Sul da China, se estende por mais de 410 mil quilômetros quadrados e tem sua soberania disputada em diferentes trechos por China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia, Indonésia e Brunei.
De acordo com a regulação internacional adotada pela ONU em 1982, UNCLOS, cada país tem uma área de 200 milhas náuticas de exclusividade econômica frente à costa, mas por causa da proximidade entre eles, muitas vezes os limites se sobrepõem, causando disputas.
No caso da China, boa parte da distância da costa excede esse limite, mas Pequim argumenta que há mais de dois mil anos a região é predominantemente chinesa.

Riqueza

Além de ser um corredor estratégico de comércio, a região é fértil para a indústria pesqueira e rica em hidrocarbonetos.
Segundo estimativas do Departamento de Informação de Energia dos Estados Unidos, o Mar do Sul da China tem reservas de 11 bilhões de barris de petróleo e 5,3 trilhões de metros cúbicos de gás natural (190 trilhões de pés cúbicos).
O mesmo estudo cita um levantamento da estatal chinesa de petróleo COONOC de 2012 que estima reservas de 125 bilhões de barris de petróleo e 14 trilhões de metros cúbicos de gás natural (500 trilhões de pés cúbicos).
Se comprovada a estimativa da COONOC, os recursos do Mar do Sul da China seriam superiores aos encontrados no pré-sal brasileiro, que somam de 70 a 100 bilhões de barris em óleo e gás.
"Há vários interesses envolvidos: indústria pesqueira, petróleo, rotas comerciais. Desses três, a questão do petróleo ainda é a mais incerta, mas apenas o potencial já justifica", avalia Angela Ba, especialista em ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) e professora da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos.
"Mas ainda que os interesses materiais estejam por trás das questões de soberania nessa área, o que observamos nos últimos anos é uma politização das disputas que tornam mais prováveis escaladas de violência, como no caso das Filipinas e Taiwan agora."

Estratégia

Pequim alega que toda a área pertencia historicamente à China e em 1947 apresentou um mapa para sustentar esse argumento. Taiwan, que é independente desde 1949, também reclama os mesmos territórios por se intitular República Chinesa.Os demais países que clamam soberania, Filipinas, Vietnã, Malásia, Indonésia e Brunei, compõem juntamente com Tailândia, Singapura, Laos, Mianmar e Camboja o bloco econômico e político ASEAN.
Apesar de unidos em um bloco, não há consenso entre esses países quanto a forma de lidar com as disputas. Nesse contexto, Pequim aproveita para negociar diretamente com cada governo.
Para Josh Kurlantzick, pesquisador do Conselho de Relações Internacionais dos Estados Unidos e autor de livros sobre a China, a influência estratégica é o principal motivo do conflito entre os países.
Em 2012 a China estabeleceu uma unidade política administrativa nas ilhas Paracel, chamada Sansha City, para supervisionar as os territórios disputados. As Filipinas e o Vietnã contestaram a ação.
Apesar de assertiva, a postura Chinesa não deverá deslanchar para uma ação militar, segundo Peter Chalk, analista de segurança marítima na Ásia pela Rand Corporation.
"Pequim não tem interesse em nenhuma ação que possa restringir a liberdade de navegação no Mar do Sul da China porque se beneficia diretamente do volume de comércio global que transita por aquela área" explica Chalk.
BBC BRASIL..SNB